Projeto Farmácia Viva cataloga plantas medicinais mais utilizadas pela população de Lauro de Freitas no tratamento de doenças.

Foto: Arquivo Secom

  Imagine ir a Unidade de Saúde da Família (USF) com problema para dormir e a médica receitar um chá de erva-cidreira?

Ou então receber a prescrição com gel de babosa para cicatrizar feridas? Se isso parece estranho, em Lauro de Freitas está próximo de acontecer através do Projeto Farmácia Viva. 

O projeto, que faz parte  da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Sistema Único de Saúde (SUS), gerido no município pela secretaria de Saúde, já catalogou mais de 20 plantas medicinais que os moradores têm acesso e utilizam com mais frequência. Manjericão, babosa, alecrim, erva-cidreira, hortelã, e boldo são apenas algumas das plantas mais citadas durante a pesquisa de campo que utilizou a metodologia "bola de neve" para ser executada com a ajuda dos alunos da UNIME- Lauro de Freitas.

Os passos para implantação da pesquisa foram explicados aos agentes comunitários de saúde, responsáveis pela coleta de dados e plantas durante visitas nas casas. "Nossos agentes comunitários de saúde têm essa relação direta com a população e nesses locais há sempre aquelas pessoas que são detentoras do conhecimento usual dessas ervas. As mais citadas estão entre as que iremos fazer o plantio, por isso o nome da metodologia é Bola de Neve porque um indica  o saber do outro ampliando assim nosso conhecimento", conta a farmacêutica Tyara Barreto.

Para desenvolvimento da Farmácia Viva de Lauro de Freitas, serão estruturados dois hortos farmacobotânicos: um na USF Tarumã e outro na São Judas Tadeu, localizadas na Itinga. Após o cultivo e colheita, as plantas passarão por um processo de beneficiamento para separar as sementes e impurezas e então serão secas e estarão prontas para utilização.

"Cada planta tem um modo e um tempo específico de secagem para que não percam suas propriedades medicinais. Somente após esse processo serão disponibilizadas nas farmácias da rede de atenção básica do município para serem usadas em chás, xaropes,  infusões ou tinturas, por exemplo,”, explica Tyara. 

A Farmácia Viva compreende todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulação e a dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos. De acordo com Tayra, a intenção é buscar tratamentos menos agressivos, conscientizar a sociedade sobre hábitos de vida saudáveis e práticas sustentáveis.


Jornalista: Giovanna Reyner

Foto: Arquivo SECOM