Neymar é vítima de racismo no jogo do Barcelona com o Espanyol

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Beto Coura



O jogador de futebol Neymar Jr. foi vítima de racismo no jogo entre Barcelona e Espanyol, neste sábado (2), segundo o ex-dirigente do Barcelona Toni Freixa. Em post no Twitter, o ex-dirigente escreveu em catalão: “Espero que os gritos racistas a Neymar sejam registrados na ata da arbitragem”.

O jogo do Campeonato Espanhol é um clássico catalão e terminou em empate, 0 a 0. Esta não é a primeira vez que o jogador Neymar sofre com racismo. Em março de 2014, a torcida do Espanyol jogou uma banana no gramado em direção ao Barcelona.

Em 2014, Neymar Jr. e Daniel Alves foram vítimas de racismo na final da Copa do Rei, entre Barcelona e Real Madrid. O caso fez com o que o pai do jogador, Neymar da Silva Santos procurasse a agência Loducca, que lançou a polêmica campanha #somostodosmacacos.

Outro caso de racismo no futebol foi o sofrido pelo goleiro Aranha, então do Santos, clube que deixou em 2015. O jogador foi chamado de macaco durante partida. Aranha recebeu manifestações de apoio de todo o Brasil, e a repercussão do caso levou ao indiciamento dos torcedores que o insultaram.


Saiba como levar projetos artísticos ao Passeio Público



Foto: Pedro Moraes/GOVBA

No centro de Salvador, mais especificamente no Campo Grande, um espaço cultural está aberto para receber grupos e manifestações artísticas de diferentes linguagens, além de atividades educativas e culturais. Área de preservação ambiental e antigo local de efervescência da cultura baiana, o Passeio Público está à disposição de soteropolitanos criativos que queiram ocupá-lo com projetos que acompanhem a proposta do local, de preservação da memória e das obras de arte, que é um dos cuidados da Diretoria de Museus (Dimus) e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac).

Depois de passar por meses de intervenções de conservação e reforma, o espaço, que também abriga o tradicional Teatro Vila Velha, está pronto para receber soteropolitanos e turistas e, principalmente, criar uma agenda cultural de utilização da área do Passeio Público. Para isso, os interessados passam por um procedimento simples, que exige responsabilidade de quem organiza os eventos, como o compromisso de cuidar do espaço, da flora e de promover a ocupação com ações abertas ao público.

Segundo a diretora da Dimus, Ana Liberato, é preciso um contato com a Diretoria de Museus, que funciona no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, ou com o Ipac, localizado na Rua 28 de Setembro, no Centro Histórico de Salvador. Nesse primeiro contato, os interessados recebem orientações para formular uma solicitação por escrito e tudo o que deve conter no documento, como data, duração, período, quantas pessoas participam da idéia e qual o público estimado. Essa solicitação, depois de enviada para a Dimus, é avaliada e conciliada com a agenda do Passeio. Quando autorizado o evento, os responsáveis assinam um termo de compromisso para conservação local e agendamento da programação.

“Esse é um espaço cultural e damos preferências a eventos que têm compromisso com isso. Estamos prontos para receber apresentações culturais de todos os tipos, oficinas, biblioteca móvel, gastronomia, feira de artesanato, de plantas. O que o Passeio Público não pode receber são grandes eventos, com um público grande demais. Tivemos um trabalho grande para restaurar o espaço. Nesse sentido, temos trabalhado com educação patrimonial trazendo escolas, ongs, para que as pessoas entendam a importância de se preservar um local como esse”, falou a diretora.

Atualmente, já são realizadas aulas de tai-chi-chuan, yoga, grupos de meditação, além de apresentações, como da orquestra do Neojibá (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia), e de grupos de dança, além da visitação de escolas. Quem passa pelo local aprova a nova forma de ocupação, como a atriz Elaine Belavista. “De modo geral, existem espaços onde há acesso à arte e à cultura, mas o mais bacana do Passeio Público é estar aberto aos transeuntes, um lugar acessível, que as pessoas podem chegar a qualquer momento, sem precisar pagar para ver, é muito bom”, elogiou.

Pelô da Bahia tem programação cultural diversificada para o verão



Foto: Sidney Rocha

Um dos principais cartões postais da capital baiana, o Pelourinho reúne arte, cultura e diversas opções de lazer, atraindo milhares de visitantes a cada ano. De 2 a 31 de janeiro, o local será palco de mais de 80 shows, que reforçam a diversidade artística do ponto turístico e ditam o clima de festejo da estação mais quente do ano.

As apresentações vão acontecer nos largos Pedro Archanjo, Tereza Batista e Quincas Berro D’Água, com atrações que misturam estilos como axé, reggae, samba e música afro.  A programação cultural do Pelô da Bahia é promovida e apoiada pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult), por meio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI).

“O mês de janeiro é o mês quente do Centro Histórico. Tudo acontece aqui. Todo mundo é contemplado com arte e cultura da melhor qualidade. Esperamos uma média de três mil pessoas no Pelourinho [diariamente]. Aqui é o principal lugar de festas da Bahia”, explica a diretora do CCPI, Arany Santana.

Ensaios de carnaval e projetos de verão são os principais destaques. Afrodisíaco, Araketu, Tatau, Baiana System, IFÁ Afrobeat e Curumim, Los Sebosos Postizos, Atabasabar, Terças do Olodum, Verão do Bailinho, OQuadro, Amanda Santiago, Gerônimo, Cortejo Afro, Muzenza, Bankoma, entre outros, fazem parte da programação. Os ingressos custam de R$ 5 a R$ 70, mas há também opções gratuitas.

Outro destaque é o Festival de Música e Artes do Olodum (Femadum), maior festival de música afro do país, realizado nos dias 9 e 10, também com apoio do Governo do Estado. “É uma grande oportunidade para baianos e turistas conhecerem um pouco da história afro-brasileira. É muito interessante vivermos isso”, afirma o analista de sistemas baiano Marco Figueiredo, que há oito anos mora em Brasília e passa as férias em Salvador. A programação completa do Pelô da Bahia está disponível no site do Centro de Culturas Populares e Identitárias.

Secom Bahia

Donald Trump aparece em vídeo de grupo ligado à Al-Qaeda

Da Agência Lusa


O milionário Donald Trump, favorito das primárias republicanas para disputar as eleições presidenciais norte-americanas de 2016, apareceu no último vídeo de propaganda do grupo radical islâmico Shebab, informou hoje (2) o site Intelligence Group, especializado em vigilância de páginas islâmicas na internet.

O grupo, ligado à Al-Qaeda, difundiu na sexta-feira (1º) um vídeo de 51 minutos, destinado a atrair recrutas, denunciando a desigualdade racial nos Estados Unidos, no qual incluiu imagens de Trump apelando à proibição da entrada de muçulmanos nos EUA.

Donald Trump propôs, em 7 de dezembro, o fechamento temporário das fronteiras dos Estados Unidos aos muçulmanos, após a morte de 14 pessoas em um ataque liderado por um casal de muçulmanos radicais em San Bernardino, Califórnia.

As imagens de Trump aparecem entre dois clipes do americano-iemenita Anwar al-Awlaki, morto durante um ataque de drones em 30 de setembro de 2011. As imagens incitam os muçulmanos americanos a “fugir da atmosfera opressiva do Ocidente para a terra do Islã”.

Estados Unidos

Na Califórnia, seis aviões apresentaram hoje faixas com inscrições contra Donald Trump no céu, quando milhares de pessoas assistiam à Rose Parade, em Pasadena. "A América é grande! Trump é nojento", “Qualquer um, exceto Trump”, “Trump ama odiar”, foram alguns dos slogans contra o candidato republicano.

De acordo com o canal de televisão CBS News, um homem de negócios do Alabama, Stan Pate, está por trás da exibição aérea, que teve muitas imagens publicadas em redes sociais.

Donald Trump saudou o Ano Novo no Facebook afirmando que “2015 foi um ano muito particular”, agradecendo pelo apoio dos partidários. “Nós fazemos a história juntos. A maioria silenciosa não é mais silenciosa”, acrescentou.


Coletes salva-vida de migrantes formam sinal da paz em ilha grega

Da Agência Lusa


Coletes salva-vidas de milhares de migrantes que cruzaram no ano passado o mar Egeu foram reunidos e formam um enorme sinal de paz em uma colina na ilha grega de Lesbos.

A iniciativa é da organização Médicos Sem Fronteiras e do Greenpeace, em conjunto com outras organizações, como a Sea Watch e o grupo local Starfish. A intenção é divulgar a mensagem da paz para 2016.

Segundo o Greenpeace, 100 voluntários recuperaram coletes salva-vidas usados por 500 mil migrantes que atravessaram o mar Egeu, da costa turca até a ilha grega de Lesbos.

O grande símbolo cor de laranja é formado por coletes salva-vidas também de migrantes que morreram ao tentar a travessia.

Mais de um milhão de migrantes encontraram refúgio na Europa em 2015, a maioria deles fugindo da guerra e da miséria na Síria, Afeganistão, Iraque e Eritreia.

Polícia descarta terrorismo no ataque a militares franceses

Da Agência Lusa Edição: Kleber Sampaio


Investigadores do ataque de sexta-feira a quatro militares franceses que protegiam a mesquita da cidade de Valence, no sudeste de Paris, descartaram hoje (2) a possibilidade de um ato terrorista.

O procurador de Valence, Alex Perrin, explicou que os técnicos antiterroristas de Paris acreditam que não há razão para se ocupar das "verificações e registros" sobre o agressor.

"Nada vincula [o autor do ataque] a nenhuma rede" e, por isso, "a procuradoria antiterrorista considerou que não há elementos que permitam falar de uma ação terrorista", disse Perrin.

O processo judicial continua aberto por tentativa de homicídio voluntário.

Usando um carro, o agressor se aproximou dos militares que estavam de serviço em frente à mesquita e, apesar das repetidas advertências para parar, continuou com as suas investidas, até que os militares dispararam contra ele, ferindo-o na perna e no braço.
O homem, de 29 anos e da cidade vizinha de Bron, nos arredores de Lyon, está ainda em estado grave.

Alex Perrin explicou que o homem, "de origem tunisina, mas de nacionalidade francesa" e "muçulmano praticante", "não tinha antecedentes penais", nem está registrado pelos serviços secretos por suspeitas de radicalização religiosa.


Alemanha vai reforçar cooperação com serviços de informações

Da Agência Lusa Edição: Kleber Sampaio


A Alemanha vai reforçar a cooperação com os serviços de informações estrangeiros, anunciou hoje o ministro do Interior, Thomas de Maizière, depois de “alertas de atentados” na noite de réveillon em Munique.

“No futuro haverá um intercâmbio ainda mais intenso de cooperação e informação com as forças de segurança de outros países”, disse o ministro.

Apesar de o nível de alerta em Munique ter sido reduzido na sexta-feira, Maizière insiste em classificar a situação como “muito séria”.

As suspeitas de um atentado planejado para a noite da virada do ano reforçaram o temor de atentados semelhantes aos ocorridos em 13 de novembro passado, em Paris.

As suspeitas da polícia apontavam para cinco a sete potenciais terroristas, de origem síria e iraquiana, e que estariam ligados de alguma forma ao grupo extremista Estado Islâmico.

Terremoto atinge Afeganistão

Da Agência Lusa Edição: Kleber Sampaio


Um terremoto de 5,3 graus na escala Richter abalou hoje (2) o nordeste do Afeganistão.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o epicentro foi a 35 quilômetros de Jurm, na província de Badakshan.

No dia 26 de outubro último, um terremoto de 7,5 graus com epicentro em Jurum, causou a morte de 400 pessoas, havendo, ainda, mais de 2.400 feridos e milhares de desabrigados no Afeganistão e no Paquistão.


Morre, aos 93 anos, o maestro Gilberto Mendes, criador do Festival Música Nova

Estadão Conteúdo


O maestro e produtor musical Gilberto Mendes morreu nesta sexta-feira (1º), aos 93 anos, em Santos. Ele teve complicações coronárias e da asma, e morreu às 18h. O velório ocorre nesta sexta-feira, a partir das 21h, no Cemitério Vertical de Santos, onde ele será cremado no sábado (2).

Compositor com ouvido privilegiado e cinéfilo inverterado, Mendes é o criador do Festival Música Nova, símbolo da vanguarda musical no Brasil desde os anos 1960.

Ele é autor de obras tão diversas quanto Beba Coca-Cola, Vila Socó Meu Amor, Nascemorre ou Saudades do Parque Balneário, e foi colunista do jornal O Estado de S.Paulo, no Caderno 2+Música.

Para evitar desligamento de beneficiários, Dilma veta reajuste do Bolsa Família

Agência Brasil  |  De Paulo Victor Chaga




A presidente Dilma Rousseff sancionou com vetos a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016. O texto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União de 31 de dezembro e traz, entre os vetos, dispositivo que previa reajuste para os beneficiários do Bolsa Família. A LDO contém parâmetros e estimativas que orientam a elaboração do Orçamento deste ano.

De acordo com a proposta aprovada pelo Congresso Nacional, a correção do benefício para todas as famílias seria medida de acordo com a inflação acumulada de maio de 2014 a dezembro de 2015. Ao vetar o trecho da lei, a presidente Dilma Rousseff justificou que o reajuste não está previsto no projeto de Lei Orçamentária de 2016, que já foi aprovado pelos parlamentares e deve ser sancionado por ela nos próximos dias.

Mudanças estruturais

“Assim, se sancionado, o reajuste proposto, por não ser compatível com o espaço orçamentário, implicaria necessariamente o desligamento de beneficiários do Programa Bolsa Família”, afirmou a presidenta, em mensagem com justificativas dos vetos enviada ao Congresso.
Segundo Dilma, o Bolsa Família passa por aperfeiçoamentos e mudanças estruturais e, caso esse “reajuste amplo” não fosse vetado, prejudicaria famílias em situação de extrema pobreza que recebem o benefício de forma não-linear, em valores distintos.

Outro ponto vetado exigia que a União reservasse um valor mínimo para ações e serviços públicos de saúde, seguindo uma regra que leva em conta a variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior. De acordo com a mensagem presidencial, a Constituição Federal já prevê, com base na emenda 86, um valor mínimo de aplicação no setor.

A destinação de recursos por parte da União não pode ser inferior a 15% da receita corrente líquida do exercício financeiro em questão. Conforme a justificativa do veto, caso esse valor fosse diferente poderia haver uma “insegurança jurídica” que prejudicaria as ações na área.

Embrapa

A presidenta também decidiu impedir a vigência do dispositivo que ampliava a relação de despesas que não poderiam ter empenhos limitados. Desde 2011, o governo aplica contingenciamento dos recursos de gastos não obrigatórios, visando alcançar a meta de superávit fiscal, que é a economia que o país faz para pagar os juros da dívida pública.

Os parlamentares incluíram dentre as despesas que seriam liberadas desse bloqueio os gastos com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com programas de respostas a desastres naturais, com emendas individuais, além de gastos com oferta de água, reabilitação de barragens, enfrentamento da violência contra a mulher e com os fundos Nacional de Segurança Pública e Penitenciário Nacional.

Ao justificar o veto, Dilma esclareceu que “a exclusão de quaisquer dotações orçamentárias do cálculo da base contingenciável traz maior rigidez para o gerenciamento das finanças públicas, especialmente no tocante ao alcance da meta de superávit primário. Além disso, à medida que se reduzem, nessa base, as despesas discricionárias do Poder Executivo, aumenta proporcionalmente a participação dos poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União na limitação de empenho, o que poderá prejudicar o desempenho de suas funções, uma vez que, de forma geral, suas dotações se destinam ao custeio de ações administrativas”.

O financiamento e o empréstimo, por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, para obras e demais investimentos no exterior, que haviam sido proibidos pelo projeto da LDO 2016, também foram vetados pela presidenta.

Conforme Dilma Rousseff, a medida poderia reduzir a competitividade de empresas exportadoras brasileiras com relação a concorrentes internacionais que “contam com o apoio de instituições públicas dos seus respectivos países”. “O financiamento está vinculado estritamente às exportações e não há, em nenhuma hipótese, remessa de recursos ao exterior”, explicou também.

Mariana

Os parlamentares também pretendiam assegurar que a Lei Orçamentária Anual previsse os recursos necessários para atender a população atingida pelo desastre em Mariana (MG), onde uma barragem se rompeu causando o maior acidente ambiental do país.

Para vetar esse artigo da lei, a presidenta lembrou que à LDO não cabe tratar deste tema, que tem caráter temporário, e o Fundo Nacional de Calamidades Públicas e Defesa Civil e as ações dos entes públicos de resposta a desastres já estão previstos em uma legislação específica.

“Além disso, o dispositivo determinaria que todo o ônus sobre a situação ocorrida seja atribuído à União, sem qualquer dimensionamento de valor e sem levar em consideração a cooperação compartilhada dos demais entes da Federação, bem como das empresas envolvidas, na solução de questões como a que se apresenta”, acrescentou Dilma.
As alterações feitas por Dilma na LDO de 2016 podem ser mantidas ou derrubadas pelos parlamentares. Em sessão conjunta do Congresso Nacional, os deputados e senadores devem analisar posteriormente esses e outros vetos presidenciais.

Arábia Saudita executa 47 condenados por terrorismo

Da Agência Lusa Edição: Kleber Sampaio


A Arábia Saudita executou 47 pessoas condenadas por terrorismo, entre elas o dignitário xiita Nimr Baqir al-Nimr, figura da contestação contra o regime saudita, anunciou hoje (2) o Ministério do Interior. Um comunicado diz que os executados tinham sido condenados por terem adotado a ideologia radical "takfiri", juntando-se a "organizações terroristas" e implementando várias “parcelas criminosas".

A lista também inclui sunitas condenados por envolvimento em ataques reivindicados pela Al-Qaeda em 2003 e 2004 e que mataram sauditas e estrangeiros. Na lista está um egípcio e um chadiano, sendo os restantes sauditas.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Ansari Jaber, afirmou hoje que a Arábia Saudita vai pagar um “preço elevado” pela execução do dignitário religioso xiita Nimr Bager al-Nimr. "O governo saudita apoia, por um lado, os movimentos terroristas e extremistas e, ao mesmo tempo, utiliza a linguagem da repressão e da pena de morte contra os seus opositores internos (…) ele [governo] vai pagar um preço elevado por estas políticas", disse Ansari Jaber, citado pela agência de notícias iraniana Irna.

O dignitário religioso xiita Nimr Bager al-Nimr, crítico do regime saudita, foi condenado à morte em outubro de 2014 por rebelião, desobediência ao soberano e porte de armas. O dirigente religioso esteve na liderança dos protestos da população xiita em 2011 e 2012 no leste da Arábia Saudita, onde são maioritários, num país em que predomina o islamismo sunita, praticado por 85% dos 30 milhões de habitantes.

Estas foram as primeiras execuções de 2016 na Arábia Saudita, um país ultraconservador que executou 153 pessoas em 2015, segundo uma contagem realizada pela agência France Presse (AFP) com base em números oficiais.


Estatuto da Pessoa com Deficiência entra em vigor com garantia de mais direitos

Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger


No Instituto Municipal Helena Antipoff, professoras aprendem o braille para promover a inclusão de crianças com deficiência na rede pública de ensino Tomaz Silva/Agência Brasil
Entra em vigor neste sábado (2) o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que traz regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades dos deficientes com o objetivo de garantir a essas pessoas inclusão social e cidadania. A nova legislação, chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, garante condições de acesso a educação e saúde e estabelece punições para atitudes discriminatórias contra essa parcela da população.

