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Cultura: Que Hist🧐ria é essa?

 Por: Etiene Bouças




O apelido "Scarface" de Al Capone é um dos mais emblemáticos da história do crime organizado, e sua origem está intimamente ligada à sua trajetória pessoal e à construção de sua figura lendária. A história por trás desse apelido remonta a um incidente ocorrido em 1929, em um clube noturno de Chicago, onde Capone foi ferido no rosto durante uma discussão com Frank Gallucio, irmão de uma das dançarinas do clube. A disputa, alimentada por provocações verbais e uma atmosfera de violência típica da época da Lei Seca, resultou em três cicatrizes profundas no rosto de Capone, que logo passaram a ser o distintivo visível de sua notoriedade.

Embora as cicatrizes de Capone tivessem um significado de vulnerabilidade, elas também representavam sua capacidade de sobreviver a uma vida de constantes confrontos e desafios. O apelido "Scarface" não apenas fez referência à aparência de Capone, mas também à sua reputação como um líder impiedoso no submundo do crime. Contudo, em um movimento surpreendente, Capone, conhecido por sua brutalidade, não buscou vingança contra Gallucio. Ao contrário, ele ofereceu-lhe uma trégua, surpreendendo aqueles que o viam apenas como um homem de violência desenfreada. Capone até contratou Gallucio como guarda-costas, uma decisão que, por um lado, consolidava a imagem de lealdade que ele cultivava entre seus subordinados, mas, por outro, desafiava as expectativas de vingança que normalmente acompanhavam figuras tão temidas.

Ao longo de sua vida, Capone fez questão de controlar sua imagem pública, criando uma narrativa que o tornava um herói militar e desmentia a verdadeira origem de suas cicatrizes. Ele evitava ser fotografado de perfil esquerdo, onde as marcas eram mais evidentes, e preferia que sua imagem fosse associada à bravura e não à sua fragilidade momentânea. Esse esforço de manipulação da imagem foi uma estratégia calculada para manter seu status como figura dominante e intimidante no cenário do crime organizado.

O apelido "Scarface" tornou-se, assim, muito mais do que uma simples marca física. Ele encapsulou a complexidade de um homem que, embora fosse um gângster cruel e implacável, também sabia jogar com as percepções públicas e controlar sua imagem para sustentar seu poder e influência. A história de Capone e seu apelido serve como um reflexo das dinâmicas de poder e reputação que permeavam o mundo do crime durante os anos de proibição nos Estados Unidos.

Fontes:

Larkin, E. (2012). Al Capone: The Life and World of the King of Chicago's Roaring Twenties.


Gould, L. (2010). The Chicago Mafia: The Ultimate Guide to the Mob's Most Powerful Crime Family.

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Era um imenso e luxuoso teatro, a maior casa de ópera do Brasil no século XIX, mas infelizmente, foi ao chão. 
Como seria bom poder chegar hoje, na Praça Castro Alves, e dar de frente com o Theatro São João. Mas infelizmente, ele ficou na memória depois que foi destruído por um incêndio suspeito em 1923. 

O Theatro São João foi inaugurado em 13 de maio de 1812, data do aniversário do Príncipe Regente Dom João. Daí veio o nome do teatro que foi uma das grandes obras realizadas no período em que a Família Real portuguesa governou a partir do Brasil (1808 a 1821). 

Era uma belíssima construção e tinha capacidade para 800 pessoas na sua plateia e camarotes. Há historiadores que afirmam que a capacidade seria 2 mil pessoas. 

Lindamente decorado, era um luxo em seu interior: todo forrado com madeira de lei, cheio de pinturas e esculturas trazidas da Europa, com cortinas de seda e lindas escadarias. 

Artistas do mundo inteiro se apressentavam no seu palco, especialmente as companhias portuguesas, italianas, espanholas, além das brasileiras. 

A elite financeira da Bahia era o público. Uma elite escravagista que se deparava com um grande incômodo quando chegava ao teatro: um jovem poeta recitava seus versos contra a escravidão bem na porta de entrada. Era Castro Alves desafiando a sociedade da época com seus versos fortes e belos. 

Por isso, depois da morte do poeta, o antigo Largo do Teatro foi batizado como Praça Castro Alves. E no ano do incêndio que destruiu o lindo prédio, a praça ganhou a famosa estátua do poeta. Esculpida pelo italiano Pasquale De Chirico, ela guarda os restos mortais de Castro Alves, sendo assim também um mausoléu. 

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1 das 7 Maravilhas do Mundo Antigo: a Estátua de Zeus em Olímpia


A estátua de Zeus, na cidade de Olímpia, foi construída por volta de 450 a.C., em homenagem ao principal deus grego, pelo escultor e arquiteto grego Fídias. A estátua media de 12 a 15 metros de altura – o equivalente a um prédio de cinco andares – e era toda de marfim e ébano. Os olhos da mesma eram constituídos por pedras preciosas.

A imagem retratava Zeus sentado num trono: possuía sobre sua cabeça uma representação de uma coroa de ramos de oliveira, na mão esquerda segurava um ceptro, sobre o qual se encontrava a escultura de uma águia e na mão direita, uma escultura da deusa da vitória (Nicéia).

Pela altura da construção da estátua, Esparta e Atenas travavam lutas pela hegemonia no mar Mediterrâneo, o que mergulhou a Grécia antiga numa sucessão de guerras. Apesar disso, o confronto armado entre os povos que habitavam a faixa litoral do mar Egeu não prejudicou as realizações culturais e artísticas da época, tanto que o século V a.C. ficou conhecido como o século de ouro da história grega, devido ao extraordinário florescimento da arquitectura, da escultura e de outras artes.

Em 170 a.C., um terramoto abalou o templo e a estátua. O monumento foi restaurado, mas no século IV sofreu novo ataque, quando o imperador Constantino de Bizâncio determinou que fosse retirado todo o ouro que decorava o templo.

Transferida para Bizâncio em 420, a bela estátua foi destruída por um incêndio em 475.

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Quando falamos das pirâmides do Egito, a maioria das pessoas imagina essas imponentes estruturas solitárias no meio do deserto, mas a realidade é bem diferente.

As pirâmides estão cercadas por uma cidade que continua a crescer em população e que se aproxima cada vez mais destas gigantescas obras arquitetônicas. Atualmente, as pirâmides de Gizé estão muito próximas da cidade do Cairo, com apenas alguns quilômetros de distância. A expansão urbana levou a cidade a se aproximar cada vez mais destas maravilhas do mundo antigo.

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Em 1922, duas das figuras mais icônicas das artes cênicas, Charlie Chaplin e Anna Pavlova, cruzaram seus caminhos, cada um no auge de suas carreiras artísticas. Chaplin, o adorado comediante do cinema mudo conhecido por seu personagem "The Tramp", já havia se tornado um nome conhecido com seu estilo cômico inovador e comentários sociais pungentes. Enquanto isso, Pavlova, uma lendária bailarina da Rússia, estava cativando o público em todo o mundo com suas performances etéreas e talento notável.

A ascensão de Chaplin à fama começou no início da década de 1910 e, na década de 1920, ele se estabeleceu como um pioneiro do cinema mudo. Seus filmes, como "The Kid" (1921), mostraram não apenas seu gênio cômico, mas também sua capacidade de evocar emoções profundas, tocando o público em todo o mundo. Com seu chapéu-coco, bengala e bigode característicos, o Tramp de Chaplin se tornou um símbolo das lutas do homem comum durante uma época de convulsão e mudança social.

 Anna Pavlova, por outro lado, foi celebrada por sua graça e arte no balé. Nascida em São Petersburgo em 1881, ela treinou na Escola Imperial de Balé e se tornou uma das primeiras bailarinas a ganhar reconhecimento internacional. As performances de Pavlova foram caracterizadas por seu estilo expressivo e pela habilidade de transmitir emoção através da dança, fazendo dela uma figura reverenciada no mundo do balé clássico. Ela é talvez mais lembrada por seu papel icônico em "The Dying Swan", uma performance que encapsulou sua beleza delicada e profundo talento.

O encontro de Chaplin e Pavlova em 1922 foi uma ocasião importante que reuniu dois gigantes do mundo do entretenimento. A conexão deles não era apenas profissional, mas também pessoal, pois eles compartilhavam uma admiração mútua pela arte um do outro. Chaplin era conhecido por ser um fã fervoroso de balé, enquanto Pavlova admirava a habilidade de Chaplin de misturar humor com comentários sociais pungentes.

Além de sua paixão compartilhada pelas artes, Chaplin e Pavlova entendiam os rigores da vida sob os holofotes.  Ambos enfrentaram as pressões e expectativas que acompanhavam a fama, mas também abraçaram seu ofício com um senso de alegria e criatividade. Sua colaboração, embora não extensa em um sentido formal, destacou os limites fluidos entre diferentes formas de expressão artística durante essa era vibrante.

Seus caminhos se cruzaram em vários eventos e encontros, muitas vezes resultando em uma deliciosa troca de ideias e filosofias artísticas. O brilhantismo cômico de Chaplin complementou a arte graciosa de Pavlova, criando um rico diálogo entre cinema e dança. Eles incorporaram o espírito de inovação que caracterizou a década de 1920, uma época em que a indústria do entretenimento estava evoluindo rapidamente e novas formas de expressão estavam sendo adotadas.

Enquanto Chaplin revolucionaria a indústria cinematográfica com sua narrativa sonora e visual, Pavlova continuou a viajar pelo mundo, espalhando a beleza do balé e inspirando gerações de dançarinos. O legado de seu encontro transcendeu o momento, pois ambos os artistas deixaram uma marca indelével em seus respectivos campos.

 Ao refletir sobre essa breve intersecção de dois gigantes artísticos, pode-se apreciar o profundo impacto que eles tiveram no mundo da performance. Charlie Chaplin e Anna Pavlova, cada um mestre em sua arte, não apenas entretiveram o público, mas também inspiraram futuras gerações de artistas a explorar os limites da criatividade e da expressão. Seus legados perduram, lembrando-nos do poder da arte de conectar, elevar e transformar vidas.

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 A PRIMEIRA FAMÍLIA NEGRA MAIS RICA DOS EUA:

Junius G. Groves 1859 - 1925.

Agricultor, proprietário de terras e empresário Junius G. Groves foi um dos americanos negros mais ricos do início do século XX. Nascido escravo em Green County, Kentucky, Groves foi mais tarde libertado e juntou-se a outros homens livres no "Grande Êxodo" para o Kansas em 1879, eventualmente encontrando trabalho como agricultor. Impressionado com a sua forte ética de trabalho e produção, o empregador de Groves ofereceu-lhe nove acres de terra para cultivar em ações.

Em 1884, ele e sua esposa Matilda tinham poupado o suficiente para comprar 80 acres de terra perto de Edwardsville, Kansas. Tão bem-sucedido foi o empreendimento que, apenas quatro anos depois, eles tinham adquirido um total de 2.000 acres e substituído a sua barraca de um quarto por uma mansão de 22 quartos.

Groves fez um nome para si mesmo como produtor de batatas, produzindo até 721.500 alqueires num ano - muito longe mais do que qualquer outro agricultor - e ganhando o título de "Rei da Batata do Mundo". ” Ele também operou uma loja geral, manteve vários pomares e tinha investimentos em vários interesses de mineração e bancária. Groves trabalhou na fazenda até sua morte em 1925. Ele atribuiu seu sucesso ao trabalho árduo e devoção infinitos de sua esposa e 12 filhos.

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Os arqueólogos suspeitaram durante muito tempo que algumas das "cabeças" da Ilha de Páscoa tinham um corpo enterrado. Ao mesmo tempo, as "cabeças gigantes", com vários metros de altura, eram consideradas uma exceção. 
De fato, se essas cabeças tivessem um corpo por baixo, teriam de ser verdadeiros gigantes de pedra, com pelo menos 20 metros de altura, para que as proporções fossem respeitadas.

Escavações recentes mostraram que as "cabeças gigantes" da Ilha de Páscoa são, na verdade, "gigantes de pedra" enterrados, cujas cabeças emergiram da terra... Como é que estátuas de várias toneladas puderam ser enterradas a quase 20 metros de profundidade? Se o fizeram de propósito, como conseguiram fazê-lo sem as quebrar?

A Ilha de Páscoa não é mais do que um pequeno ilhéu. Onde encontraram a mão de obra para enterrar dezenas e dezenas de "gigantes de pedra" no meio do oceano? Questões sem resposta.

Os egípcios eram capazes de realizar coisas semelhantes, mas dispunham da mão de obra de um império. Que mão de obra tinham os habitantes da minúscula Ilha de Páscoa?

A mesma coisa aconteceu em Nan Madol. Um povo misterioso construiu uma metrópole numa pequena ilha no meio do oceano. Claro que isso é possível. Mas a condição é ter a mão de obra de um império. 

Mas que mão de obra havia numa ilha totalmente isolada no meio do oceano Pacífico?

A mesma coisa ocorreu na fronteira entre a Turquia e 

a Síria. Um complexo megalítico inteiro foi completamente enterrado, sem que se soubesse por quem e sem que se soubesse porquê. Este sítio foi chamado de "Göbekli Tepe", que significa "a colina do ventre". Mas debaixo desta colina esconde-se um dos maiores mistérios da humanidade.

Estudos recentes, realizados com o auxílio de georradares, revelaram que existem dezenas de sítios semelhantes a Göbekli Tepe "enterrados" a vários metros de profundidade. Trata-se de uma civilização desconhecida que desapareceu em consequência de um cataclismo natural? Ou de um cataclismo natural?

Vários artigos científicos publicados na famosa revista científica NATURE informam que há mais de 10 000 anos, uma série de cometas atravessou a atmosfera terrestre, despedaçando-se em milhares de fragmentos. 

A Terra sofreu um verdadeiro bombardeio de fragmentos que atingiram pelo menos quatro continentes. Nada mais foi como antes.

A pré-história conheceu uma verdadeira "apocalipse" que aniquilou um número indeterminado de "homo sapiens". As ruínas da Ilha de Páscoa correspondem às de Göbekli Tepe?

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Medusa é uma das figuras mais emblemáticas da mitologia grega, conhecida como uma das três Górgonas. Ao contrário de suas irmãs imortais, Esteno e Euríale, Medusa era mortal. Ela era descrita como uma mulher com serpentes no lugar dos cabelos, e qualquer pessoa que a olhasse diretamente nos olhos seria transformada em pedra. 
Originalmente, Medusa era uma bela jovem. Segundo a versão mais comum do mito, ela foi transformada numa Górgona por Atena. Medusa, que era sacerdotisa do templo da deusa, teria sido seduzida ou violentada por Poseidon dentro do templo de Atena. Furiosa pela profanação de seu templo, Atena puniu Medusa, transformando a sua beleza numa monstruosidade. Assim, Medusa passou a ter serpentes como cabelos, e o seu olhar se tornou fatal.

Medusa vivia isolada, até que Perseu, um dos heróis gregos, foi encarregado de matá-la como parte de uma missão dada pelo rei Polidectes. Com a ajuda de presentes divinos — sandálias aladas de Hermes, o capacete da invisibilidade de Hades e um escudo polido dado por Atena — Perseu conseguiu se aproximar de Medusa sem olhar diretamente para ela, usando o reflexo no escudo para guiá-lo. Ele decapitou Medusa enquanto ela dormia.

Do sangue de Medusa, surgiram dois seres mitológicos: o cavalo alado Pégaso e o gigante Crisaor. Após a sua morte, a cabeça de Medusa manteve o poder de petrificar qualquer um que a olhasse. Perseu a usou em várias ocasiões, incluindo para derrotar os seus inimigos. Eventualmente, ele ofereceu a cabeça de Medusa a Atena, que a colocou no seu escudo, o égide.

A figura de Medusa é frequentemente vista como um símbolo de poder feminino e de vingança. Sua história também explora temas de transformação, punição e monstruosidade, refletindo o modo como a mitologia grega lidava com questões de beleza, poder e justiça.

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Esta fotografia, supostamente tirada por Edward Curtis em 1908, captura um momento da vida dos nativos americanos. Curtis era conhecido por seu extenso trabalho documentando as tribos indígenas durante o final do século XIX e início do século XX. Sua fotografia focava na vida cotidiana, cultura e costumes dos povos indígenas em toda a América do Norte. 
Nesta imagem específica, vemos dois nativos americanos a cavalo, cobertos com mantas, parados perto de um tipi em uma paisagem nevada. Essa configuração provavelmente representa uma cena de inverno, onde o tipi serve como uma forma de habitação, típica das tribos da região das Grandes Planícies. Os tipis eram portáteis e adequados para estilos de vida nômades, fornecendo abrigo contra os elementos severos.

O trabalho de Curtis é significativo porque visava preservar as práticas culturais e o modo de vida dos nativos americanos, que ele acreditava estar desaparecendo devido à rápida expansão dos assentamentos euro-americanos e às políticas governamentais. Embora seu trabalho seja às vezes criticado por romantizar as culturas indígenas, ele continua sendo um registro histórico valioso.

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INFLUÊNCIA GREGA DECISIVA NA ARTE CHINÊS

O Exército de Terracota do mausoléu do 'Primeiro Imperador', Qin Shi Huang, de 8.000 soldados, 130 carroças e 670 cavalos, e as esculturas de bronze encontradas no complexo funerário do ano 210 a.C.

Os arqueólogos encontraram perto do jazigo pegadas de DNA mitocondrial em restos humanos enterrados de origem grega, eles teriam trazido o estilo da arte grega dessa época porque nunca antes existiram estátuas humanas de tamanho natural na China.

Soldados de barro chamados "Exército de Terracota", que datam de 2.200 anos e somam mais de 8.000, foram encontrados por acaso por um fazendeiro em Xian, China, em 1974. Cada uma destas estátuas de soldados, cuja altura varia entre 1,83 e 1,95 cm, tem uma expressão facial diferente. Também estima-se que havia 520 cavalos, 130 carroças e 150 cavalos de cavalaria além dos soldados de barro. O túmulo pertence ao primeiro imperador chinês, Qin Shi Huang, e acredita-se que este exército guardava o túmulo de Qin Shi Huang.

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A PEDRA DO ESCÂNDALO

 A expressão “a pedra do escândalo” refere-se a alguém que dá um mau exemplo através do seu comportamento repreensível. 

Mas de onde vem essa expressão?  Na Roma antiga, quem não pagava as suas dívidas era submetido à humilhação pública: o “bonorum cessio culo nudo super lapidem”, ou seja, a “cessão de bens com as nádegas nuas na pedra”, precisamente no “escândalo pedra".  

E o infrator, ao bater três vezes com força nas nádegas nuas na pedra, teve que gritar “Desisto de todos os meus bens”.

 A partir daí, a dívida foi extinta e os credores não puderam mais reclamar ou exigir nada.

Em Roma, ficava em frente à Porta Maggiore do Capitólio e consistia em uma grande rocha com uma cabeça de leão esculpida para tornar o castigo ainda mais doloroso.

Em Florença ainda pode ser visto na Loggia del Porcellino (Mercato Nuovo), em Modena (ainda visível), ficava na Piazza Grande e, na hora do castigo, estava untado com terebintina!

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TERMÓPOLIO DE VETUTIUS PLACIDUS, POMPEIA. 

Na Roma antiga, o Termopólio era um lugar onde era possível beber e comer algo quente. 

Pode ser considerado como o fast food ou lanchonete de hoje. Romanos antigos que trabalhavam longe de casa foram lá para um almoço rápido. O termopólio mais bem preservado em Pompeia (89 foram encontrados) é o de Lúcio Vetício Placido (Regio I, Insula 8. Embutidos no balcão ricamente decorado havia 6 dolia (recipientes esféricos de terracota

utilizados para conter alimentos, como grão-de-bico, feijão, frutas secas. 

Em uma das dolia algumas moedas foram encontradas (1385 moedas de bronze com um valor total igual a aproximadamente 585 sestércios) agora visíveis no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles). 

Eles foram provavelmente o produto de vários dias de atividade. 

Talvez os donos do lugar tenham decidido escondê-los. Interessante é o edículo na parede traseira, particularmente bem preservado, que constitui um larário dedicado aos deuses protetores da casa (Lari), ao Gênio protetor do dono, ao deus do comércio (Mercúrio) e ao deus do vinho (Dionísio). 

A casa privada do proprietário foi anexada ao quarto, que foi acessada através de uma entrada independente. 

Havia também um jardim interno, onde ervas aromáticas úteis para cozinhar eram cultivadas.

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Árvore de 2000 anos na África do Sul chamada Árvore da Vida. 


A árvore Baobá 


Árvores baobás estão entre as árvores mais únicas que crescem na África.  De acordo com uma estimativa, essas árvores estão entre as árvores mais antigas da terra. 

Na savana (África), o clima está muito seco. Onde outras árvores crescem com dificuldade. 

A árvore baobá prospera lá.

Durante a estação chuvosa, a árvore baobab absorve e armazena água no seu amplo tronco. 

Uma árvore cheia pode armazenar milhares de litros de água dentro de si mesma. 

A água armazenada em seu tronco é tanto que a árvore pode sobreviver por anos graças a esta água. Pode sobreviver até na seca.

A árvore baobab pode crescer até 30 metros de altura.

E pode viver até cinco mil anos.

Árvores baobab podem fornecer abrigo, comida e água para animais e humanos, por isso muitas comunidades savanas construíram suas casas. 

Feito perto dos baobás. E esta árvore é considerada a árvore da vida.

Os frutos desta árvore também são extremamente ricos em nutrientes e antioxidantes.

A fruta baobá é a única fruta do mundo que seca naturalmente no seu ramo.

Em vez de cair e estragar, ele fica no galho e amadurece ao sol por 6 meses; a polpa da fruta seca completamente.

Seu revestimento verde veludo se transforma em uma casca dura em forma de coco.

 Fruta 100% pura em sua forma natural. Incrivelmente, a fruta tem uma vida útil natural de 3 anos.

Tem sido usado há anos para tratar fadiga, digestão, proteção contra doenças e infecções, bem como para embelezar a pele.

As cordas são feitas da casca desta árvore. Enquanto suas folhas são comidas ansiosamente pelo gado.

E água clara no seu caule pode se beber.Enquanto o óleo feito de suas sementes de fruta é usado em cosméticos. cujo valor é muito alto no mercado.

Árvores baobás crescem em algumas das partes mais secas, remotas e mais pobres da África rural. 

De acordo com um relatório da National Geographic, a demanda por esta árvore está aumentando devido às suas características únicas.

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Apenas 30 anos atrás, este era o local da 4ª maior massa de água interior do nosso planeta; um mar antigo tão vasto que até Alexandre, o Grande, escreveu sobre suas lutas para atravessá-lo; onde o comércio pesqueiro cresceu e os turistas já se reuniram em sua cidade termal à beira-mar.

Agora, pela primeira vez em 600 anos, o Mar de Aral está (quase) seco, e a frota de navios enferrujados deixados em seu rastro tornou-se uma das únicas provas do passado.

O Mar de Aral é (ou era) tão grande que se espalha por dois países da Eurásia que agora se estendem por seus restos empoeirados: Uzbequistão e Cazaquistão

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Um dos guerreiros de terracota foi encontrado quase perfeitamente preservado, com calçados detalhados projetados para aderência, mostrando que as pessoas pensavam em design prático de sapatos há mais de 2.200 anos.
 

Cada um dos 8.000 guerreiros de barro é único, sem dois exatamente iguais. 

Depois que o túmulo foi concluído por volta de 210-209 a.C., foi roubado e incendiado, causando o colapso do telhado e destruindo os guerreiros.

Todos os guerreiros exibidos hoje foram cuidadosamente restaurados. 

Originalmente, estas figuras foram vividamente pintadas, mas as cores desvaneceram rapidamente para a exposição depois de terem sido descobertas na década de 1970.

Os guerreiros foram feitos para proteger o túmulo de Qin Shi Huang, o primeiro imperador de uma China unificada. 

Há rumores de que o túmulo, que permanece fechado, contenha uma réplica do seu império, completa com um teto decorado com pérolas que se assemelha ao céu noturno, tesouros raros e armadilhas para dissuadir os ladrões.

Os trabalhadores que construíram o túmulo foram supostamente enterrados com o imperador para manter sua localização secreta. Registros antigos afirmam que o túmulo inclui rios modelos e mares feitos com mercúrio, fluindo dentro dele. Testes modernos encontraram níveis de mercúrio alta no solo ao redor do túmulo, apoiando estes relatos históricos.

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  HISTÓRIA DA ARTE


Titulo: Christ Crowned with Thorns -1470

Cristo coroado de espinhos

Autor: Dieric Bouts, c . 

Ficha técnica: 36.8 x 27.8 cm. 

Acervo: National Gallery, Londres.


Ao contemplar as lágrimas que escorriam pelo rosto de Cristo, somos confrontados com a realidade do sofrimento e da injustiça que Ele enfrentou. Essas lágrimas não eram apenas reflexo de uma dor física intensa, mas também de uma tristeza profunda pela condição humana e pelos pecados que O levaram a esse momento.

As lágrimas de Cristo transcendem o simples ato de chorar. Elas são um símbolo de Sua entrega total e sacrifício supremo. Em meio à agonia da crucificação iminente, Ele derramou lágrimas de compaixão e misericórdia por todos nós, pecadores perdidos em busca de redenção.

A OBRA

O artista dá vida aos tormentos de Jesus, mostrando-o de perto e com detalhes agonizantes. Nossos olhos são atraídos para as sombras azuis dos espinhos cravados profundamente em sua testa. Suas lágrimas translúcidas se misturam com o sangue escorrendo pelo seu rosto.

Pequenas pinturas devocionais como esta foram usadas para ajudar na oração privada. A pintura foi claramente planejada para ser vista de perto, e o nível de detalhe nos atrai cada vez mais fundo. Podemos ver cada fio de cabelo e nas sobrancelhas de Cristo, e as lágrimas em seus olhos avermelhados. 

O foco pretendido da pintura, é lembrar aos espectadores (cristãos) que Deus se tornou homem e morreu na cruz pelo bem da humanidade. 

Os movimentos religiosos populares do final do século XV sustentavam que a meditação sobre a dor da Paixão oferecia um caminho para a salvação. Nos Países Baixos, a Devotio Moderna (“Devoção Moderna”, um movimento religioso que se centrava na espiritualidade pessoal e não no ritual da igreja) incentivou a meditação sobre a dor infligida pela coroa de espinhos. 

Thomas à Kempis, um importante membro inicial do movimento, escreveu uma oração à cabeça de Cristo descrevendo os “mais dolorosos sofrimentos que, na espinhosa coroação de sua sagrada cabeça, você suportou por nós”. Joseph H. Green, um eminente cirurgião foi dono da pintura no século XIX. A obra foi doada para a National Gallery pela esposa de Joseph.

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HISTÓRIA DA ARTE 

Título: Dona Zélia - 2024

Autor: Alfredo Vieira 

Técnica: óleo sobre tela


No coração do Brasil profundo, onde a modernidade ainda se entrelaça com tradições seculares, a figura de uma senhora humilde cozinhando em um fogão a lenha é uma imagem que evoca multiplicidade de significados que transcendem o ato cotidiano de preparar uma refeição, revelando um universo rico em histórias, lutas e esperanças.

A senhora, provavelmente marcada pelo passar dos anos e pelas experiências da vida, é uma guardiã de saberes que passaram de geração em geração. O fogão a lenha, com seu calor acolhedor e seu aroma inconfundível, representa não apenas uma técnica de cozinhar, mas um modo de vida. A fumaça que serpenteia pelo ar é um testemunho silencioso das histórias contadas em volta daquele fogo.

A casa simples, é uma metáfora da vida no campo, onde a vulnerabilidade e a força coexistem. Em cada rachadura da parede, em cada tábua desgastada, reside a história de quem ali habita, de suas lutas diárias para garantir o sustento da família e preservar suas tradições. Essa senhora, apesar das dificuldades, é um pilar de esperança e resistência, um testemunho da capacidade humana de se adaptar e de encontrar beleza nas pequenas coisas.

Portanto, ao olharmos para essa imagem, somos convidados a refletir sobre o Brasil profundo, um país que carrega em seu seio a diversidade de culturas, realidades e modos de vida. Essa senhora humilde que cozinha em seu fogão a lenha se torna um símbolo da força silenciosa que sustenta a alma do Brasil, um país que, em sua essência, é feito de gente como ela.

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 Sabia que o nome do café Cappuccino veio dos padres Capuchinhos italianos? Mas o que isso tem a ver com a história de Salvador? O café não tem nada a ver, mas os padres têm. 
Foram os capuchinhos franceses que ergueram o Hospício de Nossa Senhora da Piedade e os capuchinhos italianos que ampliaram e ergueram a igreja, no século XVII. Mas atenção: hospício significava hospedagem. Era o lugar onde os padres moravam. 

A Ordem dos Capuchinhos surgiu de uma divisão da Ordem dos Franciscanos, criada pelo próprio São Francisco de Assis. Portanto, eles também valorizavam a caridade, a simplicidade e a humildade. 

Em 1698, os portugueses expulsaram os capuchinhos franceses do Brasil alegando que eram “suspeitos de traição política” porque eles haviam chegado ao Brasil trazidos pelos holandeses, invasores que tentaram tomar a nossa cidade nove vezes. 

Na mesma ocasião, os capuchinhos italianos foram convidados para vir ao Brasil substituir os franceses. E em Salvador, eles ampliaram o antigo hospício entre 1709 e 1717, e outra vez entre 1809 e 1825, dando à construção o estilo neoclássico. Foi quando a igreja ganhou uma cúpula toda revestida com azulejos italianos. Mas, infelizmente, a fachada atual da igreja não é mais a original: ela foi modificada no início do século XX.

Pra fechar a história e explicar a curiosidade sobre o nome do famoso Café Cappuccino, ele foi inspirado no capuz utilizado pelos frades capuchinhos italianos. Os padres usavam um capuz pontudo e engraçado. Aí, as crianças começaram a chama-los de “cappuccini” (capuz, em italiano). E como o famoso café, também criado na Itália, tem um “capuz” de leite por cima, também ganhou o mesmo nome. 


 Fotos: Camillo Vedani/IMS)

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Não é montagem. Você realmente está vendo roupas e lençóis estendidos na Ladeira de São Bento.

Esta cena era comum no séc. XIX, quando a Ladeira de São Bento era morada de algumas das famílias mais ricas da cidade. Seus casarões ainda existem, mas infelizmente, estão mal conservados. 

Na foto de 1874, note também as mudas plantadas. Atualmente, são grandes árvores que dão sombra ao local. 

