Morre Fidel Castro

Fidel Castro morre em Cuba aos 90 anos
Foto: Ismael Francisco/ Cubadebate
 A informação sobre a morte do ex-presidente Fidel Castro foi divulgada pelo irmão e atual presidente de Cuba, Raúl Castro. O comunicado foi feito em pronunciamento transmitido pela TV estatal do país. Fidel faleceu a 1h29 no horário brasileiro de verão, na madrugada do Brasil e sexta-feira em Havana. O corpo vai ser cremado neste sábado e as cinzas enterradas em 4 de dezembro na cidade de Santiago de Cuba...



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Geddel pede demissão

Geddel entrega carta de renúncia a Temer

Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, acabou de entregar ao presidente Michel Temer uma carta na qual pede para deixar o cargo.

A informação foi confirmada há pouco pela assessoria de imprensa de Geddel. Na carta, Geddel diz que deixa o cargo por causa do sofrimento da família. "Avolumaram-se as críticas sobre mim. Em Salvador, vejo o sofrimento dos meus familiares. Quem me conhece sabe ser esse o limite da dor que suporto. É hora de sair", diz.

Após pedir demissão na última sexta-feira (18), o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero deu entrevista alegando que sofreu pressão por parte de Geddel para liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador. O empreendimento foi embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por estar localizado em área tombada como Patrimônio Cultural da União. Os construtores queriam erguer 31 andares, mas o instituto só autorizou a construção de 13.

Na segunda-feira (21), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir um processo para investigar a conduta de Geddel no episódio. Por meio do porta-voz, o presidente Michel Temer afirmou que Geddel permanecia no cargo.

Na quarta-feira (23), Calero prestou depoimento à Polícia Federal e, segundo a imprensa, teria dito que o presidente Michel Temer o havia "enquadrado" e sugerido uma saída por meio da Advocacia-Geral da União para o caso. Por meio do porta-voz Alexandre Parola, o presidente Michel Temer disse que buscou "arbitrar o conflito" e negou ter pressionado Calero.



Veja a íntegra da carta:



Salvador, 25 de novembro de 2016

Meu fraterno amigo Presidente Michel Temer,

Avolumaram-se as críticas sobre mim. Em Salvador, vejo o sofrimento dos meus familiares. Quem me conhece sabe ser esse o limite da dor que suporto. É hora de sair.
Diante da dimensão das interpretações dadas, peço desculpas aos que estão sendo por elas alcançados, mas o Brasil é maior do que tudo isso.

Fiz minha mais profunda reflexão e fruto dela apresento aqui este meu pedido de exoneração do honroso cargo que com dedicação venho exercendo.

Retornado à Bahia, sigo como ardoroso torcedor do nosso governo, capitaneado por um Presidente sério, ético e afável no trato com todos, rogando que, sob seus contínuos esforços, tenhamos a cada dia um país melhor.

Aos Congressistas, o meu sincero agradecimento pelo apoio e colaboração que deram na aprovação de importantes medidas para o Brasil.

Um forte abraço, meu querido amigo.

Geddel Vieira Lima

- Assuntos: Geddel Vieira Lima, demissão, carta de renúncia, Michel Temer

Redução na renda do trabalhador

Renda do trabalhador tem redução de 5%, diz pesquisa

Flávia Villela * - Repórter da Agência Brasil Edição: Kleber Sampaio
ibge
Agência Brasil/EBC
A renda real - corrigida pela inflação - dos trabalhadores brasileiros caiu 5% em 2015 na comparação com 2014 e foi a primeira redução em 11 anos, revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O rendimento de todos os trabalhos passou de R$ 1.950 para R$ 1.853.  Já o de todas as fontes, que inclui aposentadorias, recebimento de aluguéis, juros e benefícios sociais, entre outros, passou de R$ 1.845 para R$ 1.746 (-5,4%). O rendimento domiciliar foi de R$ 3.443 para R$ 3.186 (-7,5%).

Todas as categorias do emprego acusaram redução no rendimento médio mensal real do trabalho principal, com destaque para os trabalhadores domésticos com carteira assinada (-3,1%). A coordenadora da pesquisa do IBGE, Maria Lúcia Vieira, explicou que a queda está diretamente relacionada com a diminuição da população ocupada no país no ano passado.

