Comissão de Ética libera Levy de quarentena para assumir cargo no Banco Mundial

Daniel Lima e Paulo Victor Chagas - Repórteres da Agência Brasil Edição: Carolina Pimentel


A Comissão de Ética Pública da Presidência da República mudou o entendimento de que o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy não poderia assumir cargo de diretor financeiro no Banco Mundial (Bird) antes de completar seis meses de afastamento da equipe econômica do governo. Na semana passada, a comissão avaliou que havia conflito de interesse e exigiu quarentena, o que impedia Levy de assumir o cargo pelo prazo determinado.

Comissão de Ética da Presidência recua e suspende quarentena de Joaquim Levy (foto) para assumir cargo no Banco Mundial Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Quando foi anunciada a indicação do ministro para o cargo, o Banco Mundial informou que, no entendimento da instituição, por se tratar de um órgão multilateral, com participação do governo brasileiro, Levy não precisaria cumprir a “quarentena” a que estão submetidos ex-ministros. A proibição de exercer cargos seria necessária apenas se ele retornasse ao setor privado.

Durante reunião extraordinária de integrantes da comissão nesse domingo (31), o colegiado decidiu acolher o pedido de reconsideração feito por Levy. A decisão, unânime, passou a reconhecer “inexistência de conflito de interesses” devido ao Banco Mundial se tratar de uma “organização com personalidade de direito público internacional integrada pelo Brasil”. Conforme os membros da comissão, porém, Levy continua obrigado a observar a legislação no tópico que o proíbe de divulgar informações privilegiadas obtidas quando chefiava o Ministério da Fazenda.

O diretor financeiro do Banco Mundial é responsável pelo controle da tesouraria do órgão, incluindo as operações financeiras, o orçamento corporativo e o gerenciamento de risco e de controladoria. Na estrutura do Bird, Levy estará abaixo apenas do presidente da instituição, Jim Yong Kim.


*Colaborou Wellton Máximo