Hoje no Brasil existem 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. A lei foi sancionada pelo governo federal em julho e passa a valer somente agora, 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União.

Menos abusos

Um dos avanços trazidos pela lei foi a proibição da cobrança de valores adicionais em matrículas e mensalidades de instituições de ensino privadas. O fim da chamada taxa extra, cobrada apenas de alunos com deficiência, era uma demanda de entidades que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência.

Quem impedir ou dificultar o ingresso da pessoa com deficiência em planos privados de saúde está sujeito a pena de dois a cinco anos de detenção, além de multa. A mesma punição se aplica a quem negar emprego, recusar assistência médico-hospitalar ou outros direitos a alguém, em razão de sua deficiência.

Veto

Um trecho que foi vetado pela presidenta Dilma Rousseff na época de sua sanção, porém, gerou críticas. O projeto de lei aprovado pelos parlamentares obrigava empresas com menos de 100 funcionários a contratarem pelo menos uma pessoa com deficiência. Atualmente, a obrigação vale apenas para as empresas com 100 trabalhadores ou mais. O veto foi considerado pela deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), relatora da proposta na Câmara, uma “perda irreparável”.

Cotas

De acordo com o estatuto, as empresas de exploração de serviço de táxi deverão reservar 10% das vagas para condutores com deficiência. Legislações anteriores já previam a reserva de 2% das vagas dos estacionamentos públicos para pessoas com deficiência, mas a nova lei garante que haja no mínimo uma vaga em estacionamentos menores. Os locais devem estar devidamente sinalizados e os veículos deverão conter a credencial de beneficiário fornecida pelos órgãos de trânsito.

A legislação exige também que 10% dos dormitórios de hotéis e pousadas sejam acessíveis e que, ao menos uma unidade acessível, seja garantida.

Mais direitos

Outra novidade da lei é a possibilidade de o trabalhador com deficiência recorrer ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço quando receber prescrição de órtese ou prótese para promover sua acessibilidade.

Ao poder público cabe assegurar sistema educacional inclusivo, ofertar recursos de acessibilidade e garantir pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, de acordo com a lei. Para escolas inclusivas, o Estado deve oferecer educação bilíngue, em Libras como primeira língua e português como segunda.


Sancionada lei que prevê plástica no SUS para mulher vítima de violência

Agência Brasil  |  De Paula Laboissière



Foi publicada hoje (31) no Diário Oficial da União a Lei 13.239, que dispõe sobre a oferta e realização, no Sistema Único de Saúde (SUS), de cirurgia plástica reparadora de sequelas de lesões causadas por violência contra a mulher.

O texto já havia passado pelo Senado e foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados em novembro deste ano, quando seguiu para sanção presidencial.

De acordo com a lei, hospitais e os centros de saúde pública, ao receberem vítimas de violência, deverão informá-las da possibilidade de acesso gratuito à cirurgia plástica para reparação das lesões ou sequelas de agressão comprovada.

Ainda segundo o texto, a mulher vítima de violência grave que necessitar de cirurgia deverá procurar uma unidade de saúde que realize esse tipo de procedimento portando o registro oficial de ocorrência da agressão.

A lei prevê também que o profissional de medicina que indicar a necessidade da cirurgia deverá fazê-lo por meio de diagnóstico formal, encaminhando-o ao responsável pela unidade de saúde respectiva, para autorização.

Ao final, o texto prevê ainda a possibilidade de punição aos gestores que não cumprirem com a obrigação de informar as mulheres vitimadas sobre seus direitos.

Cresce o número de famílias sem filhos no País, revela Ipea

Estadão Conteúdo



Um estudo divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta mudanças nos arranjos familiares do País, no período de 2004 a 2014. A partir de análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2014, pesquisadores do Ipea concluíram que as mudanças demográficas e sociais têm impactado na composição das famílias.

Em 2004, 58,8% dos domicílios do País enquadravam-se no perfil de famílias com filhos. Em 2014, esse índice caiu para 44,8%. Já o arranjo familiar de casal sem filhos saltou de 13,5% para 18,8% no mesmo período.

Já as proporções de arranjos formados por pais com filhos (2%) e mães com filhos (15%) ficaram aproximadamente constantes. Houve aumento de mulheres vivendo sozinhas - 7,8% em 2004 para 10,4% em 2014 - e de homens vivendo sozinhos - de 6,8% para 9,1% no mesmo intervalo.

O porcentual de domicílios chefiados por mulheres no total de domicílios aumentou de 26,5% em 2004 para 38,8% em 2014. No caso de mulheres com cônjuges, estas chefiavam 3,5% dos domicílios em 2004 e passaram a chefiar 13,5% em 2014.

Extrema pobreza

Os pesquisadores também concluíram que houve queda no número de pessoas que vivia em extrema pobreza no País. Em 2004, 7,38% das famílias viviam com R$ 70 por mês. Dez anos depois, com o valor reajustado para R$ 77 mensais, esse índice caiu para 2,71%.

Alfabetização

O levantamento aponta que entre 2004 e 2014 houve um ligeiro aumento no índice de alfabetização da população com 15 anos ou mais, saltando de 88,6% em 2004 para 91,7% em 2014, mas revela que praticamente não houve aumento nesta curva nos últimos quatro anos medidos.

Desemprego e informalidade

Em relação ao mercado de trabalho, o estudo aponta que a taxa de desemprego caiu de 8,9% em 2004 para 6,9% em 2014, enquanto a taxa de informalidade saiu de 52,88% para 39,93% no mesmo período.

Esta capa da Piauí mostra que 2015 foi mesmo um ano de loucura na política brasileira

HuffPost Brasil

Um ano tão turbulento na política nacional, 2015 pareceu um enredo de novela mexicana no Brasil.

Teve carta de amor e ressentimento do vice-presidente Michel Temer para a presidente Dilma Rousseff.

Teve uma série de ardilosas articulações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, contra a mandatária.

E uma sequência de trapalhadas políticas, econômicas e léxicas da petista.

Por isso, nada como encerrar este ano e dar boas-vindas a 2016 com uma imagem impactante como esta — a capa de janeiro da revista Piauí:



Seria um beijo apaixonado ou fraterno entre Temer e Cunha?

A charge é de Nadia Khuzina. Segundo o Estadão, ela é uma artista russa que tem um blog de charges políticas.

A inspiração é na clássica cena do beijo entre Leonid Brezhnev, secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética na década de 70, e Erich Honecker, líder socialista e presidente da Alemanha Oriental de 1971 a 1989.

O "beijo fraterno" foi reproduzido no Muro de Berlim.


Novo acordo ortográfico é obrigatório a partir de hoje no Brasil

Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade


Com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, os livros devem ser publicados sob as novas regras, sem diferenças de vocabulários entre os paísesArquivo/Agência Brasil

As regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa são obrigatórias no Brasil a partir de hoje (1º). Em uso desde 2009, mudanças como o fim do trema e novas regras para o uso do hífen e de acentos diferenciais agora são oficiais com a entrada em vigor do acordo, adiada por três anos pelo governo brasileiro.

Assinado em 1990 com outros Estados-Membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para padronizar as regras ortográficas, o acordo foi ratificado pelo Brasil em 2008 e implementado sem obrigatoriedade em 2009. A previsão inicial era que as regras fossem cobradas oficialmente a partir de 1° de janeiro de 2013, mas, após polêmicas e críticas da sociedade, o governo adiou a entrada em vigor para 1° de janeiro de 2016.

O Brasil é o terceiro dos oito países que assinaram o tratado a tornar obrigatórias as mudanças, que já estão em vigor em Portugal e Cabo Verde. Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste ainda não aplicam oficialmente as novas regras ortográficas.

Com a padronização da língua, a CPLP pretende facilitar o intercâmbio cultural e científico entre os países e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa, já que os livros passam a ser publicados sob as novas regras, sem diferenças de vocabulários entre os países. De acordo com o Ministério da Educação, o acordo alterou 0,8% dos vocábulos da língua portuguesa no Brasil e 1,3% em Portugal.

Alfabeto, trema e acentos

Entre as principais mudanças, está a ampliação do alfabeto oficial para 26 letras, com o acréscimo do k, w e y. As letras já são usadas em várias palavras do idioma, como nomes indígenas e abreviações de medidas, mas estavam fora do vocábulo oficial.

O trema – dois pontos sobre a vogal u – foi eliminado, e pode ser usado apenas em nomes próprios. No entanto, a mudança vale apenas para a escrita, e palavras como linguiça, cinquenta e tranquilo continuam com a mesma pronúncia.

Os acentos diferenciais também deixaram de existir, de acordo com as novas regras, eliminando a diferença gráfica entre pára (do verbo parar) e para (preposição), por exemplo. Há exceções como as palavras pôr (verbo) e por (preposição) e pode (presente do indicativo do verbo poder) e pôde (pretérito do indicativo do verbo poder), que tiveram os acentos diferenciais mantidos.

O acento circunflexo foi retirado de palavras terminadas em “êem”, como nas formas verbais leem, creem, veem e em substantivos como enjoo e voo.

Já o acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos “ei” e “oi” (antes "éi" e "ói”), dando nova grafia a palavras como colmeia e  jiboia.

O hífen deixou de ser usado em dois casos: quando a segunda parte da palavra começar com s ou r (contra-regra passou a ser contrarregra), com exceção de quando o prefixo terminar em r (super-resistente), e quando a primeira parte da palavra termina com vogal e a segunda parte começa com vogal (auto-estrada passou a ser autoestrada).

