Condenação de Bolsonaro é vitória para todas as mulheres

Wilson Dias/Agência Brasil e Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), ganhou, nesta quinta-feira (17), a ação judicial contra o também deputado Jair Bolsonaro (PP- RJ) por agressão verbal dita no plenário.

No episódio, ocorrido em dezembro de 2014, Bolsonaro disse que não a estupraria porque “ela não merece”.

Na época comentei:



Ele foi condenado a pagar R$ 10 mil a deputada.

“Considero que isso é uma vitória que pertence a toda as mulheres”, disse a deputada. “Independente do valor, essa condenação tem um sentido, mostra que a imunidade parlamentar não pode servir para incitação da violência e do ódio contra as mulheres.”

O deputado é também denunciado pelo Ministério Público por incitação ao crime de estupro e quebra de decoro. Processo, que pode resultar na cassação do deputado, ainda está em tramitação.

Heraldo Souza, da Rádio Cabriola.
Ouça outros comentários de Heraldo Souza no Podcast Cabriola: www.radiocabriola.com


Europa concorda em reduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

A União Europeia (UE) chegou hoje (18) a um acordo sobre o objetivo de reduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 e em 50% até 2050, na comparação com os níveis de emissão de 1990.

Os ministros do Meio Ambiente do bloco se reuniram hoje, em Bruxelas, para definir a posição dos 28 membros para a Conferência de Paris (COP 21) sobre o clima e concordaram também e na meta de reduzir as emissão a “quase zero”, até 2100.

Os ministros reafirmaram ainda, nas conclusões da reunião, a necessidade de manter o aquecimento global abaixo dos dois graus Celsius.


Uso facultativo de extintor em automóveis passa a valer a partir de hoje

Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto

Resolução do Conselho Nacional de Trânsito está publicada no Diário Oficial da UniãoMarcelo Camargo/Agência Brasil
O uso de extintor de incêndio em automóveis passa a ser facultativo no Brasil a partir de hoje (18), conforme resolução do Ministério das Cidades publicada no Diário Oficial da União.

A decisão foi tomada ontem (17) pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e envolve utilitários, camionetas, caminhonetes e triciclos de cabine fechada.

O equipamento continua obrigatório para todos os veículos usados comercialmente para transporte de passageiros, caminhões, caminhão-trator, micro-ônibus e ônibus, além de veículos destinados ao transporte de produtos inflamáveis, líquidos e gasosos.

A obrigatoriedade do uso do extintor estava em vigor no país desde 1970. Segundo o governo, a decisão pelo uso opcional do equipamento foi tomada após encontros com representantes dos fabricantes de extintores, do Corpo de Bombeiros e da indústria automobilística.

Autoridades de trânsito vão continuar a fiscalizar o uso de extintores de incêndio nos veículos em que seu uso é obrigatório. A punição para quem não estiver com o equipamento ou para quem estiver com o equipamento com validade vencida inclui multa de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira de habilitação.


Campanha incentiva imigrantes a se tornarem cidadãos dos Estados Unidos

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

O governo dos Estados Unidos lançou, nessa quinta-feira (17), uma campanha liderada pelo presidente Barack Obama, para incentivar 8,8 milhões de imigrantes legais no país a se tornarem cidadãos norte-americanos. A campanha, cujo lema é "Stand Stronger", foi apresentada em um vídeo pelo próprio presidente, em que destaca os benefícios da cidadania norte-americana.

“Ao passar a ser um cidadão norte-americano, você dá um passo importante para garantir esse sonho a todos nós. A promessa de melhores oportunidades de trabalho, os direitos e liberdades de que goza qualquer norte-americano e a possibilidade de dar algo mais ao país que agora chama de casa”, afirma o presidente.

“Não se trata de mudar quem você é, mas sim de acrescentar um novo capítulo à sua viagem como cidadão norte-americano e à nossa jornada como nação de imigrantes”, acrescentou.

A campanha "Stand Stronger" conta como "embaixadores presidenciais", com o chefe espanhol José Andrés (naturalizado), a atriz Diane Guerrero, o músico Dave Matthews e o ex-jogador de basebol mexicano dos Los Angeles Dodgers Fernando Valenzuela, também naturalizado norte-americano.

De acordo com estimativas recentes, há aproximadamente 13,3 milhões de residentes permanentes nos Estados Unidos, e 8,8 milhões deles podem requerer a cidadania”, informou a Casa Branca.


Refugiado é eletrocutado no Canal da Mancha

Da Agência Lusa

Um refugiado foi eletrocutado hoje (18) perto da entrada do Canal da Mancha, na França, quando tentava subir no teto de um trem para seguir viagem até a Inglaterra, informou a polícia.

“Pouco antes da meia-noite, um migrante – provavelmente sírio – foi encontrado morto no teto de um vagão de mercadorias no Canal da Mancha”, disse um porta-voz da polícia à agência de notícias francesa AFP.

Trata-se da décima morte de um migrante perto do Canal da Mancha, em Calais, desde 26 de junho passado que envolve pessoas que tentam chegar à Inglaterra, de acordo com uma fonte oficial ouvida pela AFP.

A data em questão corresponde ao início da crise migratória na região de Calais e da primeira morte de um migrante clandestino etíope no Canal da Mancha.

Questionado pela AFP, a Eurostar indica que a questão migratória ainda não teve repercussões no tráfego, que pode tornar-se mais complicado este fim de semana, com o início, hoje à noite, da Copa do Mundo de Rugby na Inglaterra, com milhares de torcedores tricolores esperados em Londres para a final de sábado entre Itália e França.