“Foi um período em que a desocupação aumentou muito, cerca de 38%, e atingiu principalmente as pessoas ocupadas na indústria, na região Sudeste, e com carteira assinada, que têm rendimentos maiores que os sem carteira e os que trabalham por conta própria. A ocupação caiu justamente nos setores onde os rendimentos eram maiores”, disse ela.

Números da queda

Todas as grandes regiões apresentaram redução do rendimento médio mensal real de todos os trabalhos: 7,2% no Norte (de R$ 1,565 para R$ 1.453); 5,6% no Nordeste (de R$ 1.295 para R$ 1.223), 5,4% no Sudeste (de R$ 2.239 para R$ 2.117); 3,3% na região Sul (de R$ 2.149 para R$ 2.079) e 3,5% e Centro-Oeste (de R$ 2.284 para R$ 2.203).

O índice de Gini, que mede a concentração de renda e desigualdade, também sofreu redução, mas segundo Maria Lúcia, isso decorre da crise econômica do país e não da melhora na distribuição de renda. “As quedas do rendimento se deram muito mais nos 50% da população que ganham mais do que nos 50% que ganham menos e isso fez com o que o Gini caísse”, afirmou. “A concentração diminuiu porque piorou mais para quem estava melhor em vez de melhorar para quem estava pior”.

Para esse indicador, quanto mais próximo de zero menor a desigualdade, sendo o número um desigualdade máxima. O índice da distribuição do rendimento do trabalho caiu de 0,490 em 2014 para 0,485 em 2015, seguindo trajetória decrescente da série desde 2004 (0,545).

Houve queda também no índice de distribuição do rendimento médio mensal real dos domicílios particulares permanentes (0,494, em 2014, para 0,493 em 2015) e do rendimento médio mensal de todas as fontes (de 0,497 em 2014 para 0,491, em 2015).

Nordeste tem o maior nível de desigualdade

A região Nordeste apresentou o maior nível de desigualdade na distribuição desse rendimento (0,498), enquanto a Sul, o menor (0,441). Em termos de variação no período, o Sudeste registrou a maior redução do Índice de Gini de 2014 para 2015, seguida pela região Centro-Oeste.

Os 10% da população ocupada com os menores rendimentos recebiam 3,5% do valor obtido pelos 10% da população ocupada com os rendimentos mais elevados. Em 2014, essa relação era de 3,6%.

O grupo dos 10% de rendimentos mais elevados concentrou quase 40% do total de rendimentos do trabalho, registrando em média R$ 7,4 mil, valor 5,9% menor do que o de 2014. O grupo pertencente à classe dos 10% de menor rendimento mensal de todos os trabalhos recebeu 1,4% do total de rendimento.

Em 2015, 44,7% dos domicílios particulares brasileiros que declararam ter algum tipo de rendimento contavam com até 1 salário mínimo (R$ 788) por morador no domicílio dos 68,2 milhões de domicílios que declararam possuir rendimentos.

* Colaborou Ligia Souto, repórter do Radiojornalismo.

- Assuntos: IBGE, Pnad, renda do trabalhador, queda

NASA observa galáxia espiral

Telescópio Espacial Hubble da NASA observa galáxia espiral NGC 3274
Foto: ESA / Hubble & NASA, D. Calzetti

23/11/2016- São Paulo- SP, Brasil- Galáxia espiral NGC 3274 é uma galáxia relativamente fraca localizada a mais de 20 milhões de anos-luz de distância na constelação de Leão. Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA vem da cortesia da Wide Field Camera 3 (WFC3) do Hubble, cuja visão multicolor permite aos astrônomos estudar uma ampla gama de alvos, desde a formação estelar próxima até as galáxias nas regiões mais remotas do cosmos.

Joias apreendidas na Operação Calicute

PF apresenta joias apreendidas na casa dos presos na Operação Calicute

Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil Edição: Amanda Cieglinski

Joias apreendidas na Operação Calicute Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal no Rio de Janeiro divulgou fotos e vídeos das quase 300 peças de joias aprendidas no apartamento do ex-governador Sérgio Cabral, no Leblon, zona sul do Rio, durante a Operação Calicute, desencadeada na última quinta-feira (17). Também foram apreendidas peças na casa de outros membros do grupo investigado na operação. O objetivo da ação é investigar desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo governo do estado do Rio de Janeiro. O prejuízo estimado é superior a R$ 220 milhões.