A grafia correta das palavras conforme as regras do acordo podem ser consultadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), disponível no site da Academia Brasileira de Letras (ABL) e por meio de aplicativo para smartphones e tablets, que pode ser baixado em dispositivos Android, pelo Google Play, e em dispositivos da Apple, pela App Store.

Kim Jong-un diz que está disposto a falar com Seul sobre “paz e unificação”

Da Agência Lusa

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, apelou hoje (1º) para a melhoria das relações com a Coreia do Sul, na sua mensagem de Ano-Novo, e afirmou estar disposto a falar com o Executivo de Seul sobre “paz e unificação”.

No pronunciamento, transmitido pela televisão estatal KCTV, Kim Jong-un reiterou a disposição da Coreia do Norte de dialogar com o Sul, e pediu a Seul para observar o acordo, alcançado por ambas as partes em agosto, que pôs fim a um episódio de tensão militar que despertou receios de um conflito armado na península.

“Estamos dispostos a manter conversações, de mente aberta, com qualquer um que aspire à paz e à unificação”, afirmou o líder. “A Coreia do Sul deve respeitar o espírito do acordo de agosto. Seul deveria evitar atos passíveis de alterar o ambiente de conciliação”, completou.

A Coreia do Norte e a Coreia do Sul mantiveram, nos últimos meses, encontros de alto nível após o acordo firmado em 25 de agosto. Contudo, as reuniões terminaram sem resultados concretos e sem uma data para uma nova roda de conversações.

Ameaça de atentado na Alemanha tem origem islâmica, diz polícia

Da Agência Lusa


A polícia da Alemanha informou na noite de quinta-feira (31) que identificou uma ameaça de atentado em Munique, na Alemanha. Um porta-voz disse à agência France Presse que um possível atentado de "origem islâmica" estaria em preparação. Segundo policiais, há seis suspeitos no centro das investigações.

Autoridades da área de segurança revelaram na quinta-feira ter “indicações de que um ataque terrorista” estava sendo preparado no sul da cidade de Munique. A polícia evacuou duas estações de metrô e apelou à população para que evitasse grandes concentrações.

“Segundo informações atuais, um ataque terrorista sendo planejado em Munique. Por favor evitem concentrações de pessoas”, escreveu a polícia alemã na rede social Twitter.


China entra na era dos dois filhos por casal, após 35 anos de filhos únicos

Da Agência Lusa


Após 35 anos, China põe fim à política de um filho por casalWu Hong/Agência Lusa

A China, país mais populoso do mundo, começa hoje (1º) a permitir que os casais ternham dois filhos. Com isso, chega ao fim o período de 35 anos da rígida política do filho único.

Uma emenda à lei de planejamento familiar que estende a todos os casais a autorização para terem dois filhos entrou em vigor com a chegada de 2016, apenas dois meses depois de, no final de outubro, a mudança ter sido anunciada um reunião do Partido Comunista chinês.

A mudança na política demográfica pode ter consequências significativas em uma sociedade em que muitas crianças nascidas desde a década de 1980 não têm irmãos, sobretudo em zonas urbanas – no campo era permitido um segundo filho se o primeiro fosse do sexo feminino. Especialistas chineses, no entanto, são cautelosos na hora de fazer previsões.

“Entre o final deste ano e o início do próximo surgirão as primeiras mudanças. É evidente que o número de bebês vai aumentar, mas não tanto”, disse Lu Jiehua, especialista do Instituto de Estudos da População, à agência noticiosa espanhola EFE.

Jiehua disse que os futuros pais que se vão ver beneficiados pela política, precisamente os da geração do filho único, “pensam muito hoje em dia na hora de constituir uma família, porque é um encargo muito grande” em um país onde a educação e a saúde não são gratuitas nem baratas.

“Entre 2017 e 2019 pode haver um maior número de nascimentos, mas dentro de cinco anos vai regressar ao nível de agora. A partir de 2020 será preciso ver se a política deve ser ampliada”, afirmou Lu Jiehua, referindo-se à eventual possibilidade de a China passar a permitir três ou mais filhos.

A restrita política do filho único tem sido flexibilizada nos últimos anos. Em 2013, por exemplo, foi aliviada com a ampliação do número de exceções em que um casal poderia ter um segundo descendente.

O governo chinês estima que, a partir de hoje, 100 milhões de famílias sejam beneficiadas pela “política dos dois filhos”.

O especialista Xiang Junyong, da Universidade Popular de Pequim, também foi prudente na hora de fazer previsões sobre o aumento anual do número de nascimentos como consequência da nova política, apontando um intervalo entre 3 milhões e 8 milhões a mais.

Atualmente, registam-se cerca de 15 milhões de nascimentos por ano na China, mas estima-se que, até 2020, esse número aumente para 20 milhões, uma marca que o país nunca alcançou desde 1997.

“Em curto prazo vai haver um aumento da população, mas mais à frente não vai haver assim tantas mudanças”, prevê Xiang, ao explicar que muitos dos beneficiados são pessoas que nasceram nos anos 70 e que, no caso das mulheres, se encontram nos últimos anos de fertilidade.



Segurados de planos de saúde terão direito a 21 novos procedimentos em 2016

Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado


A partir de amanhã (2), beneficiários de planos de saúde individuais e coletivos vão passar a ter direito a mais 21 procedimentos, que passam a ser obrigatórios. A nova lista inclui o teste rápido de sangue para diagnóstico de dengue e chikungunya, para que os pacientes tenham o resultado na própria emergência, e a ampliação do número de consultas com fonoaudiólogo, nutricionistas, fisioterapeutas e psicoterapeutas, entre outros.

O rol é uma lista de tratamentos de cobertura obrigatória pelos planos de saúde, baseada nas doenças classificadas pela Organização Mundial da Saúde. Para incluir novos procedimentos (OMS), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) revisa a lista a cada dois anos com base em critérios técnicos para inclusão de novos tratamentos.

“Para ser incluída no rol, é preciso que a nova tecnologia tenha um nível de evidência científica satisfatória para comprovar que é segura, que tem eficácia e que vai trazer benefícios aos pacientes. Também consideramos questões epidemiológicas, como no caso da sorologia para dengue, por exemplo”, explicou a gerente-geral de Regulação Assistencial da ANS, Raquel Lisboa.

Este ano, a elaboração da lista teve apoio do Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde e de consulta pública feita pela ANS. A mudança vai beneficiar 50,3 milhões de consumidores em planos de assistência médica e outros 21,9 milhões de beneficiários com planos exclusivamente odontológicos.

Sobre o impacto financeiro das mudanças, Raquel Lisboa disse que o aumento é baixo, se comparado aos benefícios. “Nós fazemos a avaliação a posteriori para saber o impacto das mudanças no preço dos planos de saúde, e só o rol costuma ficar em torno de 0,5 a 1%”, informou.

Entre as novidades de tratamento estão o implante de monitor de eventos (Looper) utilizado para diagnosticar perda da consciência por causas indeterminadas, o implante de cardiodesfibrilador multissítio, que ajuda a prevenir morte súbita, o implante de prótese auditiva ancorada no osso para o tratamento das deficiências auditivas e a inclusão do enzalutamida – medicamento oral para tratamento do câncer de próstata.

A ANS ampliou também o uso de outros procedimentos que já eram ofertados, como o tratamento imunobiológico subcutâneo para artrite psoriásica e o uso de medicamentos para tratamento da dor com efeito adverso ao uso de antineoplásicos.

Os usuários vão ter direito a número maior de sessões com fonoaudiólogos. Elas passam de 24 para 48 ao ano para pacientes com gagueira e idade superior a 7 anos e transtornos da fala e da linguagem, de 48 para 96 para quadros de transtornos globais do desenvolvimento e autismo e 96 sessões, para pacientes que têm implante de prótese auditiva ancorada no osso.

Houve ampliação ainda das consultas em nutrição: passam de seis para 12 sessões para gestantes e mulheres em amamentação. Aumentou também o número de sessões de psicoterapia, de 12 para 18 sessões.

Acesse aqui a lista completa de novos tratamentos.


Charlie Hebdo terá edição especial para marcar um ano de atentado

Da Agência Lusa


O jornal satírico francês Charlie Hebdo anunciou hoje (31) que vai lançar uma edição especial para assinalar o primeiro aniversário do atentado, que fez 12 mortos.

A edição especial, com 32 páginas, terá uma seleção de caricaturas dos cartoonistas que morreram no ataque e dos que integram atualmente a redação, além mensagens de apoio. A publicação será lançada na próxima quarta-feira, dia 6 de janeiro, véspera do primeiro aniversário do atentado, com quase um milhão de exemplares.

No dia 7 de janeiro de 2015, dois homens armados atacaram os escritórios do Charlie Hebdo, em Paris, matando 12 pessoas. O atentado ocorreu depois que o jornal publicou um número especial sobre as primeiras eleições na Tunísia, após a destituição do presidente Zine el Abidine Ben Ali, vencida pelo partido islamita Ennahda, no qual o profeta Maomé era retratado “redator principal”.

Uma semana depois do atentado, o Charlie Hebdo lançou uma edição preparada pelos sobreviventes do ataque terrorista, que vendeu o recorde de 7,5 milhões de cópias e impulsionou a circulação do semanário.

O Charlie Hebdo afirmou que já recebeu muitas encomendas do número especial de outros países, incluindo 50 mil exemplares para a Alemanha. Atualmente, a publicação vende cerca de 10 mil cópias internacionalmente e aproximadamente 100 mil nas bancas franceses.

A publicação do número especial ocorre em um momento de crescente receio quanto a ataques terroristas na Europa, depois que jihadistas ligados ao movimento extremista Estado Islâmico (EI) mataram 130 pessoas, em Paris, em meados de novembro, em atentados coordenados.