O nome da ladeira veio do Mosteiro de São Bento, a primeira construção beneditina das Américas. Originalmente erguido em 1582, ele ficava fora dos muros da Cidade do Salvador. Lembre-se que ela tinha duas portas: Porta de Santa Catarina e Porta de Santa Luzia. Essa última ficava onde atualmente existe a Praça Castro Alves, voltada para o lado do mosteiro. Por isso passou a ser chamada de “Porta de São Bento”. 

O mosteiro e sua igreja, que é dedicada a São Sebastião, passaram por muitas transformações ao longo da história. A construção que ainda existe começou a ser erguida no século XVII e foi reformada depois da invasão holandesa (1624/25). Os holandeses eram protestantes e, por isso, destruíram todas as igrejas católicas da cidade. Coube ao monge arquiteto Frei Macário de São João começar a construção do atual prédio que só foi totalmente concluída no século XIX, quando ganhou o estilo neoclássico.

Se essa preciosidade histórica está de pé até hoje, agradeça à sociedade do início do século XX. Por volta de 1915, o então governador JJ Seabra inaugurou a Avenida Sete ligando a Praça Castro Alves ao Farol da Barra. O projeto original previa a demolição da igreja e de parte do mosteiro, mas a sociedade da época reagiu e impediu esse absurdo. 


 Foto: Marc Ferrez, 1874, IMS)

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A Cidade Perdida de Atlântida:

 O Mistério Submerso.


Atlantis, a lendária cidade avançada, diz-se que foi engolida pelo oceano em um único dia e noite de infortúnio. Sua existência continua sendo um dos maiores enigmas da história antiga. 

📝 Platão foi o primeiro a mencionar Atlantis nos seus diálogos "Timeo" e "Critias".

📝 Diz-se que a cidade estava situada além das Colunas de Hércules, que hoje é o Estreito de Gibraltar.

📝 Atlantis era supostamente uma civilização extremamente avançada em tecnologia e cultura.

📝 Alguns acreditam que a história de Atlantis pode ser um mito baseado em catástrofes naturais reais, como a erupção da ilha de Santorini.

📝 A localização exata de Atlantis foi alvo de especulação há séculos, com propostas que vão do Mediterrâneo à Antártida.

Atlantis poderia ter sido uma civilização real ou é apenas um mito criado para alertar sobre o poder destrutivo do orgulho humano?

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O famoso local de pegadas de dinossauros em Cal Orck'o, Bolívia, é um dos locais mais espetaculares do gênero no mundo. 
 Esta parede enorme se estende por 1,6km e tem mais de 100 metros de altura, com uma inclinação íngreme de 72 graus — uma prova do imenso poder das forças geológicas (fique tranquilo, os dinossauros não escalaram a parede como o Homem-Aranha).

O local apresenta mais de 5.000 pegadas individuais e 462 rastros, feitos por pelo menos oito espécies diferentes que vagavam pela área há cerca de 68 milhões de anos. Entre essas pegadas, há uma que se estende por mais de 300 metros de comprimento!

As fotos deste local incrível foram capturadas por Jerry Daykin, Ramon Kristian Arellano, Pete Oxford e Carsten Drossel.

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Entre o norte da China e o sul da Mongólia estende-se a maior zona desértica da Ásia, e a quinta maior do mundo, com uma superfície que ultrapassa facilmente o milhão de quilómetros quadrados de superfície. Embora seja mais próprio de uma lenda ou relato histórico, no árido deserto de Gobi é possível encontrar um verdadeiro paraíso entre as dunas de areia. Estamos nos referindo ao conhecido como "Lago Crescent Lake" (Crescent Lake), um verdadeiro oásis localizado nos arredores da cidade chinesa de Dunhuang, dentro da província de Gansu. É difícil acreditar que tenha durado mais de 2.000 anos com um clima tão extremo, mas felizmente continua fazendo parte de um dos quatro grandes arenais da China, e fazendo as delícias de todos os turistas que chegam a Dunhuang, um ponto importante na antiga Rota da Seda... China... 

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Sabia que a Casa do Penedo, também conhecida como "Casa de Pedra" ou "Casa dos Flintstones", é uma construção singular localizada nas montanhas de Fafe, no norte de Portugal.
 Foi construída em 1974 como uma casa de férias, caracterizada por estar integrada no seu ambiente natural, utilizando quatro grandes rochas como parte da sua estrutura.

A casa, que se assemelha a uma cabana pré-histórica, tem um teto de palha e janelas e portas de madeira.

Apesar da sua aparência rústica e antiga, no seu interior tem confortos modernos. Com o tempo, tornou-se uma atração turística devido ao seu design único e à sua integração com a paisagem circundante.

A Casa do Penedo é um exemplo de arquitetura orgânica, onde a estrutura se adapta à natureza em vez de modificá-la.

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HISTÓRIA GERAL
 


Carlos II da Espanha (1661–1700), último da dinastia espanhola dos Habsburgos, era conhecido como El Hechizado (O Enfeitiçado) por causa de sua saúde debilitada e natureza débil.  

Ele sofria de uma série de distúrbios, incluindo atraso no desenvolvimento, deficiência intelectual, disartria, deformidade esquelética, infecções recorrentes, epilepsia e infertilidade. O ramo espanhol da família real dos Habsburgos foi caracterizado por uma acentuada endogamia, e a linhagem masculina morreu com Carlos II. 

Vários diagnósticos foram apresentados para explicar a enfermidade de Carlos II, embora nenhum explique completamente a extensão das suas doenças. 

Nas imagens vemos uma pintura de Carlos II versus como ele seria aos 35 anos.

Carlos II foi o resultado da endogamia porque as famílias reais não tinham filhos com outras pessoas que não fossem da realeza, já que na época se acreditava que a procriação com outros não-membros da realeza corromperia uma realeza pura. 

Tudo começou com Felipe e Joana de Castela, que deram vida a uma linhagem problemática: Carlos era primo de primeiro grau da sua própria mãe, além de ser sobrinho-neto de seu pai; logo, sua avó também era sua tia.

No entanto, esta consanguinidade constante causou profundas deficiências físicas e intelectuais, sendo Carlos um exemplo proeminente disso, tinha múltiplas deficiências. Ele ficava frequentemente muito doente e sobreviveu a ataques infantis de sarampo, varicela, rubéola e varíola, todos eles potencialmente fatais. Ele também ficou careca aos 35 anos e morreu aos 38. Sua autópsia revelou que alguns de seus órgãos internos estavam funcionando parcialmente, deformados ou muito pequenos em comparação com a média.

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Jardim do imperador Calígula é encontrado por acaso perto da Cidade do Vaticano, cano contendo uma inscrição com o nome do governante foi descoberto durante obras de construção de um viaduto

Trabalhadores da construção civil na Itália descobriram um jardim de dois mil anos que remete ao Império Romano. Os pesquisadores acreditam que ele pertenceu ao imperador romano Calígula.  As ruínas foram encontradas perto da Cidade do Vaticano durante as obras de um novo viaduto na Piazza Pia às margens do rio Tibre, que atravessa Roma.

Cano de chumbo

Ao remover os escombros, os arqueólogos encontraram um cano de água de chumbo com a inscrição: "C(ai) Cæsaris Aug(usti) Germanici." Os pesquisadores identificaram que o nome se referia a Caio César Augusto Germânico, mais conhecido como Calígula, apelido que ele recebeu na infância pelos soldados de seu pai.

Com base nessa inscrição, os pesquisadores acreditam que o jardim provavelmente pertenceu a Calígula. O infame imperador romano, que assumiu o trono em 37 d.C., era conhecido por sua liderança tirânica e sádica, humilhando frequentemente seu senado. Em 41 d.C., a Guarda Pretoriana, que deveria protegê-lo, acabou assassinando o imperador.

Essa conclusão é reforçada por um trecho do antigo texto "Sobre a Embaixada a Caio," escrito pelo filósofo egípcio Fílon de Alexandria. Ele descreve como Calígula se encontrou com um representante dos judeus que viviam em Alexandria, Egito, em um grande jardim ao longo do Tibre. Nesse período, havia uma crise entre os judeus alexandrinos e a população greco-alexandrina, marcada por violência e intolerância religiosa. No entanto, Calígula rejeitou os pedidos dos judeus por autonomia religiosa, apoiando os gregos. 


FONTES: LIVE SCIENCE

IMAGENS:  MINISTÉRIO DA CULTURA DA ITÁLIA/DIVULGAÇÃO

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  Cleópatra chegou ao trono aos 17 anos e morreu aos 39... Falou 16 línguas. Cleópatra conhecia a língua do antigo Egito e aprendeu a ler hieróglifos, um caso único na sua dinastia.
 Fora isso,  conhecia o grego e as línguas dos partos, hebreus, medos, trogloditas, sírios, etíopes e árabes. Com esse conhecimento, qualquer livro do mundo estava aberto para ela.

Além de línguas, estudou geografia, história, astronomia, diplomacia internacional, matemática, alquimia, medicina, zoologia, economia e outras disciplinas. Tentou aceder a todo o conhecimento da sua época Cleópatra passava muito tempo em um laboratório antigo.

Escreveu algumas obras relacionadas com ervas e cosméticos. Infelizmente, todos os seus livros foram destruídos no incêndio da grande biblioteca de Alexandria do ano 391d. C.

O famoso físico Galeno estudou sua obra e foi capaz de transcrever algumas das receitas idealizadas por Cleópatra. Um desses remédios, que Galeno também recomendou aos seus pacientes, era um creme especial que poderia ajudar homens carecas a recuperar o cabelo.

Os livros de Cleópatra também incluíam truques de beleza, mas nenhum deles chegou até nós. A rainha do Egito também estava interessada na cura através das ervas, e graças ao seu conhecimento de idiomas tinha acesso a inúmeros papiros que se encontram perdidos hoje.

Sua influência na ciência e na medicina era bem conhecida nos primeiros séculos do cristianismo.


Foto do filme com a atriz Elisabeth Taylor. 

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“A feiúra é superior à beleza, porque dura para sempre”. 

O autor dessa frase, Serge Gainsbourg, era feio e franzino, narigudo e orelhudo, tinha olheiras e dentes podres. Além disso, vivia bêbado, fumava sem parar e consumia drogas em volumes industriais. Tinha, por assim dizer, o gosto da sarjeta.  Mesmo assim foi um dos maiores sedutores de seu tempo, basta citar, entre as mulheres que se renderam ao seu encanto e charme, Brigitte Bardot, Catherine Deneuve, Juliette Gréco e Jane Birkin. Gainsbourg também colecionava escâncalos e foi preso diversas vezes.

O maior sucesso de Gainsbourg, a canção-orgasmo ‘Je t’aime, moi non plus’, foi escrita originalmente para Brigitte Bardot, no final dos anos 60, mas a atriz se recusoua  gravá-la por conta do conteúdo sexual – a melodia é pontuada por gemidos de prazer explícito. 

A versão de 1974, um dueto Gainsbourg/Birkin, foi censurada no Brasil, na Inglaterra, na Espanha e em Portugal e condenada pelo Vaticano. É uma música cafona e canalha, com vocação para trilha sonora de romance de motel, mas virou cult para mais de uma geração. A casa onde Gainsbourg morou no bairro de Saint-Germain-des-Prés, com as paredes cobertas de poemas rabiscados, é até hoje um ponto turístico.

Serge Gaindbourg, morreu de ataque cardíaco em 1991, após uma vida de excessos em tempo integral. O mito continua vivo, servindo de consolo e inspiração para os feios e charmosos.

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   Antes de Salvador existir, ele já existia. O Forte de Santo Antônio da Barra (Farol da Barra) foi erguido, originalmente, em 1536, feito de madeira. 
A Cidade do Salvador, primeira cidade do Brasil, foi erguida em 1549. Antes dela, só existiam vilas ao longo do litoral da Terra de Santa Cruz, o Brasil. Aqui mesmo, em nosso território, existiu a Vila do Pereira erguida pelo donatário da Capitania da Baía de Todos os Santos, Francisco Pereira Coutinho. 

Foi ele também que ordenou a construção do Forte de Santo Antônio da Barra, em 1536. E o local escolhido foi a Ponta do Padrão, bem na entrada da Baía de Todos os Santos, assim batizada em 1501 quando Portugal enviou uma expedição exploratória para mapear a colônia recém-descoberta. A expedição colocou o Padrão de Posse onde atualmente temos o famoso Farol da Barra. O Padrão era uma pedra de mármore com o brasão de Portugal. 

A construção original do Forte foi modificada e ampliada entre 1583/1587. Em 1596, foi reconstruído e ganhou uma torre octogonal. Note que a ilustração de 1640 mostra ele realmente com esse formato. 

O Forte só ganhou o farol em 1698. Era feito de bronze e vidro, aceso com óleo de baleia, o combustível mais usado na época. Em 1839, o farol foi substituído por um trazido da Inglaterra. Em 1890, ele foi outra vez substituído e em 1937 passou a funcionar com luz elétrica. 

O Forte de Santo Antônio da Barra é apontado por muitos historiadores, e até pela própria Marinha do Brasil, como a primeira construção militar do país. Porém, há historiadores que divergem dessa tese e apontam o Forte de Bertioga/SP como o mais antigo. 

Sendo ou não sendo o primeiro, a importância histórica do Forte de Santo Antônio da Barra é gigantesca. 

Em 1938, ele foi tombado como Patrimônio Histórico pelo iphangovbr. 


(Fotos: AHMS, BHE, GGSA)

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 Se você pensa que a história do Trem do Subúrbio é recente, você está "dois séculos" enganado.

Essa não é uma história do século XX ou XXI, é uma história do século XIX. Ela começou em 1860.  Hoje é difícil de acreditar, mas o Brasil já teve uma malha ferroviária de primeira linha ligando as capitais às cidades do interior.

Em 1860, a Estrada de Ferro Bahia ao São Francisco foi inaugurada. A Estação da Calçada era o ponto inicial da linha que seguia por 540km até às margens do Rio São Francisco. Foi a primeira da Bahia e a quarta do Brasil. Inicialmente seguia até Alagoinhas, mas depois teve seu percurso concluído passando por Senhor do Bonfim e chegando a Juazeiro. 

A segunda linha férrea da Bahia, a Ferrovia Central, foi inaugurada em 1872. Ela ligava Salvador ao Recôncavo, chegando a Santo Amaro, São Félix e Cachoeira. E dava pra ir de trem pra Mata de São João, Dias D' Ávila e Aratu. O percusso total chegaria até a Chapada Diamantina, mas não foi concluído. Faltaram recursos financeiros e a Ferrovia Central foi desviada na direção de Minas Gerais. 

O Brasil era movido a trilhos. Aliás, deveria ser assim até hoje porque somos um país com dimensões continentais. 

Rasgar o Brasil com trilhos de norte a sul, de leste a oeste, seria a decisão mais lógica, inteligente e lucrativa. Mas, infelizmente, a lógica do carro venceu, imposta pelos norte-americanos. 

Os trens foram abandonados e o Brasil ganhou as grandes rodovias, estruturas caríssimas para construir e para manter. Estruturas perigosíssimas para circulação: veja a quantidade de acidentes que temos, diariamente, nas estradas. 

A última tentativa de fazer dos trens nosso principal modal aconteceu em 1935. O então presidente, Getúlio Vargas, criou um amplo projeto de ferrovias nacionais. Foi quando a nossa Ferrovia Bahia ao São Francisco passou a integrar a Viação Férrea Federal do Leste Brasileiro. Depois disso, só abandono e decadência.

Portanto, se seus bisavós, avós ou pais já te contaram histórias sobre viagens de trem pela Bahia, é verdade. 


(Fotos: BHE, GGSA, AHMS)

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O povo de Mangbetu

 um grupo indígena do Congo, é famoso por sua aparência distinta, particularmente por suas cabeças alongadas. Esta incrível característica foi alcançada através da prática de moldar artificial os crânios dos bebês envolvendo-os firmemente com tecido logo após o nascimento. Conhecida como Lipombo, esta tradição durou quase 10.000 anos antes de desaparecer em meados do século XX. A prática tinha suas raízes na crença de que melhorava a inteligência e era considerada uma marca de beleza. O encanto do povo Mangbetu, com seus crânios alongados, cativou os colonos europeus, que ficaram fascinados por esta expressão cultural única. A influência dos Mangbetu estendeu-se além de sua aparência física, abrangendo suas ricas tradições artísticas e musicais. Sua arte requintada inclui a famosa harpa/guitarra Mangbetu, símbolo da sua herança cultural. Estes instrumentos são muito apreciados, às vezes atingem um preço de mais de 100.000 dólares, enquanto os musicólogos continuam documentando e preservando suas melodias encantadoras. Apesar do declínio de Lipombo devido às influências ocidentais na década de 1950, o impacto do Mangbetu continua indelével. Suas figuras distintas estão imortalizadas na arte africana e servem como testemunho duradouro de sua herança estética única. Através de sua arte e música, o povo Mangbetu continua celebrando e compartilhando seu rico legado cultural com o mundo. A tradição de modificação craniana dos Mangbetu, embora já não seja praticada, deixou uma marca indelével na sua cultura e na percepção mundial da arte africana. Seu legado, preservado em sua arte e música, oferece uma visão fascinante das diversas e intricadas tradições que definem a rica tapeçaria da humanidade.

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Um asteróide de ouro e seu impacto na economia da Terra.

Psyche 16, como foi batizado o objeto espacial, tem mais de 10 mil toneladas de ouro e pode valer trilhões de dólares. O telescópio espacial Hubble capturou, durante sua jornada, imagens de um asteroide que chamou a atenção dos cientistas, não só pelo seu tamanho, como por evidências de que sua composição seria, em sua maioria, por metais. 

Batizado de Psyche 16, o asteroide foi mapeado há muito tempo pelo astrônomo italiano Annibale de Gasparis, mais especificamente em 17 de março de 1852, enquanto trabalhava no Observatório de Nápoles. Seu diâmetro é estimado em cerca de 226 quilômetros e está localizado a uma distância de 370 milhões de quilômetros daqui.  

Devido à quantidade de metais, já está na mira da Nasa, que, ao lado da Space X, empresa do bilionário Elon Musk, planeja uma missão de exploração neste asteróide. 

Antes da missão da NASA, cientistas planetários do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) forneceram uma prévia do que a sonda poderá ver quando chegar ao seu destino. Em um estudo publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets, a equipe apresentou o mapeamento das propriedades da superfície do asteroide. A pesquisa foi feita com base em observações realizadas por uma grande variedade de telescópios terrestres no norte do Chile. 

Psyche 16 é um asteroide metálico localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Diferente da maioria dos asteroides compostos por rochas e gelo, Psyche 16 é composto principalmente por metais. Mais do que isso, novas evidências apontam para uma grande porção de ouro, o que o torna uma atração cósmica de valor inestimável. Seu valor já foi estimado em 700 trilhões de dólares, tornando-o uma verdadeira fortuna espacial. 

A Agência Espacial Americana está se preparando para estudar a mineração espacial em um dos empreendimentos mais ambiciosos da história da exploração espacial, a missão Psyche 16. Esta audaciosa expedição tem como objetivo verificar com mais precisão a quantidade de ouro presente e como pode ser possível extraí-lo. 

O valor estimado de Psyche 16 é de milhares de vezes maior que toda a economia mundial, o que faz dessa missão não apenas um feito científico notável, mas também uma possibilidade de impacto econômico significativo. 

Devido à presença de ouro e outros elementos preciosos em sua composição, o Psyche parece valer alguns bilhões de dólares. Algumas estimativas iniciais apontaram para a presença de 10.000 toneladas de ouro e 100.000 toneladas de platina neste objeto espacial. 

Só essa quantidade de ouro é estimada em 90 bilhões de dólares, enquanto a de platina vale um trilhão de dólares. Isso faz do Psyche um objeto extremamente cobiçado — embora a mineração de asteroides ainda seja inviável.

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MUITA GENTE JÁ OUVIU FALAR NELE MAS NUNCA VIU O SEU ROSTO, TRATA-SE DE JOÃO FRANCISCO DOS SANTOS, OU "MADAME SATÃ" 

(Pernambuco 1900 - Rio de Janeiro 1976).


CONHECIDO NO AMBIENTE DA BOEMIA TAMBÉM PELOS APELIDOS DE "MULATA DO BALACOCHÉ", "CARANGUEJO DA PRAIA DAS VIRTUDES", "JAMACI A RAINHA DA FLORESTA" ENTRE OUTROS NOMES NÃO MENOS CURIOSOS, FOI UMA FIGURA DO SUBMUNDO DA LAPA, NO RIO DE JANEIRO, QUE VIROU "CULT" DEVIDO À SUA PERSONALIDADE ÚNICA!!!

O APELIDO DE "SATÃ" LHE FOI DADO A PARTIR DO CARNAVAL DE 1932 QUANDO SAIU NO BLOCO CARNAVALESCO CARIOCA "OS CAÇADORES DE VEADOS" USANDO UMA FANTASIA INSPIRADA NO FILME "MADAME SATÃ", DE "CECIL B. DE MILLE".

PERNAMBUCANO, UMA MISTURA DE NEGRO COM ÍNDIO, ANALFABETO, COZINHEIRO DE MÃO CHEIA (dizem que ele fazia uma moqueca como ninguém mais), TRANSFORMISTA, SEGURANÇA DE PROSTÍBULO, CAFETÃO, HOMOSSEXUAL ASSUMIDO EM UMA ÉPOCA ONDE ISSO ERA INADIMISSÍVEL E IMPENSÁVEL, EXÍMIO CAPOEIRISTA, E HÁBIL COM A NAVALHA NAS MÃOS, RESPEITADO ATÉ PELOS MARGINAIS MAIS PERIGOSOS, NÃO LEVAVA DESAFÔRO PRÁ CASA E DERRUBAVA NO CHÃO QUEM LHE OUSASSE DESAFIAR.

AQUELA CENA CONTIDA NO FILME COM LÁZARO RAMOS, EM QUE ELE BRIGA NA PORTA DO NIGHT CLUB COM SETE SEGURANÇAS E BATE EM TODOS ELES, ACONTECEU REALMENTE, E FOI PRESENCIADA PELO FALECIDO ATOR "MÁRIO LAGO", QUE SEMPRE CONFIRMAVA TER ASSISTIDO A MESMA.

FOTO DE WALTER FIRMO.

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Você sabia que a primeira faculdade do Brasil foi criada em Salvador e ainda funciona? 

Em 1808, quando a Família Real portuguesa fugiu para o Brasil, muita coisa mudou por aqui. As instituições governamentais portuguesas vieram pra cá, o Banco do Brasil foi criado, os Correios também.

E em Salvador, o Rei ordenou a criação da primeira faculdade do Brasil.

O antigo Colégio dos Jesuítas, no Terreiro de Jesus, deu lugar à então denominada Escola de Cirurgia da Bahia. 

De lá pra cá, o edifício mudou radicalmente porque o original foi destruído num grande incêndio que aconteceu no início do século XX. 

A atual construção é de 1905. Ela foi erguida pelo brilhante engenheiro baiano Teodoro Sampaio a partir do projeto do arquiteto francês Victor Dubugras.

Hoje, no lindo prédio funciona o Memorial da Medicina, alguns cursos de pós-graduação e extensão da UFBA, além do Museu Afro-brasileiro e do Museu de Arqueologia e Etnologia. 

Em 1985, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) concedeu ao prédio histórico o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. E em 2015, ele foi tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional)

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Desvendando os Segredos da Máscara de Tortura "Soyjack"


Preparem-se para mergulhar em um capítulo sombrio da história com a Máscara de Tortura "Soyjack", uma ferramenta macabra de 200 anos, originária da Alemanha! Mas o que torna essa máscara tão peculiar?

Material: Fabricado em bronze, um metal resistente e durável, perfeito para infligir dor e sofrimento.

Design: A máscara apresenta um rosto grotesco e distorcido, com olhos arregalados, com parafusos de abertura nos olhos e boca aberta, intensificando o terror da vítima.

Função: Acredita-se que a máscara era utilizada para punir indivíduos considerados indesejáveis ​​pela sociedade, como criminosos, hereges ou aqueles que se opunham ao regime vigente. 

Origem: A máscara foi encontrada na Alemanha, mas sua origem exata e o contexto histórico em que foi utilizada ainda são um mistério para os arqueólogos. ️‍

Mas a história não termina aí!

Simbolismo: A máscara "Soyjack" também pode ter tido um significado simbólico, representando medo, humilhação e submissão.

Impacto psicológico: A máscara certamente causou um impacto psicológico terrível na vítima, intensificando a dor física com o terror mental.

Reflexão: Essa relíquia nos convida a refletir sobre a crueldade humana e a busca por poder e controle ao longo da história.

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   The Doors e a polemica música Adolf Hitler.


A música 'Adolf Hitler' de Jim Morrison é uma obra provocativa e enigmática que desafia o ouvinte a refletir sobre temas complexos e controversos. Morrison, conhecido por seu estilo poético e muitas vezes confrontador, utiliza a figura histórica de Adolf Hitler para explorar a dualidade entre vida e morte, bem como a hipocrisia e a falsidade presentes na sociedade.

A letra começa com a afirmação chocante de que 'Adolf Hitler ainda está vivo', seguida por uma série de imagens perturbadoras e surrealistas. Morrison menciona ter 'dormido com ela na noite passada', o que pode ser interpretado como uma metáfora para a intimidade com o mal ou a proximidade com ideologias destrutivas. Uma referência ao 'falso bigode' de Hitler sugere que o mal pode estar disfarçado e presente em lugares inesperados, escondido atrás de máscaras de normalidade.

Morrison também abordou a tensão entre a vida e a morte, afirmando que 'você favorece a vida, ele está do lado da morte'. Essa dicotomia reflete a luta interna entre forças opostas e a dificuldade de encontrar um equilíbrio. A linha 'Eu fico em cima do muro e minhas bolas doem' é uma expressão crua e visceral da indecisão e do desconforto que vem com a tentativa de navegar entre esses extremos. A música, portanto, serve como uma meditação sobre a natureza humana, a moralidade e a presença contínua do mal em nossas vidas.

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O Rio Vermelho, hoje o bairro mais boêmio de Salvador, já foi um dos lugares mais bucólicos da cidade. 
Quando os europeus chegaram por aqui, o Rio Vermelho era habitado pelos tupinambás. Foram eles que encontraram o português Diogo Álvares Correia, quase morto, depois de um naufrágio. Isso aconteceu por volta de 1509 quando a Cidade do Salvador ainda nem sonhava existir. A primeira cidade do Brasil só foi erguida 40 anos depois. 

Mas voltando à história do Rio Vermelho, o português Diogo Álvares foi acolhido pelos indígenas e ganhou o nome Caramuru. Desde então, passou a ser o interlocutor entre os nativos e os franceses que vinham pra cá comprar pau-brasil. Eu escrevi franceses mesmo, você não leu errado. Vou explicar essa história. 

Os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, lá no sul da Bahia, em Porto Seguro. No ano seguinte, enviaram uma expedição exploratória para mapear o novo território e descobrir suas riquezas. Como não encontraram ouro nem prata, não iniciaram logo o povoamento e colonização. Dormiram no ponto por 30 anos. Nesse período, os franceses perceberam o valor do pau-brasil e mantiveram intensas relações comerciais com os indígenas em todo litoral da então Terra de Santa Cruz. Traficaram muita madeira pra vender na Europa. 

Foi nesse contexto que surgiu o personagem Caramuru. Diogo Álvares Correia foi um português que naufragou num navio francês. A embarcação bateu nas pedras do Rio Vermelho, na direção do atual largo da Mariquita. 

No séc XVI o Rio Vermelho permaneceu habitado pelos indígenas, mas passou a ter alguns poucos habitantes portugueses, inclusive padres jesuítas que cuidavam de terras da Igreja na região. A paisagem natural era pontuada com algumas casas, currais e armações de pesca. 

O Rio Vermelho permaneceu rural até meados do séc XX. Pra você ter uma ideia, no final do séc XIX só existiam três pequenos povoados no local: Paciência, Mariquita e Sant'Ana. A famosa igrejinha que hoje fica no point do bairro é dessa época: foi erguida em 1852.


(Fotos: AHMS, BHE, GGSA)

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Como assim, o Mercado das Sete Portas tem bem mais que sete portas?

Você já deve ter ouvido a seguinte explicação ou coisa semelhante: "O Bairro das Sete Portas, em Salvador, tem esse curioso nome por causa do mercado que existe lá. Um mercado com sete portas" mas veja na imagem que o mercado tem mais que sete portas. Então, qual será a verdadeira explicação? Será que no passado tinha sete e depois foi ampliado? Será que o nome do local não tem nada a ver com esse mercado? 

Na verdade, tem sim. Realmente o nome do lugar Sete Portas veio desse mercado. O "sete" nesse caso não se refere a um número exato, é uma expressão muito usada antigamente para se referir a algo muito numeroso. "Sete" significava, nesse caso, "muitas portas".

Essa expressão já era usada há mais de 2 mil anos. Lembre-se que Jesus Cristo, ao ser perguntado sobre o número de vezes que deveríamos perdoar ao próximo, assim respondeu: "Setenta vezes sete".

Então, esse era o significado do "sete" no nome do mercado. E foi realmente o Mercado das Sete Portas (muitas portas) que deu nome ao lugar Sete Portas. 


(Pesquisa - Louti Bahia - Foto: AHMS)

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Em 1973, Odair José e Caetano Veloso se encontram para ensaiar. Eles tocaram juntos na Phono 73!

O festival teve grandes nomes da música brasileira como Chico Buarque, Elis Regina, Gal Costa, Jorge Ben, Raul Seixas e muitos outros. Muitos canções marcantes foram lá cadas neste evento.

Se apresentando para um público "culto" e da "elite, Odair e Caetano tocaram juntos "Eu Vou Tirar Você Desse Lugar".

As vaias tomaram conta. E então, Caetano solta a celebre frase: " Não existe nada mais Z do que a classe A"

Paulo Cesar de Araújo, no seu livro “Eu não sou cachorro não”, conta um pouco da história:

“Caetano então resolveu radicalizar, convidando para seu palco aquele artista considerado o mais redundante, banal e comercial: Odair José. 

Anunciado como ‘uma noite incrível reunindo o maior espetáculo de música brasileira de todos os tempos’, o show de Caetano Veloso — com o convidado surpresa Odair José — foi o último da mostra Phono 73, que contou naquele mesmo domingo com apresentações de Gal Costa, Maria Bethânia, Nara Leão e outros.

 Espécie de ‘patinho feio’ incluído em uma festa que reunia a nata da MPB, Odair José não poderia deixar de causar reação em um público preso a preconceitos estéticos de sua formação de classe média.” 


(Paulo César de Araújo, em “Eu não sou cachorro, não”, de 2002).