De acordo com fonte do Eurostar, não houve interrupção do tráfego após este novo acidente, uma vez que o vagão de mercadorias estava num anexo.

O grupo Eurotunel confirmou as informações e reiterou o seu apelo aos clandestinos para não tentarem subir nos trens de mercadorias, que permitem uma viagem de 35 minutos entre Coquelles (França) e Folkestone (Inglaterra).

“Deploramos o que aconteceu e que prova, uma vez mais, que qualquer tentativa de travessia ilegal na Mancha comporta riscos consideráveis”, indicou um porta-voz do Eurotunel à AFP.

Cerca de 3 mil migrantes, provenientes principalmente da Africa, do Afeganistão e da Síria, encontram-se na região de Calais na esperança de entrar em Inglaterra, que por eles é considerada um eldorado. Atualmente, cerca de 4 mil migrantes estão num campo de refugiados a cerca de 40 quilômetros de Calais.

No final de julho passado, o grupo Eurotunel estimou em cerca de 2 mil as tentativas de "invasão" por noite no Canal da Mancha.

Para evitar isso, foram realizados no local vários trabalhos durante o verão, incluindo barreiras nas proximidades, bem como um anel viário que leva ao porto de Calais, que veio a diminuir o número de tentativas de entrada (entre 100 a 200 por noite, em meados de agosto) e passagens clandestinas em caminhões.

México exige do Egito indenização para vítimas de ataque a turistas

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

O governo do México exigiu nessa quinta-feira (17) das autoridades egípcias as garantias necessárias para que as famílias das vítimas do ataque de domingo (13) recebam uma indenização, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

No domingo, 12 pessoas morreram, incluindo oito mexicanos, na sequência de um bombardeio aéreo das forças de segurança contra um grupo de turistas no Deserto Ocidental. Eles teriam sido confundidos com combatentes jihadistas, muito ativos no país, sobretudo após a destituição forçada pelo militares do ex-presidente Mohamed Morsi, em julho de 2013.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros informou, em comunicado, que, segundo instruções da ministra dos Negócios Estrangeiros, Claudia Ruiz Massieu, o subsecretário Carlos de Icaza convocou o embaixador do Egito, Yasser Shaban, para apresentar nota diplomática.

Na nota, o governo mexicano "exige as garantias necessárias para que as vítimas do trágico e lamentável ataque ocorrido no dia 13 de setembro, todas elas civis inocentes e seus familiares, recebam a reparação integral do dano, incluindo a indenização”.

As autoridades mexicanas voltaram a pedir ao governo egípcio “uma investigação exaustiva, transparente e profunda que proporcione, sem demora, uma explicação objetiva dos fatos e apure as responsabilidades”, para punição de acordo com as normas internacionais".

Os seis turistas mexicanos feridos no ataque de domingo no Egito iniciaram a viagem de volta ao México ontem, juntamente com a ministra Claudia Ruiz Massieu.

A bordo do avião presidencial também seguiram os parentes das vítimas, tanto dos feridos, quanto dos mortos, cujos corpos serão repatriados quando forem concluídas as investigações das autoridades egípcias. A chegada do avião ao aeroporto da Cidade do México é aguardada hoje.

O Egito diz que os turistas entraram em “área restrita” do Deserto Ocidental e foram mortos “por engano” pelas forças de segurança. Elas perseguiam um grupo de jihadistas que tinham raptado e matado um egípcio acusado de colaborar com as Forças Armadas.


Croácia chega a limite da capacidade de acolhimento

Da Agência Lusa

Migrantes que cruzaram fronteira da Sérvia com a Croácia aguardam em campo para fazer registroEPA/Antonio Bat/Agência Lusa/Direitos Reservados
O ministro do Interior croata, Ranko Ostojic, declarou hoje (18) que a capacidade de acolhimento de refugiados está saturada, depois da entrada no país de 13 mil migrantes, desde a manhã de quarta-feira.

"Registamos, até o momento, 13 mil migrantes em território da Croácia, e esse número indica que as nossas capacidades de acolhimento estão saturadas", declarou o ministro, citado pela emissora de televisão N1.

"Temos a obrigação de registar [os migrantes] devido às regras europeias. Essas pessoas podem pedir a proteção da Croácia e o nosso principal objetivo neste momento é estabilizar o acolhimento e ajudar quem precisa de ajuda", acrescentou.

"Fechamos os postos fronteiriços devido ao grande número de entradas", explicou Ranko Ostojic.

De acordo com a televisão pública sérvia (RTS), 30 ônibus que transportam migrantes chegaram esta madrugada a Sid, localidade muito próxima da fronteira com a Croácia.

A partir dali, os migrantes continuam a pé e atravessam a fronteira através dos campos.

Ontem (17), as autoridades croatas decidiram fechar "até nova ordem" sete dos oito postos fronteiriços com a Sérvia.

A decisão mantém a pressão sobre a União Europeia, cujos dirigentes vão se reunir na próxima semana para tentar ultrapassar suas divisões sobre uma resposta comum à crise migratória.

A Croácia é a nova rota para a Europa ocidental, depois do fechamento da fronteira da Sérvia com a Hungria, palco na quarta-feira de confrontos entre migrantes e forças de segurança.