Cabral foi preso e encaminhado ao presídio Bangu 8, no Complexo de Gericinó, depois de prestar depoimento à Polícia Federal. A mulher do ex-governador também foi conduzida à PF, de forma coercitiva, onde prestou depoimento e em seguida foi liberada.

Entre as peças catalogadas pela Polícia Federal estão anéis, relógios, colares e brincos, todos de alto luxo, adquiridas em joalherias de renome nacional e internacional. Peças cravejadas de ouro, brilhantes e colares de pérolas estão no lote das peças divulgadas pela PF. As joias estão sendo periciadas para identificar se são autênticas e o valor no mercado.

Outros presos

Na operação Calicute foram presos também: Wilson Carlos de Carvalho e Hudson Braga, ex-secretários de Cabral; Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação e Wagner João Garcia, ex-assessor de Cabral. Foi preso ainda Luiz Carlos Bezerra, assessor de orçamento do ex-presidente da Assembleia Legislativa Paulo Melo, além de José Orlando Rabelo, Luiz Paulo Reis e Paulo Fernando Magalhães Pinto



- Assuntos: Operação Calicute, Polícia Federal, joias, Cabral

Trump: Acordo de Paris

Trump se recusa a repetir promessa de que EUA vão abandonar Acordo de Paris

José Romildo - Correspondente da Agência Brasil Edição: Kleber Sampaio

Donald Trump disse que o ar limpo e "água cristalina" são de vital importância para o mundoShawn Thew / EPA / Lusa

Duas semanas depois de ter sido eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump está se recusando a repetir a promessa, feita na campanha eleitoral, de abandonar o acordo internacional sobre o clima alcançado no ano passado em Paris. Em vez de repetir que vai abandonar o acordo, ele disse que tem a "mente aberta" para estudar o assunto. Disse também que o ar limpo e "água cristalina" são de vital importância para o mundo.

O acordo de Paris foi assinado por mais de 200 países em dezembro de 2015 com o objetivo de reduzir os gases de efeito estufa e assegurar que o aumento da temperatura média global se mantenha em menos de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. O acordo de Paris também pede que as nações façam um esforço para manter essa elevação da temperatura a 1,5 grau Celsius.

A entrevista de Donald Trump foi dada nesta terça-feira (22) a jornalistas e editores do jornal New York Times.

Na entrevista, ele abandonou outras promessas de campanha. Uma delas é que iria processar sua oponente do Partido Democrata, Hillary Clinton, pelo uso de documentos oficiais no e-mail privado da ex-candidata. E ele disse também que não tem mais certeza se torturar suspeitos de terrorismo é uma boa idéia, como havia dito na campanha.

Trump quer se distanciar da extrema-direta

Donald Trump também procurou se distanciar das ideias de pequeno movimento de extrema-direita que atende  pelo nome de Alt Right (direita alternativa). Esse grupo, conhecido por ter um discurso racista e anti-semita, comemorou a vitória de Donald Trump nas eleições. Sobre esse grupo, Trump disse o seguinte: "Eu não quero energizar o grupo, e eu rejeito o grupo".

O presidente eleito afastou também a necessidade de se desembaraçar de sua participação em empresas imobiliárias, apesar dos crescentes questionamentos da imprensa sobre como os negócios globais podem afetar a tomada de decisão do novo presidente como o principal executivo da nação.

Apesar de Trump ter voltado atrás em várias promessas de campanha, a imprensa dos Estados Unidos se mantém cética quanto à opinião do presidente eleito. Segundo o jornal The Washington Post, o presidente eleito tem um histórico de "fazer declarações inconsistentes com as anteriores, o que significa que é incerto se qualquer das posições que ele passou a defender nessa terça-feira" tenha continuidade no futuro.