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Uma Guerra Mundial e, mais tarde, três décadas de abandono e decadência salvaram o nosso Centro Histórico da completa destruição.  Você já deve ter ouvido o ditado que diz que "há males que vem para o bem". Ele se adequa perfeitamente a alguns momentos históricos de Salvador. 

No início do século XX, período agora estudado como Urbanismo Destruidor, o projeto de modernização da nossa cidade passou o trator por cima da história. E teria sido muito pior caso a Primeira Guerra Mundial (1914/18) não tivesse acontecido. É que ela abalou a economia do planeta e faltou dinheiro aqui também pra tocar as obras que destruiriam o Centro Histórico. Pra você ter uma ideia, a Avenida Sete teria seu traçado estendido da Ladeira de São Bento até Água de Meninos. Ela cortaria ao meio a Praça da Sé, o Terreiro de Jesus,  o Pelourinho, o Santo Antônio além do Carmo, até chegar na Ladeira da Água Brusca. Se isso tivesse acontecido, nosso Centro teria sido absolutamente descaracterizado.

Mais tarde, nas décadas de 70, 80 e 90, o Centro Histórico, especialmente a região do Pelourinho e do Maciel, viveu um imenso abandono. O casario colonial virou uma grande ruína. As ruas viraram lugar de prostituição e consumo de drogas. A população de classe média e alta deu as costas à própria história e foi viver a modernidade nas novas áreas da cidade. O eixo econômico e de crescimento urbano de Salvador tinha sido intencionalmente desviado para outra direção com a construção da Rodoviária, da Avenida Paralela, do CAB, etc. Exatamente por isso o Mercado Imobiliário também foi pra lá e não atuou no Centro Histórico. 

Na década de 90, a UNESCO tombou a nossa área mais antiga como Patrimônio da Humanidade. Essa proteção é que impede, até hoje, a destruição do casario colonial para a construção de espigões de luxo com vista para o mar. O Mercado Imobiliário tem essa intenção, sim. Já aconteceram tentativas neste sentido na Ladeira da Montanha, Ladeira da Preguiça e Largo Dois de Julho. Temos que ficar de olhos abertos. Temos que defender Salvador. 


(Pesquisa e texto: Louti Bahia. Fotos: AHMS)

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Dois estrangeiros no Jardim de Alah: nem o boi, nem o coqueiro são originais do Brasil. 

Os dois vieram pra cá trazidos da África, mas também não são originais de lá: são da Ásia. Os portugueses trouxeram os bois e os coqueiros das suas colônias da África para cá quando iniciaram  o período da colonização no Brasil. Há indícios fortíssimos que apontam Garcia d'Ávila como o principal responsável pela introdução dos dois aqui. Tanto que ele é o patrono do agronegócio brasileiro por ter sido o primeiro a produzir gado em grande escala para corte.

A família Garcia d'Ávila, ao longo de várias gerações, estendeu suas posses de terra desde Itapuã até o local atualmente ocupado pelo estado do Maranhão. Foram proprietários de 10% do território brasileiro e plantaram coqueiros em todo o litoral nordestino. Por isso temos a sensação que o coqueiro é original do Brasil, mas não é.

Infelizmente, tudo isso aconteceu associado ao genocídio indígena e à exploração dos negros escravizados. Garcia d'Ávila e seus descendentes foram cruéis nos dois casos. Dizimaram tribos indígenas para ocupar seus territórios e fizeram atrocidades com os negros escravizados. Tristes páginas da nossa história. 

Essa foto mostra um lugar que também tem relação direta com a história da escravidão no Brasil. O Jardim de Alah tem esse nome porque era o local onde ficavam os negros muçulmanos trazidos de contrabando. Por isso praia ao lado é chamada Praia do Chega Nego. E como todos os dias eles rezavam no jardim para Alah virados na direção de Meca, isso deu nome ao lugar: Jardim de Alah. 


(Pesquisa e texto: Louti Bahia - Foto: AHMS)

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HISTÓRIA DA ARTE



O CAVALHEIRO IRRITANTE - 1874

Autor: Berthold Woltze

Técnica: óleo sobre tela


Adentramos um mundo de cores e pinceladas, onde a arte se manifesta em sua essência mais sublime. Diante de nós, encontra-se uma pintura icônica de Berthold Woltze, intitulada "O Cavalheiro Irritante". Com habilidade magistral, o artista capturou uma cena singular, repleta de significados e emoções.

No centro deste quadro repleto de vida, encontramos uma jovem garota, cujo semblante é marcado por lágrimas que escorrem em suas bochechas. Seus olhos, antes brilhantes e esperançosos, agora refletem uma profunda tristeza, como se uma tempestade tivesse invadido sua alma. O motivo de sua angústia, revelado na narrativa visual de Woltze, nos chama a compreender sua dor.

Ao observar atentamente, percebemos que a figura do irritante cavalheiro, que dá título à obra, está posicionada ao seu lado. Sua presença, porém, parece ter causado um incômodo muito grande na jovem. As feições do homem transparecem desdém e superioridade, sugerindo uma atitude que a afeta profundamente.

Sua posição, estrategicamente colocada no centro da obra, confere-lhe um protagonismo que não pode ser ignorado. Ela é o ponto focal, o coração pulsante desta cena, desempenhando um papel de contraste e equilíbrio. 

Enquanto o homem representa a rudeza e a intrusão, a garota simboliza a pureza e a inocência. 

A pintura de Woltze convida o espectador a refletir não apenas sobre a interação entre os personagens, mas também sobre temas mais profundos, como a dualidade entre o refinamento e a rudeza, a juventude e a idade, a feminilidade e a masculinidade. É uma obra que transcende a mera representação visual e nos leva a explorar as complexidades da natureza humana e das relações interpessoais.

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HISTÓRIA DA ARTE 


Na igreja da Santíssima Trindade em Marylebone, Westminster, reside Lúcifer - Estrela da Manhã do escultor Paul Fryer. 

A Igreja construída especificamente para celebrar a derrota de Napoleão, não é usada como local de culto há quase 40 anos, o que a torna a residência perfeita para esta instalação grotescamente bela.  A escultura mostra Lúcifer como uma figura escura e oleosa, com enormes asas brancas presas em linhas de energia. A peça foi criada a partir de cera, concreto, alumínio, cordão de borracha e penas, e tem um efeito assustadoramente dramático. A justaposição do anjo caído na igreja, iluminada pela luz dos vitrais parece uma ironia que não passa despercebida a muitos. 

O trabalho de Fryer encapsula a imagem do anjo com a alma escura, expulsa do céu. 


Referência

KELLY, Joseph Francis. The Problem of Evil in the Western Tradition: From the Book of Job to Modern Genetics.

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HISTÓRIA GERAL 


Gunkanjima é uma ilha desabitada localizada a aproximadamente 17,5 km a sudoeste da província de Nagasaki, no Japão. 

Hoje é conhecida como um ponto turístico fotogênico, mas já floresceu como um centro de mineração de carvão, que trouxe uma série de enormes lucros para o país. O que o torna especial é o cenário único criado pelos gigantescos prédios de concreto, muitos destruídos, que costumavam ser complexos residenciais para quem trabalhava lá. 

Vista de longe, a forma da ilha parece um encouraçado, que se traduz como “Gunkan” em japonês.

Acredita-se que a mina de carvão em Gunkanjima foi descoberta em 1810. Durante esse tempo, o Japão era governado pelo Xogunato Tokugawa, que foi inaugurado em 1603 e continuou a governar todo o país por mais de 260 anos. 

Por volta do final do Xogunato Tokugawa, que caiu no século XIX a quantidade de carvão extraído na ilha era relativamente pequena e era reconhecida como um negócio paralelo para os pescadores locais obterem uma renda extra.

MITSUBISHI 

Em 1890, a ilha foi vendida para a Mitsubishi, uma das maiores e mais poderosas empresas do Japão, e tornou-se sua propriedade privada pelos próximos 100 anos. 

Eles começaram a desenvolver a ilha como um novo centro de mineração de carvão. 

Vários poços de minas foram abertos, o que lhes permitiu chegar ao subsolo onde mais carvão era armazenado. Em 1897, a produção de carvão finalmente ultrapassou a de Takashima, outra ilha de mineração de carvão situada em Nagasaki. 

À medida que o desenvolvimento continuou, outras instalações, como uma escola primária, foram concluídas para os filhos dos trabalhadores da mina.

Em 1916, um gigantesco complexo residencial de concreto foi concluído para acomodar vários residentes. O complexo consiste em 7 andares e foi o primeiro complexo residencial de concreto no Japão, e os jornais descreveram repetidamente a ilha como um navio de guerra. 

Foi assim que Hashima, nome oficial da ilha, foi substituído pelo apelido de Gunkanjima, que atualmente é usado e reconhecido de forma mais ampla.

A qualidade do carvão extraído na ilha foi altamente avaliada, dedicada a apoiar o desenvolvimento fundamental da modernização no Japão. Também levou a uma rápida construção de uma série de instalações para os trabalhadores, que incluíam instalações médicas, oportunidades educacionais e até instalações de entretenimento. A primeira sala de cinema desta ilha foi inaugurada em 1927. Entretanto, como nada sai de graça, os trabalhadores eram obrigados a fazer horas extras, que chegavam a quase 12 horas diárias. Na década de1930, em constante prosperidade a ilha foi expandida até atingir as proporções que tem atualmente, tornando-se uma ilha semiartificial. No início do século XX, a empresa começou a contratar trabalhadores mais jovens, mulheres e até pessoas da Coréia e da China para resolver a escassez de mão de obra.

 SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 

Durante a guerra, a quantidade anual de carvão atingiu o pico com a produção de 410 mil toneladas em 1941. Apesar da conquista histórica, no entanto, também teve um lado sombrio que apareceu claramente no ambiente de vida devastador dos trabalhadores das minas. De acordo com alguns registros, quase 40% de todos os trabalhadores das minas espalhadas em território japonês perdeu a vida de 1939 a 1945 devido a acidentes trágicos, como por exemplo, explosões de minas. A situação mudou drasticamente depois que os ambientes de trabalho foram melhorados após a Segunda Guerra Mundial.

 SINDICATO 

O Sindicato dos Trabalhadores foi oficialmente estabelecido em 1946, o que resultou no aumento salarial dos mineiros. Eles também puderam ter mais tempo de lazer para gastar livremente em uma variedade de instalações. Vários edifícios, como complexos residenciais, banhos públicos, hospitais e escolas, também começaram a ser construídos durante o período. Em 1960, a população da ilha chegou a quase 5.300 pessoas, o que a tornou a área mais populosa do mundo na época. A densidade populacional era 9 vezes maior que a de Tóquio, o que pode ser muito convincente para explicar como a pequena ilha estava lotada de residentes.

Neste momento, a ilha funcionava como uma cidade independente com ótima infraestrutura e serviços essenciais para os moradores.

 REVOLUÇÃO ENERGÉTICA 

Como resultado da Revolução Energética, que incentivou a troca de recursos energéticos do carvão para o petróleo e o gás na década de 1960, a ilha começou a enfrentar um declínio e gradualmente perdeu energia. Foi finalmente fechada em 1974, quando o carvão acabaou, e os habitantes não tiveram escolha a não ser deixar o local. A ilha abandonada voltou aos holofotes novamente em 2009, quando finalmente foi permitida a entrada de visitantes. O local foi cenário do 007 - Operação Skyfall, lançado em 2012. Belas cenas foram filmadas em meio aos destroços. Também foi oficialmente designado como Patrimônio Mundial da UNESCO como parte dos "Locais da Revolução Industrial Meiji do Japão", que inclui locais históricos e culturais relevantes para a modernização do Japão.

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HISTÓRIA GERAL

(não recomendado a pessoas mais sensíveis)


Durante três meses, em 1888, o medo e o pânico perseguiram as ruas do East End de Londres. 

Durante estes meses, cinco mulheres foram ass4ssinadas e horrivelmente mutiladas por um homem que ficou conhecido como “Jack, o Estripador”, embora alguns acreditem que o verdadeiro número tenha sido onze. Whitechapel, no East End, era como uma ferida purulenta na face da Londres vitoriana do final do século XIX. A região superlotada tinha uma população que vivia em casebres, as ruas fediam a sujeira e lixo e a única maneira de ganhar a vida era por meios criminosos e, para muitas mulheres, pela prostituição.

O TERROR

O terror começou na sexta-feira, 31 de agosto, quando o corpo de Mary Ann Nicholls, de 42 anos, foi encontrado em Bucks Row (agora chamada Durwald Street). 

Seu rosto estava machucado e sua garganta havia sido cørtada duas vezes. Seu estômago foi aberto e cortado várias vezes. 

Posteriormente, ela foi reconhecida como a primeira das vítimas do "Estripador". 

No dia 8 de Setembro foi encontrada a segunda vítima. Ela era Annie Chapman, uma prøstituta de 47 anos. Seu corpo foi encontrado em uma passagem atrás do número 29 da Hanbury Street, com seus poucos pertences dispostos ao lado de seu corpo. 

Sua cabeça quase foi dec€pada e seu estômago foi aberto e dilacerado. Seções de pele do estômago estavam no ombro esquerdo e no ombro direito, uma massa de intestinos. Parte da vagina e da bexiga foram cortadas e retiradas. 

No dia 28 de Setembro, a Agência Central de Notícias recebeu uma carta assinada “Jack, o Estripador”, ameaçando cometer mais assassinatos. 

O nome despertou a imaginação do público quando apareceu pela primeira vez nos jornais e foi usado desde então. Whitechapel estava agora em alvoroço – tumultos eclodiram quando multidões histéricas atacaram qualquer um que carregasse uma bolsa preta, enquanto se espalhava o boato de que o ‘Estripador’ carregava suas facas em tal bolsa. 

O dia 30 de setembro foi um dia sombrio. O "Estripador" cometeu dois ass4ssinatos com poucos minutos de diferença. 

Elizabeth Stride era a infeliz mulher, também prostituta, que foi encontrada primeiro, à 1h, atrás do número 40 da Berner Street. Quando foi encontrada, o sangue ainda escorria de sua garganta e parecia que o Estripador havia sido interrompido durante o terrível ataque.

À 1h45min, o corpo de Catherine Eddowes, 43 anos, foi encontrado a poucos minutos a pé, num beco entre Mitre Square e Duke Street (agora conhecida como St. James’ Passage). 

Seu corpo foi dilacerado e sua garganta cortada. Ambas as pálpebras foram cortadas e parte do nariz e da orelha direita foram cørtadas. 

O útero e o rim esquerdo foram removidos e as entr4nhas jogadas sobre o ombro direito. Um rastro de sangue levou a polícia a uma porta próxima, onde uma mensagem havia sido escrita a giz. 

Dizia: “Os judeus não são os homens que podem ser culpados por nada”. 

Por alguma razão inexplicável, o chefe da Polícia Metropolitana, Charles Warren, ordenou que fosse apagado! Então, o que poderia ter sido uma pista valiosa foi destruído. 

O horror do duplo assassinato tomou conta de Londres. Começaram então a circular rumores – o Estripador era um médico louco, um lunático polaco, um czarista russo e até uma parteira louca. 

Outra carta foi recebida pela Agência Central de Notícias na qual o Estripador dizia lamentar não ter conseguido enviar as orelhas à polícia como havia prometido. 

A orelha esquerda de Catherine Eddowes foi parcialmente decepada.

O ÚLTIMO 

No dia 9 de novembro, o Estripador atacou novamente. Mary Jeanette Kelly era a mais jovem das mulheres ass4ssinadas: tinha apenas 25 anos. Ela foi encontrada em seu quarto em Millers Court, que ficava na Dorset Street (agora Duval Street). 

Mary, ou o que restava dela, estava deitada na cama. A cena na sala era terrível. O cobrador de aluguel que a encontrou disse: “Serei assombrado por isso pelo resto da minha vida”. 

A garganta de Mary foi cortada, o nariz e os seios cortados e jogados sobre uma mesa. Suas entranhas estavam penduradas em um porta-retratos. 

O corpo havia sido esfolado e eviscerado e seu coração estava faltando. O pânico e o clamor público causados ​​por este ass4ssinato levaram à demissão de Charles Warren, Chefe da Polícia. 

Mary foi a última das vítimas do Estripador. O seu reinado de terror terminou tão repentinamente como começou. Durante cem anos, vários nomes foram sugeridos como o assassino dessas mulheres.

A história continua em uma próxima publicação. 

Referência 

Rumbelow, Donald.The Complete Jack the Ripper.

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HISTÓRIA GERAL 



Um grupo multidisciplinar de pesquisadores 

acredita que humanos viveram no local do que se acredita serem as “ruínas da Arca de Noé”, nas montanhas orientais da Turquia. 

As descobertas, de amostras de rochas e solo determinaram que “materiais argilosos, materiais marinhos e frutos do mar” estavam presentes na área entre 5.500 e 3.000 a.C. 

O estudo é composto por universidades turcas e norte-americanas que investigam a teoria do local desde 2021. 

O grupo “Equipe de Pesquisa do Monte Ararat e da Arca de Noé” foi criado para pesquisas científicas sobre as ruínas, cuja estrutura foi danificada por deslizamentos de terra, e realizou seu primeiro estudo em dezembro de 2022. 

Localizada a menos de 3 km da fronteira entre o Irã e a Turquia, no distrito de Doğubayazıt, em Ağrı, fica a formação Durupinar, uma formação geográfica de 164 metros feita de limonita, que alguns acreditam ser os restos petrificados da Arca de Noé.

Os cientistas recolheram cerca de 30 amostras de rochas e solo da área das “ruínas” e analisaram as descobertas na Universidade Técnica de Istambul. 

O estudo de datação revelou que as amostras tinham entre 3.500 e 5.000 anos, ou 3.000 a.C., a época mais recente em que se acredita que a enchente catastrófica ocorreu. 

“De acordo com as primeiras conclusões obtidas nos estudos, pensa-se que existem atividades humanas na região desde o período Calcolítico, ou seja, entre os anos 5.500 e 3.000 a.C”, explica o professor Faruk Kaya, vice-reitor da Universidade Agri Ibrahim Cecen. 

"Sabe-se que o dilúvio do Profeta Noé ocorreu há 5 mil anos”, acrescentou o professor. O tamanho e a forma da formação se correlacionam com as dimensões do que se diz ser a arca no livro bíblico do Gênesis, um “comprimento de trezentos côvados (150m), sua largura de cinquenta côvados (25m) e sua altura de trinta côvados(15m)”. 

Nas leituras da Bíblia, Deus ordenou a Noé, um pai de três filhos, de 600 anos, que construísse a arca e a enchesse com duas espécies de cada animal antes que ocorresse uma inundação global.

O local de Durupinar fica a 29 quilômetros ao sul do cume do Grande Monte Ararat, que o Livro do Gênesis afirma ser o local onde a arca descansou no sétimo mês e no décimo sétimo dia. 

Os textos sagrados das três principais religiões, Cristianismo, Judaísmo e Islamismo, têm referências a Noé e à arca, mas os cientistas ainda não determinaram a autenticidade das histórias. 

A formação foi descoberta pela primeira vez por um agricultor curdo em 1948, antes que o capitão do exército turco Ilhan Durupinar identificasse o local em 1951, quando sobrevoava a área durante uma missão de mapeamento da OTAN.

Embora os resultados da datação e da sejam convincentes, é importante reconhecer que a presença do navio (arca) em si não pode ser confirmada apenas através da datação. Mais pesquisas e análises extensas estão em andamento para revelar evidências conclusivas.

NÃO É BEM ASSIM

Outros pesquisadores apontam que a formação rochosa do Monte Ararat é uma "estrutura rochosa natural", derivada de minerais vulcânicos. Não pode ter sido a Arca de Noé nem mesmo um modelo feito pelo homem. É compreensível que os primeiros investigadores o tenham identificado falsamente. A incomum estrutura em forma de barco chamaria sua atenção de tal forma que o desejo de se a pessoa que descobriu a Arca de Noé ou confirmou sua existência tenderia a superar a cautela.

As opiniões são divergentes, entretanto, a descoberta de potenciais vestígios arqueológicos semelhantes à arca oferece uma oportunidade única de unir narrativas antigas com a exploração científica.

Importante: os arqueólogos não são o Indiana Jones, o trabalho arqueológico é um processo científico e moroso. 

Vamos aguardar os próximos capítulos dessa história.

Referência

Collins, Lourence Gene; Fasold, David Franklin. Bogus "Noah's ark from Turkey exposed as a common geologic structure."

Kumar, Anugrah. 3D scans show boat-like formation matching 'biblical' description of Noah’s Ark, archaelogists say.

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HISTÓRIA GERAL 


Um imperador romano foi considerado transgênero por um museu britânico, provocando alvoroço entre os historiadores. 

O Museu North Hertfordshire decidiu referir-se ao governante do século III dC, Heliogábalo, como 'ela' para ser 'sensível' às suas preferências de pronomes em uma exibição. A decisão baseia-se no relato do cronista romano Cássio Dio, que afirma que Heliogábalo era "denominado esposa, amante e rainha", disse a um amante: "Não me chame de Senhor, pois sou uma Senhora", e pediu que a genitália feminina fosse moldado para ele. 

Mas Dio serviu ao imperador Severo Alexandre, que assumiu o trono após o assassinato de Heliogábalo, e os historiadores acreditam que os relatos foram simplesmente um ass4ssinato de caráter.

Andrew Wallace-Hadrill, professor de clássicos de Cambridge, explica que: "Os romanos não tinham a nossa ideia de 'trans' como categoria, mas usaram acusações de comportamento sexual 'como mulher' como um dos piores insultos contra homens."

HELIOGÁBALO 

O menino imperador Heliogábalo tinha uma reputação monstruosa como governante e atraiu comparações de estudiosos com tiranos mais conhecidos, como Calígula e Nero, no que diz respeito à sua maldade e vício. 

Em um banquete, ele prendeu vários de seus convidados a uma roda d'água, que girou lentamente e os afogou enquanto seus colegas comensais horrorizados observavam. 

Em outra brincadeira extraordinariamente sádica, ele soltou dezenas de leopardos e leões entre seus convidados assim que terminaram de comer. Em uma ocasião, ele soltou cobras venenosas entre as multidões nos jogos de gladiadores, causando mortes e ferimentos generalizados. 

E em mais um exemplo da sua brutalidade, ele atirou ouro e prata de uma torre alta e viu uma multidão de cidadãos lutar para agarrá-los, com muitos morrendo no meio do esmagamento. 

Heliogábalo também era conhecido por se vestir inteiramente com sedas preciosas e se enfeitar com pedras preciosas. O menino imperador também aparentemente sonhava em cercar-se de um novo senado romano composto inteiramente por mulheres. 

Ele só foi nomeado imperador graças às maquinações de sua avó, Julia Maesa, cujo sobrinho Caracalla foi imperador por oito anos, até ser morto a facadas por um comandante do exército. 

Determinada a que Roma fosse novamente governada por um membro da sua família, Júlia recorreu ao seu neto Heliogábalo, de 14 anos, que foi criado na cidade síria de Emesa, um posto avançado remoto do império romano. 

Diz-se que ele era um jovem extraordinariamente bonito, com um corte de cabelo militar curto e olhos brilhantes. Heliogábalo dedicou seus primeiros anos à adoração do deus local do sol, Elagabal, de quem recebeu o nome.

Havia rumores de que Heliogábalo consultou seus médicos sobre uma versão inicial de uma operação de mudança de sexo, e ele teve uma série de amantes do sexo masculino. 

Diz-se que ele passava os dias na companhia de mulheres em seu palácio, cantando, dançando, tecendo e usando rede no cabelo, maquiagem nos olhos e ruge. 

“Os soldados ficaram revoltados ao vê-lo”, escreveu Cássio Dio. "Com o rosto pintado de forma mais elaborada do que a de uma mulher modesta, ele estava vestido de forma afeminada com colares dourados e roupas macias, dançando para que todos vissem neste estado." 

Heliogábalo foi morto em março de 222 d.C., apenas quatro anos após seu reinado, por seus próprios soldados que se rebelaram contra seus modos tirânicos.


Referência 

Cassius Dio - Roman History.

Benjamin, Harry. The Transsexual Phenomenon.

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  HISTÓRIA GERAL 



Um investigador de OVNIs apresentou dois corpos supostamente “não humanos” a um congresso cheio de autoridades atônitas. 

Jaime Maussan, que liderou investigações sobre fenômenos alienígenas durante décadas, esteve ao lado de cientistas para revelar dois cadáveres no que chamou de um evento de “divisor de águas” em frente ao Congresso mexicano. 

Os investigadores fizeram a extraordinária afirmação de que os cadáveres, apresentados em caixas com janelas e supostamente recuperados em Cusco, no Peru, não faziam parte da “nossa evolução terrestre”, com 30 por cento da sua composição genética ainda “desconhecida." 

A datação por carbono da Universidade Nacional Autônoma do México descobriu que os corpos, retratados com mãos de três dedos, sem dentes e visão estereoscópica, tinham mais de 1.000 anos, afirmou Maussan. 

A apresentação desencadeou um frenesi de excitação – mas também atraiu ceticismo. Excepcionalmente para fósseis que foram submetidos a análise, os espécimes foram revestidos com o que parecia ser areia. 

Mas Maussan - que foi associado a teorias alienígenas desmascaradas no passado - insistiu sob juramento: "Estes espécimes não fazem parte da nossa evolução terrestre [...] Estes não são seres que foram encontrados após os destroços de um OVNI. Eles foram encontrados em minas de diatomáceas [algas] e mais tarde foram fossilizados." Mais tarde, ele acrescentou: “Se são alienígenas ou não, não sabemos, mas eram inteligentes e viviam conosco. Eles deveriam reescrever a história. Não estamos sozinhos neste vasto universo, devemos abraçar esta realidade." 

Eles também tinham ossos fortes e leves e não tinham dentes. Especialistas no Congresso mostraram radiografias aparentes dos espécimes e disseram aos deputados que um dos seres carregava “ovos” com embriões dentro deles. 

Em 2015, Jaime Maussan revelou outro corpo mumificado, alegadamente alienígena. O corpo foi encontrado perto das Linhas de Nazca, geoglifos no Peru. 

Alguns especularam que as falas, sem uma única história de origem definitiva, são estranhas. 

Mais tarde a afirmação havia sido desmentida. Afirmava-se que o corpo era de uma criança humana. Posteriormente, foi demonstrado que cinco corpos encontrados no Peru em 2017 eram crianças humanas.

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  HISTÓRIA GERAL 


O caso de amor de Cleópatra VII, rainha do Egito (69-30 a.C), e Marco Antônio, triúnviro romano (83-30 a.C) é lendário. 

Durante suas próprias vidas, sua ligação rapidamente se tornou infame, assunto de fofocas, insinuações e indignação em todo o mundo antigo. 

Permanece uma fonte de fascínio por mais de 2 mil anos, registrada primeiro como fato em tratados históricos e biografias escritas por estudiosos gregos e romanos e depois como ficção em poemas, peças de teatro, romances, programas de televisão e filmes. 

O que é menos conhecido é que eles tiveram três filhos juntos: os gêmeos fraternos Cleópatra Selene e Alexander Helios e seu irmão mais novo Ptolomeu Philadelphos. 

Os dois filhos Alexander Helios e Ptolomeu Philadelphos desapareceram do registro histórico sem explicação desde o início, provavelmente vítimas de doenças durante a infância. 

Cleópatra Selene, no entanto, não apenas sobreviveu até a idade adulta, mas também se tornou uma figura política importante e influente por direito próprio. 

Ela alegou descendência da figura mitológica do semideus greco-romano Hércules e dos heróis históricos Filipe da Macedônia, Alexandre o Grande, Ptolomeu I Sóter e Ptolomeu II Filadelfos, bem como parentesco com os imperadores Júlio-Claudianos Augusto, Tibério, Calígula e Cláudio. 

Ao longo de sua vida agitada, ela foi primeiro uma princesa egípcia, depois uma prisioneira romana e, finalmente, uma rainha africana. 

Ironicamente, ao contrário de sua mãe e das governantes femininas contemporâneas Cartimandua dos Brigantes, Boudicca dos Iceni e Zenobia de Palmyra, que foram lembradas pelos conflitos domésticos, guerras civis e rebeliões de seus regimes, a razão pela qual pouco se sabe sobre Cleópatra Selene é porque ela foi bem sucedida. 

NASCIMENTO 

Cleópatra Selene e Alexander Helios nasceram em algum momento durante o outono de 40 a.C. Embora nenhum registro de sua data exata de nascimento ou mesmo de sua ordem de nascimento tenha sobrevivido, o que é certo é que, embora a verdade sobre a paternidade de seu irmão mais velho, Cesário, tenha sido repetidamente questionada na antiguidade, o fato de Marco Antônio ser o pai dos gêmeos nunca foi objeto de dúvida. 

Foi em 37 a.C, quando Marco Antônio convocou Cleópatra para encontrá-lo em Antioquia, na Síria, que ela levou os gêmeos, e o pai os conheceu pela primeira vez e reconheceu formalmente a paternidade.

Aos olhos dos súditos egípcios de Cleópatra, seu relacionamento com Marco Antônio era o equivalente a um casamento dinástico, como havia sido seu relacionamento anterior com César e, portanto, Cleópatra Selene e Alexandre Helios eram legítimos, assim como Cesário. 

ÓRFà

Cleópatra Selene tinha cerca de 10 anos quando seus pais se m4taram. Ela e seu irmão gêmeo, e seu irmão mais novo, Ptolomeu Philadelphos, foram levados de volta a Roma com Otaviano (depois que este venceu a batalha naval de Áccio contra Marco Antônio) e depositados na casa de sua irmã - e ex-esposa de seu pai - Octavia, no Monte Palatino. 

A RAINHA AFRICANA

Mas o que fazer com as crianças? A situação de Cleópatra Selene não era tão simples. Ela havia, afinal, sido declarada rainha de Creta e Cirenaica (parte da Líbia moderna) por direito próprio por Marco Antônio em 34 a.C, e poderia tecnicamente ser considerada a legítima rainha do Egito após a morte de sua mãe.

Em 25 a.C, foi arranjado um casamento entre Cleópatra Selene e Juba e o evento foi comemorado pelo poeta Crinagoras de Mitilene em um epigrama que sobreviveu em sua totalidade: "Grandes regiões vizinhas do mundo, que o Nilo, cheio da negra Etiópia, divide, você criou reis comuns para ambos através do casamento, fazendo uma raça de egípcios e líbios. Que os filhos dos reis, por sua vez, recebam de seus pais um governo forte sobre ambas as terras." 