Ataques do Boko Haram levam 500 mil crianças a deixar suas casas na África

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

Cerca de 500 mil crianças foram forçadas a fugir dos seus locais de origem, nos últimos cinco meses, devido à intensificação dos ataques do grupo radical islâmico Boko Haram na Nigéria, em Camarões, no Chade e Níger, anunciou hoje (18) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Com esses números, chega a 1,4 milhão o número de crianças da região que deixaram suas casas pelos ataques islâmicos, concentrados principalmente em áreas remotas do Nordeste da Nigéria.

“É alarmante ver que essas crianças e mulheres continuam a ser assassinadas, sequestradas ou utilizadas para explodir bombas”, afirmou, em comunicado, o diretor do Unicef para a África Central e Ocidental, Manuel Fontaine.

A Nigéria foi o país mais afetado, com 1,2 milhão de crianças, metade delas com idade inferior a 5 anos.

Mais 265 mil crianças foram atingidas em Camarões, no Chade e Níger. Esses países têm sido cada vez mais visados pelo Boko Haram, desde que se juntaram ao Exército da Nigéria em uma contraofensiva regional.

O Boko Haram luta para estabelecer um Estado Islâmico no Nordeste da Nigéria desde 2009.

Pelo menos 15 mil pessoas foram mortas no período.


Conselho de Segurança da ONU condena golpe de Estado em Burkina Faso

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

Os 15 países-membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) "condenaram veementemente” nessa quinta-feira (17) o golpe de Estado em Burkina Faso. Eles citaram a possibilidade de sanções contra os golpistas, se não entregarem o poder.

Em declaração unânime, os países reiteraram o pedido de libertação imediata do presidente, Michel Kafando, e do primeiro-ministro, detidos pelos autores do golpe militar. Eles exigiram que os autores do golpe "restaurem a ordem constitucional e entreguem o poder às autoridades civis de transição sem demora". Pediram ainda que seja respeitado o calendário da transição, "incluindo a realização de eleições livres e credíveis”, previstas para 11 de outubro.

"Os autores dessa tomada inconstitucional do poder pela força devem prestar contas", afirmam os 15 países, que se dizem "preparados para tomar medidas adicionais, se necessário".

O conselho pediu também a Burkina Faso que evite a violência.

Além disso, reafirmou o “forte apoio” aos esforços de mediação do representante da ONU na África Ocidental, Mohamed Ibn Chambas, que se encontrou ontem com o líder do golpe, o general Gilbert Diendéré.

Em entrevista hoje (18) ao semanário Jeune Afrique, Diendéré disse que a ação foi motivada pela grave situação de insegurança pré-eleitoral e prometeu libertar as autoridades da transição.

Os dois candidatos favoritos na eleição presidencial de 11 de outubro em Burkina Faso, Zephirin Diabré e Roch Marc Christian Kaboré, também condenaram o golpe de Estado.


Poluição atmosférica mata mais que câncer de pulmão

POR Ana Luísa Fernandes 

Respirar ar poluído é ruim e você já sabe. Mas que isso pode causar mais de 3 milhões de mortes por ano é um dado novo –e assustador

Um estudo feito pelo cientista Jos Lelieveld do Max Planck Institute for Chemistry, na Alemanha, revelou que a poluição atmosférica mata 3,3 milhões de pessoas por ano. O número é maior que o de mortes causadas pelo mais fatal tipo de câncer, o pulmonário, com 2,16 milhões de óbitos anuais. Dos 3,3 milhões, 75% estão concentrados na Ásia: a China fica no topo, com 1,4 milhões, e a Índia vem em segundo, com 650 mil. Não é de se estranhar, já que no ranking de maiores poluidores mundiais, os países ficam em 1º e 3º lugar, respectivamente. Os Estados Unidos e a Europa não ficam de fora: lá morrem 55 mil e 180 mil pessoas anualmente por causa da poluição. Como nada é tão ruim que não possa piorar, o estudo realizou estimativas baseadas no cenário atual de emissão de poluentes, e chegou à conclusão que, se nada for feito, em 2050 esse número vai dobrar. Ou seja: 6,6 milhões de pessoas vão morrer prematuramente a cada ano.


Se você acha que os principais culpados por esses dados alarmantes são os carros e as indústrias, está enganado. Casas que utilizam madeira e carvão para cozinhar ou para aquecimento são reponsáveis por um terço das mortes causadas pela poluição. Em segundo lugar vem a agricultura, responsável por um quinto das mortes. Os adubos químicos utlizados pela indústria agrícola liberam amônia no ambiente, que, combinada com outros produtos, como sulfatos e nitratos, forma verdadeiras partículas assassinas. Indústrias e carros entram em terceiro lugar.

Mas em um estudo relacionado, publicado na Nature Geoscience, as novidades foram otimistas para o nosso país: pesquisadores disseram que 1.700 mortes prematuras por ano foram evitadas no Brasil graças à dimuição das queimadas na floresta Amazônica. Esforços para a redução do desflorestamento vem sendo realizados desde 2004, e agora dão bons frutos. Durante a temporada da seca, a concentração das partículas poluentes atmosféricas diminui em 30%, o que melhora drasticamente a qualidade do ar e, felizmente, evita muitas mortes.



Fontes: Nature e Nature Geoscience

Dilma está disposta a encarar articulação política, diz Delcídio

Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil Edição: Maria Claudia

O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), disse hoje ((17) que a presidenta Dilma Rousseff está empenhada na busca de solução para cobrir o déficit fiscal de R$ 30,5 bilhões e assegurar a meta de superávit primário para 2016 de 0,7% % do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo Delcídio, Dilma está disposta a encarar a articulação política e conversar "diretamente" com parlamentares da base aliada sobre as medidas anunciadas na última segunda-feira. “A presidenta está muito empenhada. Ela vai conversar com alguns parlamentares, sim. Mas evidentemente dentro de critérios e auxiliada por seus ministros”, disse.

