Estamos no Brasil, preparados com uma logística adequada para o dia da vacinação?

Desenho: ilustração
Com a chegada, ainda sem previsão de quando, da vacina de prevenção contra a Covid-19, algumas providências deverão ser tomadas.

Como toda programação de atividades, principalmente essa onde envolvem milhões de pessoas,
deve-se prevê algumas situações que poderão ocorrer ou não, na ocasião do evento.

Quando finalmente existir uma vacina eficaz, duradoura e sem riscos a saúde das pessoas, tudo deverá estar organizado para tal.

Locais para aplicação da vacina, horários, calendário organizado para evitar aglomerações, tumultos, etc e, lembrando que muitas pessoas ainda poderão ser transmissoras do vírus, correndo o risco de alguns pegarem ele antes de estar vacinados.

Também deverão estar preparadas equipes de profissionais devidamente treinados tanto para a organização do atendimento nos locais de vacinação, quanto aqueles que vão atuar diretamente na aplicação da vacina. Não é muito lembrar que, esse vírus não é um vírus qualquer e mesmo no dia da vacinação, cuidados especiais devem ser adotados.

Alem de contar com doses suficientes da vacina para atender a demanda, deve-se lembrar dos demais itens necessários para o sucesso dessa fase tão esperada por todos.

No Brasil, a indústria de insumos hospitalares começou a alertar para os riscos de faltarem equipamentos, como por exemplo, seringas e agulhas para aplicação das vacinas. Isso iria atrapalhar em muito a vacinação.

Essa logística é tão importante quanto a de se ter a vacina. Pode parecer que estamos (lembrando aqui de um velho ditado popular) colocando a "carroça na frente do burro" já que ainda nem temos a vacina porem (lembrando outro ditado popular) "não vamos fechar a porta depois de roubados".

A preparação de toda essa logística leva bastante tempo já que são muitas ações necessárias a serem previstas e adotadas.

Segundo Paulo Henrique Fraccaro, da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), alertou em entrevista à jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, "Esse setor tem capacidade de produção máxima de 1,5 bilhão de seringas por ano, mas o governo não pode abdicar de outras campanhas, como a aplicação contra o sarampo, para direcionar toda a produção para a Covid-19."

Continuou Paulo Henrique Fraccaro, "Uma vacinação para os 210 milhões de brasileiros pode precisar, no mínimo, de 300 milhões de seringas em um prazo de três a quatro meses. No entanto, a capacidade produtiva atualmente é de 50 milhões em cinco meses."

Através de um comunicado, o Ministério da Saúde, se pronunciou dizendo que, "Já está em preparo a rede logística para distribuição da vacina para a população brasileira, e que não prevê dificuldades para aquisição de insumos para a aplicação da mesma. As aquisições de seringas e agulhas serão compatíveis com a necessidade de cobertura populacional."

Por outro lado, Jean Gorintchteyn, secretário da saúde de São Paulo, em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira 10 de agosto, garantiu que "Não há previsão de falta de seringas e que já há uma licitação aberta para aquisição de mais 30 milhões de seringas para garantir que não haverá qualquer chance de desabastecimento."

Essas ações para o tão sonhado dia da vacinação, são as esperadas pela população. Que esse dia, seja sem atropelos.

Geraldo Brandão