Eike Batista, interpol, foragido internacional

Eike Batista entra na lista da Interpol e passa a ser foragido internacional

O nome do empresário Eike Batista, alvo da Operação Eficiência, deflagrada hoje (26) no Rio de Janeiro, foi incluído na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional. Após de não localizar o empresário pela manhã, a Polícia Federal (PF) solicitou ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio e que autorizou o mandado de prisão do empresário, que formalizasse o pedido de inclusão do nome de Eike na lista, o que ocorreu no decorrer do dia. Com isso, o empresário pode ser preso no exterior, ser extraditado e passou a ser considerado foragido internacional.

O nome do empresário Eike Batista entra na lista da Interpol e passa a ser foragido internacional Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A solicitação da PF foi feita mesmo após o advogado de Eike, Fernando Martins, ter dito que o empresário pretende se entregar o mais breve possível à Justiça. O advogado afirmou que o empresário está em Nova York, nos Estados Unidos, onde participa de reuniões de negócio.

O nome de Eike foi incluído na chamada difusão vermelha da Interpol, que elenca criminosos que cometeram pedofilia, lavagem de dinheiro e terrorismo.

As investigações apontam que Eike Batista e o executivo Flávio Godinho, seu braço direito no grupo EBX e vice-presidente do Flamengo, são acusados de terem pago US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral em troca de benefícios em obras e negócios do grupo, usando uma conta fora do país. Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem obstruído as investigações.

O delegado federal Tacio Muzzi, um dos coordenadores da Operação Eficiência, disse, em entrevista à imprensa, que ainda não é possível informar se Eike foi para os Estados Unidos com intenção de fugir. “Estamos tendo cuidado para ver se há espontaneidade de ele se apresentar à Justiça.” A Polícia Federal tenta confirmar o embarque de Eike para Nova York, na última terça-feira (24), com um passaporte alemão, quando a Justiça já tinha emitido o mandado de prisão dele, datado de 13 de janeiro.

A Polícia Federal no Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira o doleiro Álvaro Novis, o operador Sérgio de Castro Oliveira, o advogado Thiago Aragão e o executivo Flávio Godinho. Os quatro fazem parte da organização criminosa liderada pelo ex-governador Sérgio Cabral, conforme as investigações da Operação Eficiência, que faz parte da Operação Lava Jato. A nova operação apura um esquema usado para ocultar mais de R$ 340 milhões enviados ao exterior. Cabral foi preso em operação anterior, a Calicute, e está detido no Complexo de Gericinó, no Rio.

Pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de recursos, os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) pediram à Justiça a prisão de dez pessoas, tendo sido nove autorizadas, incluindo a de outro ex-assessor de Cabral, Francisco Assis Neto, e do empresário Eike Batista, ambos fora do país. Os demais pedidos de prisão foram contra o próprio governador, o ex-assessor Carlos Miranda, além do ex-secretário estadual de governo Wilson Carlos, que também já estão detidos acusados de serem beneficiados e de comandar o esquema.

"Oceano ainda não mapeado"

Em entrevista à imprensa sobre a Operação Eficiência, o procurador da República Leonardo Freitas, que participa da força-tarefa, disse que os valores movimentos pelo ex-governador Sérgio Cabral em contas ilegais no exterior podem chegar a US$ 100 milhões (cerca de R$ 340 milhões). Segundo ele, esses valores ainda não podem ser precisados.



"O patrimônio dos membros da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral é um oceano ainda não totalmente mapeado”, disse o procurador, na entrevista, na sede da Polícia Federal no Rio.

A operação de hoje teve como base depoimentos dos delatores Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, que são irmãos e atuavam no mercado financeiro. Eles decidiram colaborar espontaneamente com a força-tarefa e estão envolvidos na remessa de US$ 100 milhões do ex-governador para paraísos fiscais e dos US$ 16,5 milhões pagos por Eike Batista em propina. De acordo com as investigações, os irmãos utilizaram pelo menos nove contas no exterior para dividir o dinheiro enviado por Cabral. Uma delas, em nome do ex-governador, tinha o nome de Eficiência, que acabou batizando a operação.

No mandado de prisão, o juiz Marcelo Bretas relata que parte dos US$ 100 milhões remetidos para outros países por ordem de Sérgio Cabral estão "depositados em conta judicial, que foram repatriados por força das colaborações premiadas judicialmente homologadas”. O valor repatriado chega a R$ 270 milhões que estavam em contas dos irmãos Chebar em paraísos fiscais. O valor foi bloqueado pela Justiça Federal e está depositado na Caixa Econômica Federal.

Além de lavar dinheiro e enviar quantias ilegalmente para fora, uma parte do dinheiro era usada no pagamento de despesas pessoais da ex-esposa de Cabral, Susana Neves, e de seu irmão mais novo, Maurício Cabral. Mãe de três filhos do ex-governador, ela recebia montantes entre R$ 40 mil e R$ 50 mil e, segundo seu advogado, Sérgio Riera, nunca desconfiou das quantias. "Ela não sabia a origem desse dinheiro, para ela, eram lícitos", disse, criticando o mandado de condução coercitiva.