O senador informou que essas conversas serão acompanhadas por ministros mais próximos de Dilma que ajudarão no trabalho de articulação política com o Congresso, entre eles, Delcídio citou os ministros da Defesa, Jaques Wagner; das Comunicações, Ricardo Berzoini; da Casa Civil, Aloizio Mercadante e da Agricultura, Katia Abreu.

“Isso é importante, é fazer política. Tem que conversar, olhar olho no olho. Ouvir as opiniões [dos parlamentares], avaliar qual a expectativa deles com relação ao governo, verificar se os compromissos assumidos com os parlamentares foram cumpridos”, afirmou o líder.

Para Delcídio, o gesto “não significa inventar a roda” e “tudo quanto é governo trabalha dessa forma”. Segundo ele, a intenção é afinar a base e mantê-la "firme e confiável" nas votações no Congresso Nacional.

Ele citou, como primeiro desafio, a sessão do Congresso Nacional, marcada para a próxima semana, e destinada a analisar vetos presidenciais, entre eles o que reajuste dos salários dos servidores do Judiciário de maneira escalonada, de 53% a 78,56%. Segundo o Ministério do Planejamento, o aumento custaria R$ 25,7 bilhões nos próximos quatro anos.

Para o líder, uma derrubada de veto seria muito ruim, demonstraria uma "instabilidade política forte". "Temos que ter uma base fidelizada, não dá para arriscar", afirmou. Ele acrescentou que, mantido o veto, o desafio do governo é manter a unidade da base aliada na votação das medidas de ajuste anunciadas, entre elas a recriação da CPMF, que desde o anúncio têm gerado críticas em relação a criação de novos tributos. “O que a gente não pode é encarar votações em que alguns parlamentares votam de um jeito, outros votam de outro”, disse.

Segundo Delcídio, antes de se falar sobre o período de duração da CPMF é preciso aguardar o envio da proposta ao Congresso. O governo trabalha com a possibilidade do novo tributo durar quatro anos, mas parlamentares da base aliada já chegam a falar na possibilidade de dois anos de duração. "O governo tem o desafio grande de aprovar esses projetos para que a gente ajuste o Orçamento e volte a respirar" disse.


ONGs cobram criação de comissão para agenda de desenvolvimento da ONU no Brasil

Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

Representantes de organizações da sociedade civil de todo o país reúnem-se para dar continuidade ao debate sobre governança, implementação e monitoramento da Agenda Pós-2015Elza Fiúza/Agência Brasil
Representantes de organizações da sociedade civil estão negociando para que o governo federal crie uma comissão para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil. Os ODS vão guiar os países em uma agenda global de desenvolvimento sustentável até 2030 e substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), vigentes até o fim deste ano.

“Nossa expectativa é que seja uma comissão composta por autoridades com capacidade e poder de decisão. Que ela envolva diferentes setores do governo, até para dar conta de uma agenda tão ampla, mas que essencialmente tenha uma boa representação da sociedade civil”, disse a coordenadora geral da ONG Gestos e diretora da Abong, Alessandra Nilo.

A Abong é uma plataforma que reúne ONGs brasileiras e que faz parte do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para o Pós 2015, que acompanha as negociações intergovernamentais de construção dos ODS. O grupo esteve reunido em Brasília ontem (16) e hoje (17) para traçar as estratégias da sociedade civil na agenda de desenvolvimento para 2030.

A nova agenda será adotada pelos líderes mundiais na Cúpula de Chefes de Estado e Governo, que ocorrerá antes da abertura da Assembleia Geral da ONU, em setembro. A expectativa da sociedade civil é que a criação da comissão seja anunciada pela presidenta Dilma Rousseff no discurso de abertura da assembleia.

Para a representante da ONG Mirim Brasil, Sylvia Siqueira Campos, a primeira tarefa para o país é ver o que os ODS estão trazendo em termos de objetivos e metas e comparar com o que já está previsto nos planos plurianuais. “Os ODS são algo que vamos ter de redirecionar. Isso vai qualificar o tipo de investimento e o tipo de esforço que vamos empreender. A questão concreta é fazer uma revisão dos planos à luz dos ODS”, afirmou.

Alessandra Nilo acrescentou que é “extremamente importante” divulgar para a sociedade civil a existência da agenda e, ao mesmo tempo, estabelecer diálogos com os gestores locais. Segundo ela, as organizações já estão se antecipando para mobilizar os candidatos das eleições municipais de 2016 para assinatura de uma carta de adesão aos ODS e o comprometimento com a implementação da agenda nos municípios.

“O revolucionário nos ODS é que não há solução para os problemas isoladamente”, informou Alessandra, destacando que os governos precisam se articular nas três esferas e em todas as áreas. “Não se resolve a questão previdenciária sem a tributária. Os processos de educação estão ligados com prevenção da saúde.”

Integrante da Gestos/Abong, Alessandra Nilo (à direita) acha importante divulgar a existência da agendaElza Fiúza/Agência Brasil
Uma das questões de grande discussão durante a construção dos ODS foi o financiamento para o desenvolvimento. Alessandra esclareceu que não foram apontadas novas fontes de recursos pelos países. “Mas se abriu a possibilidade para algumas ações de nível nacional, por exemplo, como a taxação progressiva, em vez de uma taxação regressiva. Outro aspecto que precisamos garantir é que o sistema financeiro seja convidado a contribuir e pagar sua conta”, disse a diretora da Abong.

