Há 46 anos, musical Hair ganhava versão brasileira

História Hoje: 10h (reprise: 16h e 19h)
cartaz do musical na Broadway - 

Há 46 anos estreou a montagem brasileira de Hair – uma produção marcante na história dos musicais, que levou para os palcos a questão racial, a nudez, a liberdade sexual, a guerra e as drogas. No Brasil a peça ficou em cartaz durante três anos, em várias cidades do país.

Foi uma iniciativa ousada para a época. A censura foi a principal dificuldade enfrentada pelos produtores da peça. Há menos de um ano o regime militar havia instituído o AI 5, ato institucional que determinou a fase mais dura do período da ditadura, com cassações de direitos políticos em massa e prisão e torturas de adversários.

Na montagem original havia cenas de nudez, o que desagradou a censura. Os censores liberaram apenas uma única cena de nudez na peça, que duraria um minuto, na qual os atores deveriam permanecer imóveis. Na época, Admar Guerra, responsável pelo espetáculo, junto com o produtor Altair Lima, também tiveram que vencer o preconceito dos empresários teatrais, que achavam impossível montar o musical no Brasil.

Hair narra a história de um grupo de jovens hippies que protestam contra a Guerra do Vietnã, defendem a paz e o amor livre. Um musical que se tornou uma bandeira dos pacifistas. A estreia no Brasil foi no Teatro Aquarius, em São Paulo. Hoje o espaço se chama Teatro Zaccaro.

A temporada do musical no Brasil durou até 1972. Durante esse tempo, contou com uma safra talentosa de jovens atrizes e atores, como Antônio Fagundes, Ney Latorraca e Aracy Balabanian. Mas o grande destaque foi Sônia Braga, na época com 18 anos e, mais tarde, lembrada nos versos de Caetano Veloso.


História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. É publicado de segunda a sexta-feira: 10h (reprise: 16h e 19h) logo após "Viva Maria"

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