De acordo com o procurador da República Eduardo El Hage, na casa de Maurício Cabral, que não foi localizado pela reportagem, foram encontrados R$ 30 mil reais "milhares de dólares e mais mil euros em espécie, o que comprova nossas suspeitas iniciais de que ele recebia dinheiro em espécie dos operadores".

Casos de corrupção

O juiz Marcelo Bretas enfatizou que os casos de corrupção não podem ser tratados como crimes menores, pois a gravidade de ilícitos não deve ser medida apenas sob o enfoque da violência física imediata. “Os casos que envolvem corrupção, de igual forma, têm enorme potencial para atingir, com severidade, um número infinitamente maior de pessoas. Basta considerar que os recursos públicos desviados deixam de ser utilizados em serviços públicos essenciais, como saúde e segurança pública.”

O magistrado cita a situação do governo do Rio de Janeiro que levou o atual governador, Luiz Fernando Pezão, a decretar estado de calamidade pública devido à crise financeira. Marcelo Bretas diz que com a corrosão dos orçamentos públicos, depreciados pelo “custo corrupção”, toda a sociedade vem a ser chamada a cobrir seguidos rombos orçamentários. “E esta situação não se dá apenas neste estado, mas em praticamente todos os estados da Federação. A própria União chegou a revelar que o resultado orçamentário do ano de 2016 apontava um prejuízo de mais de R$ 170 bilhões.”

Operação Eficiência

A Polícia Federal informou que foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e dois mandados de condução coercitiva na Operação Eficiência, todos expedidos pelo juiz Bretas. Também foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em que foram recolhidos 18 carros, obras de arte, relógios, joias e aproximadamente R$ 100 mil em dinheiro. Na residência de um dos investigados, foi apreendido um carro esportivo Lamborghini.

Ivan Richard, Isabela Vieira e Douglas Corrêa – Repórteres da Agência Brasil Edição: Carolina Pimentel

Inscrição do Sisu até domingo

MEC prorroga prazo de inscrição do Sisu até domingo

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou as inscrições dos estudantes no Sistema de Selação Unificada (Sisu) até as 23h59 do próximo domingo (29). O prazo estava previsto para terminar amanhã (27). O ministério decidiu prorrogar após estudantes terem relatado dificuldades para acessar o sistema. O resultado está mantido para segunda-feira (30).

"Em atenção aos estudantes, que manifestaram o pedido, e em virtude das dificuldades de acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) nos primeiros dias, o MEC decidiu prorrogar o prazo de inscrições em 48 horas", diz o comunicado do ministério.

Até as 18h de hoje (26), foram registrados 2.090.451 inscritos e 4.033.178 inscrições. Cada candidato pode escolher até duas opções de curso universitário.



 Ao todo, são 238.397 vagas em 131 instituições públicas, entre universidades federais e estaduais, institutos federais e instituições estaduais.

O Sisu seleciona os estudantes com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Cabe a cada instituição definir o cálculo que utilizará para a seleção dos novos alunos. Para participar do processo, o estudante não pode ter tirado nota zero na redação do exame. Ao todo, mais de 6,1 milhões fizeram o Enem em 2016.

O período de matrícula será de 3 a 7 de fevereiro. Os candidatos que não forem selecionados na chamada regular poderão participar da lista de espera, entre 30 de janeiro e 10 de fevereiro. Esses candidatos serão convocados a partir do dia 16 de fevereiro, caso haja vagas remanescentes.

Problemas no acesso

Ontem (25), no segundo dia de inscrições para o Sisu, candidatos reclamaram nas redes sociais que não conseguiam acessar a plataforma. Estudantes relataram que, quando tentavam entrar no sistema, recebiam o aviso de que os dados estavam incorretos. As reclamações começaram no primeiro dia de inscrições, principalmente de quem fez a segunda aplicação da prova, em dezembro.

De acordo com MEC, as falhas foram identificadas e sanadas. Por meio de nota, o ministério ressaltou que não haverá prejuízo a nenhum candidato.

Nota de corte

Após a abertura das inscrições, são divulgadas uma vez por dia ao notas de corte de cada um dos cursos, tanto pelo sistema universal quanto pelo sistema de cotas.

O candidato também pode consultar, em seu boletim, a classificação parcial na opção de curso escolhido. Ao final do período de inscrição, é divulgada a lista de selecionados. No boletim de acompanhamento, o candidato pode consultar sua classificação e o resultado final. Ao longo do período de inscrição, o candidato pode mudar as opções de curso.

O Ministério da Educação ressalta que tanto a classificação parcial quanto a nota de corte são calculadas a partir das notas dos candidatos inscritos na mesma opção. Portanto, são apenas uma referência, não sendo garantia de seleção para a vaga ofertada.

Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil Edição: Carolina Pimentel

Agravamento da seca no Nordeste

Pesquisadores preveem agravamento da seca no Nordeste entre fevereiro e abril

Açude em município do CearáFernando Frazão/Arquivo/Agência Brasil
A seca na Região Nordeste, que já dura cinco anos, deve se agravar ainda mais no período de fevereiro a abril, de acordo com a Previsão Climática Sazonal. O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

As previsões indicam que neste ano haverá menos chuvas na região, causando preocupação com o quadro hídrico. Segundo o documento, a tendência é que os reservatórios do Nordeste não tenham recuperação significativa durante a estação chuvosa, uma vez que as precipitações devem ficar abaixo da média histórica.

