Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
Rovena Rosa/Agência Brasil |
“A situação é delicada, quanto mais a gente mexe, mais a laje se movimenta. Ela está presa embaixo de uma laje, houve esmagamento. Cada martelada que a gente dá lá, chacoalha. Então, é preciso tomar bastante cuidado”, disse o coronel. “O pilar e a viga realmente a pegaram”, acrescentou.
Segundo os bombeiros e relatos de populares, o culto na igreja Assembleia de Deus Madureira já tinha terminado, às 15h de ontem, “mas algumas pessoas ainda estavam reunidas no interior da igreja quando a estrutura ruiu. Senão a situação poderia ser pior”, disse o tenente Rafael Marques.
Havia cerca de 15 pessoas na hora do desabamento e grande parte foi socorrida pelos próprios vizinhos. Os primeiros a serem resgatados pelos bombeiros foram um menino de 4 anos chamado Davi e um rapaz. Na madrugada de hoje (16), às 4h, Ezequiel de 23 anos e Anderson de 44, foram socorridos e levados pelo helicóptero Águia. Eles sofreram fraturas nas pernas, no tórax e na coluna, mas estavam conscientes.
Anderson estava em dia de folga do trabalho e resolveu assistir ao culto, contou o seu tio, o porteiro Marcos Antônio Nascimento. “Cheguei à noite e meu filho ajudou a tirar Anderson, que estava soterrado. Eu quero saber como ele está”, disse. Anderson, o irmão e um primo estavam juntos no culto, mas apenas Anderson resolveu ficar até o fim e foi atingido.
“A mãe dele [do Anderson] passou mal, ficou nervosa, teve que ser levada de ambulância. Eu pensei o pior, porque olha o estado em que ficou. É que já tinha acabado o culto, se estivesse lotado, seria pior, mais grave”, lamentou.
Julinda Rodrigues da Silva é vizinha de Vanda. Ela contou que a amiga costumava frequentar outra igreja, mas naquele dia resolveu ir à Assembleia de Deus Madureira, bem mais próxima de sua casa. “Ela vinha aqui às quartas-feiras, mas só vinha às vezes”, disse.
Vanda tem três filhos, um deles cadeirante, pois sofre de paralisia. Os filhos, que não quiseram falar com a imprensa, aguardam apreensivos do alto de uma casa vizinha novidades no trabalho dos bombeiros.
Alvará
A prefeitura de Diadema informou que o local estava em obras, mas sem autorização da administração municipal. Uma notificação foi entregue à igreja, na segunda-feira (13), determinando a paralisação da obra. A assessoria de imprensa informou que o imóvel tinha alvará de funcionamento.
O delegado Miguel Ferreira da Silva visitou hoje o local do desabamento e disse que depende dos documentos de alvará e de autorização das obras de reforma para iniciar a investigação. Ele informou que os responsáveis pela obra e pela igreja poderão ser penalizados, caso sejam comprovadas irregularidades.