PARCEIROS

Cleópatra Selene e Juba tinham muito em comum. Ambos ficaram órfãos em tenra idade devido ao su1cídio de seus respectivos pais, ambos tiveram suas terras ancestrais confiscadas e ambos foram exibidos em procissões triunfais antes de serem encorajados a iniciar uma nova vida romana. Eles também eram politicamente problemáticos e casá-los e instalá-los como governantes clientes de Roma era uma solução potencialmente excelente. Assim, após o casamento, Augusto os proclamou rei e rainha da Mauritânia e os enviou para governar como seus clientes.

O jovem casal teve suas vidas viradas de cabeça para baixo como resultado das ações de seus pais. Assim que chegaram à Mauritânia, ficaram livres para tomar suas próprias decisões, sem prestar contas a ninguém, exceto possivelmente a Augusto. Eles tinham muito a fazer: o novo reino da Mauritânia era um vasto território, abrangendo a atual Argélia e o Marrocos, em vez da atual Mauritânia.

Cleópatra Selene e Juba mostraram-se mais do que à altura da tarefa. Embora Juba fosse agora indiscutivelmente o rei da Mauritânia, ele nunca havia sido rei da Numídia ou de qualquer outro lugar. Cleópatra Selene, por outro lado, não só foi declarada rainha de Creta e da Cirenaica em 34 aC, mas também reinou como rainha do Egito em 30 a.C, mesmo que por pouco tempo. Consequentemente, ela possuía prestígio suficiente para governar ao lado de seu marido como uma rainha por direito próprio e sempre se referia à sua herança grega e egípcia nas moedas que emitiu em seu próprio nome, bem como nas que emitiu em conjunto com Juba (f.3). Eles encheram Cesaréia (a capital de seu reino) de edifícios grandiosos inspirados nos de Roma e também em Alexandria. Entre eles, um farol no estilo do Farol alexandrino, instalado em uma ilha do porto, um palácio real situado à beira-mar e numerosos templos dedicados a divindades romanas e egípcias. Sua corte real atraiu estudiosos e artistas de todo o Império Romano e se tornou uma fusão cosmopolita da cultura grega, romana e egípcia.

O casal governou a Mauritânia por quase duas décadas, até a mørte prematura de Cleópatra aos 35 anos, em março de 5 a.C. 

Ela deixou seu marido e seu filho Ptolomeu, que governou em conjunto com seu pai por alguns anos antes de suceder ao governo único após a morte de Juba em 23 d.C. Ele reinou até 40 d.C, quando foi executado por ordem do imperador Calígula, sobrinho-neto de sua mãe. Ptolomeu morreu sem descendência e, quando Calígula foi assassinado no ano seguinte, seu sucessor Cláudio decidiu tirar proveito da situação e assumir o controle do reino. Depois de apenas 65 anos, os territórios recentemente unificados foram novamente divididos e depois convertidos nas províncias romanas da Mauritânia Caesariensis e Mauritânia Tingitana. Cleópatra Selene, Juba e Ptolomeu foram esquecidos. 


Referência 

Draycott, Jane. Cleopatra's Daughter.

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  HISTÓRIA GERAL
 


Estava tudo 


  HISTÓRIA GERAL 



Durante séculos e séculos, as mulheres foram proibidas de cantar nas igrejas católicas. Mas os coros ainda precisavam de sopranos para algumas canções. 

Então treinaram meninos para atingir as notas altas. O único problema era que garotinhos não continuam garotinhos. Eles se transformam em adolescentes e, quando o fazem, suas vozes ficam mais

robustas. Essa mudança deixava os maestros do coro malucos. Eles passavam anos treinando um garotinho, moldando e aprimorando seu canto - e, sua voz começava a falhar. 

Então, alguém - não sabemos quem - deu uma solução (covarde): c4strar os meninos. Sem testículos, esses chamados "castrati" não passariam pela puberdade. Como resultado, suas vozes permaneceriam agudas e puras.

HISTÓRICO

A utilização de cantores castrados na ópera é muito antiga, remontando ao início do Império Bizantino, durante o século V. 

Se na Idade Média várias crianças eram emasculadas para manter uma voz "celestial", essa prática tornou-se uma verdadeira moda durante o século XVII, quando muitas crianças, principalmente de famílias pobres, eram emasculadas para preservar a voz infantil. 

Durante o período bizantino em Constantinopla o uso de castrados nos coros continuou, mas, a partir de 1204, ano da tomada da cidade pelos cruzados contra os bizantinos, seu uso desapareceu.

A DEMANDA 

Os castrati reapareceram durante o século XV na Itália, provavelmente vindos das cortes espanholas, e aumentaram em número até atingirem a impressionante cifra de 4 mil operados por ano nas décadas de 1820 e 1830. 

Entre os séculos XVII e XIX houve centenas de milhares de crianças emasculadas por famílias pobres (mas não só) na esperança de que se tornassem cantores famosos.

As crianças muitas vezes eram "vendidas" a empresários, que então arranjavam uma escola de canto que durava aproximadamente 6/7 anos. 

Nesse período as crianças enfrentaram um treinamento musical de alta intensidade.

A CIRURGIA E AS COMPLICAÇÕES

Os cirurgiões provavelmente encharcaram os meninos em um banho morno, para "amolecer seus tecidos". Em seguida, eles dopavam os meninos com ópio.

A partir daí, os cirurgiões tinham duas escolhas. Eles poderiam cortar os testículos completamente. Ou, com mais segurança, eles poderiam simplesmente cortar os vasos sanguíneos que forneciam irrigação aos testículos. Tecnicamente ocorria o bloqueio do hormônio dihidrotestosterona (derivado da testosterona). 

Uma porcentagem significativa de crianças submetidas à "melhoria" morreu ou ficou incapacitada para o resto da vida. 

Você pode estar se perguntando: por que diabos os pais permitiriam que isso acontecesse com seus filhos? Em uma palavra, dinheiro.

Para eles o risco valia o preço, principalmente ligado ao alto número de filhos das famílias da época e à impossibilidade dos pais de sustentá-los. 

Caso a criança se tornasse famosa, toda a família teria se beneficiado, como foi o caso do castrado cantor Senesino, que colaborou durante a maior parte de sua vida com o compositor Georg Händel. 

É claro que nem todos os "cantores", como eram chamados, alcançaram o estrelato, e a grande maioria deles acabou em corais, formações de igrejas, foram ordenados padres e até fazendo trabalhos braçais, apesar da desvantagem da tremenda mutilação.

O DECLÍNIO 

De meados dos anos 1600 até o final do século XVIII, os cantores emasculados foram os grandes protagonistas da cena musical europeia, com exceção da França, intérpretes perfeitos da ópera italiana que era então a favorita nos teatros de toda a Europa. No entanto, a castração nunca foi oficialmente aprovada pela Igreja de Roma, que a previa apenas em perigo de vida. No entanto, a igreja foi a última instituição que fez uso de castrati em seus coros a nível musical As operações de castração infantil caíram em desuso já no início do século XIX, principalmente devido ao renovado interesse público pelas vozes masculinas.


Referência 

Pleasants, H. The Castrati, 1966. 

Imagem do card: Alessandro Moreschi.

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  HISTÓRIA GERAL
 


Estava tudo escuro. O físico norte-americano Robert Oppenheimer fumava compulsivamente, entre uma tragada e outra, respirava profundamente, na tentativa de controlar seu nervosismo e ansiedade, que eram justificáveis, afinal ele estava prestes a testemunhar o primeiro teste nuclear da história. No topo de uma torre de aço de 30 metros de altura, uma bomba de plutônio estava a ponto de explodir. Ela, a bomba, tinha um nome, "O Dispositivo", era um enorme emaranhado de fios e parafusos destoando da árida paisagem do deserto Jornada Del Muerto, em Alamogordo, no Novo México. 

Oppenheimer, tragou mais uma vez seu cigarro e, ao final da contagem regressiva, o dia 16 de julho de 1945 estaria para sempre marcado na história. 


LIBERARAM O MONSTRO 

Às 5h29min45s, um clarão descomunal iluminou as montanhas, não se ouviu o som, muito mais lento que a luz, o som veio muitos segundos depois. 

Um estalo seco como um tiro, seguido de um trovão. E uma imensa bola de fogo, com 2 mil metros de diâmetro levantou-se de repente. A onda de choque estremeceu o bunker - que estava a 9 km do local da detonação - onde estava Oppenheimer, militares e outros cientistas. 

O rugido da explosão ecoou pelo deserto, sendo sentido em uma distância de 160 km. A torre onde a bomba estava, evaporou. 

A areia foi calcinada num raio de 700 metros, virando um enorme lençol de vidro. A explosão liberou 20 quilotons - equivalente a 20 mil toneladas de dinamite. 

De longe, a maior quantidade de energia já produzida de um só golpe pelo homem.

A enorme nuvem em forma de cogumelo de 12 km de altura, deixou todos que acompanharam o "espetáculo" estupefatos. 

Oppenheimer, murmurou um verso do Bhagavad-Gita, texto sagrado do hinduísmo: “Transformei-me na morte. A destruidora de mundos.” 

Algumas semanas depois, duas bombas atômicas baseadas no projeto de Oppenheimer foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, matando centenas de milhares de pessoas e encerrando a Segunda Guerra Mundial. Oppenheimer foi aclamado como herói por alguns e difamado como vilão por outros.

Ele próprio era ambivalente sobre seu papel na criação de uma arma tão destrutiva. Mais tarde, ele disse: "Em algum tipo de sentido grosseiro que nenhuma vulgaridade, nenhum humor, nenhum exagero pode extinguir, os físicos conheceram o pecado; e este é um conhecimento que eles não podem perder." 


PÓS-GUERRA 

Após a guerra, Oppenheimer tornou-se um defensor do controle internacional da energia nuclear e do desarmamento. Ele se opôs ao desenvolvimento da bomba de hidrogênio, que era ainda mais poderosa que a bomba atômica. Ele também entrou em conflito com algumas facções políticas e militares que queriam usar armas nucleares como instrumentos de intimidação e dominação. Como resultado, ele foi acusado de ser desleal e indigno de confiança por um comitê do governo norte-americano em 1954. 


PROFESSOR 

Oppenheimer passou o resto de sua vida como professor no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, onde continuou a ensinar e pesquisar física. Ele também escreveu e deu palestras sobre vários tópicos relacionados à ciência, cultura, filosofia e ética. Ele recebeu várias homenagens e prêmios por suas contribuições à ciência e à humanidade, incluindo o Prêmio Enrico Fermi em 1963 do presidente John F. Kennedy. 

Ele morreu em 1967 de câncer na garganta aos 62 anos. Ele deixou um legado admirado e controverso, celebrado e criticado. Ele foi uma das figuras mais influentes da história moderna que moldou nossa compreensão dos segredos da natureza e nossa capacidade de aproveitá-los para o bem ou para o mal. Ele era Robert Oppenheimer: o pai da bomba atômica.


CONTEXTO DA IMAGEM

Cillian Murphy vai trabalhar mais uma vez com Christopher Nolan. O ator irlandês é o protagonista de ‘Oppenheimer’, no papel do personagem título, que contará a história do físico norte-americano. O filme estreia no Brasil em 20 de julho de 2023. 


Referência 

Bird, Kai; Sherwin, Martin J

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A PRINCESA


Os restos mumificados da "Princesa Ukok", uma mulher que viveu nas estepes da Eurásia no século V a.C, foram encontrados intactos em um kurgan, um tipo de túmulo preenchido com sedimentos menores e coberto com uma pilha de pedras. Natalia Polosmak e sua equipe descobriram a múmia durante o verão de 1993, quando ela era pesquisadora sênior no Instituto Russo de Arqueologia e Etnografia em Novosibirsk.

A Princesa Ukok foi uma representante da cultura Pazyryk (citados pelo historiador grego Heródoto) que prosperou entre os séculos VI e II a.C nas estepes da Sibéria. 

A tumba foi encontrada perto das fronteiras da Rússia com a Mongólia, China e Cazaquistão, onde hoje é a República Autônoma de Altai. O planalto, parte das estepes da Eurásia, é caracterizado por um clima extremamente severo (frio).

FUNERAL

Acredita-se que, além de pertencer à família real, a princesa Ukok era uma curandeira ou reverenciada como santa. Ela foi sepultada cercada por dois guerreiros, também com tatuagens. 

Os dois deveriam protegê-la. Havia ainda dois cavalos para facilitar a viagem para a próxima vida.

A câmaras funerárias (Kurgan) foram construídas com toras de madeira entalhada para formar uma pequena cabana, que pode ter se parecido com os abrigos de inverno dos semi-nômades.

A câmara da tumba da foi construída dessa maneira, e a madeira e outros materiais orgânicos presentes permitiram que seu enterro fosse datado.

No local também foram encontrados diversos pertences, uma bolsa com cosméticos, joias, um espelho com moldura chinesa e um recipiente cheio de maconha.

ANÁLISES

Os pesquisadores estipulam que a mulher tinha entre 25 e 28 anos de idade quando morreu. Ela sofria de osteomielite, uma infecção do osso ou da medula óssea, desde a infância ou adolescência.

Imagens de ressonância magnética da múmia, revelaram a presença de "um tumor primário na mama direita e nódulos linfáticos axiais direitos com metástases ”, relatou Andrey Letyagin, da Academia Russa de Ciências Médicas.

Embora não se saiba ao certo ainda se foi o câncer de mama que a matou, eles acreditam que a maconha tenha sido utilizada como remédio.

“Talvez o uso de maconha tenha sido uma necessidade devido ao avanço do câncer”, comentou Natalia Polosmak.

TATUAGENS 

As tatuagens são desenhos de criaturas mitológicas. Os especialistas acreditam que as tatuagens tinham relação com a idade e o status ao qual pertencia a pessoa. 

O significado e a disposição das tatuagens hoje em dia não são muito diferentes de dois milênios atrás. 


Referência 

Polosmak, Natalia. A Mummy Unearthed from the Pastures of Heaven.

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UM JORNALISTA, UM PRÍNCIPE E UMA TRADIÇÃO PECULIAR 


Não se surpreenda se, passeando pelo cemitério Père Lachaise, você encontrar algumas jovens montadas em uma das sepulturas da divisão 92... É a de Victor Noir, que nunca poderia imaginar tanto sucesso! Vou te explicar melhor nas próximas linhas.

A MORTE DE UM INOCENTE 

10 de janeiro de 1870... Yvan Salmon, jornalista, conhecido como Victor Noir, aparece na rua d'Auteuil, 59, na casa do príncipe Pierre-Napoléon Bonaparte, primo taciturno e cabeça quente do imperador. Ele acompanha seu colega Ulrich de Fonveille. Os dois homens estão ali como testemunhas de um certo Pascal Grousset, que, considerando-se difamado por um artigo assinado pelo príncipe, deseja desafiá-lo para um duelo. 

O príncipe notório por sua impulsividade, ficou enlouquecido de raiva com a presença dos dois homens, pegou uma pistola e atirou em Victor Noir que não havia feito absolutamente nada. 

A REVOLTA DE UM POVO 

A morte brutal deste jovem jornalista de 21 anos foi tomada por todos os opositores do regime, como símbolo da repressão imperial contra as liberdades públicas. 

Pierre Bonaparte, que já tinha feito outras vítimas, foi surpreendentemente absolvido pelo Supremo Tribunal de Justiça (ah, esses Supremos!). 

Os parisienses deploraram essa injustiça e se reuniram em massa no funeral de Victor Noir (até então um ilustre desconhecido) em 12 de janeiro. No total, mais de 100 mil pessoas estavam presentes no cemitério de Neuilly-sur-Seine para homenagear este mártir

Este episódio marcará, de fato, para o Segundo Império, o início de um movimento anti-napoleônico de grande envergadura, considerado como um dos elementos desencadeantes da Comuna de Paris de 1871. 

UM SÍMBOLO REPUBLICANO 

21 anos após sua morte, tendo se tornado um verdadeiro símbolo republicano, Victor Noir foi transferido para o cemitério Père Lachaise. Em 1891, o escultor Jules Dallou erigiu em sua lápide uma lisonjeira figura de bronze, reclinada e de desconcertante realismo. Ainda em boas condições hoje, você pode ver o buraco de bala em seu peito, as costuras de suas luvas, o chapéu que ele deixou cair ao cair no chão.

TRADIÇÃO “NECRO-ERÓTICA” 

Há cerca de cinquenta anos, dois jovens estudantes, intrigados com a proeminência do atributo viril da figura na tumba, decidiram começar o boato de que esfregá-la promoveria a fertilidade (ou aumentaria as chances de ter um bom amante no ano, segundo as crenças). Desde então, muitas pessoas tentam regularmente o experimento, como evidenciado pela lustração das partes íntimas da escultura. 


Referência 

APPERT, Gino. Les rites sexuels sur le gisant de Victor Noir, sur brèves d'histoire.

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"OS TARTARUGAS NINJAS" 


Dos subterrâneos de Porto Alegre, entre o Mercado Público e a prefeitura, brotavam às 10h doze meninos de rua, com idades entre 11 e 14 anos. Sujos, cabelos piolhentos, desgrenhados e as roupas rasgadas, eles saíam um a um dos bueiros, como se tivessem pulado da cama. 

As pessoas que davam passadas largas rumo ao trabalho no centro da cidade diminuíam a velocidade diante dos meninos  que o asfalto da rua paria bem debaixo dos seus pés. Nos subterrâneos de Nova Iorque vivem as tartarugas ninja, 

heróis de filmes e de desenho animado, ídolos das crianças do mundo inteiro. À multidão que os olhava estarrecida, os meninos estropiados que emergiam das catacumbas da Capital, alguns ainda com chupeta na boca, declaravam em desafio: 

– Somos as tartarugas ninja de Porto Alegre. 

Sem nenhum outro lugar para passar a noite e para fugir do intenso frio da capital gaúcha os meninos se escondiam nos bueiros. Uma vida tão brutal que o esgoto era o que os protegia de serem violados de todas as maneiras. Dez anos depois, desse fato ganhar destaque no Brasil (e em outros países) o jornalista, Carlos Etchichury, foi atrás do paradeiro de cada um deles e descobriu que vários estavam mortos, pertenciam à parcela de brasileiros cuja expectativa de vida não passa dos 20 anos. Eles se chamavam de “Tartarugas Ninja de Porto Alegre”, como no filme. Seu líder era o “Ratão”. A fantasia dava sentido ao que não tinha nenhum. A fantasia era a vida. 


Referências 

Artigo - A noite em que o nariz de Porto Alegre queimou. Eliane Brum.

Foto: ©️ Genaro Joner, 1992.

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A HISTÓRIA DO PAPEL HIGIÊNICO 


Antes do papel higiênico, as pessoas usavam principalmente o que fosse gratuito e disponível para higiene pessoal. Infelizmente, muitas das opções eram bastante dolorosas: aparas de madeira, feno, pedras, espigas de milho e até cabos de âncora desgastados. Os antigos romanos usavam o tersorium uma esponja em uma vara que ficava em um balde de água salgada ou vinagre e acreditasse que era compartilhada por todos. 

Folhas, trapos, musgo eram algumas das opções menos dolorosas (e provavelmente mais higiênicas). As pessoas ricas usavam lã, renda ou outros tecidos.

BRASIL

Nos tempos de colônia, os brasileiros faziam uso da palha de milho — de preferência as verdes, mais macias. Na falta do produto, eles apelavam para o sabugo mesmo.

ORIGEM

A referência mais antiga ao papel higiénico foi encontrada nos materiais escritos por Yen Chih-Thui, um estudioso do século VI d.C., que teve acesso a manuscritos descartados que tinham sido usados para fins pessoais. Mas a prática parece ter entrado em vigor ainda antes. Os investigadores sugerem que o papel de cânhamo, como o encontrado no túmulo do imperador Wu Di do século II d.C. – um papel demasiado áspero para a escrita – era usado como papel higiénico.

A ideia de produção de papel higiênico, remonta à China medieval (1393), quando um imperador chinês usava folhas de papel de 60 por 90 cm. O papel tem sido usado para serviço de banheiro por milhares de anos desde então. 

No final do século XV, o papel tornou-se prontamente disponível, então o jornal era comumente usado como papel higiênico. 

PRODUÇÃO EM MASSA

O primeiro papel higiênico embalado comercialmente foi feito em 1857 por Joseph Gayetty. O papel estava molhado de babosa e tinha seu nome impresso em cada folha. Foi vendido como um produto médico e alegava prevenir hemorróidas. O produto não teve muito sucesso, porque a maioria das pessoas teve dificuldade em pagar o equivalente a US$ 12 por 500 folhas quando havia tantas opções gratuitas disponíveis.

A produção em massa de papel higiênico continuou, no entanto, e rolos perfurados como os que usamos hoje foram patenteados em 1871 por Zeth Wheeler.

WALTER ALCOCK

No entanto em 1879, Walter Alcock, um empresário britânico, não apenas também criou papel higiênico em rolo, como também foi o primeiro a usar o papel higiênico perfurado em vez dos lençóis planos comuns.

POPULARIZOU 

A marca Scott popularizou os rolos de papel higiênico a partir de 1890 (f.6), porque era vendido para hotéis e drogarias. Muitas pessoas se sentiram desconfortáveis ​​ao comprar o produto, porque ficavam constrangidos com suas próprias funções corporais na época. No final de 1800 e início de 1900, encanamento interno e banheiros com descarga estavam se tornando mais comuns, então as pessoas foram forçadas a deixar o constrangimento de lado e comprar papel higiênico que não causaria entupimentos ou danos aos canos. Outro grande avanço na indústria de papel higiênico veio em 1928, quando a Hoberg Paper Company introduziu o papel higiênico Charmin, deu-lhe um logotipo feminino e anunciou sua suavidade em vez de seu propósito. O produto foi extremamente bem sucedido, e o papel higiênico rapidamente se tornou uma necessidade em vez de um item de luxo reservado apenas para a realeza ou os muito ricos.


Referência 

NEEDHAM, Joseph. Science and Civilisation in China. Vol. V : Chemistry and chemical technology, part 5 : Spagyrical discovery and invention : physiological alchemy - 1987 - Revue d'Histoire des Sciences 40 (3-4):399-402.

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SURPRESA, TROIANOS!


A história de hoje nos leva a uma viagem de volta no tempo. A Guerra de Troia, travada entre os gregos e os defensores da cidade de Troia na Anatólia em algum momento do final da Idade do Bronze, conquistou a imaginação por milênios. Um conflito entre micênicos e hititas pode ter ocorrido, mas sua representação na literatura épica, como a Ilíada de Homero, é quase certamente mais mito do que realidade. No entanto, definiu e moldou a forma como a cultura grega antiga foi vista até o século XXI d.C. A história de deuses e guerreiros heróicos é talvez uma das mais ricas fontes sobreviventes da antiguidade e oferece insights sobre a guerra, religião, costumes e atitudes dos antigos gregos. A principal fonte para o nosso conhecimento da Guerra de Troia é a Ilíada de Homero (escrita em algum momento do século VIII a.C), onde ele relata 53 dias durante o último ano do conflito de dez anos e a Eneida de Virgílio, um poeta romano da era augusta, que escreveu o poema épico em 29 a.C.

A HISTÓRIA

O cavalo foi construído por Epeius, um mestre carpinteiro. Os gregos, fingindo desertar da guerra, navegaram para a ilha vizinha de Tenedos, deixando para trás Sinon, que convenceu os troianos de que o cavalo era uma oferenda a Atena (deusa da guerra) que tornaria Troia inexpugnável e como forma de pedido de desculpas pela profanação dos Templos troianos pelos gregos.

Apesar dos avisos do sacerdote troiano Laocoonte e de Cassandra, o presente equino foi levado para dentro dos portões da cidade. Aí já era tarde demais.... a carga oculta contendo a elite dos guerreiros gregos emergiu e abriram os portões para deixar entrar o exército grego retornado. Bem, você pode imaginar o que aconteceu.

DÚVIDAS 

O primeiro historiador a questionar a existência do cavalo de Troia foi Pausanias, um viajante e geógrafo grego que viveu no século II d.C. durante o reinado romano de Marco Aurélio. Em seu livro, Descrição da Grécia, Pausanias descreve um cavalo feito de bronze, não de madeira, que continha soldados gregos.

Mais recentemente, em 2014, Armand D'Angour, da Universidade de Oxford, explicou isso de forma mais clara. “Evidências arqueológicas mostram que Troia foi de fato incendiada; mas o cavalo de madeira é uma fábula imaginativa, talvez inspirada no modo como as antigas máquinas de cerco eram revestidas com peles de cavalo úmidas para impedir que fossem incendiadas."

Independentemente de o cavalo de Troia realmente existir, seu lugar na história não pode ser negado.


Referência 

RUTTER, Jeremy B. Troy VII and the Historicity of the Trojan War.

STRAUSS, Barry. The Trojan War: A New History.

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  NO CORAÇÃO DE PARIS
 


Gárgulas e quimeras velam a Notre-Dame. Empoleiradas no alto das torres da Catedral de Notre-Dame, estátuas ornamentais de pedra espreitavam a paisagem de Paris. Alguns riram, um cuspiu, outros pareciam entediados, alimentados com presas ou fizeram caretas.  

Estóicos, os pássaros, monstros míticos e bestas híbridas são testemunhas misteriosas da história. No entanto, eles não são tão velhos quanto muitas pessoas pensam. 

As estruturas foram adicionadas durante a reconstrução da igreja na década de 1840. 

Portanto, não os culpe pela coroação do imperador Napoleão Bonaparte ou de seus antecessores. Não os calunie por serem meros espectadores, pois 17 mil cidadãos franceses perderam a c@beça durante o Reinado do Terror da Revolução Francesa. Eles nem estavam ali ainda. No entanto, quando os n@z1 invadiram o país durante a Segunda Guerra Mundial, as gárgulas permaneceram fortes, resistindo a um cerco alemão de quatro dias à igreja. 

FUNÇÃO PRÁTICA 

Em primeiro lugar, as gárgulas têm uma função prática. A águas da chuva que escorre pelas telhas da Notre-Dame de Paris, deve ser evacuada sem escorrer pelas paredes para evitar estragá-las. Ao jogar a água da chuva longe da construção, as gárgulas protegem a catedral e evitam que o escorrer excessivo de água acabe estragando as pedras. Aliás, esta é a principal diferença entre as gárgulas e as quimeras. As primeiras servem para evacuar a água da chuva. Já as segundas têm uma função decorativa.

FUNÇÃO SIMBÓLICA

Se as gárgulas protegem a edificação dos rejeitos do céu, evitando que a água da chuva escorra em demasia pelas paredes, elas também garantem a proteção simbólica do local. Figurando aspectos frequentemente assustadores, elas representam monstros oriundos dos bestiários fantásticos, animais selvagens, domésticos e até mesmo homens.  Tais monstros têm a função de manter longe das paredes santificadas, que abrigam os fieis, os d€mônios e as forças do mal que os amedrontam. Elas também permitem, ao direcionar a água suja para longe das paredes, garantir uma função purificadora.

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  KHOL - A MAQUIAGEM
 


A beleza dos olhos femininos com seu brilho aprimorado por Kohl adorna um rosto de beleza como uma lua cheia em uma noite escura. 

EGITO 

Havia o aspecto mágico de invocar os deuses Horus e Ra aplicando essa maquiagem preta, juntamente com outras propriedades protetoras. 

No antigo Egito, como os arqueólogos e egiptólogos modernos apontam, pessoas de todas as esferas da vida, de trabalhadores a realeza, aplicavam kohl em seus olhos. Mas o fenômeno dessa maquiagem preta grossa é conhecido em todo o mundo, e ainda é usado hoje no norte da África e na Ásia Central. 

INGREDIENTES 

Os componentes do antigo kohl egípcio eram numerosos, e alguns deles bastante raros e caros. O principal ingrediente era a galena ou sulfeto de chumbo, um minério metálico. Presumivelmente, o kohl destinado aos mais ricos também incluía pedras preciosas moídas, como rubis, esmeraldas e pérolas. Ele também continha, em alguns casos, ouro e prata, coral e uma substância conhecida hoje como incenso. Além disso, o kohl incluía ervas ou plantas medicinais como nim, açafrão e erva-doce em sua composição. Os antigos egípcios então diluíram todas essas substâncias em líquidos que permitiram que o kohl fosse aplicado como maquiagem dos olhos, como água, leite, óleo e gorduras animais.

MUITO ANTIGO

A vasta presença da Kohl ao longo da história e em muitos lugares atesta sua compra por razões culturais, sociais e de higiene. Evidências de seu uso foram desenterradas em locais de antigas civilizações espalhadas pelo norte da África, Ásia Central, Mediterrâneo e Extremo Oriente. 

É um produto incrivelmente antigo, presente desde a Idade do Bronze (3500 a.C – 1100 a.C) e seu uso é até referido no Antigo Testamento, mencionando “olhos pintados” duas vezes, II Reis 9,30 e Ezequiel 23,40. Diferentes povos o chamam de maneiras diferentes. Os árabes e egípcios modernos ainda o conhecem como kohl, enquanto os antigos gregos e romanos o chamavam de kollurion. Na Índia e Paquistão modernos é conhecido como Surma. 

ANÁLISES 

Algumas amostras muito antigas do composto químico foram analisadas por especialistas franceses em 2010. Os cientistas encontraram quatro tipos de chumbo, incluindo galena e laurionita. Nem laurionita nem outro cloreto de chumbo, fosgenita, é encontrado no Egito em seu estado natural. Este fato implica que foram importados para a fabricação de óxido de chumbo e kohl. Para os pesquisadores franceses, essa indústria poderia ter sido "o primeiro exemplo conhecido de processamento químico em grande escala".

Nos tempos antigos, não se sabia que o chumbo era venenoso. Mas, apesar da presença desse metal pesado no kohl, essa maquiagem fornece proteção antibacteriana e também pode ter reduzido a incidência de catarata, cegueira e úlceras oculares, ativando uma resposta imune e matando bactérias nocivas, evitando possíveis infecções.


Referência 

Catherine C.J (2005). Kohl as traditional women’s adornment in North Africa and Middle East, Introduction to Harquus: Part 2: Kohl, pp.1-9.

RICE, Michael. “Glossary”. In: RICE, Michael. Who’s Who in Ancient Egypt. Londres: Routledg, 1999.

STROUHAL, Eugen. A vida no Antigo Egito. (Tradução de Iara Freiberg, Francisco Manhães, Marcelo Neves). Barcelona: Folio, 2007.

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  MITOLOGIA NÓRDICA 


Fenrir é o mais infame dos muitos lobos da mitologia nórdica. Sua importância para os escandinavos pré-cristãos é demonstrada por ele ser retratado em várias pedras rúnicas sobreviventes, sem mencionar sua onipresença em fontes literárias nórdicas antigas. Ele é o filho do deus Loki e da gigante Angrboda, o que faz dele o irmão da serpente Jormungand e da deusa do submundo Hel.