Na Bélgica, Bruxelas cancelou, nesta quarta-feira, as festas previstas para a passagem de ano, justamente, devido ao receio de um eventual atentado na cidade belga, que tem 1,2 milhão de habitantes e que sedia a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Calendário geek: confira os 13 filmes mais aguardados de 2016

HuffPost Brasil  |  De Amauri Terto




2016 será um grande ano para a cultura pop no cinema.

A partir de fevereiro, diversas histórias baseadas em personagens de HQs, livros e games chegarão às telonas em grandes produções e sequências de franquias.

Para você não perder nenhum título importante, montamos uma lista com os 13 filmes que mais têm gerado expectativa dos fãs em todo o mundo.

Junto com os trailers ou teasers, você confere também as datas das estreias das produções nos cinemas brasileiros. Abra o bloco de notas aí no seu smartphone e comece a se organizar desde já.

E que venha logo 2016!

1. Deadpool


A história do herói boca suja estreia nas salas brasileiras dia 11 de fevereiro.


2. Batman Vs. Superman - A Origem da Justiça


O embate entre super-heróis mais aguardado do ano chega às telonas dia 24 de março.



3. Capitão América: Guerra Civil


Aqui, a briga é entre Capitão América e Homem de Ferro. A estreia ocorre dia 6 de maio.



4. Warcraft



Dos games para as telonas, com muita aventura e fantasia, o filme estreia dia 26 de maio.



5. X-Men Apocalypse


Mais um título da mega franquia X-Men chega aos cinemas dia 19 de maio.



6. Independence Day - O Ressurgimento


Após 20 anos do primeiro filme, uma nova invasão alienígena chega às telonas dia 23 de junho.



7. Star Trek: Sem Fronteiras


A nova aventura da Enterprise chega aos cinemas brasileiros dia 21 de julho.



8. Esquadrão Suicida


A adaptação dos quadrinhos que traz Jared Leto na pele do Coringa chega aos cinemas dia 4 de agosto.


9. Gambit


O filme sobre o mutante que manipula energia cinética estreia por aqui dia 7 de outubro.


10. Doutor Estranho

Benedict Cumberbatch é quem dará vida ao neurocirurgião Stephen Strange no filme que estreia dia 3 de novembro.


11. Animais Fantásticos e Onde Habitam


Filme que integra o universo de Harry Potter chega às telonas dia 18 de novembro.


12. Star Wars - Rogue One


O spin-off da Disney baseado na saga Star Wars chega aos cinemas dia 15 de dezembro.


13. Assassin's Creed


Protagonizado por Michael Fassbender, o filme baseado nos games de aventura estreia nas salas brasileiras dia 21 de dezembro.

Universidade britânica planta uma árvore por estudante para ajudar o planeta

The Huffington Post UK  |  De Lucy Sherriff




Uma universidade britânica está plantando uma árvore para cada novo estudante matriculado.

A iniciativa tem como objetivo eliminar a pegada de carbono, ou seja, a quantidade de dióxido dos alunos emitida na atmosfera. A Arts University Bournemouth (AUB) fechou uma parceria com a organização Woodland Trust, que fornecerá as árvores, com mudas do Reino Unido, para serem plantadas nas proximidades da fazenda Hicks Farm, na cidade costeira de Bournemouth, no sul da Inglaterra.

As árvores incluem 500 carvalhos ingleses e uma mescla de outras espécies nativas.

Oscar Woodruff, presidente da união dos estudantes da universidade, que está liderando o projeto, disse: “Plantar uma árvore para cada novo estudante da AUB é uma tradição fantástica e uma maneira criativa de neutralizar as pegadas de carbono de cada novo aluno”, afirmou.

“Mostra o compromisso da união dos estudantes e da universidade para causar um impacto positivo na área local e na comunidade, ao mesmo tempo aumentando a conscientização para questões mais amplas relacionadas à sustentabilidade.”

“As emissões de gases causadas por organizações e pessoas ainda não foram levadas a sério por muitos, então estamos fazendo nosso melhor, considerando todas as questões relacionadas à sustentabilidade sempre que possível para incentivar e apoiar uma mudança positiva.”

Um porta-voz da Woodland Trust acrescentou: “à medida que as novas árvores cresçam, ajudarão a aumentar a contagem de árvores [do condado de] Dorset, que atualmente está abaixo da média nacional, coberto em apenas 11,5% por florestas. O índice recomendado pelo governo é de 15%”.

“As árvores absorvem e removem naturalmente as emissões de dióxido de carbono prejudiciais da atmosfera, ajudando a limpar e purificar o ar, então é fantástico que os estudantes estejam comprometidos em investir num futuro ambiental mais saudável”.

Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost Uk e traduzido do inglês.

Dilma sanciona lei que cria cadastro de alunos superdotados

Estadão Conteúdo



A presidente Dilma Rousseff sancionou lei que prevê a criação de um cadastro nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação. O texto foi publicado nesta quarta-feira (30) no Diário Oficial da União.

O cadastramento deverá ser o ponto de partida para ofertar a esse grupo de alunos atendimento especializado, que permita, por exemplo, a aceleração dos estudos.

Estima-se que no Brasil existam 2,5 milhões de alunos com altas habilidades matriculados no ensino fundamental e médio. Oficialmente, no entanto, os números são bem menores. Censo preparado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) identifica 13.308 estudantes que se encaixam neste perfil matriculados na educação básica.

As regras para identificação, cadastramento e atendimento ainda precisam ser regulamentadas pela União, Estados e municípios. A lei que cria o cadastro foi sugerida pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).

Em setembro, quando o então projeto foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, a presidente do Conselho Brasileiro da Superdotação, Suzana Pérez, afirmou que a identificação dos estudantes com altas habilidades era necessária, mas insuficiente. Para ela, é essencial também a existência de profissionais preparados para fazer tal reconhecimento.

Delator fala em repasse de R$ 2 milhões para Renan evitar instalação de CPI

Estadão Conteúdo



Em delação premiada, Carlos Alexandre de Souza Rocha, um dos entregadores de dinheiro de Alberto Youssef, cita conversas em que o doleiro mencionou pagamentos ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Rocha, conhecido como Ceará, disse que em "várias vezes" ouviu Youssef falar no nome do peemedebista.

Em uma delas, Youssef teria dito que repassaria R$ 2 milhões a Calheiros para evitar a instalação de uma CPI da Petrobras.

O entregador de dinheiro não soube precisar aos investigadores o ano em que a conversa teria ocorrido, tampouco se o pagamento foi feito. De acordo com ele, a CPI não foi instalada naquela ocasião. "Mas Renan Calheiros não é da situação?", questionou Ceará a Youssef. O doleiro teria respondido, segundo o delator: "Ceará, tem que ter dinheiro pra resolver".

Renan Calheiros já é alvo de ao menos seis inquéritos perante o Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. Entre as apurações envolvendo o peemedebista, está a investigação por suposta formação da quadrilha.

No depoimento à Procuradoria-Geral da República, o entregador de dinheiro de Youssef também menciona uma operação com entrega de R$ 1 milhão em Maceió, Alagoas - Estado de Calheiros.

Depois de toda a operação, que envolvia retirada de dinheiro em Recife (PE) e entrega em Alagoas, Youssef teria dito a Ceará que o dinheiro seria destinado a Renan Calheiros. O dinheiro foi entregue em duas parcelas em um saguão de hotel, a um homem que o emissário de Youssef não sabe identificar.

Ao chegar em São Paulo, irritado com a pressão do doleiro para que a entrega fosse feita depressa, o delator perguntou a Youssef quem iria receber o R$ 1 milhão levado a Maceió.

"Que Alberto Youssef respondeu ao declarante em alto e bom som: 'O dinheiro era para Renan Calheiros'", disse o delator aos investigadores da Lava Jato, sobre a resposta de Youssef.

A terceira menção a Calheiros feita pelo delator menciona uma operação de venda da empresa Marsans, adquirida por Youssef, a um fundo de pensão.

De acordo com o entregador de dinheiro de Youssef, o doleiro disse que "havia a participação de Renan Calheiros nessa operação". Ele não soube precisar aos investigadores, no entanto detalhes sobre o caso e afirmou que em 2014 Youssef chegou a viajar a Brasília para conversar com o peemedebista a respeito, mas não conseguiu falar com o senador.

Os depoimentos de Ceará foram prestados entre o final de junho e o início de julho deste ano, na Procuradoria-Geral da República. As declarações foram mantidas sob sigilo até este mês, quando o relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, retirou o segredo da documentação.

A defesa de Calheiros afirmou que não teve acesso ainda ao depoimento e que o senador prestará esclarecimentos quando tiver a delação em mãos. O advogado de Calheiros, Eugênio Pacelli, disse ainda que "tais declarações do delator são de uma inconsistência que falam por si”.

Em Jerusalém, professor acalma bebê de aluna que não parava de chorar em sala de aula

Huffpost Brasil  |  De Andréa Martinelli

Imagine a seguinte situação: você é mulher, mãe, estudante, e não tem com quem deixar o seu bebê. Você o leva para a aula e ele começa a chorar e causa um desconforto aos colegas de sala e para quem está ministrando a aula. A reação mais comum seria sair da sala com o bebê e acalmá-lo em outro local, certo? Não exatamente...