Os pesquisadores alertam para o "acentuado risco" de esgotamento da água armazenada em represas e açudes, entre novembro deste ano e janeiro de 2018, nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco.

Pelo aumento do potencial de queimadas a partir de fevereiro, a estiagem na região do extremo norte da Região Norte também gera preocupação, especialmente nas áreas leste e nordeste de Roraima.



Isso deve ocorrer em função das temperaturas mais altas. A seca eleva o risco de focos de incêndio, que podem se alastrar por grandes áreas de floresta. "Se a cobertura vegetal diminui, o solo fica mais exposto e gera um aumento maior na temperatura. É um círculo vicioso", diz o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo. O Cemaden é ligado ao MCTIC e tem participação no grupo de trabalho.

Da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade

Presidente do México cancela visita a Trump

Presidente do México cancela visita a Trump em meio a polêmica sobre muro

Enrique Peña Nieto e Trump se encontraram em setembro de 2016, durante visita do então candidato à Presidência norte-americana à Cidade do MéxicoJorge Nunez/EPA/Agência Lusa/direitos reservados
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, anunciou hoje (26) que cancelou sua viagem a Washington para se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ontem (25), Trump assinou ordem executiva determinando a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México. "Esta manhã informamos à Casa Branca que eu não vou assistir à reunião marcada para a próxima terça-feira [31 de janeiro] com o presidente dos Estados Unidos", escreveu Peña Nieto no Twitter.

O presidente mexicano, no entanto, manifestou interesse na cooperação com os Estados Unidos "O México reitera sua vontade de trabalhar com os Estados Unidos para alcançar acordos em favor de ambas nações".

A decisão ocorre pouco mais de um dia depois que Peña Nieto criticou, em uma entrevista, a ordem executiva de Donald Trump autorizando a construção do muro. O mexicano lamentou a decisão de Trump de construir o muro da fronteira e insistiu mais uma vez que o México não pagará por isso. "Eu disse uma e outra vez, o México não vai pagar por nenhum muro", disse.



Antes do anúncio de Peña Nieto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou cancelar a reunião, em duas mensagens no Twitter. Na primeira, ele escreveu: "Se o México não está disposto a pagar pelo muro tão necessário, então seria melhor cancelar a próxima reunião". Na segunda mensagem, Trump criticou o Tratado de Livre Comércio do Atlântico Norte (Nafta, na sigla em ingês), do qual o México e o Canadá fazem parte, como um "acordo comercial unilateral", ou seja, para ele, os Estados Unidos não têm benefícios com esse acordo.

José Romildo - Correspondente da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade

550 casos de febre amarela no país

GO e MS registram primeiros casos de febre amarela; total no país chega a 550


O Ministério da Saúde registra 550 casos suspeitos de febre amarela no país em 2017, segundo boletim atualizado divulgado hoje (26). Mato Grosso do Sul e Goiás aparecem pela primeira vez na lista de estados com casos suspeitos da doença este ano, com um registro cada.

Dos 550 casos notificados até agora, 72 foram confirmados, 23 descartados e 455 continuam sob investigação. Minas Gerais tem 502 notificações da doença, o Espírito Santo, 33; a Bahia, sete; e São Paulo, três. O Distrito Federal registrou três suspeitas de febre amarela, mas todas foram descartadas.

Entre os pacientes com suspeita de febre amarela, 105 morreram, 98 deles em Minas Gerais. Ao todo, 40 mortes foram confirmadas para a doença: 37 em Minas e três em São Paulo.

Vacina

A vacinação de rotina contra a febre amarela é oferecida em 19 estados do país que fazem parte da área de recomendação para imunização. Todas as pessoas que vivem nesses locais devem tomar duas doses da vacina ao longo da vida. Também precisam se vacinar, neste momento, pessoas que vão viajar ou vivem nas regiões que estão registrando casos da doença: leste de Minas Gerais, oeste do Espírito Santo, noroeste do Rio de Janeiro e oeste da Bahia.



Espírito Santo, Rio de Janeiro e parte da Bahia normalmente não são áreas de recomendação para vacinação contra a febre amarela, porém, a orientação agora é que a população das áreas próximas à divisa com o leste de Minas Gerais seja vacinada.

Ontem(25), o Ministério da Saúde anunciou o reforço de 11,5 milhões de doses. Além destas, este ano foram entregues 5,5 milhões de doses aos estados. Em anos em que não houve surto, foram distribuídas entre 800 mil e 1 milhão de doses do imunizante.

Aline Leal - Repórter da Agência Brasil Edição: Luana Lourenço

PF cumpre mandados de prisão contra Eike Batista e mais oito pessoas


A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal, com o apoio da Receita Federal, cumprem hoje (26) nove mandados de prisão preventiva contra acusados de lavagem de dinheiro no valor de cerca de US$ 100 milhões  (cerca de R$ 317 milhões). Entre os alvos da chamada Operação Eficiência está o empresário Eike Batista, que viajou na última terça-feira (24) para o exterior com a mulher, Flávia Sampaio, e o filho dos dois.