Como é contado mais detalhadamente no conto A Ligação de Fenrir, os deuses Aesir criaram Fenrir para mantê-lo sob seu controle e impedi-lo de causar estragos nos Nove Mundos. Ele cresceu em um ritmo surpreendentemente rápido, no entanto, e eventualmente os deuses problemáticos decidiram acorrentá-lo. 

Suas duas primeiras tentativas não tiveram sucesso; enquanto os deuses astutos convenceram Fenrir de que era apenas um jogo, um teste de sua força, ele rompeu os grilhões facilmente. Para sua terceira tentativa, os deuses fizeram os anões forjarem a corrente mais forte já construída, que, no entanto, dava a aparência de ser muito leve e até macia ao toque. 

Quando os deuses presentearam Fenrir com este terceiro grilhão, ele ficou desconfiado e se recusou a ser amarrado a menos que um dos deuses colocasse a mão em sua boca como garantia de boa fé. Apenas Tyr (o deus da guerra e da ordem) foi corajoso o suficiente para fazer isso, sabendo que isso significaria a perda de sua mão. 

E, com certeza, quando Fenrir se viu incapaz de se libertar de suas amarras, ele arrancou a mão de Tyr. A corrente foi então amarrada a uma pedra e uma espada foi colocada nas mandíbulas de Fenrir para mantê-las abertas. Enquanto ele uivava selvagem e incessantemente, um rio espumoso chamado "Expectation" (Ván nórdico antigo) fluía de sua boca babando.

Como o nome sinistro do rio indica, este não foi o fim de Fenrir. Em Ragnarok (o apocalipse na antiga região nórdica), ele se libertará e correrá pelo mundo devorando tudo em seu caminho. Ele até matará o deus Odin antes de finalmente ser morto por Vidar, um dos filhos vingadores de Odin e isso dará início a um novo ciclo de vida. 


Pesquisa: Qual sua figura mitológica favorita? 

Referência 

MCCOY, Daniel. The Viking Spirit.

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  A HISTÓRIA POR TRÁS DO MEME


O que é relatividade? A teoria alucinante de Einstein explicada. Como nossas ideias sobre espaço e tempo mudaram para sempre. Quando a teoria da relatividade apareceu no início de 1900, ela derrubou séculos de ciência e deu aos físicos uma nova compreensão do espaço e do tempo. 

Isaac Newton viu o espaço e o tempo como fixos, mas na nova imagem fornecida pela relatividade especial e pela relatividade geral eles eram fluidos e maleáveis. 

Quem inventou a teoria da relatividade? 

Albert Einstein. Ele publicou a primeira parte de sua teoria - relatividade especial - na revista de física alemã Annalen der Physik em 1905 e completou sua teoria da relatividade geral somente após mais uma década de trabalho difícil. Ele apresentou a última teoria em uma série de palestras em Berlim no final de 1915 e publicada no Annalen em 1916.

O que é relatividade especial? 

A teoria é baseada em dois conceitos-chave. 

Primeiro, o mundo natural não permite quadros de referência “privilegiados”. Enquanto um objeto estiver se movendo em linha reta com velocidade constante (ou seja, sem aceleração), as leis da física são as mesmas para todos. É um pouco como quando você olha pela janela de um trem e vê um trem adjacente parecer se mover, mas ele está se movendo ou você está? Pode ser difícil dizer. Einstein reconheceu que se o movimento é perfeitamente uniforme, é literalmente impossível dizer - e identificou isso como um princípio central da física. 

Em segundo lugar, a luz viaja a uma velocidade invariável de 299.792.458 metros por segundo. Não importa o quão rápido um observador esteja se movendo ou quão rápido um objeto emissor de luz esteja se movendo, uma medição da velocidade da luz sempre produz o mesmo resultado. 

A partir desses dois postulados, Einstein mostrou que o espaço e o tempo estão interligados de maneiras que os cientistas nunca haviam percebido anteriormente. Através de uma série de experimentos mentais, Einstein demonstrou que as consequências da relatividade especial são muitas vezes contra-intuitivas – até mesmo surpreendentes.

EXEMPLO

Se você estiver dentro de um foguete e passar por um amigo em um foguete idêntico, mas mais lento (conseguisse dar um "zoom"), por exemplo, verá que o relógio do seu amigo está passando mais devagar do que o seu (os físicos chamam isso de "dilatação do tempo").

Além disso, o foguete do seu amigo parecerá mais curto que o seu. Se o seu foguete acelerar, sua massa e a do foguete aumentarão. Quanto mais rápido você for, mais pesadas as coisas se tornarão e mais seu foguete resistirá aos seus esforços para fazê-lo ir mais rápido. Einstein mostrou que nada que tenha massa pode atingir a velocidade da luz. Outra consequência da relatividade especial é que matéria e energia são intercambiáveis ​​por meio da famosa equação E = mc² (em que E representa energia, m para massa e c² a velocidade da luz multiplicada por si mesma). Como a velocidade da luz é um número tão grande, mesmo uma pequena quantidade de massa é equivalente a – e pode ser convertida em – uma quantidade muito grande de energia. É por isso que as bombas atômicas e de hidrogênio são tão poderosas. O que é relatividade geral? Essencialmente, é uma teoria da gravidade. A ideia básica é que, em vez de ser uma força invisível que atrai objetos uns para os outros, a gravidade é uma curva ou deformação do espaço. Quanto mais massivo for um objeto, mais ele deformará o espaço ao seu redor.

TESTES DE RELATIVIDADE ESPECIAL E GERAL

Ao longo do último século, muitos experimentos confirmaram a validade tanto da relatividade especial quanto da geral. No primeiro grande teste da relatividade geral, os astrônomos em 1919 mediram a deflexão da luz de estrelas distantes à medida que a luz das estrelas passava pelo nosso sol, provando que a gravidade, de fato, distorce ou curva o espaço.

Em 1971, os cientistas testaram ambas as partes da teoria de Einstein, colocando relógios atômicos precisamente sincronizados em aviões e voando ao redor do mundo. Uma verificação dos relógios após o pouso dos aviões mostrou que os relógios a bordo dos aviões estavam funcionando um pouco mais devagar (menos de um milionésimo de segundo) do que os relógios no solo.

A disparidade resultou da velocidade dos aviões (um efeito da relatividade especial) e sua maior distância do centro do campo gravitacional da Terra (um efeito da relatividade geral).

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  HISTÓRIA GERAL
 


“Ele era incontornável."

  Douglas Smith


Olhos arregalados, barbas e cabelos compridos em desalinho. O místico russo Grigori Yefimovich Rasputin (1869-1916) entrou para a história com o apelido de “monge louco”. 

Foi a eminência parda do czar Nicolau 2º e da czari­na Ale­xandra, na Rússia, antes da Re­vo­lu­ção de 1917. Rasputin tinha um incrível poder magnetizador, e mandava e desmandava no casal real. Por tabela, também na “Mãe Rússia”.

Dois detalhes: Rasputin podia ter cara de doidão e estilo de guru, mas não era monge. Sua ligação com a Igreja Ortodoxa russa foi esparsa, tensa e conflituosa. 

Também não era louco, de acordo com diagnósticos modernos. Ao analisar seu perfil, o psiquiatra húngaro Thomas Stephen Szasz não encontrou nele traços de insanidade. 

Ele era, isto sim, calculista e inteligente, diz Szasz. Já a psicóloga Martha Stout, autora de The Sociopath Next Door, é enfática: era um psicopata.

TRAJETÓRIA

Rasputin nasceu na Sibéria, numa família de camponeses. Reza uma lenda que o garoto tinha supostos dons de clarividência, como identificar autores de atos ilícitos, como quando descobriu o ladrão de cavalos do seu pai.

Esses supostos dons, não impediram que Rasputin cometesse atos ilícitos, como pequenos furtos durante sua juventude.

Aos 18 anos foi enviado para um mosteiro, como punição por roubo. Lá, teve uma visão da Virgem Maria, e a partir desse momento passou a viver como andarilho. 

Entrou em contato com a seita herética cristã dos flagelantes, cujos membros buscavam o transe místico por meio do êxtase sexual. Casou aos 20 anos, mas seguiu a vida errante.

Em 1902, foi para São Petersburgo. Com seu jeitão simples, mas rudemente sedutor, Rasputin ganhou acesso aos salões da corte. 

“Como todo psicopata, Rasputin tinha uma aura ou carisma que o tornava mais interessante do que as pessoas em volta”, observa Martha Stout. 

Ali, ele era visto pela nobreza russa mais ou menos como uma atração de circo, e logo teria caído no ostracismo, não fosse por um incidente.

APROXIMAÇÃO

Alexei, o filho do czar, era hemofílico – distúrbio na coagulação do sangue –, problema comum no ramo materno, que remontava à rainha Vitória da Inglaterra (de quem a czarina Alexandra era neta). Não se sabe como, mas Rasputin conseguia debelar as crises de hemorragia do garoto. O historiador Robert Massive aventa a hipótese de hipnose, na qual Rasputin era fera. O que importa. O místico com cara de doidão ganhou fama imediata de milagreiro. E também a gratidão dos pais. 

TIPO PECULIAR 

Rasputin virou celebridade, passando a ser, nas palavras de Robert Massive, uma figura controversa, para dizer o mínimo, de vida escandalosa. 

Era visto quase sempre bêbado, na companhia de prostitutas. Sua vida era tão errante, que chegou a ser acusado de estuprar uma freira. Rasputin ainda tinha fama de ser bem-dotado: 28,5 cm de comprimento. O suposto pênis do místico foi adquirido pelo Museu Erótico russo em São Petersburgo, está em exibição desde 2004, a origem é duvidosa. 

"NOSSO AMIGO"

O czar Nicolau apreciava em Rasputin a religiosidade simples do povo russo. Referia-se a ele como "nosso amigo" e até como santo. 

A mais embasbacada, porém, era Alexandra. O fascínio era tão grande, que no fim da vida de Rasputin, ela estava convicta que Deus falava pela sua boca. O místico, que não era nada bobo, usou essa influência em benefício próprio. Aceitava propinas para interceder por nobres junto ao casal real. Trocava os favores muitas vezes por sexo, no caso de nobres bonitas. 

A aristocracia e o clero toleravam as bandalheiras do místico, mas não o seu crescente poder.

 QUEM MANDA SOU EU

Durante a Primeira Guerra Mundial, o czar foi para a frente de batalha, e Rasputin, embasado pela crédula czari­na, virou uma espécie de primeiro-ministro plenipotenciário. Todas as decisões tinham que passar por seu crivo delirante. Foi demais. Na Duma (a Assembléia Nacional Russa) parlamentares lançavam ofensas verbais contra Rasputin. Já um punhado de nobres, encabeçados pelo príncipe Félix Yussupov, resolveu dar um basta de vez, passar às vias de fato e liquidá-lo. 

Em 1914, uma crente fanática, ex-prostituta, esfaqueou-o no abdômen. "Matei o anticristo", festejou. 

Mas Rasputin era duro na queda, sobreviveu. Parecia ter o corpo fechado. Na noite de 29 de dezembro de 1916, Yussupov e os nobres convidaram o místico para uma ceia no Palácio de Moika, de propriedade do príncipe. Era uma armadilha. Ofereceram-lhe bolo e vinho envenenados com cianeto, mas o homem era mesmo duro na queda, ele resistiu ao veneno. "Já chega", disse Yussupov. E deu um tirø nas costas do monge louco, que tombou.

Mas, para horror dos nobres, Rasputin levantou-se e agarrou o príncipe, tentando estrangulá-lo. 

"Seu menino ruim!", teria grunhido Rasputin, com olhar desvairado. 

Os companheiros de Yussupov vieram em seu socorro, com uma saraivada de tiros e facadas. Rasputin caiu gemendo, mas ainda vivo. Finalmente, o enfiaram em um saco, que foi amarrado e jogado nas águas gélidas do rio Neva. 

Seu corpo foi encontrado três dias depois.

Feita a autópsia, constatou-se a causa mortis como afogamento: havia água nos pulmões. 

A inconsolável Alexandra mandou enterrá-lo em São Petersburgo. Depois da Revolução de 1917, uma turba desenterrou o cadáver e o queimou em uma fogueira. 

Fim espetacular e dramático bem à medida do tresloucado personagem. 


Referência 

Smith, Douglas. Rasputin. 

Stout, Martha. The Sociopath Next Door.

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   ARQUEOLOGIA 


O QUE SERIA?

Nas redes sociais, a história de uma suposta cidade perdida na Amazônia ganhou destaque. Usuários das redes sociais falavam de uma civilização que teria habitado a região da floresta há mais de 450 milhões de anos. 

CIVILIZAÇÃO MURIL

A cidade perdida de Ratanabá também teria sido erguida, segundo as informações que circulam nas redes sociais, pela civilização Muril, da qual não se tem registros em revistas científicas. 

O QUE DIZEM OS ARQUEÓLOGOS?

No período referido pela teoria, os atuais continentes ainda não existiam e estavam unidos na chamada Pangeia. Também não há evidências da nossa espécie (Homo sapiens) mais antigas que um milhão de anos.

"Tudo isso é um delírio", avalia e explica o arqueólogo Eduardo Goés Neves, professor do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo e coordenador do Laboratório de Arqueologia dos Trópicos do Museu de Arqueologia e Etnologia da mesma instituição.

Há mais de 30 anos, o especialista integra uma rede de pesquisadores que trabalham para revelar o passado da Amazônia e dos povos que viveram (e ainda vivem) por lá.

AS IMAGENS

As imagens usadas para ilustrar a cidade perdida teriam pouca base na realidade, segundo o arqueólogo. Elas mostram grandes construções douradas e reluzentes feitas de rocha e ouro, materiais dificilmente encontrados na região na proporção necessária para erguer uma cidade desse tamanho.

ARQUEOLOGIA (de verdade) NA AMAZÔNIA 

Apesar da teoria de Ratanabá ser infundada, pesquisas arqueológicas mostram que a Amazônia pré-colombiana tinha assentamentos indígenas dotados de certo grau de complexidade, a ponto de serem classificados como urbanos. No entanto, segundo Eduardo Neves, não são exatamente cidades como entende o senso comum:

"Existem evidencias de urbanismo no Alto Xingu, na Bolívia, Amazônia equatoriana. Mas, quando as pessoas pensam em cidade antiga, elas pensam no modelo de uma pólis grega, de uma cidade murada. Aqui, eram cidades dispersas, com baixa densidade demográfica, da qual as pessoas saiam e voltavam", explica arqueólogo.

Os achados indicam a existência de antigas estradas feitas pelas comunidades locais há pelo menos 2000 anos. Uma recente pesquisa publicada na revista Nature mostrou, através de um levantamento feito por um sistema de laser aéreo chamado de "Lidar", a existência de pirâmides de até 22 metros na região de Llanos de Mojos, na Bolívia.

"São construções de terra. Antigamente, os arqueólogos iam ao campo e achavam que era tudo natural", — explica Eduardo Neves, apontando que outras construções de terra já foram identificadas em território brasileiro, como no Acre, graças aos avanços tecnológicos.

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  HISTÓRIA GERAL 


Ela chegou à estação ferroviária de Düsseldorf, assustada, sem-teto e desempregada. Saindo da cidade de Colônia em uma noite que parecia mais fria do que o normal, ela esperava encontrar a Sra. Brückne, que lhe daria um lugar seguro para ficar. 

Um novo começo, uma nova cidade. Mas quando ela chegou, o rosto amigável da Sra. Brückne foi substituído por um homem estranho. Ele ofereceu a ela um quarto e abrigo. 

E em seu estado de desespero, ela sentiu que não tinha escolha. Enquanto eles se dirigiam para o Volksgarten, a noite parecia ficar mais fria, enquanto uma névoa de incerteza e medo nublava sua noite.

Escuro e isolado, o estranho insistiu que eles passassem pelo parque arborizado e escondido. Mas ela recusou. Com sua contínua insistência e assédio, ela temia o que viria a seguir.

Peter Kürten, que havia testemunhado a cena, rapidamente interveio, mandando embora o estranho. Ela ficou aliviada e grata. Ela pensou que estava segura. 

Em 14 de maio de 1930, Maria Budlies ficou cara a cara com o Vampiro de Düsseldorf. Peter Kürten.

Esse era seu dom, a habilidade de encantar e convencer os outros de que não havia motivo para temê-lo. Escondido atrás da normalidade, gentileza e simplicidade, Peter foi um dos ass4ssinos mais horríveis do século XX; o caso criminal mais notório da República de Weimar.

Peter Kürten nasceu em 26 de maio de 1883, em Mülheim, Colônia. Sua família mudou-se para Düsseldorf em 1893. Peter era 1 de 13 irmãos e, como a maioria dos ass4ssinos em série, sua infância foi marcada por violência e crueldade que o seguiriam até a idade adulta. Peter só conheceu a pobreza e o descaso enquanto crescia. Com um pai alcoólatra abusivo e uma mãe pouco presente, Peter conheceu poucas alegrias em sua vida.

Seu pai, abusivo. Sua necessidade de amor e atenção em uma família tão grande. E o casamento sem amor e cruel de seus pais significou que a jornada de Peter para se tornar um monstro começou cedo. 

Nunca encontrando alegria em casa, ele a encontrava matandø e aterrorizando animais. Presume-se que Peter tenha cometido seu primeiro ass4ssinato aos 9 anos de idade. Ele foi um dos principais suspeitos do afogamento de dois de seus companheiros de brincadeira no Reno; no entanto, com poucas provas e sua pouca idade, não ficou claro se ele foi o verdadeiro perpetrador. A vida de Peter foi continuamente repleta de crimes, ilegalidade e brutalidade; tornando-se um criminoso habitual desde cedo e passando quase metade de sua vida atrás das grades.

Entre 1899 e 1918, Peter seria acusado de vários furtos, atos de violência e até deserção. 

Entre 1921 e 1925, Peter milagrosamente passou esses anos sem se meter em problemas com a lei. Esses seriam os anos mais pacíficos e comuns de sua vida. Ele até conheceu e se casou com Auguste Scharf. 

Mas era possível? Poderia este criminoso, assassino e sádico ter encontrado o amor? Bem, ao que parece, esse amor certamente não era.

O VAMPIRO 

Na literatura "um vampiro é alguém que parece humano e soa humano, mas não é humano.” Os atos de Peter em 1929 deixariam sua marca como um dos vilões mais notórios da Alemanha. Retornando a Düsseldorf com sua esposa, Auguste, depois de sua vida aparentemente mais tranquila em Altenberg, veria seus crimes mais hediondos cometidos. O que aconteceu? O que desencadeou sua necessidade de sangue e arrebatamento por ass4ssinato? Foi tédio? Sua necessidade de reconhecimento?

Em 3 de fevereiro de 1929, a sinistra e notória série de ass4ssinatos e crimes de Peter Kürten começou. Apollonia Kühn, 55 anos, estava voltando para seu apartamento na Bertastrasse. Por volta das 21h, aproveitando o escuro e um campo vazio próximo, Peter atacou Apollonia com uma tesoura. Ele repetidamente a atacou do rosto aos braços, mãos e nuca. Depois de gritos de gelar o sangue, Peter a soltou e fugiu. Ela ficou com 18 pontos e uma vida inteira de traumas. Apollonia sobreviveu.

 Peter começou uma série de ass4ssinatos e o Vampiro de Düsseldorf tornou-se infame e os cidadãos viviam com medo e raiva. A polícia não tinha nenhum suspeito genuíno e um ass4ssino à solta. Mas após o ass4ssinato de Gertrud Albermann e a descoberta do corpo de Maria Hahn, Wilhelm Hofer – ex-colega de cela de Peter – apresentaria o suspeito. No entanto, foi Maria Budlies que seria a causa da captura de Peter. Depois que Maria acreditou ter encontrado seu cavaleiro de armadura brilhante, ela o seguiu de bom grado até seu apartamento; Mettmanner Strasse 71.

Começando a se sentir desconfortável, Maria insistiu que Peter a levasse para um albergue para mulheres. Mas, em vez disso, ele os conduziu até a floresta de Grafenberg, onde Maria foi sufocada e assediada sexualmente. Mas ela foi deixada viva. Maria escreveu uma carta para a Sra. Brückner, na qual descrevia o que havia acontecido. A primeira noite de Maria na cidade estabeleceria as bases para a morte de Peter. A carta foi entregue por engano à família Brügmann, que rapidamente a entregou à polícia. Após as evidências, a polícia pediu a Maria que confirmasse o local do apartamento de Peter. No entanto, Peter pegou Maria investigando seu bloco de apartamentos alguns dias antes. Ele admitiu suas ações para sua esposa Auguste e fugiu para evitar a captura. Antes de fugir, ele combinou de se encontrar em Rochuskirche uma última vez com sua esposa. No entanto, a polícia conseguiu rastrear os movimentos de Peter, e em 4 de maio de 1930, ele foi preso no ponto de encontro planejado de Rochuskirche. Ele não resistiu e até fez uma confissão orgulhosa.

Através da coleta de evidências, uma lista de vítimas que ultrapassou 30 e uma análise psiquiátrica, sua desumanidade e selvageria eram inegáveis. Em 22 de abril de 1931, o júri de Düsseldorf o condenou à mørte por nove casos de assassinato e 15 anos de prisão por outras sete tentativas de assassinato. 

Um homem de aparência mediana, estatura mediana, com cabelos escuros bem penteados, entraria no pátio de execução em 2 de julho de 1931. Peter foi decapitado na prisão de Klingelputz, em Colônia.

Referência 

Berg, Karl. The Düsseldorf Vamp

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  HISTÓRIA GERAL
 


Uma série de arquivos do Vaticano abertos em 2020 estão lançando uma nova luz sobre a relação entre o Papa Pio XII e H1tler enquanto ele liderava a Alemanha n4zista durante a Segunda Guerra Mundial. O historiador David Kertzer, autor de “O Papa na Guerra: A História Secreta do Papa Pio XII, Mussølini e H1tler”, lança um olhar mais profundo sobre essas revelações. 

O SILÊNCIO 

Quando, em 1943, 1.260 judeus italianos foram presos pelos n4zistas ao alcance da voz da Cidade do Vaticano, em Roma, o Papa Pio XII não levantou um dedo em protesto. O Papa estava bem informado sobre o provável destino dos judeus italianos que definharam no pátio de um colégio militar por dois dias. Desde o outono de 1942, Pio XII recebeu relatórios detalhados sobre o genøcídio dos judeus europeus, de acordo com o historiador David Kertzer, vencedor do Pulitzer .

O Papa não protestou contra a deportação dos judeus italianos, mas seus desejos em relação aos judeus que se converteram ao catolicismo foram atendidos pelos alemães a apenas 730 metros dos muros do Vaticano. 

Durante a “caça” de Roma em 16 de outubro de 1943, 250 “católicos não arianos” foram retirados do pátio antes que todos fossem deportados para as câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau. 

“Parece-me estranho que de tudo o que foi escrito sobre o Vaticano e os esforços papais para salvar os judeus, tão pouco tenha notado que os esforços foram direcionados em boa parte aos católicos que eram convertidos do judaísmo ou filhos de judeus", escreve David em seu livro.

Durante décadas, o historiador investigou os arquivos italianos e outros para reunir as atividades do Vaticano durante a Segunda Guerra. 

Em seu premiado livro, David Kertzer descreveu como o fascismo italiano e o Vaticano ajudaram a fortalecer um ao outro durante o período entre guerras. 

O historiador teve acesso a documentos nunca antes vistos, abertos pelo Papa Francisco há dois anos. As fontes primárias deixaram claro que, embora Pio XII estivesse “infeliz com o contínuo ass*ssinato de judeus na Europa, ele tinha outras prioridades”, disse Kertzer.

Os arquivos do Vaticano deixam claro o foco que o Vaticano tinha em ajudar os "católicos que estavam sendo tratados como judeus pelos fasc1stas ou n4zistas”. 

Na avaliação de Kertzer, o Vaticano pode fazer mais do que abrir arquivos, o mais sensível dos quais – os chamados “arquivos pessoais” – sempre esteve fora do alcance dos historiadores. 

“Enquanto a Igreja Católica Romana em outros países, incluindo França e Alemanha, reconheceu sua responsabilidade pela demønização dos judeus que ajudou a tornar o Holocausto possível e, no caso da Alemanha, por promover a guerra de Hitler, nem o Vaticano nem a Igreja na Itália aceitou qualquer responsabilidade”, explica Kertzer.

O Vaticano, em particular, nunca reconheceu o papel que a hierarquia da Igreja italiana desempenhou em convencer os italianos de que era "seu dever como bons católicos participar da guerra do Eixo. Também a Itália não foi capaz de aceitar seu passado fascista, e dos italianos de hoje pode-se concluir que a Itália fez parte dos Aliados durante a guerra, em vez de uma parte importante do Eixo em busca da vitória de H1tler.” disse o historiador.

SEGREDO

O historiador vem "desenterrando" os documentos desde 2020 e afirma que os mesmos mostram uma imagem mais clara para os historiadores dos fatores por trás da posição do Papa sobre o mass*cre sistemático de judeus na Europa.

Uma descoberta de arquivo revelada no livro é que o Papa se envolveu em diálogos secretos com H1tler por meio de um príncipe alemão do círculo do ditador. 

Em outra descoberta extraída de vários milhares de documentos divulgados pelo Vaticano, o principal assessor do papa em assuntos judaicos instou o pontífice a não protestar contra a ordem de Mussolini de enviar a maioria dos judeus da Itália para campos de concentração.

APOLOGISTAS 

"Eu gostaria de ter pensado que os apologistas de Pio XII poderiam mudar de ideia lendo meu livro e confrontando as evidências históricas, mas tenho poucas esperanças de que algo possa mudar suas mentes”, escreveu Kertzer.

 “Na verdade, acredito que poucos deles farão o esforço de ler meu livro antes de atacá-lo (e a mim)”, disse ele. Durante décadas, os apologistas de Pio XII alegaram que o pontífice teria feito mais mal do que bem denunciando os nazistas pelo m4ssacre de judeus. Depois que a Alemanha invadiu a Polônia, Pio XII recebeu relatos do genøcídio de Varsóvia e Lvov, mas permaneceu em silêncio. 

O PODER E O COMUNISMØ

David Kertzer determinou que o anti-semitismo não era o fator de personalidade dominante de Pio XII. Em vez disso, o pontífice do tempo de guerra foi motivado principalmente por manter o poder da igreja durante tempos perigosos.

Pio XII tinha muito medo do comunismø, que ele via como descristianizador. Acreditando ter como missão pessoal derrotar o comunismø, Pio XII dedicou-se a acomodar Mussølini e H1tler. 

A personalidade de Pio XII foi “determinante” neste caso, escreveu Kertzer. Em milhares de relatórios de embaixadores, cartas enviadas por Pio XII e outros documentos, o pontífice demonstrou consistentemente “prudência” em “defender as prerrogativas da Igreja e não arriscar represálias ao falar”. Quando ficou claro que o Eixo perderia a guerra, Pio XII reformulou o Vaticano como uma entidade pacificadora. No entanto, após o fim da guerra, Pio XII se recusou a ajudar a localizar os órfãos desaparecidos do Holocausto, muitos dos quais cresceram como católicos e nunca retornaram às comunidades judaicas.

O OUTRO LADO

O Papa Pio XII estava secretamente aliado a Adolf Hitler? Não, diz o rabino David G. Dalin, autor do livro O Mito do Papa de Hitler. Para o rabino, o Papa Pio XII trabalhou para salvar os judeus dos n4zistas e atribui as acusações contra o Papa como mitos que visam reescrever a história. 

Referência 

Godman, Peter. Hitler and the Vatican: Inside the Secret Archives That Reveal the New Story of the Nazis and the Church.

Kertzer, David. The Pope At War: The Secret History of Pope Pius XII, Mussolini, and Hitler.

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  HISTÓRIA GERAL
 



A busca pela vida eterna é um tema recorrente quando estudamos a religiosidade egípcia e um assunto indiscutivelmente é sempre citado: a mumificação. Múmias egípcias são fascinantes, isto é inegável, é tanto que elas não se restringem aos debates acadêmicos, estando também na cultura pop através da literatura, filmes, games, HQs e festas à fantasia.

Porém, apesar de serem uma das figuras mais reconhecíveis advindas da antiguidade egípcia, muitas pessoas do público não acadêmico não possuem a oportunidade de conhecer um pouco mais acerca destes artefatos — Sim! As múmias feitas com interferência humana são consideradas artefatos. Hoje conheceremos a múmia de uma rainha poderosa.

TÍ ou TIYE

A múmia da rainha Tí foi encontrada em 1898, quando Victor Loretin descobriu a câmara da tumba KV-35, ele viu que entre as múmias que ali estavam, havia a de uma mulher com cabelos longos, que ele batizou de "The Elder Lady" - A Velha Senhora.

Não era comum ver um rosto e cabelos tão bem preservados. Ao lado da múmia de longos cabelos existiam outras duas múmias, a de uma jovem mulher - batizada de "Younger Lady" e a de um garoto que foi chamado de "Unknown Boy".

As múmias não possuíam sarcófagos e nada que pudesse identificá-las em um primeiro momento, porém, uma mecha de cabelo proveniente da tumba de Tutancâmon, dentro de um sarcófago em miniatura com o nome de Tí ajudou na identificação dela, essa mecha era provavelmente uma recordação para a vida eterna da tão adorada avó.

Em 1976, essa mecha foi comparada em uma análise com uma amostra de cabelo da múmia "The Elder Lady", concluiu-se que a mecha pertencia a ela.

Em fevereiro de 2003, a múmia foi estudada novamente por um grupo de pesquisadores da York University, que fizeram exames de Raio X. E nesse estudo, a idade de "Elder Lady" quando morreu foi estimada entre 45 a 55 anos, tendo 145 cm de altura.

Em 2010, exames de DNA feitos por uma equipe do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, em conjunto com a National Geographic Society e a Siemens confirmaram oficialmente que a múmia "Elder Lady", era a poderosa rainha Tiye.

A pesquisa também confirmou que ela era avó do faraó Tutancâmon, mãe do faraó Akhenaton e também mãe da outra múmia encontrada junto com ela, a "Younger Lady".

O ESTILO

A mumificação de Tí seguiu os padrões aplicados nas múmias da 18° dinastia. A rainha tinha o braço direito estendido verticalmente e com a palma na mão sobre a coxa direita. O seu braço esquerdo estava cruzado sob o peito e ela provavelmente deveria estar segurando algo no momento em que foi enterrada, essa era a posição encontrada frequentemente em estátuas de mulheres da família real. Esse foi o primeiro indício que levou os arqueólogos a acreditar que ela poderia ser uma rainha.

A múmia de Tí estava enfaixada de forma muito limitada, restrita à parte inferior do pescoço, também apresentava alguns danos provavelmente feitos por ladrões que entraram na tumba ainda na antiguidade. Havia um buraco no abdômen e parte do tórax estava danificado. 