De acordo com a diretora, se pensarmos que as transações de câmbio movimentam US$ 4 trilhões por dia, "com uma pequena taxação que pudesse ser usada para o desenvolvimento sustentável, teríamos um volume de recursos muito grande”.

O processo de construção dos ODS começou com a Conferência Rio+20 e teve participação de 193 países. São 17 objetivos, com 169 metas universais para países desenvolvidos e em desenvolvimento. A negociação da nova agenda é considerada inovadora no âmbito da ONU, porque, diferentemente dos ODM, os ODS foram elaborados com participação direta dos estados-membros e da sociedade civil e nasceram a partir de amplas consultas no mundo todo.

Entre as propostas estão erradicar a fome e a pobreza, promover a agricultura sustentável, saúde, educação e igualdade de gênero, além de garantir o acesso à água, ao saneamento e à energia sustentável para todos, o crescimento econômico, emprego, a industrialização, cidades sustentáveis e a redução da desigualdade. Também sugerem a mudança de padrões de consumo e produção, a conservação e usos sustentáveis dos ecossistemas marinho e terrestre e a construção de sociedades pacíficas e justas.


Rock in Rio pede que população só use transporte público para o ir ao festival

Cristina Indio do Brasil - Repórter Agência Brasil Edição: Jorge Wamburg

O Rock in Rio 2015 começa amanhã (18) e a organização do festival recomenda que a população use apenas o transporte público para chegar à Cidade do Rock, na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade. O público vai assistir shows de artistas nacionais e internacionais nos dias 18, 19, 20, e na semana que vem nos dias 24, 25, 26 e 27.

O pedido dos organizadores é para evitar transtornos no deslocamento para o evento e diminuir a pressão no já tumultuado trânsito da região, que sofre o impacto das obras para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.

A vice-presidente do Rock in Rio, Roberta Medina, informou que o transporte público é a única maneira de chegar à Cidade do Rock. Não haverá estacionamento no entorno e muitas ruas estarão bloqueadas: “Estamos trabalhando há dois anos junto aos órgãos públicos para oferecer à população um esquema especial de trânsito nos dias de evento e ajudar a minimizar qualquer impacto que este setor possa trazer para as pessoas”, disse. Ela sugeriu, ainda, que quem puder, evite o deslocamento para a Barra nos dias do festival: “Pedimos que programe sua visita para uma outra data”.

Nesta 16ª edição do Rock in Rio, a Secretaria de Transportes e o Sindicato das Empresas de Ônibus do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) fecharam uma parceria e pela primeira vez o público usará o sistema de transporte público regular, por meio do BRT, para chegar mais próximo ao local dos shows. O passageiro deverá ir até o Terminal Alvorada, que fica perto da Cidade do Rock e de lá seguirá num ônibus do BRT. Ele vai receber uma pulseira e com ela terá direito ao embarque na volta para casa. A entrega das pulseiras será feita após a passagem pela catraca especial montada no terminal. A passagem de ida e volta custa R$ 6,80. Se o passageiro não tiver o cartão RioCard pagará mais R$ 1,00, mas se devolver o cartão após o uso, terá de volta o acréscimo pago.

Quem escolher as linhas de ônibus executivos com ar-condicionado, chamadas de Primeira Classe, terá que comprar o cartão de acordo com o horário que preferir, no segundo piso do Botafogo Praia Shopping, na zona sul; e no primeiro piso do Shopping Nova América, na zona norte. Neste tipo de transporte, não há paradas durante o trajeto e o ponto final é no Terminal RioCentro, próximo à Cidade do Rock.

O horário marcado é apenas para o embarque, que será feito por ordem de chegada ao ponto, recomendada para ser feita com 15 minutos de antecedência. A volta para casa a partir de meia-noite não tem hora pré-estabelecida e o embarque poderá ser realizado até uma hora após o término do último show do Palco Mundo.

A Prefeitura do Rio fará uma fiscalização rigorosa para evitar os estacionamentos em locais proibidos, nas ruas e avenidas de acesso à Cidade do Rock, que estarão com o tráfego de carros, táxis e vans suspenso.




Governo tem plano A e está empenhado em aprová-lo, diz Nelson Barbosa

Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

Os ministros Nelson Barbosa e Joaquim Levy estiveram hoje na Comissão Mista de Orçamento para detalhar as medidas do governoValter campanato/Agência Brasil
O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, disse hoje (17) que o governo tem um plano A para o corte de gastos e aumento de receitas em 2016. “Não [há estratégia alternativa"]. Respondendo a jornalistas, que queriam saber se existe um plano B, o ministro afirmou que o governo tem um plano A "e estamos empenhados em aprová-lo”,

Nelson Barbosa e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estiveram nesta quinta-feira na Comissão Mista de Orçamento (CMO), onde, por mais de cinco horas, detalharam as medidas do governo.

De acordo com Barbosa, ele e Levy explicaram aos deputados e senadores principalmente a questão das emendas parlamentares. O pacote anunciado pelo governo prevê se valer das emendas para recompor os gastos discricionários previstos na Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA).

As emendas parlamentares seriam usadas para repor corte de R$ 3,8 bilhões no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e também em programas de saúde prioritários.