Além dos mandados de prisão, estão sendo cumpridos quatro mandados de condução coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal. A ação é um desdobramento da Operação Calicute, que prendeu no ano passado o ex-governador Sérgio Cabral.



Eles são acusados de lavagem de dinheiro desviado de obras públicas no Rio de Janeiro. Também são investigados pelos crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa.

Haverá entrevista coletiva hoje, às 10h30, na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto

Trump assina ordem para construção de muro

Trump assina ordem para construção de muro na fronteira dos EUA com o México

Presidente Donald Trump assina ordem executiva para construção de muro na fronteira com o MéxicoNicholas Kamm/AFP/Direitos Reservados
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou ordem executiva nesta quarta-feira (25) para dar início à construção de um muro ao longo da fronteira com o México, além de congelar recursos públicos para cidades que se negam a prender e a deportar imigrantes em situação irregular. As informações são da Agência France Presse.

A construção do muro é uma das mais polêmicas propostas da campanha eleitoral de Trump, que insiste em que o México pagará pela obra de alguma forma.

Da Agência France Presse

Problemas nas inscrições no Sisu

Candidatos relatam problemas para fazer inscrições do Sisu pelo segundo dia

Candidatos têm encontrado dificuldade para acessar o site do SisuReprodução

No segundo dia de inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), candidatos continuam reclamando que não conseguem acessar a plataforma. Pelas redes sociais, estudantes relatam que, quando tentam entrar no sistema, recebem o aviso de que os dados estão incorretos. As reclamações começaram ainda ontem, primeiro dia de inscrições, e vêm principalmente de quem fez a segunda aplicação da prova, em dezembro.

Desde ontem, quando as inscrições foram abertas, o Ministério da Educação (MEC) disse que identificou falhas no sistema, tanto para candidatos que fizeram a primeira prova, aplicadas m novembro, quanto para os da segunda.”A previsão é que até o fim do dia o sistema volte à normalidade”, disse em nota.O MEC frisa que não haverá prejuízo a nenhum candidato.

No ano passado, a prova do Enem teve duas aplicações: uma no primeiro fim de semana de novembro e outra no primeiro fim de semana de dezembro. Isso ocorreu em função do movimento de ocupações de escolas e universidades pelo país. Nas unidades em que havia ocupação, os candidatos tiveram a prova remarcada para dezembro.



Troca de senha

Segundo o MEC, entre ontem e hoje foram registradas quase 232 mil mudanças de senha no sistema, o que impede o acesso ao sistema temporariamente. Porém, os candidatos alegam que são obrigados a mudar a senha, já que o sistema recusa os dados inseridos, como se estivessem incorretos.

Até as 13h desta quarta-feira, o sistema recebeu 3.164.643 inscrições de 1.630.265 inscritos. Isso porque, cada candidato pode escolher até duas opções de curso.

O Sisu é uma ferramenta que permite aos candidatos que prestaram o Enem concorrer a vagas em universidades públicas de todo o país. As inscrições para o sistema foram liberadas ontem e estarão abertas até as 23h59 de sexta-feira, 27 de janeiro.

Em caso de dificuldade nas inscrições, o MEC disponibiliza os seguintes canais para atendimento: o teleofne 0800 616161 ou pela ouvidoria do MEC, no email ouvidoria@mec.gov.br.

De acordo com o edital, o sistema de seleção é acessível aos candidatos que concluíram o ensino médio, prestaram o Enem e tiveram nota maior do que zero na redação. Dos 6.067.152  que fizeram as provas, 880.962 participantes eram "treineiros":  são estudantes que não terminaram o ensino médio e fazem o Enem apenas como autoavaliação. AInda, cerca de 140 mil candidatos receberam nota zero na redação. Esses dois grupos não estão na base de dados do Sisu.


Aline Leal - Repórter da Agência Brasil Edição: Amanda Cieglinski

13 anos depois da Chacina de Unaí

Chacina de Unaí: 13 anos depois, mandantes do crime continuam soltos

Unaí – Três auditores fiscais do trabalho e um motorista do Ministério do Trabalo foram assassinados em 28 de janeiro de 2004. Os mandantes do crime continuam soltosJosé Cruz/Arquivo Agência Brasil
O Sindicato Nacional dos Auditores-fiscais do Trabalho (Sinait) promove uma ato hoje (25) para pedir a prisão dos mandantes do assassinato de três auditores-fiscais do trabalho e um motorista do Ministério do Trabalho, que ficou conhecido como Chacina de Unaí. Após 13 anos do crime, os mandantes continuam em liberdade, apesar de terem sido condenados. O ato acontece em frente à sede do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília.

Segundo o presidente do Sinait, Carlos Silva, os mandantes do crime continuam entrando com recursos para continuar em liberdade. “Passados quase 13 anos da chacina, apesar de termos em 2015 a condenação dos irmãos Mânica, mandantes do crime, eles continuam em liberdade. Se utilizam de recursos protelatórios para assim se manterem livres. Os recursos estão no TRF e por isso estamos protestando para que a sentença que condenou os mandantes seja de fato cumprida”, disse.