O rosto, seus dentes, assim como seus cabelos estavam bem preservados. A múmia havia sido enterrada pela segunda vez na tumba KV-35, quase sem méritos e sem a tentativa de reenfaixá-la. Talvez ela tenha sido primeiramente enterrada em Amarna, na tumba real de Akhenaton, mas após a queda de Akhenaton e a capital retornando a Luxor, muitos túmulos foram transferidos da antiga capital e enviados para o Vale dos Reis. 

A múmia não oferece uma evidência definitiva sobre a maneira ou a causa da morte da rainha Tí.


Referência 

Hawass, Zahi A; Saleem, Sahar. Scanning The Pharaohs: CT Imaging of the New Kingdom Royal Mummies.

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HISTÓRIA GERAL 


Ao longo de anos coletando fotografias amadoras da Segunda Guerra Mundial, o alemão Martin Dammann notou algo estranho: muitos soldados que lutavam pela Alemanha n4zista pareciam gostar de se vestir como mulheres. "Se as fotos não existissem, você não acreditaria”, diz Martin.

O cross-dressing entre os soldados aconteceu em todos os lados nas duas guerras mundiais. A maioria das fotos do fenômeno é resultado de uma apresentação teatral montada por tropas: sem mulheres por perto para interpretar Ophelia ou Celia Peachum, um homem seria "convocado" para preencher o papel e para fazer o público rir.

Mas o fenômeno parecia acontecer muito mais nas fileiras alemãs, segundo Dammann.

E não são apenas vestidos. As fotos geralmente mostram homens vestindo nada mais do que roupas íntimas femininas ou algo como trajes de cabaré improvisados. Em alguns casos, as roupas íntimas foram saqueadas de cidades invadidas por soldados alemães.

Ironicamente, os homens nessas fotos estavam todos lutando por um regime que perseguia impiedosamente gays, transexuais, travestis e qualquer outra pessoa vista como “desviantes” sexuais.

Estima-se que vários milhares de homens homossexuais tenham morrido em campos de concentração sob o domínio nazista.

O n4zismo originalmente contava com homens gays entre sua liderança fundadora até que eles foram impiedosamente expurgados após a ascensão de Adolf H1tler. 

O mais famoso foi Ernst Röhm, o homossexual assumido e ass4ssinado na Noite das Facas Longas de 1934. Os nazistas também aniquilaram a crescente cena gay em Berlim, que até então era conhecida como uma das cidades mais sexualmente liberais do mundo.

O ar leve de muitas das fotos contrasta com o fato de que ainda retratam membros de um dos exércitos mais genocidas e destrutivos da história moderna. 

Mesmo as unidades alemãs na linha de frente do Holocausto deixaram para trás álbuns de fotos semelhantes, cheios de cenas de diversão de aparência inocente, a poucos passos das câmaras de gás de Auschwitz.

Referência 

Damman, Martin. Soldier Studies: Cross-Dressing in the Wehrmacht.

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HISTÓRIA DA MEDICINA


Nossos ancestrais nos deixaram um legado biológico: genes que podem tê-los ajudado a sobreviver à Peste Negra nos tornam mais suscetíveis a certas doenças hoje. É um excelente exemplo de como os germes nos moldam ao longo do tempo, disseram cientistas em um novo estudo publicado na revista Nature. 

"O nosso genoma hoje é um reflexo de toda a nossa história evolutiva" à medida que nos adaptamos a diferentes germes, explica Luis Barreiro, autor da pesquisa. Alguns, como aqueles por trás da peste bubônica, tiveram um grande impacto em nosso sistema imunológico.

A Peste Negra no século XIV foi o evento mais mortal na história registrada, espalhando-se por toda a Europa, Oriente Médio e norte da África e dizimando até 30% a 50% da população.

Luis Barreiro e seus colegas da Universidade de Chicago, da Universidade McMaster em Ontário (Canadá) e do Instituto Pasteur em Paris examinaram amostras antigas de DNA dos ossos de mais de 200 pessoas de Londres e Dinamarca que mørreram ao longo de cerca de 100 anos que se estenderam antes, durante e depois que a Peste Negra varreu aquela região.

Eles identificaram quatro genes que, dependendo da variante, protegem ou aumentam a suscetibilidade à bactéria que causa a peste bubônica, que é mais frequentemente transmitida pela picada de uma pulga infectada. 

Eles descobriram que o que ajudou as pessoas nos tempos medievais levou a problemas gerações depois – aumentando a frequência de mutações prejudiciais nos tempos modernos. Algumas das mesmas variantes genéticas identificadas como protetoras contra a peste estão associadas a certos distúrbios autoimunes, como doença de Crohn, artrite reumatóide e lúpus. 

Nesses tipos de doenças, o sistema imunológico que defende o corpo contra doenças e infecções ataca os próprios tecidos saudáveis ​​do corpo. 

“Um sistema imunológico hiperativo pode ter sido ótimo no passado, mas no ambiente de hoje pode não ser tão útil”, explica Hendrik Poinar, professor de antropologia da McMaster. Pesquisas anteriores também procuraram examinar como a Peste Negra afetou o genoma humano. 

Mas Luis Barreiro disse acreditar que essa é a primeira demonstração de que a Peste Negra foi importante para a evolução do sistema imunológico humano. Um aspecto único do estudo, disse ele, foi se concentrar em uma janela de tempo estreita em torno do evento. Monica H. Green, historiadora da medicina que estudou extensivamente a Peste Negra, chamou a pesquisa de "tremendamente impressionante", reunindo uma ampla gama de especialistas.


Referência 

Klunk, J., Vilgalys, T.P., Demeure, C.E. et al. Evolution of immune genes is associated with the Black Death. Nature (2022). https://doi.org/10.1038/s41586-022-05349-x

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MENINA DE OLHO ROXO – 1953


Título original: Outside the Principal's Office - Girl with Black Eye.

Autor: Norman Rockwell

Técnica: Óleo sobre papel fotográfico (27.3x 24.8cm)

Kitsch 

Olho roxo, descabelada e roupa amassada, provavelmente por causa de uma briga. Reparem, ela sorri, passando a ideia de liberdade. 

Porém, a professora na sala do diretor lança um olhar de preocupação ou reprovação – podendo ser ambos.

Vista como uma típica representação dos papéis genéricos na sociedade norte-americana da época – a menina “masculinizada” pela briga está feliz, mas foi levada para a diretoria por uma preocupação de seus mestres em que mantenha a postura de uma “dama”. 

NORMAN ROCKWELL - 1894/1978

Foi um dos artistas mais populares do século XX nos Estados Unidos, começou a seguir sua vocação artística ao ser transferido no ensino médio para o Chase Art School, aos 14 anos. De lá, foi para a National Academy of Design e depois para o Art Students League, onde teve contato com grandes mestres da pintura e anatomia, incluindo Frank DuMond, um dos mais respeitados professores de arte do século XX.

Foi pintor e ilustrador. Suas primeiras ilustrações foram para revistas. Os traços de Rockwell são famosos, ao olhar uma obra sua pode-se notar como os traços são feitos com grande exatidão e com muito cuidado e meticulosidade. 

Para produzir suas pinturas, ele possuía um esquema: tudo era feito de forma separada, ele fazia um esboço do que planejava pintar, pintava as peças de vestuário separadamente (fazendo um estudo de cores), só depois ele concretizava, unindo em um único projeto, quando tudo já havia sido meticulosamente pensado.

Na década de 1950 e 60, era quase impossível abrir uma revista e não ver uma obra sua estampada. Ele costumava usar amigos e familiares como modelos enquanto produzia os esboços de suas obras.


Referência 

Rockwell, Norman. Zeca era diferente.

Consulta: Paulo Varella, especialista em estética da imagem.

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PAI DE TODOS



Um velho caolho, de capa cinza e chapéu de abas largas, apoiado em uma bengala. Um andarilho que aparece quando menos se espera, trazendo triunfo ou desgraça. 

O deus da profecia, poesia e destino. Um metamorfo. Um feiticeiro. O deus Odin é uma figura dramática da mitologia nórdica e ainda faz parte do imaginário popular. 

Tem servido de inspiração para figuras como Gandalf the Grey, de J.R.R. Tolkien, e ainda figura na literatura moderna tão variada quanto os quadrinhos da Marvel.

Junto com seu filho Thor, Odin é um dos deuses nórdicos mais conhecidos e muitas vezes é fácil esquecer que ele já esteve no coração de um panteão devotamente adorado por milhões de europeus na Idade Média. 

Odin tem muitos nomes e títulos, mas seu título mais conhecido é "Pai de Todos" ou "Pai Universal", o co-criador da Terra (o "Midgard"), da humanidade e todas as criaturas que habitam este mundo. 

Ele também é, de forma importante, o deus da profecia, êxtase e poesia, todos os papéis intimamente conectados no mundo nórdico, onde a linha entre poeta e profeta era tênue e eles eram vistos como possuidores de inspiração através de uma espécie de fúria extática. 

Esses papéis estavam ligados ao patrocínio do conhecimento de Odin, especialmente aquele de tipo místico, já que ele foi o descobridor das runas e canções mágicas que mais tarde transmitiu à humanidade. Isso não veio sem sacrifício, já que ele teve que arrancar o próprio olho e morrer nove dias para adquiri-lo.

Odin também era o deus da vida e da mørte, e era famoso por levar todas as almas dos guerreiros que haviam caído em combate para seu reino de Valhalla. 

Esse papel estava ligado ao seu papel de deus da guerra, posição que pode não parecer óbvia para o leitor moderno, sendo um deus do conhecimento e da sabedoria. 

No entanto, Odin era o rei dos deuses e o Senhor de Asgard; portanto, no entendimento nórdico, uma de suas tarefas mais cruciais era a defesa daquele reino por meio do poderio militar, se necessário. Chamado por seus seguidores vivos em batalha, foi dito que ele conquistou vitórias e liderou exércitos humanos ao triunfo.

É útil comparar Odin com duas outras divindades proeminentes: Thor e Zeus. Thor, filho de Odin, também era um deus nórdico da guerra, enquanto Zeus era outro deus-rei. No entanto, em ambos os casos, Odin difere muito desses deuses. 

Ele era mais enigmático e seu poder mais sutil e indireto. Odin era um deus dos mistérios, da descoberta do conhecimento oculto e, embora seja poderoso na batalha, as histórias em que ele brilha mais são aquelas em que ele assume formas humildes e faz com que outros divulguem informações que ele não daria de outra forma. 

Isso difere das naturezas temperamentais e do orgulho dos outros dois deuses. Odin sempre foi um deus que planejou muitos passos à frente, que estava disposto a fazer sacrifícios extremos de curto prazo para realizar seus planos e trabalhou continuamente para dobrar a natureza de seu destino. 

Odin, é um dos mais complexos e enigmáticos personagens da mitologia nórdica e talvez de toda a literatura mundial.


Referência 

Sturluson, Snorri. Edda em Prosa.

River, Charles. Odín: Los orígenes, historia y evolución del dios nórdico.

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NEUROCIÊNCIA 


Os gatos têm efeitos positivos na saúde fisiológica e psicológica de seus donos, incluindo melhora do humor e ativação do córtex pré-frontal humano e do giro frontal inferior no cérebro. O estudo mediu a atividade do córtex pré-frontal humano, usando espectroscopia funcional de infravermelho próximo, durante interações com um gato. 

Este estudo mostrou que as interações com um gato ativaram significativamente o córtex pré-frontal, independentemente do tipo de interação. Durante a interação, os valores integrais de hemoglobina oxigenada no giro frontal inferior esquerdo foram significavamente grandes. 

Esses resultados indicam que as interações com um gato ativam o córtex pré-frontal em humanos, incluindo a região do giro frontal inferior. Além disso, os comportamentos e reações autônomas dos gatos influenciaram positivamente os participantes. O temperamento característico dos gatos pode ser um fator chave que influencia os benefícios para a saúde de possuir gatos.


Referência 

Nagasawa T, Ohta M, Uchiyama H (2020) Efeitos do temperamento característico dos gatos nas emoções e respostas hemodinâmicas dos humanos. PLoS ONE 15(6): e0235188. doi: 10.1371/journal.pone.0235188

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HISTÓRIA GERAL 


Sim, Edward Norton é parente de Pocahontas. A linhagem de Norton remonta à certidão de casamento de Pocahontas e John Rolfes de 1614. Pocahontas é sua 12ª bisavó.

MATOAKA

Pocahontas, nascida por volta de 1596, era filha de Wahunsenaca, o chefe supremo de povo Powhatan, que tinha uma população de cerca de 25 mil pessoas em seu auge. Seu nome de nascimento era Matoaka, que significa “flor entre dois riachos”. Ela viveu na região de Tidewater, na atual Virgínia, onde conheceu colonos ingleses em Jamestown no início do século XVII. 

De acordo com os escritos do capitão John Smith, Pocahontas salvou sua vida depois que ele foi capturado pelos Powhatan e estava prestes a ser executadø. Antes que ele pudesse ser mørto, segundo Smith, Pocahontas colocou a cabeça em cima da dele, impedindo sua execução. Há, no entanto, algum debate histórico sobre se esse evento realmente ocorreu.

Em 1613, a jovem foi sequestrada pelos colonizadores, período em que a forçaram a se converter ao cristianismo e se casar com o plantador de tabaco John Rolfe. John Rolfe e Pocahontas se casaram em 5 de abril de 1614.

Após sua conversão ao cristianismo foi batizada de "Rebecca" e o casal teve um filho chamado Thomas. A família mudou-se para a Inglaterra em 1616. Na chegada a Inglaterra, ela foi celebrada como uma “princesa” da colonização europeia.

Ela mørreu em março de 1617 (doença não confirmada) em Gravesend, Inglaterra, e John Rolfe mørreu por volta de março de 1622. Norton, então, é descendente do casal. 

ESCRAVOCRATAS

O ator também descobriu que o avô de seu bisavô manteve diversas pessoas em situação de escravidão, incluindo um homem de 55 anos, uma mulher de 37 anos e cinco crianças de 10, 9, 8, 6 e 4 anos.


Referência 

Daniel, Angela L; Custalow, Linwood.

The True Story of Pocahontas: The Other Side of History.

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HISTÓRIA GERAL 



Era 2 de outubro de 1187, o sultão Salah ad-Din Yusuf ibn Ayyub capturou Jerusalém para o povo do Islã. Foi o coroamento de sua carreira - um triunfo extraordinário que garantiu que seu nome ecoasse ao longo dos séculos. O sultão era um homem sem igual. Como o rei Davi, inspirava em seus seguidores a sensação de estarem na presença de algo superior à vida, como se uma centelha do Divino caísse dos céus e acendesse um fogo que consumia os corações dos homens. 

Salah era mais do que um líder. Era um catalisador. Como Alexandre e César antes dele, o sultão viera para transformar o mundo com sua singular força de vontade.

Nascido nas montanhas de Tikrit, na Mesopotâmia, no território que atualmente corresponde ao Iraque, em 1137 ou 1138 (data de nascimento incerta), Salāh al-Dīn Yūsuf ibn Ayyūb, que significa “Virtude da Fé, José, filho de Jó”, tornou-se popularmente conhecido no Ocidente como Saladino. 

Filho de Najm ad-Din Aiub, o governante de sua cidade natal, Saladino era curdo e na juventude estudou Teologia em Damasco, na Síria. Sua família havia sido expulsa de Tikrit em 1139.

CAIRO

Estamos no Cairo em 1167, um jovem muçulmano, está no Egito em serviço militar, seu nome é Saladino, foi enviado de Damasco, capital da Síria para apoiar o fraco regime egípcio contra a ameaça dos cruzados europeus. 

"Os muçulmanos não podiam permitir que o Egito caísse nas mãos dos cruzados de influência cristã", segundo o historiador Abdul Azzam, "quem controlasse o Egito teria riqueza para enviar exércitos para lutar na Síria", conclui.

Quando o vizir (governante) do Egito mørre, Saladino age rapidamente para tomar o poder.

A subida de Saladino ao poder foi meteórica, até o momento em que subitamente se torna vizir do Egito, Saladino era um desconhecido. Nas duas décadas seguintes, ele constrói um verdadeiro império, tendo como sua capital Damasco, na Síria. Seus domínios se estendiam de Trípoli no norte da África, até o Eufrates no Oriente Médio, onde hoje é o Iraque. 

O novo vizir não conta só com a espada para unificar os povos conquistados. Como explica Abdul Azzam: "Saladino era um homem de grande sinceridade em sua crença religiosa, ele se destaca por sua compreensão, paciência, empenho e coragem."

Dentro do Império de Saladino, existiam também os não muçulmanos, judeus e cristãos nascidos orientais, mas existiam os convidados indesejáveis, os 'Franks' ou Francos, como eram conhecidos os habitantes dos Estados cruzados, que ocupavam Jerusalém e mantinham destacamentos avançados na Terra Santa. 

Como explica Carole Hillenbrand, professora emérita de estudos islâmicos da Universidade de Edimburgo, "Jerusalém é a terceira cidade mais Santa no Islã, depois de Meca e Medina. Em Jerusalém existem dois monumentos sagrados, o Domo da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa."

OCUPAÇÃO 

Jerusalém também é sagrada para os cristãos, como local da crucificação e ressurreição de Cristo. E os cruzados ocupavam a cidade desde 1099, mais de meio século depois que o papa Urbano II ordenou que acabassem com 400 anos de ocupação muçulmana.

 BATALHAS

Em 4 de julho de 1187, Saladino havia reunido uma coalizão de muçulmanos de todo o Oriente Médio para enfrentar e esmagar os cristãos na batalha de Hattin, abrindo caminho para a recuperação da terceira cidade mais importante do Islã.

Dois meses após a vitória retumbante em Hattin, o exército do sultão chega às muralhas de Jerusalém. Lá dentro, o temor. Mães temem por seus filhos, enquanto o povo se prepara para a mørte ou a escravidão, que certamente virão. 

Mais uma vez Saladino confunde as expectativas, ele oferece clemência. Permite que os cruzados partam e pede resgate de acordo com o gênero dos habitantes. Os habitantes de Jerusalém escaparam da mørte e da escravidão, com a condição que deixassem a cidade e nunca mais voltassem. Muitas dessas pessoas voltaram para a Europa e levaram as histórias de Saladino. 

Posteriormente o sultão sofreu uma série de derrotas sérias, mas manteve Jerusalém. 

ENIGMA

A aparência jovem do soberano impressionava. Jovem, não. Perene. A barba era negra como a noite, sem um fio grisalho, mas seus olhos castanhos eram poços antigos que brilhavam com inefável tristeza. Os anos de guerra contra os francos haviam transformado Saladino em um grande enigma. Seu corpo parecia ficar mais jovem com o tempo, porém os olhos estavam mais velhos. Era como se cada vitória contra a ameaça dos cruzados revigorasse sua forma externa, mas drenasse sua alma. 

Ele mørreu em 4 de março de 1193, exausto pela luta.


Referência 

Cawthorne, Nigel. Os 100 Maiores Líderes Militares da História. Tradução Pedro Libânio. 

Sgarioni, Mariana. As mil e uma noites de Saladino. 

Jestice, Phyllis G. História das Guerras e Batalhas Medievais.

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UM BRASILEIRO GIGANTE


"Nenhum córrego ou morro à tua vista escapa,

Nem salto ou corredeira, ou charco ou terrapleno.

E o Brasil que Rio Branco ampliou sobre o mapa,

Vais, milha a milha, demarcando no terreno." Maria Elizabeth Brêa Monteiro. Cândido Mariano da Silva Rondon, nasceu em Mimoso, distrito de Santo Antônio de Leverger, no Mato Grosso, no dia 5 de maio de 1865, era descendente da etnia dos bororo, por parte de mãe. Foi pioneiro nos campos da Etnologia, Antropologia e da Linguística.

Esse brasileiro notável realizou expedições que o alçaram à condição de um dos maiores exploradores da história, acima de sir Richard Francis Burton, Ernest Shackleton e David Livingstone, tanto em número de expedições empreendidas, a extensão da exploração, o número de quilômetros viajados, o tempo da carreira militar (1890 a 1930). Em todos os sentidos ele vai muito além dos outros exploradores. 

O  presidente norte-americano Theodore  Roosevelt participou de uma expedição comandada por Rondon e ficou impressionado com seu vigor e resistência.

Rondon realizou a construção física de linhas telegráficas (com o objetivo de estender as comunicações entre o Rio de Janeiro e Cuiabá, passando por Uberaba e Goiás), de pontes e estradas, suas expedições acabaram fundando colônias. Ele descobriu e nomeou rios, montanhas, vales e lagos.

PACIFISTA

Recebeu duas indicações ao Prêmio Nobel, uma delas feita por Albert Einstein.

A única campanha convencional que ele comandou foi em 1924, contra a Coluna Prestes. Fora isso, suas missões foram de construção do país e de projeto nacional.

Em 1934, foi fundamental para dirimir o conflito entre o Peru e a Colômbia pela posse da região de Letícia.

ANTROPÓLOGO

Foi o primeiro a gravar cantos/músicas dos povos nativos com a colaboração do seu assistente Roquete Pinto. E o primeiro a filmar os ritos e o cotidiano desses povos. 

ACADÊMICO

No âmbito acadêmico, forneceu a base de pesquisa de Lévi-Strauss na década de 1930, que visitou as mesmas aldeias que Rondon visitou 20 anos antes. 

Strauss deu continuidade na obra de Rondon, chegando às suas próprias conclusões. A Comissão Rondon, publicou mais de 100 artigos científicos sobre as suas descobertas, com assuntos que iam do clima aos costumes locais.

INDIGENISTA 

Foi o idealizador do Parque Nacional do Xingu e Criador e Diretor do Serviço de Proteção ao Índio (antecessor da Funai). 

Tinha como lema: "Morrer se for preciso, matar nunca." Ele seguiu seu lema até as últimas consequências, Rondon foi flechado por nativos Nambiquara, seus soldados quiserem reagir, mas ele proibiu qualquer reação violenta. Em outras ocasiões homens foram flechados e alguns morreram. No Boletim da comissão, louvava o falecido por ter aderido até o fim a filosofia de não violência. Alguns militares questionaram muito. Mas ele foi fiel às palavras. 

Rondon fez pesquisas sobre os povos nativos, estabeleceu contato pacífico, lutou para que os povos nativos possam ter posse das terras tradicionais. Ele dizia que os ameríndios "tem o direito de escolher o grau de acercamento que quer ou não com a sociedade brasileira. É uma decisão soberana de cada povo." 

Para Darcy Ribeiro ele foi o "maior brasileiro de todos os tempos." 

Referência 

Rohter, Larry. Rondon - uma biografia. 

Almeida, S.L. Augusto de Andrade. Expedição Científica Roosevelt - Rondon.

Ribeiro, Darcy. Cândido Mariano da Silva Rondon. 

Crédito das Imagens

Brasiliana Fotografia - Acervo Arquivo Nacional.

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 BOM SAMARITANO - 1880



Título original: Le bon Samaritain.

Autor: Aimé-Nicolas Morot.

Técnica: Óleo sobre tela (268,5 x 198 cm).

Acervo: Museu Petit Palais, Paris - França.

Realismo 

A paisagem é árida, sofrida e desafiadora. O homem idoso equilibra com muita dificuldade o ferido no lombo de seu burro, enquanto avança lentamente em direção ao espectador, que pode observar o choque nos olhos do homem saudável.

O contraste da pele pálida do homem ferido salta aos olhos. O bom homem reconheceu o sofrimento do outro e, tanto quanto possível, tentará ajudá-lo a sair desse sofrimento.

O autor acrescenta uma dimensão comovente à figura do burro que carrega seu fardo. Morot tratou a parábola do bom samaritano ajudando o homem ferido com realismo grave e severo. 

A paleta de cores é muito despojada, principalmente tons de bege e acinzentado. À medida que as cores são moderadas, o foco da pintura é a própria composição. Assim como na fotografia em preto e branco, o assunto e a composição se tornam mais importantes, mais pungentes, quando a cor está ausente. 


A OBRA

Morot se inspirou no Evangelho segundo Lucas para compor essa obra. E nela, vemos dois temas centrais do cristianismo, retratados aqui de uma maneira bela: amor e compaixão. 

A história do bom samaritano (provavelmente uma das parábolas mais conhecidas) é abordada com um renovado frescor e realmente chegamos à conclusão de que essa parábola tem muito mais profundidade do que percebemos à primeira vista. 

Jesus, o mestre contador de histórias, choca seu público mais uma vez. Os samaritanos eram os inimigos juramentados do povo judeu na época. A própria ideia de que um samaritano seria aquele que Jesus colocaria como um modelo de integridade, como um exemplo de amor pelos outros, teria chocado Sua audiência, mas então isso traria para casa a mensagem de amor e compaixão!

Como o Papa Francisco mencionou: "Como o bom samaritano, não tenhamos vergonha de tocar as feridas daqueles que sofrem, mas tente curá-las com atos concretos de amor".

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A HISTÓRIA DE ADAM RAINER 


Existem inúmeros registros médicos na história de pessoas afetadas adversamente por nanismo e gigantismo, fazendo com que uma pessoa ficasse pequena ou crescesse exponencialmente. Um caso provou ser único - um homem que sofreu de ambas as condições em sua vida. Esta é a história peculiar de Adam Rainer, nascido na Áustria em 1899.

Quando bebê, Rainer era a imagem da boa saúde. Mas isso mudou à medida que ele se aproxima de sua adolescência. Aos 16 anos, ele tinha apenas 1,37 metros de altura e foi considerado um anão. 

Ele não foi convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial porque era "muito baixo e fraco" para ser um soldado.

À medida que se aproximava de seu 21º aniversário, Rainer cresceu alguns centímetros, ele agora tinha 1,49 metros, mas ainda estava bem abaixo da altura masculina média de sua idade. 

Então as coisas tomaram um rumo inesperado. Quando ele estava na casa dos 30 anos, Rainer tinha 2,16 metros de altura!

Essa notável mudança de altura intrigou e confundiu os médicos da época. O aumento exponencial na altura ao longo do período de dez anos os deixou perplexos. 

DESCOBERTA

Descobriu-se que um tumor na glândula pituitária de Rainer estava produzindo muito hormônio do crescimento, levando a um crescimento contínuo em altura.

Infelizmente, a condição estava afetando a saúde de Adam. Ele desenvolveu uma "curvatura acentuada na coluna", e passou por uma cirurgia para remover o tumor para interromper o crescimento. 

A cirurgia funcionou parcialmente, com o surto de crescimento apenas sendo retardado, em vez de interrompido.

Ele continuaria a crescer até sua mørte aos 51 anos. Como resultado, ele teve que lidar com muitos problemas de saúde, incluindo a perda da capacidade de andar, a visão do olho direito e a audição do ouvido esquerdo.

Ele era um gigante de 2,34 metros no momento de sua mørte, e até hoje continua sendo o único caso de um homem que foi um anão e gigante em sua vida.


Referência 

BELLOWS, Alan. The Man Who Was a Dwarf and a Giant.

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 ARQUEOLOGIA BÍBLICA 




Poucas descobertas da arqueologia bíblica moderna causaram tanto entusiasmo quanto a inscrição de Tel Dan - escrita no século IX a.C. - em um poste de pedra (ou estela) de basalto preto que forneceu aprimeira evidência histórica do rei Davi na Bíblia, sucessor do Rei Saul e pai do Rei Salomão, reis da primerira monarquia israelita segundo os livros I e II Samuel e I e II Reis, contidos no Tanakh dos judeus ou no Antigo Testamento da Bíblia Cristã. 


A inscrição de Tel Dan, ou inscrição “Casa de David”, foi descoberta no local de Tel Dan, no norte de Israel, em uma escavação dirigida pelo arqueólogo israelense Avraham Biran. 


A inscrição quebrada e fragmentária comemora a vitória de um rei arameu (sírios) sobre seus dois vizinhos do sul: o “rei de Israel” e o “rei da Casa de Davi”. 


No texto cuidadosamente gravado em caracteres aramaicos nítidos, o rei arameu se vangloria de que, sob a orientação divina do deus Hadad, derrotou vários milhares de cavaleiros e quadrigários israelitas e judaítas antes de despachar pessoalmente seus dois oponentes reais. 


Infelizmente, os fragmentos recuperados da inscrição da “Casa de Davi” não preservam os nomes dos reis específicos envolvidos nesse encontro brutal, mas a maioria dos estudiosos acredita que a estela relata uma campanha de Hazael de Damasco na qual ele derrotou Jeorão de Israel e Acazias de Judá.


SEM PRECEDENTES 

O que fez da inscrição de Tel Dan uma das descobertas arqueológicas bíblicas mais empolgantes para estudiosos e para o público em geral foi sua referência sem precedentes à “Casa de Davi”. 


A inscrição fragmentada da estela, lida e traduzida pela primeira vez pelo renomado epígrafe Joseph Naveh, provou que o rei Davi da Bíblia era uma figura histórica genuína e não simplesmente a fantástica criação literária de escritores e editores bíblicos posteriores. 


Talvez mais importante, a estela, erguida por um dos mais ferozes inimigos de Israel mais de um século após a morte de Davi, ainda reconhecia Davi como o fundador do reino de Judá


CETICISMO 

A inscrição da “Casa de Davi” teve seus céticos, no entanto, especialmente os chamados minimalistas bíblicos, que tentaram descartar a leitura da “Casa de Davi” como implausível e até sensacionalista. Em um famoso artigo, Philip Davies argumentou que o termo hebraico bytdwd se refere a um lugar específico (semelhante a bytlhm para Belém) em vez da dinastia ancestral de Davi. 

PROVA CONCRETA

Deixando de lado esse ceticismo, no entanto, a maioria dos estudiosos bíblicos e arqueólogos prontamente aceitaram que a estela de Tel Dan forneceu a primeira prova concreta do histórico rei Davi da Bíblia, tornando-a uma das principais descobertas arqueológicas bíblicas. 

Embora a inscrição da “Casa de Davi” tenha confirmado a historicidade essencial do rei Davi na Bíblia, os estudiosos chegaram a pouco consenso sobre a natureza e a extensão de seu governo. Davi foi o grande rei da tradição bíblica que fundou sua capital real em Jerusalém e estabeleceu um reino israelita? 

Ou David era um governante apenas de uma chefia tribal, como afirma Israel Finkelstein, da Universidade de Tel Aviv? 

Questões como essas frequentemente surgem das descobertas da arqueologia bíblica e estão no cerne das complexas relações entre arqueologia, história e Bíblia.


Referência 

David’ Found at Dan,” Biblical Archaeology. 