Segundo Nelson Barbosa, a negociação com o Congresso Nacional faz parte do processo de implementação do pacote e o governo está iniciando esse esforço.

“Faz parte da discussão parlamentar críticas e sugestões. Isso é um processo natural de aprovação de qualquer medida legislativa. Apresentamos nossos argumentos e vamos defendere a aprovação”, afirmou o ministro. Ele disse acreditar que, após a reunião de hoje, haja maior esclarecimento sobre as medidas.

O governo anunciou segunda-feira (14) corte de despesas de R$ 26 bilhões no Orçamento de 2016, além de medidas para redução de gastos tributários e aumento de receitas. Ao todo, o pacote soma R$ 64,9 bilhões. Com as medidas, o governo espera recuperar o equilíbrio fiscal e a credibilidade com os investidores internacionais.

Em 31 de agosto, o Executivo entregou ao Congresso Nacional a proposta orçamentária para 2016, com previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões. Uma semana depois, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+, retirando o grau de investimento do país. O grau é dado a países considerados bons pagadores e seguros para investir.


Nova CPMF vai vigorar até o fim de 2019, diz Levy

Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil Edição: José Romildo

A nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) vai durar quatro anos, confirmou hoje (17) o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo ele, a proposta de emenda à Constituição (PEC) a ser enviada ao Congresso estabelecerá a vigência do tributo até o fim de 2019 com o objetivo de financiar o déficit da Previdência Social.

O ministro falou a jornalistas depois de uma audiência de mais de cinco horas na Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Acompanhado do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, Levy explicou o pacote de corte de gastos e aumento de tributos anunciado no início da semana para fazer o Orçamento de 2016 ter superávit primário de R$ 34,4 bilhões.

“A gente deve enviar a CPMF com prazo de quatro anos. Acho que essa é a medida que nos permitirá ultrapassar o ciclo de desaceleração e fortalecer o quadro fiscal. Não vamos esquecer que a gente teve de mudar a meta [de superávit primário] este ano, mas a gente tem compromisso de voltar a fortalecer o quadro fiscal nos próximos anos”, declarou Levy.

Assim como declarou anteontem (15) em entrevista à NBR, televisão do governo federal, Levy reiterou que a CPMF com alíquota de 0,20% é a medida que elevará as receitas do governo, com menor custo para a sociedade. “Temos confiança de que a CPMF, principalmente com a alíquota proposta, é a medida mais adequada neste momento, com menor impacto sobre o setor produtivo, com menor impacto inflacionário e capaz de proporcionar os recursos necessários no momento para amortecer o déficit da Previdência”, disse.

O ministro destacou que a CPMF é imprescindível para segurar os resultados negativos que a Previdência Social tem registrado nos últimos anos. Levy destacou que o governo pretende discutir medidas de médio e de longo prazo para reestruturar o sistema de aposentadorias e pensões. “Muitas pessoas entendem que é necessário discutir a Previdência, não para fazer mudança repentina agora, mas para organizar o futuro. A Previdência é a maior despesa do governo. A gente tem de planejar para a frente, inclusive com a criação de fóruns [de discussão entre o governo e a sociedade]”, afirmou.

Levy disse ainda que o pacote de ajuste fiscal envolve medidas adicionais, como a eliminação de ministérios, que, segundo ele, será anunciada até o fim da próxima semana pela presidenta Dilma Rousseff. Ele reiterou que, embora o Congresso possa alterar a PEC da CPMF e as medidas provisórias a serem enviadas pelo Poder Executivo, o governo não recuará de nenhuma proposta anunciada. “Não há intenção de modificar as propostas a serem enviadas. Vamos enviar o que foi anunciado. Evidentemente depois há o processo legislativo, de discussão, mas essa é uma segunda etapa”, concluiu.

A proposta do governo é de uma alíquota de 0,2%. Governadores tem pressionado, no entanto, para elevar a cobrança para 0,38% com parte dos recursos sendo repassado para estados e municípios. Ontem, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, após encontro com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que os estados têm um déficit na previdência pública ultrapassará R$ 100 bilhões.

Depois, Luiz Fernando Pezão se reuniu com parlamentares da base aliada e mais cinco governadores – Bahia, Tocantins, Piauí, Alagoas, Ceará – e representantes de Sergipe e do Rio Grande do Sul reiteraram, na Câmara dos Deputados, que são a favor da nova CPMF.


Bicudo e Reale entregam pedido de impeachment com ajustes e novos argumentos

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto

O jurista Miguel Reale Júnior e a filha do procurador aposentado Hélio Bicudo, Maria Bicudo, entregam ao presidente da Câmara pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff Wilson Dias/Agência Brasil
O jurista Miguel Reale Júnior e a advogada Maria Lúcia Bicudo, filha do ex-deputado e um dos fundadores do PT Hélio Bicudo, entregaram hoje (17) à Câmara o complemento do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, protocolado no último dia 10. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dera prazo até o dia 23 para que Bicudo fizesse ajustes formais, como o reconhecimento de firma em cartório. O pedido é o 13º em análise sobre o tema. Outros cinco já foram arquivados.

Como Reale Júnior subscreveu o pedido e acrescentou argumentos, a entrega acabou se transformando em um ato conjunto. “Há problemas gravíssimos de decretos editados sem autorização da Câmara, relativos a créditos suplementares”, disse o ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, ao falar dos acréscimos ao texto.