Os condenados querem um novo julgamento. “Eles (os irmãos Mânica) tentam anular a sentença e com isso levar a um novo julgamento, dessa vez em Unaí, região onde são poderosos política e economicamente. Os executores já foram julgados, condenados e estão presos. Resta agora que o cenário de impunidade se afaste e que os mandantes também sejam presos”, disse Carlos Silva.

Além desse protesto, o sindicato organiza outro ato na tarde de hoje, às 15 horas, na sede do Ministério do Trabalho.

Entenda o caso

O dia 28 de janeiro foi instituído o Dia do Auditor Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo em homenagem aos auditores Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva. Eles foram mortos em 2004 quando investigavam denúncias de trabalho escravo em fazendas na cidade mineira de Unaí. Na chacina, também morreu o motorista do veículo Ailton Pereira de Oliveira.




Em 2013, os executores do crime foram condenados por homicídio triplamente qualificado. Rogério Alan Rocha Rios foi condenado a 94 anos de prisão, Erinaldo de Vasconcelos Silva, a 76 anos de reclusão e William Gomes de Miranda, a 56 anos de prisão.

Em outubro de 2015, a Justiça Federal de Minas Gerais condenou Antério Mânica, Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro. Os condenados receberam penas próximas a 100 anos de reclusão em regime fechado. Hugo Alves Pimenta, na condição de réu delator, teve sua pena atenuada, recebendo uma sentença de 46 anos, 3 meses e 27 dias de reclusão.

Os quatro entraram com recursos protelatórios no Tribunal Regional Federal 1ª Região – TRF 1, em Brasília, com pedido de desaforamento do julgamento realizado em Belo Horizonte (MG). Com esse recurso, os condenados tentam anular a decisão do júri popular realizado na capital mineira, transferindo o caso para a Vara Federal de Unaí, Minas Gerais, para terem direito a um novo julgamento.

Da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger

Febre amarela e degradação ambiental

Especialistas investigam relação entre febre amarela e degradação ambiental

Leó Rodrigues – Correspondente da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger
Um grupo de especialistas de diferentes estados do Brasil está se articulando para investigar a relação entre o surto de febre amarela e a degradação do meio ambiente. Eles acreditam que se houvesse mais conhecimento sobre o assunto, a propagação repentina do vírus de tempos em tempos poderia ser prevenida.

O surto de febre amarela em Minas Gerais já provocou 38 mortes confirmadas em 2017, segundo o boletim epidemiológico mais recente da Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), divulgado ontem (24). Outros 45 óbitos estão em análise.

Causada por um vírus da família Flaviviridae, a febre amarela é uma doença de surtos que atinge, repentinamente, grupos de macacos e humanos. As razões deste comportamento da doença ainda não são bem conhecidas. Mas os especialistas dão como certa a influência do meio ambiente. Segundo Sérgio Lucena, primatólogo e professor de zoologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o surto de febre amarela é um fenômeno ecológico.



A doença é transmitida em áreas rurais e silvestres pelo mosquito Haemagogus. Em área urbana, ela pode ser transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya. No entanto, não há registros no Brasil de transmissão da febre amarela em meios urbanos desde 1942. No surto atual, nenhum dos casos confirmados e suspeitos em Minas Gerais são urbanos.

Sérgio Lucena explica que o vírus da febre amarela está estabelecido em algumas matas e regiões silvestres com baixa ocorrência. De repente, por algum motivo ainda a ser desvendado, ele se propaga rapidamente, atingindo macacos e humanos. Os animais começam a morrer primeiro. "São sentinelas. Se o vírus começa a se propagar em determinada área, a morte dos macacos nos enviará um alerta", explica.

Para o primatólogo, o Brasil poderia ter um sistema bem articulado para se antecipar aos surtos, mas não há investimentos neste sentido. Se houvesse mais conhecimento, Minas Gerais poderia, por exemplo, ter dado início mais cedo à campanha de vacinação nos municípios da área de risco, reduzindo a disseminação da doença. A vacina é a principal medida de combate à febre amarela.

Florestas

Na semana passada, especialistas que estudam a febre amarela sob a ótica do ecossistema se reuniram em Belo Horizonte em um seminário organizado pela Fundação Renova, ligada à mineradora Samarco. Na ocasião, eles fizeram uma revisão de tudo o que se sabe até o momento acerca do tema, com o objetivo de dar um primeiro passo para mudar o panorama.

Uma das hipóteses dos pesquisadores é que o desmatamento ao longo dos anos deixou as espécies de macacos em fragmentos muito pequenos de florestas, o que traz diversos desdobramentos. "Sistemas ecológicos empobrecidos podem favorecer o crescimento das populações de mosquitos. Mosquitos infectados encontrando populações grandes de macacos em pedaços de mata atlântica isolados podem ser a origem destes surtos", alerta Sérgio Lucena.