Este professor da foto acima fez diferente. Ele é Sydney Engelberg, professor de filosofia e psicologia da Universidade de Gratz, em Jerusalém, Israel. O post acima foi publicado por Sarit Fishbaine, filha do acadêmico. A imagem foi compartilhada por mais de 3 mil pessoas e chegou até o Brasil. Tentamos traduzir a legenda, em hebraico, e o que descobrimos foi algo como:

"Local: uma faculdade bem conhecida em Jerusalém. O curso: comportamento organizacional. Palestrante: Dr. Sydney Engelberg. O que aconteceu: o bebê de uma das estudantes que frequentava a classe começou a chorar. Ao invés de deixar a moça se retirar com a criança, ele (que também é avô) não hesitou em pegar o bebê no colo e tentar acalmá-lo - dando uma lição de compaixão para todos ao continuar a aula com o pequeno no colo. Quero mais palestras como esta. Meu pai é o melhor do mundo"
Queremos um mundo com mais professores como este :)

Anvisa suspende fabricação e propaganda irregular de produto emagrecedor

Agência Brasil



Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada hoje (30) no Diário Oficial da União determina a suspensão da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e do uso do medicamento Natu Diet com a seguinte composição: sene, gelatina, cáscara sagrada, espirulino, cavalinha, espinheira santa, fucus e carquejo doce.

De acordo com o texto, foi constatada a existência de propaganda irregular do medicamento veiculada no endereço eletrônico: www.natu.diet e www.comprenatudiet.com.br, com as seguintes alegações terapêuticas: reduz apetite, acelera o metabolismo, elimina gordura localizada e diurético.

Ainda segundo a Anvisa, foi comprovada também a inexistência de registro do produto como medicamento e a ausência de identificação do fabricante no rótulo.

A agência determinou a apreensão e inutilização de todas unidades do produto encontradas no mercado.

Pela primeira vez, Bill Cosby é indiciado e pode pegar até 12 anos de prisão por caso de estupro

HuffPost Brasil  |  De Andréa Martinelli

Agora ficou sério para Bill Cosby.

Após mais de 50 acusações de abuso sexual por diversas mulheres, Bill Cosby foi, nesta quarta-feira (30), pela primeira vez, indiciado por um dos casos.

O comediante americano de 78 anos, foi formalmente acusado e teve um mandado de prisão expedido sob a acusação de ter drogado e abusado sexualmente Andrea Constand, uma ex-funcionária da Universidade de Temple em 2002, onde Cosby estudou e foi integrante da direção. O comediante pode ser sentenciado a até doze anos de prisão.

O episódio teria ocorrido na mansão do humorista em Elkins Park, na Pensilvânia. As informações foram divulgadas pela revista People.

Andrea não comentou o caso, mas segundo informações da revista, uma de suas advogadas agradeceu à do condado de Montgomery, também na Pensilvânia:

"Obviamente, nós agradecemos pela expressão de confiança", afirmou Dolores Troiani. "Vamos ver o que acontece. Esperamos que a justiça seja feita. Vamos cooperar totalmente".

Cosby já tinha sido interrogado em setembro de 2005 por Dolores Troiani, advogada de Andrea, que atualmente trabalha como massagista em Ontário, no Canadá.



Segundo informações da Reuters, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30), o promotor-assistente Kevin Steele anunciou: "O senhor Cosby foi indiciado por agressão indecente com agravante".

Segundo Steele, Cosby deverá se apresentar à juíza Elizabeth McHugh ainda na tarde desta quarta. Ele explicou:

"Na noite em questão, o senhor Cosby insistiu para que ela [Andrea Constand] tomasse pílulas dadas por ele além de vinho. Seu efeito a tornou incapaz de mover-se e de responder a suas investidas. Ele então cometeu uma agressão indecente agravada contra ela".
E acrescentou:

"A Justiça considera que o acusado comete algum tipo de penetração vaginal, penetração utilizando seus dedos, e que a pessoa faz isso sem o consentimento da denunciante. Examinando todas as evidencias, hoje podemos fazer justiça em nome da vítima".
Cosby também havia dito anteriormente que sua relação com Andrea Constand foi consensual, mas a ex-funcionária alega que, na época em que o crime ocorreu, ela estava em um relacionamento com outra mulher. Andrea se refere ainda ao humorista como um "narcisista" que não percebeu que ela era homossexual.

Elas quebraram o silêncio

Mais de 50 mulheres já alegaram terem sido drogadas e sexualmente violentadas por Bill Cosby, que nega as acusações desde o começo. Alguns incidentes ocorreram décadas atrás, e muitos deles já prescreveram. O caso atual, referente a Andrea, prescreve em janeiro de 2016.

O comediante vem negando repetidamente ter cometido qualquer delito e, recentemente, abriu um processo por difamação contra sete mulheres que o acusaram de estupro. O ator rotulou as acusações delas de "malvadas, oportunistas, falsas e difamatórias", e de serem "uma mera tentativa para conseguir dinheiro" e "arruinar" sua reputação.

(Com informações da Reuters)

ATUALIZAÇÃO:

Segundo a BBC, o comediante se apresentou à Justiça da Pensilvânia na tarde desta quarta-feira (30), mas não fez comentários sobre as acusações e o fato de ter sido indiciado. A CNN registou o momento no Twitter:

Segundo o Washington Post, a fiança de Cosby foi fixada em em US$ 1 milhão, e ele foi obrigado a deixar pelo menos 10% do valor para ser liberado. De acordo com documentos judiciais obtidos pelos repórteres do WP, Cosby já pagou exigido e pode ser liberado ainda hoje.

Cosby foi liberado após pagamento parcial da fiança e teve que entregar seu passaporte. Uma audiência preliminar no caso foi marcada para 14 de janeiro. Bill Cosby foi fichado após ouvir a determinação judicial:



*esta nota será atualizada com novas informações.

Lava Jato: Aécio Neves foi citado em delação premiada como beneficiário de R$ 300 mil

Folha de S.Paulo  |  De Rubens Valente



O delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, "entregador" do doleiro Alberto Yousseff, revelou que um dos diretores da UTC Engenharia -- para qual fazia entregas -- disse que o senador Aécio Neves foi destinatário de uma leva de dinheiro. As informações são da Folha de S.Paulo.

O repasse, de R$ 300 mil, teria ocorrido entre setembro e outubro de 2013. A assessoria do senador disse que a citação de seu nome é "absurda e irresponsável". A UTC Engenharia disse que "a acusação não tem fundamento".

A delação integra a Operação Lava Jato, que investiga desvios bilionários de recursos da Petrobras e envolveu partidos como PP, PMDB e PT.

Produtores inovadores começam a cultivar a própria água no Mato Grosso

Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ONLINE   |   Por: Liana John


O esforço reúne agricultores, ONGs e índios numa história de sucesso que já dura dez anos


 

Na Fazenda Brasil, em Barra do Garças (MT), os bons resultados da restauração florestal à beira d’água já atraem vizinhos interessados em reproduzir as práticas sustentáveis. É o caso desta matinha, que há dois anos era apenas um pasto degradado.
« Especial: Plantadores de Florestas
Todo agricultor tem orgulho de botar comida na mesa. Em suas mãos, sementes se transformam em arroz, feijão, batata, verduras, frutas ou ração para bois e vacas, galinhas, porcos, carneiros, cabras e até peixes. Mas nem sempre é o bastante.

Quem mexe com a terra frequentemente também precisa se preocupar com a água. Ou até se tornar um produtor de água: para assegurar a própria atividade, altamente dependente de irrigação, para restaurar ou conservar ecossistemas e para ajudar a abastecer as cidades, de consumo cada vez mais concentrado. Em um mundo tão ocupado por populações humanas, que continuam a crescer, já não é suficiente deixar só para as chuvas a tarefa de matar a sede de todos os seres vivos. Sobretudo em um cenário de mudanças climáticas.

Em municípios pequenos, com tradição agrícola, eventualmente é mais fácil perceber a importância de ter os agricultores como aliados na hora de proteger os mananciais. E, se o prefeito tiver um pé na roça, tanto melhor!

É o caso de Louveira, no interior de São Paulo. Localizado entre duas metrópoles que disputam a berros e canetadas as águas do Sistema Cantareira - São Paulo e Campinas -, o município de 55 quilômetros quadrados e 39 mil habitantes tem a sorte de captar toda a água de abastecimento das nascentes localizadas em seu território. Escapa da briga política pelos recursos hídricos e da poluição dos rios à sua volta.

Mas precisa tomar suas providências para garantir água de qualidade em quantidade suficiente para todos os usos. Assim, em 2013, o prefeito e produtor de morangos Nicolau Finamore Júnior sancionou uma Lei Municipal de Incentivos à Fruticultura, que prevê um pagamento anual de 4 mil reais por hectare de árvores de fruta mantido nas áreas de mananciais. Para receber, o produtor de uva, caqui, pêssego ou ameixa deve cumprir algumas exigências, como promover a conservação do solo, com boa infiltração de água de chuva nas áreas cultivadas.

Para saber como fazer isso, caso haja alguma dúvida, o fruticultor pode recorrer a um técnico agrícola da prefeitura. Se for necessário movimentar terra, é só requerer o uso de máquinas municipais. E, se ainda faltarem os resíduos vegetais para acrescentar à cobertura morta amontoada ao pé de seu vinhedo ou de suas árvores de fruta, basta pedir uma entrega de restos de podas urbanas, já triturados e prontos para usar, disponibilizados na porteira do solicitante.

Muita moleza? Não, apenas uma retribuição por serviços ambientais efetivamente prestados. Ou, nas palavras do prefeito: "A estimativa de custos totais é alguma coisa em torno de 6 milhões de reais anuais, quando o plano de incentivo estiver plenamente estabelecido. Louveira produz água dentro do município e depende dos agricultores. Então é um investimento: nós estamos dando a contrapartida para quem já ajuda e sempre ajudou o município. Eu não vejo como uma despesa, na verdade é um bom investimento, que dá lucro em água e em qualidade de vida. É muito bom negócio".

Ainda no interior de São Paulo, o trabalho de muitos anos da Associação Mata Ciliar rende dividendos em transparência e qualidade das águas, nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Além de convencer pequenos e médios agricultores a dar sua contribuição para a conservação dos recursos hídricos, o engenheiro agrônomo Jorge Bellix de Campos passa todas as dicas técnicas e consegue as mudas de espécies florestais adequadas para a região. De quebra, ainda trabalha com a instalação de fossas sépticas nas propriedades rurais. Assim, os agricultores investem em saúde familiar e os rios recebem águas menos poluídas.