Ao se unir ao ato, Maria Lúcia Bicudo defendeu que o impeachment é o primeiro passo para a reconstrução de valores no país. “Precisamos deixar de lado a corrupção e a mentira e caminhar para o novo. Temos que abrir o caminho para os jovens, para que este Brasil seja digno e íntegro”, afirmou.

A entrega do documento a Cunha foi acompanhada ainda por líderes da oposição – entre eles Carlos Sampaio (PSDB-SP), Mendonça Filho (DEM-BA) e Paulinho da Força (SD-SP).

O Palácio do Planalto informou que não vai comentar o assunto.


Dilma se reúne pela segunda vez com líderes da Câmara para “medir temperatura”

Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil Edição: Maria Claudia

Na segunda reunião com deputados, desde que anunciou o pacote de medidas econômicas para solucionar o déficit previsto para o próximo ano, a presidenta Dilma Rousseff “falou pouco e ouviu muito”, segundo o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Ele descreveu o encontro, que também teve a presença dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Comunicações), como “uma reunião descontraída” para ouvir os parlamentares e medir a temperatura no Congresso.

Segundo o líder, Dilma informou aos parlamentares que irá apresentar o resultado da reforma administrativa prometida pelo Planalto na próxima quarta-feira (23), com a redução dos ministérios. Para Guimarães, isso pode melhorar o clima diante do pacote anunciado e a possibilidade de retomada da CPMF.  Ele garantiu que os rumores sobre mudanças na estratégia anunciada pelo governo não passam de especulação. “Não foi tratado nada que está sendo especulado. Não houve discussão sobre mudanças nas medidas anunciadas”, disse.

Durante o encontro, os líderes governistas levantaram pontos que podem dificultar a aprovação da criação de um novo imposto. Guimarães classificou como “disposição” para encontrar soluções e aprová-las. Para ser aprovada como proposta de emenda à Constituição, a nova contribuição tem que ter 308 votos favoráveis no plenário da Câmara (3/5 dos deputados).

O líder do PSD, Rogério Rosso disse ter a impressão de que a presidenta está “aberta ao diálogo e focada no ajuste” e de que está assumindo “mais diretamente” a articulação com parlamentares – papel que foi comandado, nos últimos meses, pelo vice-presidente Michel Temer.

Mesmo com a aproximação de Dilma e sua base, Rosso avaliou que a aprovação do imposto não será fácil, ainda que tenha o apoio dos governadores, que querem receber parte da nova arrecadação. “Mesmo com a adesão dos governos, os 308 [votos na Câmara] ainda estão longe, porque é preciso dialogar coma a sociedade. A sociedade tem repulsa às palavras imposto e contribuição”, afirmou.  “Ainda que não foi estudado um plano B”, acrescentou.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a criticar o pacote de medidas, e defendeu que a saída para o país é resultado de um conjunto de ações que tem como primeiro passo um corte “real” dos gastos públicos. “O governo começa a ganhar credibilidade na hora em que começa a cortar efetivamente seus gastos e, neste pacote, tem apenas R$ 2 bilhões de cortes e, destes, R$ 200 milhões estão sendo anunciados pela redução de ministérios. Se eu, aqui, com contingente muito menor de mão de obra, cortando apenas hora-extra tenho uma economia de R$ 80 milhões ano, como é que cortar ministérios e todas as assessorias economia apenas R$ 200 milhões?”, perguntou.

Para Cunha, que assumiu uma posição de independência do governo no primeiro semestre deste ano, o governo só vai começar a recuperar confiança de agentes econômicos quando mostrar controle das contas “pela sua ação e não com aumento de carga tributária ou com artifício de transferir despesa para terceiros”. Cunha não comentou a durabilidade da nova CPMF, que não foi enviada ainda como proposta para o Congresso, e voltou a defender que o dinheiro da repatriação de recursos no exterior seja repassado a estados e municípios para sanar, por apenas um ano, a situação dos governos locais.

Perguntado sobre a decisão da Mesa Diretora da Câmara em relação às cotas de recursos parlamentares, Eduardo Cunha garantiu que não houve qualquer aumento de custo na Casa. Ele explicou que o ato permite que os deputados remanejem, dentro do volume total de recursos, os gastos em determinados itens. “Você tem correção de preço de combustível e você não adequou. Se adequar, sem alterar cota total, você vai ter que gastar menos em outro item”, exemplificou.

O presidente da Câmara afirmou que nem todos os parlamentares usam igualmente os valores destinados a cada rubrica e que estes valores são apenas uma espécie de referência. “Tem um limite por item. Se o parlamentar vai usar em cursos, vai ter menos dinheiro para usar em gasolina. Mas foi zero de gasto a mais [para a Casa]. Não foi aprovado e nem será aprovado”, assegurou, destacando que a direção das decisões da Mesa são opostas a criação de despesas. Esta semana, o colegiado aprovou um corte de horas extras na Casa que, segundo cálculos de assessores, vai representar uma redução de despesas de R$ 80 milhões a cada ano.


Governo federal garante novas ações para revitalizar Velho Chico na Bahia



A revitalização do Rio São Francisco na Bahia está em pauta entre os governos estadual e federal. Nesta quinta-feira (17), uma boa notícia foi anunciada para um dos mais importantes rios do Brasil - o governo federal garantiu a liberação de R$ 2 milhões para ações de revitalização. Este valor será aplicado na implantação de dois viveiros - um na cidade de Barra, beneficiando o afluente Rio Grande, e o outro em Bom Jesus da Lapa, vocacionado para a Bacia do Rio Corrente. As mudas vão contribuir na recuperação de matas ciliares.