Evidências científicas também dão a entender que florestas saudáveis, com elevada biodiversidade, dificultariam a proliferação dos vírus. Embora o surto não deixe de ocorrer, sua intensidade pode ser menor em um meio ambiente preservado. É o que explica Servio Ribeiro, biólogo e professor de ecologia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Segundo o pesquisador, a cada surto, a população de macacos se reduz bastante e vai se recuperando devagar nos anos seguintes. "Um novo surto provavelmente acontece naquele momento em que o vírus encontra na natureza macacos com quantidade, condições e características genéticas favoráveis. E quando há muitos animais infectados, é fácil que a doença chegue aos humanos", explica.

Uma floresta onde há maior disponibilidade de frutos e sombras e onde não há poluição faz com que os macacos se desenvolvam mais saudáveis e sem estresses, com um sistema imunológico mais eficiente, oferecendo mais resistência à doença. Servio Ribeira destaca que a genética também influencia.

"No período quando o vírus é raro, as populações de macacos se reproduzem sem essa pressão seletiva. Significa que, por um intervalo de anos, ser ou não ser resistente ao vírus da febre amarela, não é um fator que muda o sucesso reprodutivo dos macacos. Acontece que vivendo em pequenos fragmentos de florestas, sem corredores interligando as matas, essas populações crescem com parentes cruzando entre si. Desta forma, os indivíduos são muito parecidos geneticamente. Quando um vírus alcança um macaco de uma população sem diversidade genética ele rapidamente se dissemina."

Por esta razão, a existência de corredores interligando as matas pode ajudar a conter a febre amarela. Através desses corredores, grupos de macacos podem se misturar. Os cruzamentos entre grupos distintos levariam à troca de genes e criariam populações com mais diversidade genética. Neste contexto, uma disseminação do vírus teria menor probabilidade de causar febre amarela em muitos macacos de uma só vez.

Tragédia de Mariana

Mariana (MG) - Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Outras linhas de estudos voltadas para elucidar os motivos que levam ao início de cada surto buscam entender se as alterações nas áreas das florestas estão expondo as pessoas aos mosquitos infectados e se fatores climáticos favorecem o crescimento da população de mosquitos.

Por outro lado, Servio Ribeiro considera remota a possibilidade de influência da tragédia de Mariana (MG) neste surto de febre amarela em Minas Gerais. Alguns dos municípios afetados pela circulação da doença se localizam no Vale do Rio Doce. Uma parcela dos 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos que foram liberados no rompimento da barragem da mineradora Samarco, em novembro de 2015, escoou por todo o Rio Doce e chegou ao litoral do Espírito Santo.

"A febre amarela é uma doença de interior de floresta. O mosquito que a transmite põe ovos em cavidades de árvores e em bromélias. É um mosquito da estrutura da floresta. Ele não se relaciona muito com grandes corpos d'água e com rios. As cidades afetados pela doença estão em uma região onde os rejeitos não chegaram com força para derrubar a floresta", diz o biólogo.

Para Servio Ribeiro, a hipótese teria mais força caso o surto tivesse ocorrido próximo à Mariana (MG) onde o impacto da tragédia foi mais agressivo e levou ao desmatamento. "No Vale do Rio Doce, esse rejeito se acumulou nas margens. Claro que há uma degradação. Mas esta degradação, pelos conhecimentos que temos, não deve estar afetando a relação entre os vetores e os macacos no interior da floresta", acrescentou.

Espécies ameaçadas

De acordo com o boletim epidemiológico SES-MG, há 18 municípios com mortes de macacos em análise. Outros 70 registram rumores de óbitos entre os primatas. Para Sérgio Lucena, estes dados não dão a dimensão da mortandade dos animais. "Macacos estão morrendo em grande quantidade. Estive com uma equipe de pesquisadores na zona rural de Caratinga (MG). Andamos na mata, conversamos com pessoas e constatamos a alta mortalidade", conta.

De acordo com o primatólogo, o fenômeno teve início em Minas Gerais, mas já ocorre com intensidade no Espírito Santo. A situação põe em risco espécies ameaçadas de extinção, como o muriqui. Os mais afetados, porém, são os bugios. Segundo Sérgio Lucena, estudos realizados durante o surto de 2009 no Rio Grande do Sul mostraram que populações de bugios foram reduzidas a 20%. "Enquanto sete pessoas faleceram naquele ano, cerca de 2 mil macacos foram a óbito", afirma.

O pesquisador destaca que os bugios são justamente as maiores vítimas da febre amarela. "Eles são altamente suscetíveis à doença, diferente dos humanos. Na população humana, poucas pessoas desenvolvem um quadro grave e muitas infecções são assintomáticas. A pessoa nem fica sabendo que contraiu o vírus", explica.

Uma preocupação que vem sendo apresentada pela secretaria de Saúde do estado diz respeito à violência contra macacos, registrada em alguns municípios. Isso porque há pessoas que acreditam que sacrificar os animais pode ajudar a evitar a doença em humanos. O órgão publicou em seu blog uma postagem para desmistificar essa ideia e esclarecer que os animais são, na verdade, aliados que ajudam a mapear a doença. "A infecção viral dura apenas três ou cinco dias. Depois os macacos morrem ou se tornam imunes. Sendo assim, as agressões atingem geralmente os animais sadios que não tiveram contato com o vírus ou que já estão imunizados e não oferecem risco", acrescenta o texto.