No coração do Brasil, mais uma parceria incomum aumenta a produção de água e melhora a qualidade dos recursos hídricos. Ao constatar a deterioração das nascentes na bacia do rio Xingu, quase todas localizadas fora do perímetro do Parque Indígena do Xingu, há dez anos o Instituto Socioambiental (ISA) criou a campanha Y Ikatu Xingu, ou Salve a Água Boa do Xingu. Logo obteve apoio de numerosas organizações não governamentais - nacionais, internacionais e locais -, de representantes oficiais e de lideranças indígenas, preocupadas com o abastecimento nas aldeias. Mas era preciso chegar a quem estava na beira dos córregos e rios formadores do Xingu. Aí veio a ousadia de convidar também os fazendeiros para as rodadas de conversa.

Camaiurás no ritual do banho, na lagoa Ipavu, formada pelos rios Xingu e Culuene. Suas águas, como as de toda a bacia, estão ameaçadas pela degradação do solo ao redor do Parque Indígena. Por isso, os índios também coletam sementes para reflorestamento das fazendas - Foto: Alex Almeida


A dificuldade em romper o preconceito e sentar à mesa para dialogar com o "inimigo" motivou discussões internas, cheias de prós e contras. Venceram os prós. Mesmo porque o "inimigo", aos poucos, revelou preocupações compatíveis com o objetivo maior, de melhorar a qualidade da água em toda a bacia hidrográfica.

Pressionados pela legislação ambiental e, depois, pelo polêmico Código Florestal, vários produtores de soja e pecuaristas do Mato Grosso queriam regularizar a situação de suas terras. No entanto, faltava uma assistência técnica capaz de desembaraçar o cipoal de decretos, medidas provisórias, termos de ajustamento de conduta. Faltava traduzir o palavrório em medidas práticas: a cerca vai aqui, o plantio de nativas começa ali, o manejo do gado é assim, o recuo da soja é assado...

Apesar de ser agrônomo, Rodrigo Junqueira nunca havia trabalhado em fazendas. Sua experiência era com comunidades. Mas topou a empreitada, fez as malas e foi morar em Mato Grosso, com a família e mais dois técnicos: Eduardo Malta Campos Filho e Osvaldo Luis de Sousa, o "pai" da agrofloresta no projeto. "Nosso primeiro resultado concreto foi promover esse encontro de diferentes, algo inédito na história da região, com a participação de lideranças indígenas, movimentos sociais, ambientalistas e representantes do agronegócio. E o objetivo não era expor as diferenças ou sair dali com uma carta de intenções. Era trabalhar concretamente naquilo que poderia ser comum", relata Junqueira. Os atores não estavam no mesmo barco, mas partilhavam as mesmas águas.

Gradativamente, definiu-se um modelo de intervenção com lugar para todos. O principal problema na região eram as pastagens, que se estendiam até a beira dos cursos d´água. Então a primeira providência solicitada aos fazendeiros foi cercar as áreas de preservação permanente (APPs), delimitadas pelos técnicos. O gado teve de se acostumar aos novos bebedouros, pois deixou de ter acesso direto aos córregos e rios. As faixas cercadas estavam destinadas à recuperação da vegetação ciliar para a produção de água boa.

O obstáculo seguinte era o custo para restaurar as matas ciliares com mudas de árvores nativas. Esse foi um grande porém: não havia produção suficiente de mudas na região e a manutenção das candidatas a árvores, após o plantio, ficava praticamente inviável porque o capim braquiária dos antigos pastos rebrota rápido, abafando qualquer outra espécie.

Muvuca

Da necessidade nasceu a solução, apelidada de "muvuca": em lugar de recompor as matas ciliares com mudas, os fazendeiros passaram a espalhar uma mistura de sementes nativas, coletadas na região por indígenas e pequenos agricultores. Estava estabelecida a conexão-chave para o sucesso da iniciativa!

Com a "muvuca", o custo de plantio é muito menor (de três a cinco vezes mais baixo), só é preciso fazer uma manutenção (contra quatro ou cinco do plantio de mudas) e isso viabiliza a recuperação de faixas mais extensas ao longo dos cursos d´água. O fato de a coleta de sementes ser feita na própria região livra as futuras matas de espécies exóticas. A mistura de sementes garante diversidade. E o novo mercado é fonte extra de renda para indígenas e pequenos agricultores, estabelecendo uma nova relação deles com os grandes produtores. Como regra básica, cada coletor só pode colher o que está encomendado, de modo a evitar desperdícios e impactos negativos sobre a regeneração natural das matas de onde saem as sementes.

Como se essas vantagens não fossem suficientes, a "muvuca" apresenta um índice melhor de crescimento e sobrevivência. "As mudas crescem inicialmente num ambiente de viveiro, protegidas do sol, com regas constantes, sem competição com outras plantas. Quando são transferidas para o campo, enfrentam o sol forte e disputam espaço com o capim, que é muito agressivo. A manutenção na várzea é inviável e a taxa de mortalidade torna-se alta, por volta de 45%. As sementes, ao contrário, já germinam no ambiente externo e aparentemente nascem mais adaptadas para sobreviver e competir com as invasoras", explica a bióloga Artemizia Nunes Moita, gerente de meio ambiente da Agropecuária Fazenda Brasil (Grupo AFB). Ela é a responsável pela recomposição da vegetação de APPs de diversas propriedades, localizadas no leste do Mato Grosso, nas vizinhanças de Nova Xavantina.

A primeira providência a ser tomada pelos fazendeiros comprometidos com a campanha Água Boa do Xingu é afastar os bois dos rios. O gado ganha bebedouros no meio do pasto, as margens dos cursos d’água são cercadas, e então ali é lançada a “muvuca” de sementes. Pelo menos 2 mil hectares de matas ciliares da bacia do rio Xingu já estão em recuperação, provando que dá para reverter a tendência de derrubada, erosão e assoreamento e proteger as nascentes localizadas fora do Parque Indígena do Xingu - Foto: Ricardo Teles

Segundo conta Artemizia, entre as sementes de árvores nativas, na "muvuca" são incluídas algumas leguminosas, usadas para a adubação verde, como o feijão-de-porco e o feijão-guandu. A missão dessas espécies, além de fornecer nitrogênio para as árvores nativas, é crescer rápido e produzir sombra, uma das poucas coisas capazes de limitar o "espaçoso" capim braquiária. "Essas leguminosas têm ciclo curto e logo morrem, adubando a terra. Aí as árvores nativas já cresceram o suficiente para se estabelecer. É uma recomposição mais rápida e mais eficiente", afirma.

O Grupo AFB precisa restaurar 568 hectares de vegetação ciliar degradada, dos quais 328 já estão plantados. Hoje muitos produtores procuram seus técnicos para saber como se faz essa recuperação, mostrando o potencial multiplicador da experiência.

No conjunto das propriedades agrícolas localizadas na bacia do rio Xingu, entre pequenos, médios e grandes produtores e assentamentos agrícolas, a recuperação da vegetação nativa hoje soma cerca de 2 mil hectares. É suficiente para tornar toda a água boa? Ainda não. A campanha Y Ikatu Xingu precisa da adesão de muitos outros produtores ao redor das nascentes e ao longo dos cursos d¿água. Afinal, os desmatamentos dos últimos 30 anos superam 6 milhões de hectares na bacia. Mas os 2 mil hectares comprovam a eficácia da alternativa. Demonstram que é possível reverter a tendência de derrubada, erosão e assoreamento.

Animadas com os primeiros bons resultados, algumas prefeituras municipais estruturaram programas de educação agroflorestal e esboçam estratégias de planejamento territorial considerando a conservação dos recursos hídricos. Nas aldeias, os indígenas aprenderam a monitorar a qualidade dos rios e selecionar as sementes mais adequadas para coleta, valorizando a floresta nativa e seus usos culturais. Nos assentamentos e nas propriedades de agricultura de subsistência, os sistemas agroflorestais se multiplicaram.

Do ponto de vista dos coletores, a "muvuca" provocou mudanças mais radicais. De repente, o mercado valorizou um conhecimento quase sem uso: o saber sobre a biodiversidade local, o tempo de florescimento e frutificação das árvores nativas, suas formas de reprodução. Em diversos casos, a nova atividade viabilizou a transição do subemprego para o negócio próprio. Neste início de 2014, a Rede de Sementes do Xingu conta com 350 coletores de sementes em 21 municípios, 18 assentamentos e 17 comunidades indígenas. Muitos deles trabalham com filhos e familiares, de modo que o número de pessoas envolvidas na atividade é bem maior.

Santino Sena, 55 anos, natural de Rio Pardo de Minas (MG), era trabalhador rural. Foi para o Mato Grosso aos 20 anos e cuidou de várias plantações, em Canarana e Nova Xavantina, sempre para os outros. Aos poucos, começou a produzir mudas de árvores nativas no quintal de sua casa e, em 2007, entrou para a rede organizada pelo Instituto Socioambiental. Hoje ele faz suas coletas nas matas de fazendas e no entorno das cidades ou mesmo nas praças das zonas urbanas.

Santino é um coletor dos bons, conhece as manhas da natureza. Retira sementes lá em cima, com uma tesoura de poda presa a uma taquara comprida ou subindo na árvore com cordas, se preciso for. Recolhe também os frutos caídos, cá embaixo no chão, seja no meio de folhagens ou pastagens, seja dentro d´água, nos banhados e igarapés. Depois de colhidas, ele limpa as sementes e as seca ao sol ou à sombra, conforme a espécie. Devidamente separadas, elas são armazenadas para esperar a hora do plantio em uma despensa refrigerada. Tudo muito simples, mas funcionando perfeitamente.

