Policial mata homem negro desarmado no estado norte-americano do Arizona

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

Um policial branco matou a tiro um homem negro desarmado no Arizona, informaram as autoridades nessa quinta-feira (4), em um momento em que continuam os protestos em Nova York por casos similares. O incidente ocorreu quando o agente estava investigando denúncia relacionada a porte de droga do lado de fora de uma loja de conveniência.

O agente da polícia disse que o suspeito, de 34 anos, levou a mão esquerda ao bolso para sacar uma arma, na sequência de uma luta na quarta-feira (3) em Phoenix. Mais tarde, foi descoberto que a vítima, Rumain Brisbon, só tinha comprimidos no bolso.

“O policial acreditou ter sentido o cabo de uma arma, enquanto agarrava a mão do suspeito no bolso", disse, em comunicado, o Departamento de Polícia de Phoenix. "O agente foi incapaz de manter o controle sobre a mão do suspeito durante a luta. Temendo que Brisbon tivesse uma arma no bolso, disparou duas vezes, atingindo o suspeito no peito".

Brisbon foi socorrido por paramédicos, mas morreu no local. O agente não ficou ferido.

Marci Kratter, advogada que representa a família, disse: "Há inúmeras testemunhas que vão desafiar a versão do agente sobre o que aconteceu". Isso foi uma tragédia sem sentido. Ele estava desarmado e não representava nenhuma ameaça para ninguém. Queremos levar o caso até as últimas consequências", observou.

Casos similares ocorreram nos Estados Unidos nos últimos tempos. Um grande júri decidiu na quarta-feira não acusar um policial branco pela morte, por asfixia, de um negro desarmado em Nova York, que ocorreu em julho.

Essa decisão foi tomada uma semana depois de um grande júri ter decidido não acusar outro policial branco pela morte a tiro, em agosto, de um adolescente que estava desarmardo, em Ferguson, no estado do Missouri.

A indignação da cidade de Ferguson, com a decisão do júri que livrou o policial que matou o jovem negro Michael Brown, estendeu-se a 170 cidades em 37 estados norte-americanos, com milhares de pessoas saindo às ruas no fim de novembro.

Depois da morte do adolescente Michael Brown, outro caso ocorrido em novembro – o de Tamir Rice, de 12 anos, morto a tiro por um agente quando brincava com réplica de uma arma –, voltou a agitar as tensões raciais nos Estados Unidos.

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