Leó Rodrigues – Correspondente da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger

Janot é contra interrupção da reforma da Previdência no Congresso

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, posicionou-se contra a interrupção da reforma da Previdência, que foi enviada pelo governo ao Congresso no início de dezembro e se encontra em tramitação na Câmara dos DeputadosJosé Cruz/Arquivo Agência Brasil

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, posicionou-se contra a interrupção da reforma da Previdência, que foi enviada pelo governo ao Congresso no início de dezembro e se encontra em tramitação na Câmara dos Deputados.

Janot se manifestou em uma ação proposta no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Confederação Nacional de Trabalhadores da Indústria Química (CNTQ) e mais dois sindicatos que pediam ao Judiciário a suspensão imediata da tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa a alterar as regras da aposentadoria.

Os requerentes alegavam que o texto proposto pelo governo na PEC 287/2016 fere preceitos fundamentais da Constituição, incluindo cláusulas pétreas, ou sejam, que não poderiam ser alteradas por meio de PEC. Entre os preceitos violados estariam a cidadania e a dignidade humana e o direito a uma aposentadoria digna.

Para o procurador-geral da República, julgamentos anteriores mostram que a própria jurisprudência  não permite a intervenção preventiva do Supremo no processo legislativo. A única exceção seria quando a ação fosse proposta por algum parlamentar, para assegurar o processo legislativo adequado, o que não é o caso.

“Ainda que possa haver na PEC 287/2016 ofensa potencial a preceitos constitucionais protegidos por cláusula pétrea, não há viabilidade de apreciar a pretensão deduzida pelos arguentes, por se tratar de mera proposição legislativa sujeita a debates e alterações no curso do processo legislativo”, afirmou Janot, que pediu o indeferimento total do pedido.

Ontem (25), representantes de confederações, associações e sindicatos realizaram um abraço simbólico do prédio da Previdência Social, em Brasília, em protesto contra as propostas do governo para mudar as regras da aposentadoria.

Proposta

Pelas novas regras apresentadas, o trabalhador precisa atingir a idade mínima de 65 anos e pelo menos 25 anos de contribuição para poder se aposentar. Neste caso, ele receberá 76% do valor da aposentadoria – que corresponderá a 51% da média dos salários de contribuição, acrescidos de um ponto percentual desta média para cada ano de contribuição.

A cada ano que contribuir a mais, o trabalhador terá direito a um ponto percentual. Desta forma, para receber a aposentadoria integral (100% do valor), o trabalhador precisará contribuir por 49 anos – a soma dos 25 anos obrigatórios e 24 anos a mais.



Ainda conforme a proposta do governo, haverá uma regra de transição para quem está perto da aposentadoria. Homens com 50 anos de idade ou mais e mulheres com 45 anos de idade ou mais poderão se aposentar com regras diferenciadas.

A regra de transição só vale para o tempo de aposentadoria, já para o cálculo do benefício valerá a nova regra proposta. Trabalhadores nessa situação deverão cumprir um período adicional de contribuição, uma espécie de "pedágio", equivalente a 50% do tempo que faltaria para atingir o tempo de contribuição exigido.

O governo argumenta que a reforma é necessária por causa do envelhecimento da população e do aumento das despesas da União com o pagamento de aposentadorias, e que as medidas fazem parte do pacote de medidas do ajuste fiscal da economia.

Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

Brasil piora em corrupção

Brasil piora posição em ranking internacional de corrupção

Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Edição: Valéria Aguiar
Levantamento divulgado hoje (25) pela organização não governamental (ONG) Transparência Internacional aponta que o Brasil fechou 2016 ocupando o 79º lugar num ranking sobre a percepção da corrupção no mundo composto por 176 nações.

O índice brasileiro foi 40 pontos, dois a mais que o registrado no ano anterior, mas o país ainda ficou três posições abaixo do 76º lugar alcançado em 2015. A escala utilizada pela entidade varia de 0 (altamente corrupto) a 100 pontos (muito transparente).

No ranking atual, o Brasil aparece empatado com Bielorrússia, China e Índia. Dinamarca e Nova Zelândia lideram com 90 pontos cada, enquanto a Somália ocupa a última posição, com 10 pontos. A média global é 43 pontos, o que, segundo a ONG, revela uma espécie de “corrupção endêmica” no setor público de diversas nações.

“Países com melhor pontuação (em amarelo no mapa) são superados de longe por países em laranja e vermelho, onde os cidadãos enfrentam de forma diária o impacto tangível da corrupção”, destacou o relatório.

Divulgação/Transparência Internacional


Américas

Ao analisar especificamente a região das Américas, o levantamento citou diversos escândalos de corrupção em países como Panamá, Argentina, Chile e Brasil. A Transparência Internacional avaliou, entretanto, que, às vezes, más notícias podem se tornar boas notícias.

“Nem sempre é ruim ter manchetes sobre corrupção. Desde o Panamá Papers em abril ao acordo recorde de US$ 3,5 bilhões com a Odebrecht no Brasil em dezembro, 2016 foi um bom ano na luta contra a corrupção nas Américas”, apontou o levantamento.



