Obama defende democracia e combate à corrupção na África

Leandra Felipe – Corresponde da Agência Brasil/EBC Edição: Valéria Aguiar

Nada será tão produtivo para liberar o potencial econômico da África como erradicar o câncer da corrupção”, disse Obama ao falar na sede da União AfricanaAgência Lusa/EPA/Solan Kolli/Direitos Reservados
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse hoje (28) que é preciso “extirpar o câncer da corrupção”, o que, segundo ele, é o principal obstáculo para o desenvolvimento do continente africano. Obama discursou na sede da União Africana (UA), em Adis-Abeba, Etiópia, e foi o primeiro presidente norte-americano a visitar a sede da organização. Ele defendeu transparência nas gestões e um compromisso com princípios democráticos nos países africanos.

“Nada será tão produtivo para liberar o potencial econômico da África como erradicar o câncer da corrupção”, destacou Obama ao falar à plateia da UA, composta por representantes de 54 países do continente.

Ele ponderou que a corrupção existe em todo o mundo, mas disse que na África a “corrupção retira milhões de dólares das economias, dinheiro que poderia ser utilizado para criar emprego, construir hospitais e escolas”. “Só os africanos podem acabar com a corrupção nos respetivos países”, acrescentou.

Ele também prometeu ajuda norte-americana para os governos africanos que estejam determinados a combater os círculos financeiros ilícitos e que queiram promover ações de transparência e responsabilidade na gestão pública.

Democracia

Obama ainda lembrou da importância dos princípios democráticos para o desenvolvimento do continente africano. “O progresso de África também vai depender da democracia, porque os africanos, como todas as pessoas do mundo, merecem a dignidade de serem capazes de controlar as suas próprias vidas”, frisou.

Para isso, de acordo com o presidente norte-americano, é preciso eleições livres e justas, liberdade de expressão e de imprensa e liberdade de reunião. “Esses direitos são universais. Estão escritos nas Constituições africanas”, acrescentou, ao citar os exemplos das eleições na Namíbia, África do Sul e Nigéria.

Obama foi contundente ao falar que, apesar das eleições existirem, alguns líderes não querem cumprir suas constituições e não querem deixar o poder ao final do mandato. "Ninguém deve ser presidente para a vida."

O presidente dos Estados Unidos termina hoje a viagem à África, depois de viajar pelo Quênia e pela Etiópia. Ele foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar os dois países e discutiu temas ligados ao combate ao terrorismo na região, o conflito no Sudão do Sul e acordos bilaterais econômicos.