- Assuntos: Donald Trump, Estados Unidos, extrema-direita

Novembro Negro

Novembro Negro inicia 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres

Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil Edição: Kleber Sampaio

A Bahia terá 21 dias de campanha e o foco é o combate à violência contra a mulher negra, incluindo o racismo    Sayonara Moreno/Agência Brasil

Uma das programações do Novembro Negro, em Salvador, movimentou a noite desta terça-feira (22), durante a última edição de 2016 do projeto Mulher Com a Palavra, da Secretaria Estadual de Políticas Para as Mulheres. O evento marcou, também, o início das atividades da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.



Segundo a secretária de Política para as Mulheres da Bahia, Olívia Santana, o estado terá 21 dias de campanha: cinco a mais que o restante do Brasil como forma de focar no combate à violência contra a mulher negra, incluindo o racismo. Santana destacou que, na Bahia, a taxa de feminicídio de mulheres brancas é de 2,4 para cada 100 mil mulheres, enquanto que, entre as negras, o índice sobe para 5,9/100mil.

“Todas as mulheres enfrentam o machismo, mas só as negras enfrentam o racismo, porque nós, mulheres negras, chegamos ao Brasil na condição de mercadoria, não com autonomia e capacidade de decidir a nossa própria história. Então, o movimento feminista é importantíssimo para a história das mulheres. As contribuições que as feministas brancas deram, ao longo dessa história, são fundamentais e incontestáveis”, destacou a secretária ao explicar o surgimento do movimento feminista entre as mulheres brancas europeias.

“Entretanto, é preciso compreender a necessidade de pensar outras dimensões do feminismo e em outras mulheres”, disse ela ao explicar a importância do feminismo negro, já que, afirmou, as mulheres negras têm demandas e necessidades diferentes das não negras”, explicou.

Mulher com a Palavra

A edição do projeto Mulher com a Palavra trouxe, além da secretária, a jornalista mediadora Rita Batista, as cantoras Preta Gil e Mc Carol e a poetisa, atriz e cantora Elisa Lucinda. Com o tema Feminismo Negro, Geração Tombamento e Outras Gerações, a roda de debates foi  composta por maioria de mulheres negras, estudantes ou integrantes de movimentos sociais feministas e do movimento negro.

As convidadas Preta Gil e Mc Carol relataram histórias de racismo das quais foram vítimas e destacaram a importância de a mulher negra - mesmo que com auto-estima e sem se abalar com a situação - denunciar casos de injúria racial ou racismo.

O lugar político da mulher negra foi outro assunto de destaque durante o bate-papo. Todas as integrantes da mesa deram ênfase à importância de a mulher negra ter espaços historicamente ocupados por pessoas brancas, inclusive no universo intelectual e da literatura, como o caso da escritora Elisa Lucinda, também atriz.

“Para a mulher negra, ter o poder da palavra também é fundamental. Porque o Brasil faz uma exclusão permanente de conteúdo, faz as pessoas acreditarem que só queremos [pessoas negras] onde tem samba, que este tipo de debate não é para a gente”, destacou Elisa Lucinda.

Com bom humor, linguagem acessível e irreverência, Mc Carol, natural de Niterói-RJ, contou sua história de vida na periferia da cidade fluminense e sua trajetória até entrar no funk, com letras politizadas, feministas e com aparência que foge dos padrões estéticos impostos pela indústria artística e da moda.

“Sou preta, da favela e gorda. Além disso, 100% feminista”, declarou a artista, que é considerada uma integrante da Geração Tombamento, expressão que representa a juventude negra atual. O grupo vem se politizando sobre seus direitos, sobre a quebra de padrões e na cobrança pela representatividade nos espaços sempre ocupados, até então, por pessoas brancas, sobretudo homens.

- Assuntos: Novembro Negro, combate à violência contra mulheres

Agressão física na escola

Mais de um terço de alunos LGBT sofreram agressão física na escola, diz pesquisa

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Amanda Cieglinski

Estudantes lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) relatam que são agredidos dentro das escolas e que isso atrapalha o rendimento nos estudos. Alguns inclusive declaram que já cogitaram tirar a própria vida por causa das agressões. De acordo com pesquisa divulgada hoje (22), 73% foram agredidos verbalmente e 36% foram agredidos fisicamente.


bandeira LGBTBandeira dos grupos LGBTArquivo/Agência Brasil


Os dados são da Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil 2016 - As experiências de adolescentes e jovens LGBT em nossos ambientes educacionais, apresentada na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados. O relatório foi elaborado pela Secretaria de Educação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).

Ausências e baixo rendimento

Entre aqueles que sofrem agressões verbais frequentemente ou quase sempre por causa da orientação sexual, 58,9% faltaram às aulas pelo menos uma vez no último mês. Entre aqueles que sofrem agressões por conta da identidade de gênero - por serem travestis ou transexuais - , 51,9% faltaram às aulas.

Em relação ao desempenho, os estudantes que são alvo menos frequente de preconceito relatam obter notas melhores do que aqueles que são vítimas da discriminação com mais intensidade. Os que relataram sofrem agressões pela orientação sexual ou pela identidade ou expressão de gênero "nunca, raramente ou às vezes", cerca de 80% disseram ter recebido notas boas ou excelentes, entre 7 a 10 pontos. Os índices caem entre aqueles que sofrem agressões frequentemente ou quase sempre por orientação sexual (73,5%) e expressão de gênero (72,4%).

Ao todo, foram entrevistados 1.016 estudantes LGBT de 13 a 21 anos que frequentaram a escola em 2015. Os dados foram coletados entre dezembro de 2015 e março de 2016 pelas mídias sociais - Instagram, Facebook e Twitter - e por email. A maior parte deles estuda em instituições públicas, 73,1%. Os demais estudam em escolas religiosas (6,5%) e outras instituições privadas (20,4%). Os estudantes não foram identificados, pois trata-se de uma pesquisa anônima.

"É importante deixar claro que não queremos privilégio, não queremos ensinar ninguém a ser gay, queremos cidadania, queremos ser respeitados", diz o secretário de Educação da ABGLT, Toni Reis. Segundo ele, o que mais impressionou na pesquisa foram os depoimentos colhidos. Um deles, reforça a fala de Reis: "Os estudantes LGBT precisam ser tratados como são os estudantes heterossexuais. Não queremos ser tratados de maneira privilegiada, nem queremos ser melhor que os outros". A frase foi dita por um estudante gay, de 17 anos, de São Paulo.

"Eu passei só a tirar notas baixas, parei de frequentar a escola, o que acabou fazendo com que eu reprovasse de ano", relatou uma estudante lésbica, de 16 anos, de São Paulo.

Suicídio

A pesquisa constatou ainda que os estudantes LGBT que vivenciaram maiores níveis de agressão verbal devido à orientação sexual ou identidade de gênero tem probabilidade 1,5 vezes maior de relatar níveis altos de depressão. Alguns dos depoimentos de estudantes evidenciam também níveis mais baixos de autoestima e até mesmo desejo de cometer suicídio.

Um estudante gay, de 17 anos, de Minas Gerais, disse em depoimento: "Penso em me matar quase todos os dias, não aguento mais ser chamado de viadinho na escola". Outra estudante, transexual, sem idade informada, do Rio Grande do Sul, reforça: "Obrigada por tudo, mas não vai ser agora a ajuda de vocês vai fazer eu parar de me cortar ou parar de querer morrer".

De acordo com os dados do levantamento, 60% dizem que se sentem inseguros na escola por serem LGBT.

Falta de preparo dos professores

Segundo a representante do Fórum Nacional de Educação (FNE) Olgamir Amância, que participou do debate, a formação dos professores é central para o combate de qualquer tipo de preconceito e agressão por identidade de gênero e orientação sexual. "A formação global que permite ver a sexualidade como importante dimensão humana não é trabalhada na formação de professores, a não ser por uma ou outra iniciativa de alguns programas", diz.

A pesquisa mostra que 60,9% dos participantes relataram que ficam muito à vontade ou mais ou menos à vontade para conversar com professores sobre questões LGBT. Metade fica à vontade para falar com pedagogos e 38,1% com diretor.

Segundo a maioria dos estudantes, 56,9%, as questões LGBT não foram abordadas na escola em 2015. Cerca de um quinto, 20,2% relatam que aprenderam questões positivas; 16,7%, questões negativas; e, 6,2%, positivas e negativas.

Na avaliação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), para reverter esse cenário, é preciso que os professores tenham uma formação com conteúdos específicos voltados para a diversidade sexual e que haja materiais pedagógicos para promover o respeito a todos sem distinção de qualquer característica pessoal. Além disso, diz que são necessários canais para que os estudantes possam denunciar as agressões. Entre outras medidas, a associação pede políticas públicas e leis para combater a discriminação contra a população LGBT.

"Estamos trabalhando na elaboração de uma plataforma para a judicialização de casos graves. Há casos em que a União, estados e municípios se omitem. Vamos processar", diz o ativista Toni Reis. A entidade trabalha também em plataforma nacional de apoio para a prevenção de suicídio.

O Ministério da Educação (MEC) pretende lançar curso de direitos humanos para professores da educação básica, segundo o diretor de Políticas de Educação em Direitos Humanos e Cidadania, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC), Daniel de Aquino Ximenes, também presente na audiência. Serão módulos de estudo online nos quais os professores terão acesso a temas como racismo, homofobia e bullying. A intenção é que eles tenham subsídio tanto para lidar com essas questões na escola quanto para levar os temas para a sala de aula. Isso deve ocorrer em 2017.

- Assuntos: lgbt, estudantes, agressão física, agressão verbal, escola

Verdades Secretas ganha Emmy

Telenovela Verdades Secretas ganha o Emmy Internacional

José Romildo - Correspondente da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto


A telenovela brasileira Verdades Secretas ganhou o Prêmio Emmy Internacional distribuído às melhores produções para televisão fora dos Estados Unidos. O prêmio foi dado nessa segunda-feira (21) ao autor da obra, Walcyr Carrasco, em cerimônia no Hotel Hilton de Nova York. Verdades Secretas venceu os concorrentes Regra do Jogo, de João Emanuel Carneiro, a produção canadense 30 Vies - Samuel Pagé e a filipina Bridges of Love.

O Prémio Emmy Internacional é concedido pela Academia Internacional das Artes & Ciências Televisivas a programas televisivos produzidos e transmitidos fora dos Estados Unidos. A premiação, que é concedida após uma eleição entre mais mil profissionais de televisão, também escolheu Dustin Hoffman como o melhor ator na produção televisiva Roald Dahl's Esio Trot, do Reino Unido. O prêmio de melhor atriz foi dado a Christiane Paul, em Unterm Radar, da Alemanha. A melhor comédia foi Hoff the Record, do Reino Unido,  E o melhor programa de entretenimento não roteirizado foi dado a Allt för sverige, da Suécia.

A alemã Deutschland 83 foi considerada a melhor série dramática para a televisão. A série Francisco, El Jesuita , de Telemundo, venceu a categoria de melhor programa não inglês dos Estados Unidos.

A novela Verdades Secretas foi exibida pela TV Globo entre junho e setembro de 2015. A trama da novela se desenvolve no submundo da moda. Grazi Massafera, que participou de Verdades Secretas, e Alexandre Nero, que atuou em A Regra do Jogo, estavam na cerimônia. Eles também concorreram aos prêmios de melhor atriz e ator.

A cerimônia de entreqa do prêmio deste ano foi apresentada pelo ator escocês Alan Cumming, que fez vários comentários sobre os acontecimentos atuais da política americana. Ao fazer referência ao auditório do Hotel Hilton, que além de servir para a entrega do prêmio Emmy, também foi palco da apresentação pública de Donald Trump, logo após ganhar as eleições para presidente dos Estados Unidos, há duas semanas, Cumming disse: "Sinto que é minha obrigação moral informá-los. Este salão foi palco de um dos momentos mais sombrios e destrutivos de nossa história ".

A escritora americana Shonda Rhimes recebeu uma homenagem especial por sua contribuição ao mercado global de televisão. Também foi homenageada a dinamarquesa Maria Ronn, presidente da Danmarks Radio, por sua atuação como diretora de produções televisivas.

- Assuntos: emmy internacional, telenovela, verdades secretas

EUA devem sair da Transpacífico

Donald Trump diz que Estados Unidos devem sair da Parceria Transpacífico

Ap Photo/Sputnik/Greg Allen
O presidente eleito norte-americano Donald Trump, disse - em um vídeo divulgado na noite dessa segunda-feira (21) - que anunciará a retirada dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico logo depois que tomar posse, em 20 de janeiro de 2017. A Parceria Transpacífico é um acordo de livre comércio assinado em 5 de outubro de 2015, envolvendo 12 países banhados pelo Oceano Pacífico, e constitui a principal aposta do presidente Barack Obama para o desenvolvimento do comércio internacional.

Trump disse ainda que a saída dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico vai se dar por meio de uma notificação aos países participantes do acordo. Além disso, informou que vai eliminar as atuais restrições à produção de energia, incluindo a produção de gás de xisto. Essas restrições se referem a controle ambiental. Durante a campanha deste ano, ele afirmou que as restrições aumentam a regulação existente no país, trazendo sérios prejuízos à economia norte-americana.

Outra medida anunciada por Donald Trump é proteger a infraestrutura dos Estados Unidos de ciberataques e outras formas de ataque. No que se refere aos imigrantes, ele disse que vai orientar o Departamento do Trabalho para investigar "os abusos dos programas de vistos que prejudicam o trabalhador americano". No que se refere à ética de funcionários no governo, afirmou que vai impor  uma proibição de cinco anos para que os funcionários executivos se tornem lobistas.

Empregos

No vídeo, divulgado pelo YouTube, Donald Trump falou sobre a importância das medidas que anunciará no primeiro dia de seu governo: "Quer se trate de produzir aço, construir carros ou curar doenças, quero que a próxima geração de produção e inovação aconteça aqui, na nossa grande pátria: a América - criando riqueza e empregos para os trabalhadores americanos".

O vídeo é uma das poucas oportunidades que o público norte-americano tem de ouvir Trump diretamente. Desde que foi eleito há duas semanas, Donald Trump tem evitado falar com os jornalistas. Em vez disso, ele tem usado as redes sociais. Houve apenas três situações em que ele falou à imprensa: a primeira, assim que recebeu um telefonema de Hillary Clinton, na madrugada de 9 de novembro, dando parabéns pela vitória eleitoral; a segunda, uma entrevista ao The Wall Street Journal e a última, uma entrevista ao programa "60 Minutes ", da CBS News.

José Romildo - Correspondente da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto

Kennedy morria há 53 anos

História Hoje: John Kennedy morria assassinado há 53 anos
Apresentação Dilson Santa Fé


Há 53 anos foi assassinado o presidente norte-americano John Kennedy, atingido por disparos de um fuzil italiano diante de 250 mil pessoas, enquanto desfilava em carro aberto. Os vidros à prova de bala do automóvel estavam abaixados. Os tiros partiram do quinto andar de um edifício próximo. O governador do Texas também ficou ferido.

Outubro de 1963. O presidente Kennedy parecia confiante sobre as chances de reeleição e passou a tratar formalmente com seu comitê político da sua candidatura à Casa Branca. No dia 12 de novembro daquele ano, durante a primeira reunião mais importante de planejamento da campanha, JFK ressaltou a importância de vencer na Flórida e no Texas e precisava visitar os dois estados nas semanas seguintes. Nove dias depois John Kennedy e a primeira-dama embarcaram no Air Force One para visitar cinco cidades do Texas.

Uma multidão entusiasmada lotou as ruas de Dallas, no Texas, Estados Unidos para saudar o presidente Kennedy, que desfilava numa limOusine aberta. Assim que a comitiva virou na rua principal por volta de meio dia e meia, tiros reverberaram na praça. Foram três disparos. O primeiro atingiu Kennedy na nuca, atravessou o pescoço e atingiu o governador Connally. O segundo falhou. O motorista não notou a gravidade da situação e não houve tempo para que o agente do serviço secreto projetasse o corpo sobre o do presidente ferido. Um terceiro tiro explodiu a cabeça de John Kennedy.

Enquanto isso, no Parkland Memorial Hospital, a uns seis quilômetros de distância, a equipe médica aguardava a chegada da comitiva, depois de receber um comunicado da polícia local. Não havia muito a fazer. Os olhos do presidente ainda estavam abertos, mas as pupilas já não reagiam à luz. Às 13 horas, John Fitzgerald Kennedy, o 35º presidente dos Estados Unidos da América, foi declarado oficialmente morto.

História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados a cada dia do ano. É publicado de segunda a sexta-feira. Ouça na RÁDIO CABRIOLA