“Uma coisa é bastante clara: mesmo que 2016 marque o início de uma mudança rumo a uma postura mais ativa das autoridades em resposta às demandas públicas, ainda há um longo caminho a ser percorrido”, concluiu o documento em relação às Américas.


Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Edição: Valéria Aguiar

Oscar 2017


Oscar 2017 tem seis indicações para atores negros

Ao contrário de 2016, quando atores negros foram ignorados pela Academia de Artes e Ciência Cinematográficas de Hollywood, a lista do Oscar 2017 conta com o recorde de indicações: foram seis atores negros indicados no total.
Até agora, a premiação com mais negros indicados havia sido a de 2006, ano dos filmes Dreamgirls e Ray, com cinco.
No ano passado, todos os 20 indicados nas categorias de atuação eram brancos, o que gerou críticas nas redes sociais e a repercussão da campanha #OscarSoWhite (#OscarMuitoBranco). Para mudar essa imagem, em 2017 as seis principais categorias possuem pelo menos um diretor, atriz ou ator negro.
Este ano se destacam três filmes com atores e temática afro-americanos: CercasEstrelas além do tempo e Moonlight.
Entre os indicados à categoria de Melhor Filme está Cercas, estrelado por Denzel Washington e Viola Davis, ambos negros. Denzel Washington foi indicado a Melhor Ator e Viola Davis está na lista de Melhor Atriz Coadjuvante. O ator também dirigiu o filme.

O ano de 2017 também é o primeiro em que três atrizes negras são indicadas em uma mesma categoria, a de atriz coadjuvante. Além disso, Viola Davis se tornou este ano a primeira atriz negra a ser indicada três vezes ao Oscar.
O segundo mais indicado, Moonlight: Sob a luz do luar, foi dirigido, protagonizado e escrito por negros. O filme também teve a primeira indicação de uma mulher negra concocrrendo na categora de melhor edição: Joi McMillon. Moonlight concorre em oito categorias, assim como A ChegadaLa La Land: Cantando Emoções, com 14 indicações, igualou o recorde de indicações de Titanic (1997) e A Malvada (1950).

Negros no Oscar
Você se lembra da hashtag #OscarsSoWhite? Depois de dois anos de protesto na Web, o Oscar 2017 tem recorde de negros indicados.
O Oscar começou a ser entregue em 1929. A primeira indicação e prêmio para um negro veio dez anos depois. Confira a lista de vencedores negros:
Oscar em números
Desde a primeira edição, apenas 66 negros foram indicados e 16 foram premiados. Enquanto 1617 não-negros foram indicados e 333 deles ganharam uma estatueta.
1940
Hattie McDaniel (...E o vento levou) ATRIZ COADJUVANTE  
66
1964
Sidney Poitier (Uma voz nas sombras) MELHOR ATOR
1617
333
Negros indicados
1982
Vencedores não-negros
Louis Gossett (A força do destino) ATOR COADJUVANTE
Não-negros indicadas
16
Vencedores negros
1990
Denzel Washington   (Tempo de glória) ATOR COADJUVANTE
2002
Denzel Washington (Dia de treinamento) MELHOR ATOR
1991
Whoopi Goldberg  (Ghost, do outro lado da vida) ATRIZ COADJUVANTE
1997
Cuba Gooding Jr.  (Jerry Maguire) ATOR COADJUVANTE
Halle Berry  (Monster's Ball) MELHOR ATRIZ
2004
Morgan Freeman  (Menina de ouro) ATOR COADJUVANTE
2005
Jamie Foxx   (Ray) MELHOR ATOR
2007
Forest Whitaker (O último rei da Escócia) MELHOR ATOR
Jennifer Hudson   (Dreamgirls) ATRIZ COADJUVANTE
2010
Mo'Nique  (Preciosa: Uma história de esperança) ATRIZ COADJUVANTE
2012
Octavia Spencer   (Histórias cruzadas) ATRIZ COADJUVANTE
2014
Lupita Nyong'o   (12 anos de escravidão) ATRIZ COADJUVANTE
Steve McQueen    (12 anos de escravidão) DIRETOR
Infográfico: Agência Brasil
Veja a lista de negros indicados ao Oscar 2017:
Melhor filme
Estrelas além do tempo (produtor Pharrell Williams)
Cercas (produtor Denzel Washington)
Melhor diretor
Barry Jenkins (Moonlight: Sob a luz do luar)
Melhor ator
Denzel Washington (Cercas)
Melhor atriz
Ruth Negga (Loving)
Melhor ator coadjuvante
Mahershala Ali (Moonlight: Sob a luz do luar)
Melhor atriz coadjuvante
Viola Davis (Cercas)
Naomi Harris (Moonlight: Sob a luz do luar)
Octavia Spencer (Estrelas além do tempo)
Melhor fotografia
Bradford Young (A chegada)
Melhor roteiro adaptado
Moonlight (Barry Jenkins)
Cercas (August Wilson – pseudônimo de Frederick August Kittel)
Melhor documentário
I am no your negro (Raoul Peck, produtor)
13th (Ava DuVernay, produtora)
Melhor edição
Joi McMillan (Moonlight: Sob a luz do luar)
Líria Jade – Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger