Nova etapa da Lava Jato investiga envolvido na morte de Celso Daniel

POR NOTÍCIAS AO MINUTO


Carbono 14, nome batizando a fase, faz referência ao método de datação de fósseis e segundo a PF, vai investigar fatos muito antigos


A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (1) a 27ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Carbono 14. Estão em cumprimento os mandados de prisões temporárias, busca e apreensão e conduções coercitivas que buscam investigar o esquema de lavagem de cerca de R$ 6 milhões provenientes do crime de gestão fraudulenta do Banco Schahin, cujo prejuízo foi posteriormente bancado pela Petrobras.


De acordo com a Gazeta do Povo, a investigação envolve o empresário Ronan Maria Pinto, que chegou a ser acusado de chantagear petistas para que não revelassem informações a respeito do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, morto em 2002.

Carbono 14, nome batizando a fase, faz referência ao método de datação de fósseis e segundo a PF, vai investigar fatos muito antigos.

Durante as investigações, constatou-se que José Carlos Bumlai contraiu um empréstimo fraudulento junto ao Banco Schahin em outubro de 2004 no valor de R$ 12 milhões. Na realidade, tinha por intenção a “quitação” de dívidas do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago por intermédio da contratação Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, com um custo de US$ 1,6 bilhão.

Descobriu-se, através de diligências, que do valor total emprestado de R$ 12 milhões a Bumlai, pelo menos R$ 6 milhões tiveram como destino o empresário do município de Santo André (SP), Ronan Maria Pinto. Para fazer os recursos chegarem ao destinatário final, foi elaborado um plano de lavagem de capitais, envolvendo Ronan, pessoas ligadas ao PT e terceiros envolvidos na operacionalização da lavagem do dinheiro proveniente do crime contra o sistema financeiro nacional.

Há provas que apontam que a operacionalização do esquema se deu, inicialmente, por meio da transferência dos valores de Bumlai para o Frigorífico Bertin. Por sua vez, repassou a quantia de aproximadamente R$ 6 milhões a um empresário do Rio de Janeiro envolvido no esquema.

As evidências denotam que este empresário carioca efetuou transferências diretas para a Expresso Nova Santo André, empresa de ônibus gerenciada por Ronan Maria Pinto.

Dentre as pessoas indicadas para recebimento dos valores por Ronan, estava o então acionista controlador do Jornal Diário do Grande ABC, que recebeu R$ 210.000  em 2004. Na época, as ações do periódico estava sendo vendidas a Ronan Maria Pinto em parcelas de R$ 210.000. Existe a Suspeita que uma parte das ações foi adquirida com o dinheiro proveniente do Banco Schahin.

A Polícia Federal cumpre 12 mandados judiciais em São Paulo. Silvio Pereira, ex-secretário-nacional do Partido dos Trabalhadores teve prisão temporário decretada e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, deverá depor coercitivamente.