Davies, Philip R. “‘House of David’ Built on Sand: The Sins of the Biblical Maximizers”, Biblical Archaeology. 

Freedman, David Noel; Geoghegan, Jeffrey C. “‘House of David’ Is There!”. 

Byrne, Ryan Byrne. “Visões Arqueológicas: Deixando David Ir”, Revisão de Arqueologia Bíblica. 

“Strata: A House Divided: Davies and Maeir on the Tel Dan Stela,” Biblical Archaeology. Biran, Avraham. “Dan,” em Ephraim Stern, ed., A Nova Enciclopédia de Escavações Arqueológicas na Terra Santa, vol. 5.

Imagem

Museu de Israel, Autoridade de Antiguidades de Jerusalém/Israel. 


📷 Meidad Suchowolski.

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HISTÓRIA GERAL


Várias ideias mønstruøsas nasceram durante a Segunda Guerra Mundial. Entre outras coisas, foi fundado em 1935 o projeto Lebensborn ("fonte da vida"), que era uma espécie de “incubadora” de pessoas altas, fortes, loiras e de olhos azuis. 


Heinrich Himmler, chefe da SS, fundou a Associação Lebensborn para inundar o mundo com a raça ariana em poucos anos. Um dos bebês de Lebensborn é Frida Lingstad.


Sob esse esquema pervertido, casas especiais foram estabelecidas em toda a Alemanha e Europa ocupada, inclusive na Noruega, onde oficiais da SS "acasalavam" com mulheres selecionadas.


As crianças deveriam representar os "melhores exemplos da raça recém-criada" e receber a "melhor educação possível". Neste projeto, nasceu Frida Lingstad ou Annie-Fried, a cantora do grupo "ABBA".


FRIDA

Foi em 1943, três anos depois que os alemães invadiram a Noruega, que um sargento nazista de 24 anos chamado Alfred Haase foi colocado em Ballangen. Esta pequena cidade fica a 32 quilômetros do porto de Narvik, onde, por coincidência, a SS montou uma casa do projeto Lebensborn.


Quando Alfred Haase avistou Synni Lyngstad, ele decidiu ir atrás da jovem e colocar em prática as ideias do projeto de Himmler (os soldados eram instruídos a escolher moças dentro dos padrões do projeto). Ele "seduziu" a moça de 18 anos dando-lhe um saco de batatas - um presente de imenso valor na Noruega durante a guerra, onde a comida era escassa. 


Haase, um confeiteiro na vida civil, disse que informou a Synni que era casado. "Acho que ela considerava nosso relacionamento como eu", acrescentou. "A guerra significava que as condições eram diferentes. Para muitos de nós, era uma questão de viver o hoje - amanhã podemos estar mortos."


O caso continuou até 1945 (um dos locais de encontro era a casa do projeto Lebensborn), quando Alfred foi enviado de volta para a Alemanha. Synni estava grávida quando ele partiu. Eles estavam destinados a nunca mais se encontrarem.


Ninguém em Ballangen tinha dúvidas sobre quem era o pai. Quando Synni passava na rua, as pessoas gritavam: 'Puta alemã!' Os vizinhos se recusaram a ter qualquer contato com ela ou com sua mãe viúva, Agny. 

Pouco depois Agny fugiu para a Suécia, levando a bebê Frida com ela. Synni seguiu logo depois. Ela conseguiu um emprego como garçonete, mas morreu de insuficiência renal, com apenas 21 anos, quando Frida tinha dois anos.

Criada por sua avó, uma mulher distante e amargurada, Frida teve uma infância desamparada. Ela lembrou: "Eu não tinha muitos amigos. Achava que tudo em mim estava errado - que não havia nada em mim que valesse a pena ser amado."

Frida soube que ela era filha de um soldado alemão que se afogou quando seu navio afundou na viagem de volta à Alemanha. Foi só em 1977, quando Abba estava no auge de seu sucesso, que ela soube que seu pai ainda estava vivo.

No final da guerra, Alfred se estabeleceu perto de Stuttgart com sua esposa e dois filhos. Foi só depois que sua sobrinha, uma grande fã do Abba, leu uma entrevista com Frida na qual ela dizia ser filha ilegítima de um soldado alemão chamado Alfred Haase, que ele descobriu que ela era sua filha.


QUEDA DO TERCEIRO REICH 

Como era de se esperar, após o desmembramento da Alemanha e a queda de Hitler, as coisas se complicaram para tudo relacionado ao nazismo. 

Na Noruega, essas crianças (incluindo Frida) eram rejeitadas pelo povo norueguês que agia sob a autoridade do estado norueguês do pós-guerra. Em 1945, o chefe do maior hospital psiquiátrico da Noruega afirmou que as mulheres que haviam "acasalado" com soldados alemães eram "deficientes mentais" e concluiu que 80 por cento de sua descendência devia ser "retardado".


ABSURDO SEM FIM

As crianças foram vilipendiadas, ab*sadas, confinadas em instituições mentais, espancadas, estupradas e tratadas como sub-humanas até os anos sessenta.

Essas crianças eram consideradas o "lixo que os nazistas deixaram para trás".


REPARAÇÃO 

Os sobreviventes, não conseguiram obter compensação do governo norueguês - que ainda se recusa a enfrentar totalmente esta terrível praga em sua reputação nacional.

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ARQUEOLOGIA - 2022


Se você esperava que os primeiros escribas da humanidade, quando começaram a escrever com o alfabeto, registrassem algum tipo de sabedoria geracional ou uma mensagem importante destinada a ser transmitida através dos tempos, você estaria errado. 


A frase completa decifrável mais antiga em um alfabeto já encontrada, datada de 1.700 a.C, está inscrita em um minúsculo pente de marfim desenterrado em 2016 no sítio arqueológico de Tel Lachish, no centro de Israel. As letras fracas dizem: “Que esta presa arranque os piolhos do cabelo e da barba”.


"As pessoas meio que riem quando você lhes diz o que a inscrição realmente diz”, relata um dos arqueólogos do projeto, Michael Hasel, da Universidade Adventista do Sul, no Tennessee. Mas a mensagem também é notavelmente relacionável – especialmente para pais de crianças pequenas.


"Nada parecido com isso foi encontrado antes. Não é a inscrição real de um rei… isso é algo muito humano. Você está imediatamente conectado a essa pessoa que tinha esse pente”, escreveu Yosef Garfinkel, professor de arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém.


QUEM ESCREVEU?

As palavras foram escritas pelos antigos cananeus, um povo do Oriente Próximo que desenvolveu o alfabeto mais antigo, um ancestral de nossas letras latinas modernas. 


Havia formas anteriores de escrita, com os hieróglifos cuneiformes da Mesopotâmia e egípcios surgindo por volta de 3.200 a.C, mas esses eram sistemas baseados em imagens com centenas de letras. 


O desenvolvimento do alfabeto cananeu, com seu número comparativamente pequeno de letras que correspondiam a sons básicos falados, ou fonemas, foi um momento inovador na história humana. 


Como cada letra correspondia a um som, a leitura e a escrita tornaram-se mais fáceis de dominar, simplificando a comunicação escrita para as massas da mesma forma que a imprensa ou a internet fizeram muitas gerações depois.


Hoje em dia, as pessoas podem ler e escrever usando o sistema alfabético. Esta é realmente uma das conquistas intelectuais mais importantes da humanidade.


Esse novo tipo de escrita apareceu pela primeira vez por volta de 1.800 a.C — séculos antes de os fenícios, muitas vezes creditados como inventores do alfabeto, começarem a padronizar as formas das letras por volta de 1.100 a.C. 

Arqueólogos já identificaram letras cananéias em artefatos antes, mas esta é a primeira vez que alguém encontra uma frase completa no alfabeto. 

ESQUECIDO

A mensagem antiga no pente poderia facilmente ter passado despercebida. Os arqueólogos inicialmente confundiram o artefato diminuto com um osso porque estava coberto de sujeira e muitos de seus dentes estavam quebrados. E por meia década ficou guardado, esquecido até que a parasitologista e arqueóloga Madeleine Mumcuoglu, da Universidade Hebraica de Jerusalém, o colocou sob o microscópio pela primeira vez.

Examinando os dentes, ela encontrou vestígios de antigos piolhos, as membranas externas duras da espécie em seu estágio de ninfa. Foi neste momento que Madeleine percebeu que havia letras esculpidas em sua alça.

O pente foi enviado para Daniel Vainstub, paleógrafo da Universidade Ben-Gurion do Negev, em Israel, que decifrou a mensagem esquecida. 

O pente de dupla face tem seis dentes amplamente espaçados de um lado (todos agora quebrados) e 14 mais estreitos do outro para desembaraçar o cabelo e remover pequenos piolhos e ovos do couro cabeludo. Ele mede apenas 4 centímetros de comprimento, por 2 centímetros de largura.

Feito de marfim importado, teria sido um luxo caro na época de sua criação. Mas, como a inscrição deixa claro, mesmo a imensa riqueza não poderia proteger os antigos de pragas indesejadas.


Referência 

Jerusalem Journal of Archaeology. 

doi.org/10.52486/01.00002.4

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   BREVE HISTÓRIA DA DEMOCRACIA 

O que realmente significa democracia? 

O oposto da monarquia ("governo de um"), democracia (da palavra grega demokratia) significa governo do povo ou governo da maioria. Na prática, isso significa que o poder é detido por representantes eleitos ou pelo próprio povo.

 Quem inventou o conceito?

Tradicionalmente, acredita-se que o conceito de democracia tenha se originado em Atenas em 508 a.C, embora haja evidências que sugiram que sistemas democráticos de governo possam ter existido em outras partes do mundo antes disso, embora em menor escala. 

Em Atenas, foi um nobre chamado Sólon que lançou as bases para a democracia e introduziu uma nova constituição baseada no direito de propriedade. 

De acordo com isso, os atenienses foram divididos em quatro classes, com o poder político distribuído entre eles. Os cargos mais altos foram para as pessoas cuja terra produzia 730 alqueires de grãos, enquanto a classe mais baixa era composta por trabalhadores que não podiam ocupar cargos, mas que podiam votar na assembléia. É importante ressaltar que, sob a constituição de Sólon, os cidadãos nativos não podiam ser escravizados por seus concidadãos.


C
omo surgiu a democracia em Atenas? 

As reformas de Sólon eventualmente fracassaram quando as classes dominantes começaram a lutar entre si, levando Atenas à beira da guerra civil.

Deste surgiu um tirano – Peisistratos – que tomou o poder em 546 a.C. Após sua mørte, os filhos de Peisistratos assumiram como governantes até serem derrubados em 510 a.C com a ajuda de Esparta. 

Quando a disputa de facções pelo poder estourou mais uma vez entre as famílias nobres atenienses, um homem chamado Clístenes conseguiu o apoio do povo comum propondo uma nova constituição. Essa nova constituição incluiu o estabelecimento de classificação, que via cidadãos selecionados aleatoriamente para ocupar cargos no governo, em vez de alcançá-los por herança.

Quão democrática era realmente a democracia grega antiga? 

Dez novos grupos – ou tribos – foram criados como forma de quebrar a estrutura de poder existente com direitos políticos e privilégios dependentes da tribo. Além disso, todos os atenienses tinham o direito de participar e votar na ekklesia, uma assembleia que se reunia a cada dez dias. 

Um órgão deliberativo conhecido como boule viu 500 pessoas selecionadas aleatoriamente (50 de cada tribo) se reunirem diariamente para discutir a legislação, que seria então acordada pelos cidadãos na ekklesia. 

Qual o papel das mulheres na democracia ateniense? 

A democracia ateniense não se estendia às mulheres, que desempenhavam pouco papel na vida política do Estado e não tinham direito a voto. As meninas atenienses não eram formalmente educadas e seus direitos eram limitados.

A democracia ateniense sempre foi uma coisa boa? 

Possivelmente, o aspecto mais dramático da democracia ateniense foi o ostracismo, que era comum entre 487-417 a.C. Se 6.000 eleitores fossem a favor, um cidadão ateniense poderia ser exilado por dez anos, uma tática que era frequentemente usada para livrar a cidade de uma figura poderosa, mas talvez impopular.

Quais são as diferenças entre a democracia grega antiga e a democracia de hoje? 

Segundo os historiadores, existem três diferenças entre o sistema de democracia de hoje e o dos antigos gregos: escala, participação e elegibilidade. Acredita-se que a população da Atenas do século V a.C era de cerca de 250.000, mas apenas cerca de 30.000 eram cidadãos atenienses plenos e, portanto, capazes de se beneficiar da nova constituição. Os restantes eram escravøs, mulheres, crianças ou estrangeiros. Além disso, apenas homens poderiam participar de um governo democrático.

Como a democracia continuou depois da Grécia antiga? 

Apesar de sobreviver à derrota na Guerra do Peloponeso em 404 a.C, o experimento democrático chegou ao fim em 322 a.C, com o fracasso da revolta grega contra o domínio macedônio após a mørte de Alexandre, o Grande. Elementos da democracia depois de Atenas podem ser vistos no mundo romano no século III, na Escandinávia no século VIII e nas comunas italianas dos séculos XI e XIII. Mas a democracia plena, como a conhecemos hoje, demorou muito para chegar.


Referência 

ROPER, Brian S. The History Of Democracy.

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A história do Brasil é marcada por mais de 300 anos de escravidão, sendo o último país da América a promover a abolição. 
Esses séculos marcaram a sociedade brasileira, criando o pensamento de inferioriza as pessoas negras, um reflexo do período da escravidão.

E esse reflexo racista se enraizou na mentalidade da sociedade brasileira, criando os elementos do Racismo Estrutural.

Mas o que é Racismo Estrutural?

O Racismo Estrutural surge a partir da normalização de hábitos, ações, falas, situações entre outras ações, que são aceitas no cotidiano, mas, que geram, direta ou indiretamente, atos racistas, preconceituosos, segregacionistas contra a população negra ou indígena.

No dia-a-dia, expressões e atitudes “constroem” o Racismo Estrutural.

Desde piadas ou falas que associam determinadas pessoas a algo ruim ou que colocam pessoas em condições vexatórias, tudo isso por causa da cor de sua pele, origem étnica ou como desconfiar da índole de uma pessoa devido as suas veste ou cor de pele.

Assim como na utilização de eufemismos ou declarações dirigidas a pessoas negras, como o uso da palavras “moreno”, “pessoa de cor ou mais escurinha”, evidenciando um desconforto na utilização das palavras “negro” ou “preto” pelo estigma social.

Todas essas ações fazem parte do Racismo Estrutural.

E essas ações reverberam em várias áreas da sociedade e infelizmente são traços comuns de uma sociedade, no caso brasileira, que tem mais tempo de convívio do com a escravidão do que sendo uma sociedade em que todos seus membros vivem com plena liberdade e igualdade (ou não!).


Imagem: Vendedor de flores na porta de uma igreja, Jean-Baptiste Debret, Wikimedia Commons

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HISTÓRIA DA MEDICINA 


Jane Todd Crawford deve ser celebrada, por ser a primeira mulher a sobreviver a uma cirurgia para remover um tumør no ovário. Considerada grávida de gêmeos aos 45 anos, Jane e seus médicos descobriram que algo estava errado, já que sua data de parto supostamente ia e vinha sem nenhum sinal de nascimento. 

O médico Ephraim McDowell, foi chamado até o Condado de Green, em Wisconsin, Estados Unidos, para consultar o caso de Jane e tentar entender o que estava acontecendo.

O DIAGNÓSTICO ASSUSTADOR

Ele diagnosticou Jane com um tumor no ovário, uma sentença de mørte no início do século XIX. O médico foi taxativo, avisou que nenhum tumor semelhante jamais havia sido removido com sucesso e qualquer tentativa de fazer isso provavelmente resultaria em sua mørte.

CORAJOSA

Mesmo assim, Jane optou por arriscar e passar pelo procedimento em vez de sofrer uma mørte dolorosa e prolongada por causa do tumør.

O médico lhe disse que só realizaria a operação em seu consultório em Danville, Kentucky. Então Jane percorreu os 96 quilômetros mais difíceis de sua vida. Partiu no lombo de um cavalo de sua casa no Condado de Green até Danville e chegou no dia de Natal de 1809.

SEM ANESTESIA

Operando sem anestesia (ainda não em uso), McDowell fez uma incisão de 22 centímetros no abdômen e trabalhou por quase meia hora para remover o tumor, enquanto Jane era amparada pelos assistentes de Mcdowell e em meio a urros lancinantes de dor, cantava hinos religiosos. 

A cirurgia resultou na remoção de um cisto de 1, 020 kg. Ela permaneceu na casa/consultório com McDowell por quase um mês enquanto se recuperava e pôde voltar para casa (a cavalo) em janeiro de 1810. Ela e sua família logo se mudaram do estado e acabaram se estabelecendo em Indiana, onde Jane está enterrada. 

Ela viveu mais 32 anos após o procedimento e a cirurgia bem-sucedida abriu caminho para avanços futuros.


Bibliografia

PATRICK, Andrew. The Mother of Abdominal Surgery.

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 HISTÓRIA GERAL 


O rei Charles III ostenta uma árvore genealógica tensa graças a um infame parente.

O monarca recém-nomeado é descendente de Vlad III, também conhecido como Vlad Drácula/Drakul (que significa 'o filho do dragão', em tradução livre), ou mesmo Vlad, o Empalador, que foi filho de Vlad II Dracul ('o dragão', fundador da dinastia) e príncipe da Valáquia. 

Vlad era conhecido por m4tar seus inimigos empalandø-øs em estacas de madeira, iniciando uma mørte excruciante que às vezes podia levar até três dias. Suas ações brut4is fizeram dele a suposta inspiração para "Drácula" de Bram Stoker. 

Em 1462, após uma batalha, Vlad deixou um campo cheio de milhares de vítimas emp4ladas. Mais de 530 anos depois, em 1998, o rei Charles III descobriu suas ligações com o governante romeno. 

O novo monarca informou ter descoberto que sua linhagem era relacionada à de Drácula, por meio da rainha consorte Mary, sua bisavó materna. 

Uma árvore genealógica em The British Chronicles escrito por David Hughes apoia esta afirmação. 

Quanto ao seu ancestral distante Vlad, o temível governante é visto como um herói nacional até hoje devido à sua defesa feroz, embora tirânica, contra os inimigos do país. 

Não é tão surpreendente que eles estejam relacionados, já que a linhagem da família real britânica é facilmente rastreada em toda a Europa - até a rainha e o príncipe Philip eram primos em terceiro grau.


Referência

BECQUART, Charlotte. King Charles III is a descendant of Dracula and owns properties in Transylvania.

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 HISTÓRIA, MEDICINA E CIÊNCIA - TÉTANO


As vacinas estão na mente - e no braço de quase - todos, então deixe-me lembrá-lo: essa imagem representa o estágio final do tétano,  que se manifesta por hipertonia mantida dos músculos masseteres (trismo e riso sardônico) e dos músculos do pescoço (rigidez de nuca), ocasionando dificuldade de deglutição (disfagia), que pode chegar à contratura muscular generalizada (opistótono); rigidez muscular progressiva, atingindo os músculos reto-abdominais (abdome em tábua) e o diafragma, levando à insuficiência respiratória; também ocorrem crises de contraturas desencadeadas, em geral, por estímulos luminosos, sonoros ou manipulação do doente.

▪️Essa pintura do século XIX, foi feita pelo cirurgião Charles Bell e hoje faz parte do acervo do Hall dos Cirurgiões, em Edimburgo.

Bell criou essa pintura em 1809, após testemunhar os efeitos do tétano em soldados, os quais foram baleados na Batalha de Corunna, na Espanha, durante as Guerras Napoleônicas.

▪️A imagem de 2019 foi feita em hospital público na cidade de Caracas, Venezuela.

▪️A VACINA DO TÉTANO (tetanus toxoid, TT). Um trabalho apresentado à Academia de Ciências de Paris, em 1887, descrevia alguns dos sintomas do tétano, doença conhecida desde a Antiguidade e desde tal associado à ferimentos, produzidos por cortes, arranhões, perfurações ou mordidas de animais. "Ninguém há que desconheça esta moléstia terrível que encerra o doente em uma espécie de túmulo, e como que o obriga a assistir à própria agonia. Os músculos do peito, das costas, do pescoço e da face contraem-se com crescente viølência; a cabeça atira-se para trás, as mandíbulas apertadas não deixam passar nem sequer um gemido; a deglutição e consequentemente a alimentação tornam-se impossíveis. Só o olhar exprime as angustias e os sofrimentos do moribundo.”

Além de abreviar vidas, o tétano desafiava o progresso da medicina, uma vez que a mais simples cirurgia carregava risco de contaminação, o que impunha outros custos à saúde. Isso tudo mudou com a descoberta do fisiologista e microbiologista alemão Emil von Behring, que à partir de 1890 obteve sucesso no desenvolvimento de uma antitoxina capaz de neutralizar os efeitos das toxinas da bactéria causadora do tétano. Em 1897, o microbiologista francês Edmond Nocard, provou que a antitoxina poderia fornecer uma forma de imunização. Na década de 1920, a vacina contra o tétano foi inventada e amplamente utilizada para a imunização de soldados durante a Segunda Guerra Mundial. 


Referência 

FITZHARRIS, Lindsay. Medicina dos Horrores.

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   HÁ MUITO TEMPO...


Imagine o nascer do sol no último dia da era mesozóica, 66 milhões de anos atrás. Raios de luz do sol passam pelos pântanos e florestas de coníferas ao longo da costa do que hoje é a Península de Yucatán, no México. Os mares quentes do Golfo do México fervilham de vida.

À medida que este mundo perdido de dinossauros e insetos enormes grita e zumbe para a vida, um asteróide do tamanho de uma montanha está se aproximando da Terra a cerca de 64 mil quilômetros por hora. 

Por alguns momentos fugazes, uma bola de fogo que parece muito maior e mais brilhante que o sol atravessa o céu. Um instante depois, o asteróide colide com a Terra com um rendimento explosivo estimado em 10 bilhões de bombas atômicas de Hiroshima.

O impacto penetra na crosta terrestre a uma profundidade de vários quilômetros, cavando uma cratera com mais de 185 quilômetros de diâmetro e vaporizando milhares de quilômetros cúbicos de rocha. 

O EVENTO

O anel de pico se formou em questão de minutos. Logo após o impacto, rochas profundas de granito, fluindo como um líquido, ricochetearam em uma torre central de 10 quilômetros de altura antes de desmoronar na crista circular. Em seguida, o anel de pico foi coberto por uma camada de rochas misturadas, chamada brecha, que contém pedaços de rocha explodida e derretimento de impacto. Então, nas horas que se seguiram, tsunamis oceânicos despejaram enormes quantidades de sedimentos arenosos no buraco gigante da Terra. Outras deposições viriam lentamente, à medida que a vida voltasse aos mares, e camadas de calcário fossem construídas nos milhões de anos seguintes.

O QUE É ANEL DE PICO?

O "anel de pico" da cratera - é uma crista circular dentro da borda da cratera que é característica das maiores crateras de impacto do sistema solar. 

Os astrônomos veem anéis de pico na Lua, Marte e Mercúrio, mas nunca conseguiram amostrar (extrair amostra) um na Terra, agora conseguiram. Ao examinar de perto as rochas do anel de pico, eles esperam testar modelos de formação de crateras e determinar se a própria cratera foi um dos primeiros habitats para a vida microbiana após o impacto.

REVELANDO O PASSADO

Estudos anteriores lentamente revelaram detalhes do que aconteceu após o chamado impacto de Chicxulub, usando uma combinação de modelos de computador e as consequências geológicas encontradas em vários locais ao redor do mundo.

Mas os detalhes exatos do caos que se seguiu foram um mistério duradouro, que os cientistas esperavam resolver examinando atentamente a própria cratera de impacto.

PORÉM...

Camadas de sedimentos haviam enterrado a cratera por milênios, o que impedia que ventos e água a deteriorassem, mas também a escondiam e a mantinham fora do alcance de ansiosos cientistas. Para realmente chegar a esse momento infame na história do nosso planeta, os pesquisadores precisavam perfurar a terra.

DESVENDANDO O MISTÉRIO 

Os cientistas chegaram ao marco zero para um dos cataclismos mais famosos do mundo. Escavando a estrutura de impacto responsável pelo desaparecimento dos dinossauros, a equipe de pesquisadores alcançou um de seus principais objetivos, com rochas trazidas de mais 670 metros abaixo do fundo do mar na costa da Península de Yucatán. 

Essas amostras de núcleo contêm pedaços da rocha original de granito que foi o alvo azarado da ira cósmica há 66 milhões de anos, quando o asteroide épico atingiu a Terra.

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 O CORAÇÃO DO IMPERADOR

Em um receptáculo de vidro, armazenado  com extrema precaução na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, na cidade do Porto, em Portugal, repousa, desde 1837, o coração de Dom Pedro I, ou Dom Pedro IV, para os portugueses.  Antes de falecer, o primeiro imperador do Brasil deixou em testamento a intenção de que seu coração ficasse no Porto, cidade com a qual desenvolveu intensa relação, lá vivendo durante os 13 meses (de julho de 1832 a agosto de 1833) em que a cidade foi sitiada em uma disputa de poder entre ele e seu irmão Dom Miguel I durante as chamadas Guerras Liberais (1828-1834).

O CORAÇÃO AVENTUREIRO 

Foi longo e conturbado o percurso que levou o órgão doado ao Porto até ao monumento onde está desde 1837, na igreja da Lapa. Depois da mørte de D. Pedro, a sua mulher, D. Amélia de Leuchtenberg, fez encerrar o coração num escrínio (uma espécie de vaso ou guarda-joias) com duas tampas e entregou-o ao ajudante de campo do rei que o levou de Lisboa para o Porto, num navio. O coração chegou ao Porto em fevereiro de 1835, quase cinco meses após a morte do monarca, foi “em procissão da Ribeira para a Lapa” e “toda a cidade esteve presente”.

O coração chegou à Lapa numa urna de madeira de mogno, dentro da qual estava um estojo (o original foi a única peça substituída, mas mantém-se na igreja) e, lá dentro, um vaso de prata dourada com duas tampas. “Uma era uma espécie de adorno e a outra, presa com parafusos, dava acesso ao coração, inserido em líquidos conservantes desde a primeira hora”. Na altura, “os professores da escola médico-cirúrgica entenderam que o coração ficaria melhor conservado num recipiente de vidro, por se tratar de material mais estanque do que a prata."

Seguiram-se “dois anos de espera” para a Câmara do Porto e a Irmandade da Lapa “chegarem a acordo sobre o local onde devia ficar o monumento”, período em que o coração “ficou na capela-mor à guarda de um sentinela, porque havia receios de que fosse roubado”. 


POR QUE ESTÁ GUARDADO NA IGREJA?

O coração foi doado à cidade e não à igreja da Lapa, motivo pelo qual foi necessário que a rainha D. Maria II, filha de D. Pedro, resolvesse o dilema sobre o local onde devia ficar o legado.

COM QUEM VAI FICAR

Quando D. Pedro foi para o Porto, ficou no Palácio dos Carrancas, mas era um local muito exposto. Teve que buscar um lugar  mais protegido. Mudou-se para a Rua de Cedofeita. A igreja mais próxima era a da Lapa e o seu fundador “era um brasileiro”. O "Rei Soldado", ia à missa semanal, mas, segundo o historiador português Ribeiro da Silva, há escritos de que ia ali à missa todos os dias. Foi este o motivo que fez D. Maria II decidir que o coração ficasse na igreja da Lapa.

SIMBOLOGIA

O "Rei Soldado" doou seu coração como agradecimento pelo empenho e pelos sacrifícios suportados pelos cidadãos do Porto no combate ao absolutismo. O ato significou uma coisa importantíssima: o amor pela liberdade.

BREVE HISTÓRICO 

D. Pedro I nasceu no Palácio de Queluz a 12 de Outubro de 1798, recebendo o nome de Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Serafim de Bragança e Bourbon, tendo falecido no mesmo palácio, a 24 de Setembro de 1834, foi sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora, sendo transladado para o Brasil em 1972, seus restos mortais foram levados para a cripta imperial, localizada no Parque da Independência, em São Paulo.

A INDEPENDÊNCIA 

O governo brasileiro, através do embaixador George Prata, pediu o coração emprestado para a comemoração dos 200 anos da independência. O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses de Portugal e a Câmara Municipal do Porto autorizaram o translado do órgão. O órgão chegará ao Palácio do Planalto, em Brasília, onde será recebido com “honras militares”.

Após a cerimônia, o coração será transportado para o Palácio Itamaraty, onde permanecerá em exibição “controlada” até as comemorações do bicentenário no dia 7 de setembro.


Referência 

SERRÃO, Joaquim Veríssimo.

História de Portugal, Volume VII: A Instauração do Liberalismo (1807-1832), e

História de Portugal, Volume VIII: Do Mindelo à Regeneração (1832-1851)

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LEOGENÉTICA - DOGOR


Dogor pode ter morrido 18 mil anos atrás, mas seu corpo permaneceu perfeitamente preservado – até os "bigodes". 

Ele é “amigo” por nome – Dogor em Yakutiano significa “amigo” – e canídeo por linhagem. Dogor e seu corpo, pele, dentes e vibrissas (bigodes) foram catapultados por 18 milênios e renasceram do permafrost derretido em uma Sibéria aquecida. 

Este espécime quase perfeito foi desenterrado perto do rio Indigirka, a nordeste de Yakutsk. Embora inicialmente se acreditasse ser os restos antigos de um filhote de lobo, testes adicionais do espécime renderam resultados fascinantes.

DÚVIDA 

Embora a Suécia tenha o maior banco de DNA de canídeos extintos e modernos, o Centro Sueco de Paleogenética, que conduziu o sequenciamento inicial do genoma do espécime, foi inconclusivo – incapaz de determinar se o filhote era cachorro ou lobo. A pouca idade do achado dificulta a identificação. 

O QUE SE SABE

Uma análise mais aprofundada coloca as origens do filhote em um período de tempo em que se acredita que as linhagens dos cães se separaram de seus progenitores lobos cerca de 20 mil a 40 mil anos atrás, colocando Dogor bem no meio da matilha de transição.

O espécime pode muito bem ser um lobo ancestral. Se for um cachorro, no entanto, provavelmente representaria o mais antigo no registro arqueológico.

O cão antigo e o lobo não diferem muito. Na verdade, o cão é um lobo com atitudes mais tolerantes em relação aos humanos.

Antes de os pesquisadores descobrirem Dogor no verão de 2018, o fóssil mais antigo conhecido de um cão domesticado é do cão Bonn-Oberkassel, com cerca de 14.223 anos. Os restos incompletos deste antigo cão domesticado foram descobertos em uma pedreira de basalto perto de Bonn, na Alemanha, em 1910.

