Quem quer parar a Lava Jato tem interesse em "golpe", diz governador

POR NOTÍCIAS AO MINUTO



Para o governador, existe um golpe em curso no país

Flávio Dino (PCdoB-MA), governador do estado desde 2014, concedeu entrevista ao UOL defendendo enfaticamente o governo da presidente Dilma Rousseff. Ainda segundo o governador, caso a presidente seja obrigada a deixar o cargo, haverá "caos" no país e acusou o vice-presidente Michel Temer de ser um dos "comandates do golpe".



Para Flávio Dino, a as alianças feitas pelo governo com outros partidos, são uma "necessidade histórica" do país. Ainda segundo ele, que só haverá saída estável com abertura de diálogo (ou governo de coalização) que una esquerda e direita, PT e PSDB.

Ao ser questionado sobre se existe um "golpe" em curso no Brasil, o governador responde seguramente. "Há tentativa de impeachment sem causa constitucional legítima. Tem sido dito que impeachment é constitucional porque está na Constituição. Imaginemos o seguinte: a Constituição trata de pena de morte em caso de crimes de guerra. Se alguém fosse vítima de pena de morte, diriam que isso é constitucional porque está na Constituição? Não, a Constituição diz que só pode haver pena de morte em caso de crime de guerra. Não bastar estar na Constituição para que haja aplicação constitucional. Afere-se a constitucionalidade em relação da norma a um determinado fato. Na medida em que a norma abstrata que trata de impeachment não tem aplicabilidade neste caso, porque não há crime de responsabilidade, há tentativa de deposição de um governo eleito legitimamente pelo voto popular. Evidentemente, é golpe", afirma.

Em seguida, ele é questionado sobre quem seriam os agentes do golpe. "Há vários interessados, mas vejo duas situações fundamentais. Uma dos insatisfeitos com o resultado eleitoral de 2014. E não me refiro apenas aos políticos, mas também a uma parcela da sociedade que não concordou com resultado. Não concordar com ele é legítimo. Já a aferição sobre se a decisão popular de 2014 foi certa ou errada só poderá ocorrer em 2018. A Constituição prevê eleições diretas, secretas e periódicas. Não é porque a pessoa não concorda que pode haver um novo julgamento a qualquer hora. Há de outro lado interesses de oportunistas que imaginam que derrubar a presidente seja caminho para parar a Lava Jato. Visam se proteger exatamente atacando a presidente, sobre a qual não pesa qualquer acusação. Não há conta na Suíça, não há envolvimento com propina. É como se fosse uma cortina de fumaça. O segundo seguimento é dos que têm medo da Lava Jato", comenta.