Antes das entregas, nos meses de primavera e verão, Santino ainda faz a quebra de dormência. Ou seja, ele imita a natureza, reproduzindo artificialmente as condições essenciais para acelerar a germinação. Para as sementes que passam pelo sistema digestivo dos animais, por exemplo, às vezes é preciso "arranhar" ou cortar a casca; às vezes é preciso mergulhar em uma solução ácida. Para aquelas que dependem de calor e umidade, basta colocar na água morna. A quebra de dormência é importante porque aumenta muito o índice de sucesso das futuras árvores.

Com o dinheiro da coleta de sementes, Santino deixou de ser funcionário e abriu sua microempresa, a S Sena Reflorestadora. A venda de mudas cresceu junto com a coleta de sementes e o viveiro pediu um terreno bem maior. "Agora ofereço o serviço de plantio e faço a manutenção durante os primeiros 30 dias para as mudas compradas aqui. Também reponho as que morrerem nesse período", anuncia. Ele continua trabalhando no campo, no entanto é dono do próprio tempo e ganha bem mais.

As mesmas vantagens levaram Vera Alves da Silva Oliveira a largar a vida de doméstica para investir na coleta de sementes e na produção de polpas de frutas congeladas. Aos 45 anos, ela finalmente quitou as dívidas, tem casa própria e agora planeja comprar uma moto para as entregas. "De manhã faço as polpas, vou vender na feira e nos restaurantes. E à tarde saio para fazer as coletas de sementes, quando é época", conta. As frutas nativas, como o cajá, têm dupla serventia: "Dá para tirar a polpa e aproveitar a semente. É só cuidar para o liquidificador não danificar as sementes", assegura Vera.

Em seu quintal, como no terreno de Santino, tem sempre uma lona esticada no chão, com sementes secando. É uma espécie de poupança a céu aberto, pronta para render juros aos coletores e água para a bacia do rio Xingu.

Nas fazendas, a par da recuperação de matas ciliares com a "muvuca", a boa infiltração das chuvas precisa ocorrer em toda a área de pastagens ou lavouras para garantir a recarga adequada dos lençóis subterrâneos. Não basta apenas cercar as margens de cursos d´água e construir bebedouros para o gado. É preciso olhar para o solo e lançar mão de práticas sustentáveis na propriedade inteira e então colher efeitos positivos na qualidade e quantidade dos recursos hídricos.

"Em 2006, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária [Embrapa] escreveu um macroprojeto envolvendo 13 unidades para atuar na região do rio Xingu, com vários subprojetos. Nossa campanha Y Ikatu Xingu era uma âncora, um eixo central que mobilizava muitas organizações e tinha o mesmo público com o qual a Embrapa ia trabalhar. Então as coisas se combinaram e conseguimos estabelecer uma estratégia de abordagem das pessoas interessadas com sucesso", recorda Rodrigo Junqueira, do Instituto Socioambiental.

A parceria ISA-Embrapa virou livro, em dezembro de 2013. Plantar, Criar e Conservar une as experiências-piloto realizadas com fazendeiros e acrescenta instruções técnicas. É dirigido a quem quiser unir produtividade e conservação ambiental. A publicação ensina a "planejar uma propriedade rural, associando diversificação de atividades, intensificação produtiva, valorização dos serviços socioambientais". Tudo dentro dos limites dos recursos naturais e com incremento de renda, conforme diz o prefácio.

iLPF

Um dos modelos de gestão com boas recomendações é a integração lavoura/pecuária/floresta, ou iLPF. E entre os grupos que abriram as porteiras para projetos-piloto está a mesma Agropecuária Fazenda Brasil que fez o teste com a "muvuca". "Quando resolvemos investir no Mato Grosso, o Grupo já tinha uma preocupação ambiental e queria ir além do exigido por lei", afirma Armando Pires Neto, gestor do Grupo AFB. "Nunca medimos esforços para garantir o uso de tecnologias mais limpas, evitar a degradação das pastagens, preservar as aguadas naturais. Mas havia uma carência de informação mais técnica, de soluções mais inteligentes, e na primeira conversa com o ISA e a Embrapa já encontrei esse tipo de informação, de padrão técnico".

A partir de 2007, as fazendas do Grupo AFB implantaram experimentos de integração do plantio de soja, pastagens e florestas produtivas, tornando-se uma Unidade de Referência Técnica da Embrapa (Urte). Como seu negócio principal é gado de corte, as lavouras de soja são usadas para revitalização das pastagens degradadas. O sistema de plantio direto - sem revolver a terra e com o uso de adubação verde - ajuda a descompactar o solo, maltratado pelo pisoteio dos bois.

Em uma das fazendas, em Nova Xavantina, os 5,7 mil hectares são divididos em piquetes, com parte dos bois em sistema de confinamento e outra parte em semiconfinamento.

O esterco recolhido na área de confinamento segue para a compostagem e se transforma em adubo orgânico para os pastos do semiconfinamento. O plantio de soja para restauração dos pastos é intercalado com milheto (para cobertura do solo) ou milho (usado na ração dos bois confinados).

Após a terceira colheita de soja, um capim chamado mombaça é semeado de avião e as pastagens revitalizadas se tornam nitidamente mais verdes (e mais produtivas), contrastando com o horizonte de paredões avermelhados da Serra do Roncador. A mesma serra, diga-se de passagem, por onde andaram o marechal Cândido Rondon e os irmãos Villas-Boas, de história tão emblemática para as comunidades indígenas do Xingu.

As áreas plantadas com soja ficam entre linhas de árvores orientadas no sentido leste/oeste para não sombrear a lavoura. "Várias combinações de árvores foram experimentadas: eucalipto, teca, mogno, pequi, jatobá, baru e outras frutíferas nativas", enumera o agrônomo Handerson Paulo da Cruz, gerente de agricultura da AFB. O melhor resultado, na sua avaliação, é soja com eucalipto. "Depois do quarto ano de soja, o capim substitui a lavoura, mas os eucaliptos permanecem. Os bois entram nos novos pastos e aproveitam a sombra dos eucaliptos. Isso garante grande conforto térmico para o gado, fator importante nesta região muito quente", acrescenta. O eucalipto, depois de mais alguns anos, é aproveitado para lenha ou madeira, servindo inclusive para a fabricação de mourões de cerca.

A iLPF visa a otimização de sistemas de uso da terra e deve elevar a produtividade, a qualidade dos produtos, a qualidade ambiental e a competitividade do produtor, dizem os especialistas da Embrapa. As diversas combinações de lavoura, pecuária e floresta - testadas na Fazenda Brasil e em outras fazendas transformadas em unidades de referência técnica - servem para ajustar as recomendações mais adequadas a cada região e ao gosto de cada produtor rural. Mas todas elas reúnem uma boa lista de benefícios, incrementando a sustentabilidade no campo.

A integração lavoura/pecuária/floresta, ou iLPF, reduz a necessidade de desmatar para abrir novas lavouras ao garantir aumento de rentabilidade com a diversificação de produtos. Na Fazenda Brasil, em Barra do Garças (MT), a melhor opção é soja com eucaliptos e gado de corte - Foto: Ricardo Teles

Para começar, o sucesso da intensificação pode evitar novas derrubadas de florestas nativas por tornar possível obter, na mesma área, vários produtos (árvores, grãos, animais, forrageiras) e mais de uma safra por ano. A mesma intensificação compensa as áreas produtivas eventualmente "perdidas" para a reconversão de pastos ou lavouras da beira d’água em Áreas de Preservação Permanente (APPs).

A otimização e a intensificação ainda se estendem ao ciclo de nutrientes do solo, melhorando a qualidade e a conservação de suas características produtivas. Além disso, a luz e a água são recursos utilizados com mais eficiência, logo tanto o capital financeiro investido quanto o capital ambiental têm melhor retorno.

A biodiversidade do solo e das áreas protegidas se mantém em melhores condições. E, em alguns casos, até aumenta. No meio da soja, em boa parte do Mato Grosso, é comum encontrar bandos de emas (Rhea americana) circulando, de olho em insetos e aranhas para fazer uma boquinha. Nas áreas mistas, com lavoura e floresta, aumenta o número de espécies silvestres em circulação. Famílias inteiras de quatis (Nasua nasua) passeiam tranquilas em plena luz do dia. Caso sejam surpreendidas por pessoas, buscam refúgio rápido entre as fileiras de árvores.

Falcões e gaviões de vários tamanhos sobrevoam as áreas de grãos atrás de pequenos roedores e aves, contando com os ramos mais altos das espécies florestais como ponto de observação. Catetos, queixadas e capivaras deixam seus rastros durante a noite e às vezes precisam ser contidos com cercas de múltiplos fios para não causar dano aos plantios de grãos. Atrás deles, eventualmente se registram rastros de onças - pardas e pintadas.

Nas margens dos cursos d´água, onde as sementes da "muvuca" já estão crescidas, a volta das aves complementa a restauração florestal. Ao voar entre as matas preservadas das reservas e as novas áreas em recuperação, essas aves transportam sementes de nativas, que "plantam" nos locais de pouso. Em particular, as aves da família dos tucanos e araçaris fazem um excelente trabalho de enriquecimento florestal. Elas são predominantemente frugívoras e têm uma autonomia grande de voo, viajando com mais frequência entre uma mata e outra. E, justiça seja feita, várias espécies de morcegos também contribuem no período noturno, devido ao hábito de colher frutos em um local e voar para longe para comer, deixando cair sementes pelo caminho e, principalmente, embaixo do recanto escolhido para as refeições.

Essa parte executada pela fauna silvestre na parceria pela restauração de matas ciliares não está nos acordos firmados entre indígenas, ambientalistas, movimentos sociais, assentados e fazendeiros. Mas cumpre seu papel em prol da água boa do Xingu, ao lado de toda essa gente.