
Foto: Verdade na Prática
E eu que achava que as poesias só falavam de flores e amores,
Foi quando minh’alma inchada pelas dores desta vida ,
Procurou nos versos uma palavra de alento.
Uma palavra aqui,
Um verso acolá,
Que vou ajuntando na medida em que caminho em busca de consolo.
O que me dói é a dor do pobre que tanto trabalha e mal consegue pagar suas contas.
O que me dói é o desprezo com que o imigrante é tratado.
O que me dói é ver aquela mãe que trabalhou tanto durante o dia que não tem forças para segurar seu filhinho ao colo quando chega do trabalho.
O que me dói é aquela mulher e a violência do seu marido.
O que me dói são olhos tristes dos pais ao verem seu filho a afundar-se nas drogas.
O que me dói são as milhares de mulheres vítimas do tráfico humano para satisfazer as casas de prostituição nos Estados Unidos e Europa.
O que me dói é esta religião sem piedade.
O que me dói é esta divinização sem Deus.
O que me dói é esta violência toda em nome de Deus.
O que me dói é a falta de liberdade dos meus irmãos.
O que me dói é a fé no dinheiro.
O que me dói é a mentira, qualquer que seja.
O que me dói é a fome, a sede e o frio.
O que me dói é o abuso do poder.
O que me dói é a passividade.
O que me dói é a vaidade, o orgulho e a altivez.
O que me dói sou eu aqui sentado junto a esta janela enquanto a desgraça caminha sorridente pelas calçadas.
O que né dói é esta incapacidade e esta indignação solitária.
Queria apenas uma luz.
Autor: Luís Alexandre Ribeiro Branco
Tambem publicado em:
Cascais - Lisboa - Portugal
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Geraldo Brandão
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