Dilma me deixou à vontade e só pediu lealdade, diz novo ministro do PMDB

Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso


Novo ministro da Secretaria de Aviação Civil, o deputado Mauro Lopes (PMDB)-MG) disse hoje (16) que recebeu total apoio do partido para assumir a pasta e que a decisão não contraria a determinação da convenção do PMDB, no sábado (12), proibindo membros do partido de assumir cargos no governo federal nos próximos 30 dias.

Mauro Lopesafirmou que Dilma lhe deu total liberdade para comandar a pastaDivulgação/Agência Câmara

Segundo Lopes, o convite já havia sido feito há cerca de um mês e teve apoio da maioria da bancada do PMDB na Câmara e dos seis ministros da sigla. “Fiquei até emocionado. Apareceram mais de 30 deputados [me cumprimentando]. Um coisa impressionante”, informou Lopes, logo após a confirmação de sua nomeação.

Mauro Lopes afirmou que conversou com a presidenta Dilma antes do anúncio de sua nomeação e que, na ocasião, ela o deixou à vontade e não fez nenhum tipo de apelo para que ele intercedesse para o partido se manter na base aliada.

Segundo o novo ministro, Dilma lhe deu total liberdade para comandar a pasta e só  fez um pedido de lealdade. “Eu senti nela uma tranquilidade. Me deu total liberdade. Não falou nada, nem fez pedido para manter a bancada apoiando o governo.”

O novo ministro, que também ocupa a função de secretário-geral do PMDB, também disse contar com bastante consideração do PMDB e que mais de 90% do partido se manifestaram favoráveis à nomeação. “[O PMDB me conhece, sabe da minha lealdade com o partido, sabe da minha honradez e que não pratiquei nenhum ato que viesse confrontar com a determinação, pois já fui convidado há mais de um mês”, esclareceu.

“Tanto é que quando quiseram fazer a posse imediata, pedi ao Jaques Wagner [então ministro-chefe da Casa Civil] para que deixasse a posse para depois da convenção, pois, como secretário-geral, tinha como principal tarefa organizar a convenção”, acrescentou.

Apesar de ter aceitado o cargo, Lopes ainda terá de passar pela aprovação da Comissão de Ética do PMDB, que analisará, na sexta-feira (18), se ele desobedeceu ou não a determinação do partido.

Caso permaneça no comando da pasta, Mauro Lopes enfrentará pelo menos dois grandes desafios nos próximos meses: tocar a proposta do governo de elevação de 20% para 49% no limite de participação de capital estrangeiro nas empresas de aviação e coordenar a malha viária durante a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro.