Porcentagem de brasileiros “menos conscientes” cresce, indica pesquisa

Segundo estudo divulgado pelo Instituto Akatu, apenas 24% dos entrevistados leem atentamente os rótulos antes de comprar um produto e separam lixos para reciclagem, por exemplo

Você se considera um consumidor consciente? O Instituto Akatu divulgou nesta semana uma pesquisa que analisou qual o comportamento dos brasileiros sobre consumo consciente e a expectativa em relação às práticas de sustentabilidade e responsabilidade social das empresas.
Consumo consciente diminui entre brasileiros
Foram entrevistadas 1.090 pessoas com mais de 16 anos, de todas as classes sociais e de 12 capitais ou regiões metropolitanas, em todas as regiões do país, entre 9 de março e 2 de abril deste ano. Os entrevistados foram questionados sobre 13 comportamentos que possuem em sua rotina para avaliar o nível de consciência. É o que explica a coordenadora de conteúdo do Instituto Akatu, Virgínia Antonioli.
“Um dos principais insights que a gente tira dessa pesquisa é o grau de consciência do consumidor brasileiro. Esse grau de consciência, ele é extraído a partir da adesão do consumidor a 13 comportamentos que a gente identifica que são relacionados a uma série de outros comportamentos que indicam que esse consumidor é mais consciente”.
Ler atentamente os rótulos antes de comprar um produto, separar o lixo para reciclagem, fechar a torneira enquanto escova os dentes e evitar deixar lâmpadas acesas estão entre os aspectos abordados. Considera-se indiferente o consumidor que pratica de zero a quatro, iniciante o que pratica de cinco a sete, engajado, de oito a dez, e conscientes, de 11 a 13.

O resultado da pesquisa mostrou que 76% dos entrevistados são menos conscientes, com 38% indiferentes e a mesma porcentagem para os iniciantes. Somente 24% são considerados mais conscientes, sendo que 20% foram classificados como engajados e apenas 4% como conscientes.
Para a coordenadora de conteúdo do Instituto Akatu, Virgínia Antonioli, o que mais chamou a atenção no resultado da última pesquisa foi o crescimento dos consumidores iniciantes, que estão começando práticas conscientes há pouco tempo.
“O que a gente observou foi um aumento bem significativo, de seis pontos percentuais, dos consumidores iniciantes. Ou seja, são aqueles consumidores que estão começando agora a praticar algumas práticas, alguns comportamentos que indicam mais consciência no consumo”.
O maior nível de consciência tem viés de idade, qualificação social e educacional: 24% dos mais conscientes têm mais de 65 anos, 52% são das classes A e B (renda entre R$ 5,4 mil e R$ 23,3 mil) e 40% têm ensino superior.

Reportagem, Paulo Henrique Gomes