O QUE ELE COMEU?

O estômago de Dogor foi dissecado, durante o estudo, além de galhos, terra e folhas, nele foi encontrado um fragmento de pele com pelos pequenos e com bordas bem lisas. Testes de DNA desse fragmento de pele do estômago do filhote, realizados no Centro Sueco de Paleogenética supervisionado pelo professor Love Dalen, confirmaram que no estômago havia um fragmento de pele de um rinoceronte pré-histórico que vivia no mesmo local.

MAIS DESCOBERTAS 

Um exame mais aprofundado do filhote revelou que o espécime é um macho juvenil cuja idade é exibida por dentes leitosos em ponta de flecha, uma característica distinta de um canídeo com menos de 2 meses de idade. 

Embora os especialistas não tenham sido capazes de determinar a causa da morte, pesquisas sugerem que sua posição não indicava angústia no momento da morte.

No segundo semestre de 2021, amostras de DNA de Dogor foram enviadas para análise na Dinamarca, os resultados ainda não foram publicados. 


Referência 

DNA of pre-historic puppy, found in Yakutia, to be analyzed in Denmark.

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  UM POUCO DE HISTÓRIA E LENDAS
 


Ao longo da história, as gárgulas tendem a ser mais comumente associadas a imagens de de€mônios e monstros alados e horríveis. Alguns são tão estranhamente impressionantes quanto aterrorizantes. Há outros, porém, cuja particularidade não está no horror, mas no caráter irônico – destinado a provocar o escárnio, o ridículo e até o riso. 

O QUE A HISTÓRIA CONTA

A história conta que o pedreiro envolvido na construção da Catedral de Freiburg, Alemanha, teve a garantia de que o salário que receberia seria compatível com a qualidade do trabalho que produziria. No entanto, após a conclusão do trabalho, o pedreiro foi recompensado por seu trabalho com uma quantia miserável que não chegou perto do que ele esperava. Foi sua insatisfação com essa remuneração que o motivou a esculpir a gárgula tosca em protesto. Ele

posicionou uma das gárgulas para parecer que estava a defecar na direção do edifício da Câmara Municipal, os responsáveis pelo pagamento de seu salário.

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ANÚBIS - O GUARDIÃO DOS M0RT0S
 


"Quando Néftis deu à luz a Anúbis, Ísis tratou a criança como se fosse sua; pois Néftis é o que está debaixo da terra e invisível,

Ísis o que está acima da terra e visível; e o círculo que os toca, chamado de horizonte, sendo comum a ambos, recebeu o nome de Anúbis, e é representado na forma de um cão; pois o cão pode ver com os olhos tanto de noite como de dia." 

Para os antigos egípcios, como era o caso de qualquer sociedade composta de humanos curiosos, o mundo era um lugar confuso e muitas vezes aterrorizante, repleto de destruição, m*rte e fenômenos inexplicáveis. Para dar sentido a tal existência, eles recorreram a histórias teleológicas. Dar uma história a um fenômeno o tornava menos horrível e também os ajudava a entender o mundo ao seu redor. Sem surpresa, então, os antigos deuses egípcios permeavam todos os aspectos da existência. Dada a abundância de artefatos funerários encontrados nas areias do Egito, às vezes parece que os antigos egípcios estavam mais preocupados com os assuntos da vida após a morte do que com os assuntos da vida que vivenciavam no dia a dia. Isso é ressaltado com mais destaque pelas pirâmides, que capturaram a imaginação do mundo durante séculos. 

Assim, não é surpresa que Anúbis fosse um dos deuses mais importantes do panteão egípcio. A imagem de Anúbis, com sua cabeça voltada para baixo em julgamento impiedoso, continua a inspirar artistas ainda hoje. 

Há algo sobre essa figura sombria que o fez resistir ao teste do tempo e lhe permitiu sobreviver enquanto tantos deuses e deusas caíram da memória na sequência de novas religiões que são auxiliadas por um mundo mais interconectado. 

Talvez seja porque Anúbis está associado à m*rte, ou talvez seja porque a falta de referências a ele no registro literário e arqueológico do Egito convida a múltiplas interpretações. 

Também pode ser devido a suas aparições nas obras mais emotivas da arte egípcia antiga, notadamente as vinhetas de túmulos que retratam a misteriosa jornada dos mortos, que atraem os espectadores a imaginar uma visão sobrenatural e poética da m*rte tão distante das concepções modernas. Em certo sentido, Anúbis é terrível e majestoso.

Para os antigos egípcios, no entanto, Anúbis evoluiu ao longo de milênios e, embora sua imagem possa causar medo nos corações modernos, nos tempos antigos, sua aparência era um pouco reconfortante para aqueles que temiam os espíritos invisíveis que habitavam todas as coisas ao lado do Nilo. Assim como o cão é hoje uma figura de proteção contra a violência e a transgressão, Anúbis também era uma figura cujo aspecto temível era fonte de conforto para aqueles que seguiam o seu código, garantindo que sua piedade fosse defensável no Salão de Justiça no fim de suasvidas. 


Referência 

CARABAS, Markus. Anubis: The History and Legacy of the Ancient Egyptian God of the Afterlif

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CINEMA - JOHNNY DEPP


Johnny Depp não é apenas uma grande estrela, mas sua escolha não convencional de papeis no cinema o tornou um personagem fascinante e misterioso, agradando a públicos tão diversos quanto os papeis que ele desempenha. 

Com aparições em filmes infantis e adultos, como Willy Wonka em a Fantástica Fábrica de Chocolate e Ed Wood, Johnny Depp tem um apelo entre gerações no mercado de massa. Traçando sua carreira desde sua estreia em A Hora do Pesadelo em 1984 até sua atuação extravagante como a voz de Victor Van Dort em Noiva Cadáver e o sucesso espetacular da franquia Piratas do Caribe , mostram como o ator conquistou um nicho com sucesso para si mesmo como um artista sério, um tanto sombrio e idiossincrático, selecionando consistentemente personagens que surpreenderam a crítica e o público. 

Outros aspectos da vida do ator incluem a sua carreira como músico.


Referência 

GOODALL, Nigel. The Secret World of Johnny Depp: The Intimate Biography of Hollywood's Best Loved Rebel.

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 CÔMODO, O INSANO - IMPÉRIO ROMANO 


Cômodo recebeu o título de César já aos 5 anos de idade, o que equivalia a uma pré-nomeação para governar o mundo. 

Aos 12 anos, ao constatar que a água do banho não estava suficientemente aquecida, ordenou que o criado responsável fosse jogado na fornalha. 

Aos 17 anos, foi empossado co-imperador e reinou em conjunto com o pai Marco Aurélio durante três anos. 

Aos 19 anos, de acordo com o historiador Dion Cássio contemporâneo de Cômodo, o jovem tornou-se chefe de Estado por ter envenenado seu pai. De acordo com o filme "Gladiador", do diretor Ridley Scott, Cômodo, interpretado por Joaquin Phoenix, asfixiou seu pai. Outros argumentam, no entanto, que seu pai pode ter morrido de uma doença contagiosa, possivelmente a peste. 

Independentemente de como, ou mesmo se, ele matou seu pai, ninguém contesta que, a partir do momento em que o jovem assumiu como soberano romano em 180 d.C., ele mandou e desmandou em Roma. 

No poder, ele se revelaria um megalomaníaco de marca maior. Tentou, entre outras coisas, mudar o nome de Roma para Comodônia, e substituir os nomes dos meses do ano pelos seus próprios – o que quase enchia um semestre, porque ele chamava César Marco Aurélio Cômodo Antonino Augusto – e pelos títulos honoríficos que recebia do Senado romano, como Invicto, Félix e Pio. 

Durante os 84 anos anteriores ao governo de Cômodo, conhecido como o período dos “Cinco Bons Imperadores”, Roma prosperou sob Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio e o pai de Cômodo, o distinto “imperador filósofo”, Marco Aurélio, cujo culpa grave foi sua decisão desastrosa de nomear seu filho  incompetente e desequilibrado como seu co-imperador e sucessor. 

O novo imperador era obcecado por esportes – e por sexo. Junto com a esposa, Crispina, e a amante chamada Marcia, ele mantinha um harém de 600 concubinas, divididas igualmente entre moças e rapazes. 

Ele entregou a administração do império à sua amante e a vários de seus corruptos favoritos. 

DIVINO?

Cômodo queria muito ser aclamado como divino e assim, imitando o deus Hércules, passou a usar peles de leão e carregar um porrete (imagine a cena!). 

Ele gostava de beber, jogar, correr de bigas e caçar, mas, acima de tudo, ele se via como um grande gladiador, fazendo suas estripulias na arena do Coliseu, m*tando feras e enfrentando gladiadores, embora haja sérias dúvidas quanto à qualidade e à motivação dos oponentes que eram escalados para medir forças com o imperador. Como Herodiano escreveu: “Em seus combates de gladiadores, ele derrotava seus oponentes com facilidade, e não fazia mais do que feri-los, pois todos se submetiam a ele, mas apenas porque sabiam que ele era o imperador, não porque ele era verdadeiramente um gladiador.” 

O desvairado imperador esbanjou ouro sobre o povo e o exército e os manteve distraídos. Para pagar por sua generosidade, ele taxava pesadamente os ricos e, como resultado, passou a ser odiado por eles como um traidor de sua própria classe senatorial. 

A história de seu reinado está repleta de relatos monótonos de €x€cuções cruéis. Retratos sucessivos em moedas romanas mostram Cômodo degenerando de um adolescente afável para um adulto perturbado e dissimulado. 

Quando sua amante, Marcia, descobriu seu próprio nome em sua lista dos que seriam €x€cutados, ela entregou a Cômodo uma taça de vinho €nv€nenado. O vinho o drogou e o deixou doente, mas não o m*tou. O trabalho foi concluído um pouco mais tarde por um de seus supostos amigos, um lutador chamado Narciso, que o €str@ngulou enquanto ele estava tomando banho na banheira. Cômodo m*rreu em 31 de dezembro de 192 d.C, aos 31 anos.


Referência 

TURNEY, Simon. Commodus: The Damned Emperors.

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 O PECADO - 1880

Autor: Heinrich Lossow

Técnica: Óleo sobre tela (55x37cm)

Acervo: Particular, local indefinido.

Rococó 

[...] 

o impulso contra um mundo imposto

& a vertigem dele sobre o vértice dela 


oh virgem vênus

recebe em

teu ventre

ave toda frêmito 


inominável dentre teus lábios santos

intraduzível na tua boca entre preces 


[...] 

cavalgo em ti Pégaso 

trinca meu corpo tece meu brado

com o teu calor me faz perder a vergonha

& todas as estribeiras junto com as certezas

abro os braços

seguro no instante

esta grade que antes me prendia

& agora retém meu salto 


[...]

A OBRA

Esta pintura faz alusão  ao " Balé das Castanhas", esse acontecimento chegou até nós através do relato de Burchard e deu-se no Vaticano, no Palácio Apostólico em 30 de outubro de 1501. A barra é pesada, muito pesada. Vamos lá. 

Cinquenta prostitutas dançaram diante dos convivas de César Bórgis e do Papa Alexandre VI - o papa Bórgia - após o jantar. A princípio vestidos, convidados e prostitutas, depois... todo mundo nu. As castanhas em questão estavam espalhadas entre os candelabros pelo chão e as prostitutas buscavam meios de colhê-las. A regra era: as prostitutas, nuas, engatinhando pelo chão... use a imaginação amigo leitor.

Depois disso, seguiu-se o "acasalamento", com prêmios para aqueles que conseguissem o maior número de cópulas. Foram muitas as festas bizarras. Convém salientar que segundo os registros de Burchard, no "Balé das Castanhas", nem César, nem Lucrécia, nem Alexandre VI participaram. Eles apenas observavam as bacanais que promoviam. Antes que alguém questione a fonte, vale lembrar que Johann Burchard era bispo, cronista e mestre de cerimônias de Alexandre VI.

HEINRICH LOSSOW

Nasceu em 1843, em Munique, foi um exímio pintor e ilustrador de gêneros alemães. Ele era um prolífico pornógrafo em seu tempo livre. 

Independente de Dogmas e preconceitos, sua obra para época, era desafiadora e extremamente além de seu tempo.

Lossow também foi um grande ilustrador de livros de William Shakespeare, Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich Schiller. 


Bibliografia 

BRIVEIRA, Rodrigo. O Pecado de Voar - ou lições de voo para a virgem de Heinrich Lossow. 

HORTA, Maurício. Luxúria: Como ela mudou a História do Mundo - Série Sete Pecados da História.

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 DESCOBERTAS IMPRESSIONANTES
 


Experiências de J.J. Thomson em 1897 levou à descoberta de um bloco de construção fundamental da matéria mais de cem anos atrás. 

ELÉTRON 

O físico britânico J.J. Thomson estava se aventurando no interior do átomo. No Laboratório Cavendish da Universidade de Cambridge, Thomson estava experimentando correntes de eletricidade dentro de tubos de vidro vazios. Ele estava investigando um quebra-cabeça de longa data conhecido como "raios catódicos". Seus experimentos o levaram a fazer uma proposta ousada: esses raios misteriosos são fluxos de partículas muito menores que os átomos, na verdade são minúsculos pedaços de átomos. Ele chamou essas partículas de "corpúsculos" e sugeriu que elas poderiam constituir toda a matéria dos átomos. 


Era surpreendente imaginar uma partícula residindo dentro do átomo – a maioria das pessoas pensava que o átomo era indivisível, a unidade mais fundamental da matéria. 


Foi preciso mais trabalho experimental de Thomson e outros para resolver a confusão. Ele descobriu que os raios são compostos de elétrons: partículas muito pequenas e carregadas negativamente que são de fato partes fundamentais de cada átomo. 


PRÓTON

Em 1911, Ernest Rutherford, que realizou muitos experimentos para explorar a radioatividade, fez um experimento no qual descobriu que o átomo deve ter uma carga central positiva concentrada que contém a maior parte da massa do átomo. Ele sugeriu que o núcleo continha uma partícula com carga positiva o próton. Átomos de diferentes elementos têm diferentes números de prótons, dando aos seus núcleos cargas diferentes. Isso significava que o núcleo de hidrogênio (ele tem um próton) era uma partícula elementar. Rutherford o chamou de próton, da palavra grega "protos", que significa "primeiro". 


NÊUTRON

Em 1932, James Chadwick, um físico inglês que havia trabalhado com Rutherford, detectou nêutrons e mediu sua massa em um jogo invisível de bilhar. Ele disparou os nêutrons em um bloco de parafina, que tem alta concentração de hidrogênio e, portanto, é rico em prótons. Alguns dos nêutrons colidiram com prótons na cera e os nocautearam. Chadwick poderia então detectar esses prótons e medir sua energia. Usando seu conhecimento de energia e momento, ele foi capaz de calcular a massa dos nêutrons a partir da faixa de energias dos prótons que eles derrubaram. Ele descobriu que sua massa era ligeiramente maior que a de um próton. Chadwick, como Rutherford, usou um método engenhoso para sondar o que não pode ser visto.


Referência 

Who discovered electrons,protons, and neutrons? Universidade da Califórnia.

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OMO I - O MAIS ANTIGO FÓSSIL HUMANO
 


Os humanos modernos surgiram no leste da África pelo menos 38 mil anos antes do que os cientistas pensavam anteriormente.

Essa conclusão foi tirada de vestígios de uma erupção vulcânica colossal usada para datar os primeiros fósseis indiscutíveis do Homo sapiens . 


Os restos mortais, apelidados de Omo I, foram descobertos no local Omo Kibish (f 2), perto do rio Omo, na Etiópia, na década de 1960. Estimativas anteriores datavam os fósseis humanos em cerca de 195 mil anos. Agora, uma nova pesquisa publicada em 12 de janeiro de 2022 na revista Nature conta uma história diferente – os restos são mais antigos do que uma colossal erupção vulcânica que abalou a região há cerca de 233 mil anos. A nova estimativa coloca os fósseis ainda mais firmemente entre os mais antigos restos de Homo sapiens já descobertos na África, perdendo apenas para espécimes de 300 mil anos encontrados no sítio de Jebel Irhoud no Marrocos em 2017. No entanto, os crânios de Jebel Irhoud variam bastante em sua características físicas dos humanos modernos para alguns cientistas contestarem sua classificação como Homo sapiens. Isso significa que a nova descoberta marca a datação incontestável mais antiga dos humanos modernos na África. 


"Ao contrário de outros fósseis do Pleistoceno Médio, que se acredita pertencerem aos estágios iniciais da linhagem do Homo sapiens, Omo I possui características humanas modernas inequívocas, como uma abóbada craniana alta e globular e um queixo", explica o coautor do estudo Aurélien Mounier, paleoantropólogo do Musée de l'Homme em Paris, referindo-se à abóbada craniana globular como o espaço onde o cérebro fica dentro do crânio. 


COMO FOI FEITA A DATAÇÃO 

Os restos mortais fossilizados foram encontrados no vale do Rift da África Oriental, uma zona onde a placa tectônica africana está em processo de divisão em duas placas menores, a placa somali e a placa núbia. Apesar de descobrir os fósseis há mais de 50 anos, os cientistas achavam difícil dar ao Omo I uma idade conclusiva. 


Os fósseis não possuíam artefatos de pedra ou fauna próximos que pudessem ser datados, e as cinzas sob as quais foram enterrados eram muito finas para radiometria - um método que quantifica as quantidades de certos isótopos radioativos (versões de um elemento com um número diferente de nêutrons em núcleo) com taxas de decaimento conhecidas.

Para contornar esses problemas, os pesquisadores coletaram amostras de pedra-pomes do vulcão Shala a mais de 400 quilômetros de distância, triturando-as até que tivessem menos de um milímetro de tamanho. Ao realizar uma análise química na pedra-pomes encontrada no vulcão e compará-la com a camada de cinzas no sedimento acima de onde os fósseis foram encontrados, os pesquisadores puderam confirmar que ambos compartilhavam a mesma composição química e, portanto, vinham do mesma erupção. Descobriu-se que as amostras de pedra-pomes e a camada de cinzas têm aproximadamente 233 mil anos – o que significa que os fósseis de Omo I encontrados abaixo das cinzas têm pelo menos a mesma idade ou mais.

"Primeiro, descobri que havia uma correspondência geoquímica, mas não tínhamos a idade da erupção do vulcão Shala", relata a principal autora Céline Vidal, vulcanóloga da Universidade de Cambridge. "Enviei imediatamente as amostras do vulcão para nossos colegas em Glasgow para que pudessem medir a idade das rochas. Quando recebi os resultados e descobri que o Homo sapiens mais antigo da região era mais velho do que se supunha anteriormente, fiquei muito empolgada." 

"Provavelmente não é coincidência que alguns dos primeiros ancestrais da humanidade viveram em um vale geologicamente ativo", explica Clive Oppenheimer, vulcanologista da Universidade de Cambridge. A atividade tectônica criou lagos que coletavam água da chuva, não apenas fornecendo água doce, mas também atraindo animais para caçar; e os 7.000 km de Great Rift Valley – dos quais o Vale do Rift da África Oriental é apenas uma pequena parte – serviu como um enorme corredor de migração, para humanos e animais que corriam do (atual) Líbano, no norte, até Moçambique no sul.


Apesar de ter encontrado a idade mínima das amostras de Omo I, os pesquisadores ainda precisam encontrar uma idade máxima para ambos esses fósseis e o surgimento mais amplo do Homo sapiens no leste da África. Eles planejam fazer isso ligando mais cinzas enterradas a mais erupções de vulcões ao redor da região, dando-lhes uma linha do tempo geológica mais firme para as camadas sedimentares em torno das quais os fósseis da região são depositados. “Nossa abordagem forense fornece uma nova idade mínima para o Homo sapiens no leste da África, mas o desafio ainda permanece para fornecer um limite, uma idade máxima, para seu surgimento, que se acredita ter ocorrido nesta região”, quem explica é Christine Lane, geocronologista da Universidade de Cambridge. “É possível que novas descobertas e novos estudos possam estender a idade de nossa espécie ainda mais no tempo”. 


Referência 

VIDAL, Céline M. et al. Age of the oldest known Homo sapiens from eastern Africa (2022).

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MASSACRE DOS INOCENTES - 1824


Título original: Scène du massacre des Innocents
Autor: Léon Cogniet 

Técnica: Óleo sobre tela (104,3x92,5cm).
Acervo: Museu de Belas Artes de Rennes, França.

Uma mulher aterrorizada, tentando salvar o seu filho, impede-o de gritar ou chorar colocando-lhe a mão sobre a boca. Enquanto segura o filho envolto em suas roupas, a mulher apavorada, com os olhos dilatados e com os pés sujos, oferece a síntese do realismo pretendido.
O espectador é o único que testemunha a cena em sua totalidade, diante da figura feminina que o contempla, com os olhos que vivificam o assombro, e a fragilidade do bebê em seu colo. Se ele chorar, a morte imaginada pela mãe, será concretizada. O espectador é posto, portanto, não como público estático e sim como aquele que precisa se aquietar para não denunciar a presença da jovem. Ou o espectador é justamente a presença da denúncia tão temida por aquele olhar desnudo da jovem mãe.

OBRA
A primeira referência que essa belíssima obra nos apresenta, é o massacre de bebês em Belém por Herodes. Apesar do contexto bíblico, é um retrato doloroso e atemporal da ameaça da morte nas guerras, a obra ecoa pelas inúmeras vítimas de atentados e pelo horror que as mesmas sofrem pelo esquecimento. A obra de Cogniet transparece a impotência do espectador diante da morte e o elo universal com a personagem do quadro, uma mulher representativa de tantas outras.
Com efeito, o artista escolhe retratar a cena por meio de dois recortes: a cena que se passa por toda a cidade de Belém, ao canto, com o desespero de uma mãe correndo a fim de proteger seus dois bebês enquanto um soldado a persegue. E, no primeiro plano, a cena de mais uma mãe que pode ser a próxima a ter o destino do segundo plano, tal como uma trama narrada em dois atos. Contudo, a união entre as cenas é o olhar posto pelo artista. Podemos ser o soldado que descobriu mãe e bebê, a quem ambos temem. O olhar de resignação inocente do bebê indica que seu destino será igual aos dos demais. Mas Cogniet preserva também a segunda possibilidade, de o observador ser o olhar secreto, de quem deseja preservar as duas vidas, a última conexão humana destes personagens, ao mundo.

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ILUSTRAÇÃO - 1762


Está é uma ilustração de 1762 de uma mulher afastando o diabo com a sua genitália. A ilustração foi usada para acompanhar o poema "The Devil of Pope Fig Island" do poeta francês do século XVII, Jean de la Fontaine. 

ASSUSTADORA 

Por muitos séculos o órgão genital feminino foi visto como impuro e assustador. A ilustração apresentada é uma evidência disso,

as pessoas pensavam que a vulva era tão horrível que poderia assustar o próprio diabo. Satanás podia lidar com os horrores do inferno e positivamente desfrutou de todo o pecado e maldade na terra, mas uma vagina p€lud@ era o suficiente para mandá-lo embora. Vaginas assustadoras são um tema muito recorrente ao longo da história. Histórias de "vaginas com dentes" estão por toda parte – como por exemplo, no hinduísmo. 

Foi somente na transição do século XIX para o XX que essa crença perdeu força. 

Referência 

Plínio, História Natural.

HINDSON, Bet

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A SANDÁLIA DE TUTANCÂMON 


A descoberta da tumba de Tutancâmon por Howard Carter em 1922 é uma das descobertas arqueológicas mais significativas de todos os tempos. Carter e sua equipe levaram 10 anos para limpar o conteúdo da tumba e entre os objetos encontrados estava uma grande coleção de sapatos e sandálias. 

Este é um dos muitos calçados encontrados na tumba de tutancâmon, de aproximadamente 1323 a.C. 

As laterais são cobertas por uma malha de quase 500 contas quadradas e redondas, o fechamento precisou de quase 400 anéis de 2,5mm para serem fixadas juntas para formarem pequenos canos de 16 anéis cada através dos quais as cordas de couro passam. 

A coloração original (mais vívida) sofreu desgaste com o passar do tempo. Mas ainda é possível ver que as cores predominantes eram verde e o vermelho. O couro da sandália foi muito provavelmente untado com gordura/óleo. 


Referência 

VELDMEIJER, André J. Tutankamon'

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O HOLANDÊS VOADOR 

O oceano é frequentemente objeto de inúmeras superstições e atividades paranormais. Muitos desses mitos foram retratados em filmes (cultura pop) e óperas.  Uma dessas lendas é a do Holandês Voador, um navio fantasma notório por ser o presságio de má sorte. Como é o caso dos mitos, existem muitas versões diferentes da história. 

HISTÓRIAS FASCINANTES 

Este mito se originou no século XVII e segue a história de um capitão chamado Van Der Decken, navegando pelo Cabo da Esperança, uma parte do mar famosa por suas tempestades e clima terrível. O capitão do navio promete atravessar o Cabo, mesmo que demore uma eternidade. Ao ouvir este juramento, o diabo amaldiçoa todo o navio junto com sua tripulação para vagar pelo oceano para sempre. A única esperança de salvação para o capitão e sua tripulação é que o capitão encontre alguém que realmente o ame. No entanto, essa tarefa é quase impossível, pois ele pode visitar a costa apenas uma vez a cada sete anos para encontrar aquele amor verdadeiro. 

Outra versão da história inclui o capitão do navio praticando rituais satânicos a bordo. Ele voluntariamente se corteja ao perigo de entrar no Cabo em condições climáticas adversas, desafiando os deuses. Isso leva os deuses a ficarem com raiva dele, e ele é jogado no olho da tempestade e condenado a navegar por todos os oceanos para sempre sem nunca chegar ao porto. 

Há também uma terceira versão desse mito, segundo a qual um dos tripulantes do navio pediu ao capitão que voltasse do Cabo da Boa Esperança, mas o capitão matou o rebelde e jogou seu corpo no mar. O descaso do capitão pelo bem-estar de sua tripulação fez com que todo o navio navegasse pelos oceanos por toda a eternidade junto com sua tripulação. Reza a lenda que o navio ainda está no mar e tenta interagir com outros viajantes. É um navio verde e brilhante que de repente aparece do nada e desaparece misteriosamente. Acredita-se também que aqueles que encontram o navio durante sua viagem encontram infortúnios horríveis.


Referência 

JACQUES, Brian. Castaways of the Flying Dutchman.

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O TRAJE DE MERGULHO MAIS ANTIGO DO MUNDO
 


Assemelhando-se a uma criatura de pesadelo, o "Velho Cavalheiro de Raahe" é, de fato, o traje de mergulho mais antigo do mundo. Embora sua origem não seja totalmente conhecida, o traje parece remontar à Finlândia do século XVIII. 

O Velho Cavalheiro, também conhecido como Wanha Herra, foi doado ao Museu Raahe pelo Capitão Johan Leufstadius (1829-1906), mestre marinheiro e armador, na década de 1860. Naquela época, a cidade de Raahe, no Golfo de Bótnia, era um centro de navegação movimentado, onde as operações de mergulho provavelmente eram necessárias. 

O traje já foi usado para inspecionar o fundo de um veleiro. O mergulho provavelmente durou curtos períodos de tempo porque o traje não era completamente à prova d'água e também não suportava por muito tempo a alta pressão encontrada debaixo d'água.

Este traje de mergulho antigo já foi um equipamento de última geração que garantiu a transição do sino de mergulho para o equipamento de mergulho pesado padrão. Usando métodos e materiais disponíveis no século XVIII, o fabricante construiu o traje de couro de bezerro costurado com linha encerada. O couro foi impermeabilizado com o uso de uma mistura de sebo de carneiro, alcatrão e piche. O capô do Velho Cavalheiro era reforçado com tiras de madeira e o ar era bombeado para dentro através de um cano de madeira. Para entrar no traje, o mergulhador teria que entrar em um buraco "na barriga" do traje. O buraco era então fechado torcendo uma tira de couro e prendendo-a ao redor da cintura do mergulhador. 

FUNCIONA MESMO

Em 1988, o conservador do Museu Raahe, Jouko Turunen, adaptou uma reprodução perfeita do Velho Cavalheiro usando os mesmos métodos e materiais encontrados na versão do século XVIII. Conhecido como o Jovem Cavalheiro, ou Nuori Herra, o novo traje de mergulho provou que pode servir ao seu propósito. Vários experimentos subaquáticos, incluindo um mergulho de 40 minutos, mostraram que o traje era totalmente funcional.


Referência

The Old Gentleman of Raahe, the Oldest-known Surviving Diving Suit in the World. Dive.site.

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A relação histórica do Brasil com a Ucrânia. 

Com uma longa tradição de imigrantes ucranianos, temos a quarta maior comunidade de descendentes de Ucranianos no mundo, a maior na América Latina, sendo 80% desta comunidade localizada no Paraná, o Brasil deve ao país do leste europeu alguns de seus nomes mais notáveis no campo da cultura.

Um desses nomes foi uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos, Clarice Linspector, seu real nome era Chaya Pinkhasivna Lispector, a  artista nasceu na aldeia ucraniana de Chechel'nyk, em 1920. 

Aos dois anos de idade em 1922, fugindo da fome e dos conflitos que aconteceram na região na década anterior, e sobretudo da perseguição de seu povo já que sua família era judia, a futura autora de "A Hora da Estrela" e "Perto do Coração Selvagem" se mudou para o Brasil, primeiro para morar no Recife e em seguida no Rio de Janeiro. 

Apesar disso Clarice dizia não ter nenhuma ligação com a Ucrânia - "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil

A autora morreu em 1977, deixando dois filhos e uma vasta obra literária composta de romances, novelas, contos, crônicas, literatura infantil e entrevistas.

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 Máquinas de banho da era vitoriana da década de 1890.⁣

Durante esse período, as mulheres eram obrigadas a ficar totalmente vestidas até entrarem em uma máquina de banho para vestir um maiô. Em seguida, alguém levaria o carrinho para o oceano, para que as mulheres pudessem entrar na água em particular sem serem vistas em seus trajes de banho.

O dramaturgo irlandês, Walley Chamberlain Oulton, descreveu-os como "carruagens de quatro rodas, cobertas com lona, ​​e tendo em uma das extremidades um guarda-chuva do mesmo material que desce até a superfície da água, para que o banhista desça  da máquina por alguns passos é escondido da vista do público, por meio do qual a mulher mais refinada pode desfrutar das vantagens do mar com a mais estrita delicadeza."⁣

As máquinas de banho foram usadas ativamente na Inglaterra até o final da década de 1890, quando ficaram permanentemente estacionadas nas praias.  Em 1914, no entanto, a maioria deles havia desaparecido do Reino Unido.


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POR ETIENE BOUÇAS