A decisão foi oficializada durante reunião, em Brasília, entre o ministro da Integração, Gilberto Ochi, o secretário-executivo da Casa Civil da Presidência, Marco Antônio, o diretor- presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreo, o secretário nacional de Recursos Hídricos, Osvaldo Garcia, e, representando o Estado da Bahia, o secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, e o titular da Representação estadual na capital do País, Jonas Paulo.

“A revitalização é condição de sobrevivência do Rio São Francisco. Estamos em seca prolongada e a vazão do rio tem caído nesses últimos cinco anos”, disse Dauster. No mesmo sentido, o representante Jonas informou que em alguns pontos é possível atravessá-lo a pé. Por isso, o trabalho de revitalização é de longo prazo e o governo baiano pleiteará mais recursos.

Ainda sobre o tema água, Dauster aproveitou a ocasião para um novo alerta sobre a situação emergencial de abastecimento humano nas cidades do Médio São Francisco e nas que ficam no entorno do Lago do Sobradinho, no nordeste da Bahia. Ficou acertado que o Estado apresentará o mais rápido possível um estudo sobre a situação das localidades ao ministro Ochi e à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O ministro, em resposta, disse que se for caracterizada situação de emergência, atuará para resolver o problema.

Secom Bahia

Incêndio na Chapada Diamantina começa a ser controlado



Foto: Mateus Pereira/GOVBA
As chamas que atingem o Parque Nacional da Chapada Diamantina desde o último dia 11 estão controladas em algumas áreas. O trabalho integrado entre Governo do Estado, IcmBio (Governo Federal), brigadistas voluntários e prefeituras municipais conseguiu controlar as chamas em Mucugê. Segundo o analista ambiental do IcmBio, Pablo Casella, alguns focos de incêndio ainda permanecem no Vale do Capão e na Serra do Garapá, em Andaraí.

Um helicóptero disponibilizado pelo Governo do Estado faz o transporte da equipe que combate o fogo e dois aviões do IcmBio lançam água. Estão envolvidos na Operação Bahia Sem Fogo 50 brigadistas do IcmBio, voluntários e 23 bombeiros militares. Até o momento, a extensão do fogo atingiu o equivalente a 4900 campos de futebol.

O Parque Nacional da Chapada Diamantina completa 30 anos nesta quinta-feira (17).

Secom Bahia

Croácia não tem capacidade para receber mais refugiados, diz ministro

Da Agência Lusa

Migrantes que cruzaram fronteira da Sérvia com a Croácia aguardam em campo para fazer registroEPA/Antonio Bat/Agência Lusa/Direitos Reservados
O ministro do Interior da Croácia, Ranko Ostojic, advertiu hoje (17) que o seu país deixou de ter capacidade para continuar recebendo refugiados, após a entrada de 7 mil pessoas ontem (16), provenientes da Sérvia.

“Neste momento, esgotamos nossas capacidades e nas conversas com dirigentes do Acnur [Alto Comissariado da ONU para os Refugiados] e da União Europeia [UE] dissemos que a Croácia está cheia”, declarou Ranko Ostojic à agência croata Hina.

Em paralelo, e segundo a página digital da BBC, centenas de imigrantes tentaram hoje brevemente, e sem sucesso, romper o cordão policial colocado em Tavornik, na fronteira da Sérvia com a Croácia. Após momentos de tensão, a situação se normalizou.

O ministro croata emitiu o aviso no posto fronteiriço de Tavornik, onde continuam chegando refugiados após o fechamento da fronteira húngara e que forçou migrantes, provenientes do Médio Oriente e Ásia, a procurar uma rota alternativa.

Ranko Ostojic disse que quem pretender requerer asilo será conduzido para um centro de registo em cumprimento das normas europeias e quem não pretenda solicitá-lo será considerado imigrante ilegal. “Não somos um país em que num certo momento não possa ser solidário, mas neste momento pedimos [aos restantes países de onde provêm os refugiados] que parem a afluência”, disse. “Não é aceitável que a Croácia seja tratada como um país em que se devem respeitar os acordos internacionais e que isso não seja feito nos países vizinhos que estão sendo atravessados pelos imigrantes”, explicou.

O número de chegadas à fronteira croata superou quase o dobro as previsões do governo de Zagreb, que tinha calculado a chegada nos próximos dias de 4 mil refugiados no seu percurso em direção à Eslovénia, para depois seguirem pela Áustria em direção à Alemanha ou países escandinavos.

Ranko Ostojic tinha dito antes que a Croácia podia “responder a uma primeira vaga de 1,5 mil refugiados por dia”, mas sem deixar de informar que seriam acionados novos dispositivos caso esse número aumentasse.

Já a chefe da diplomacia de Zagreb, Vesna Pusic, advertiu que o país pode enfrentar a chegada de vários milhares de refugiados, mas não de dezenas de milhares.

A televisão estatal sérvia RTS informou que durante a noite de quarta-feira para quinta-feira chegaram à fronteira croata 40 ônibus e 180 táxis com refugiados, que depois cruzam a pé a fronteira servo-croata, e que estavam chegando mais migrantes.

A partir da fronteira, os refugiados são conduzidos em trens e ônibus para centros de acolhimento.

Ontem, a Croácia manifestou a disposição em estabelecer corredores que permitam aos refugiados cruzar de forma rápida e organizada o seu território a caminho do Norte.

O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, criticou duramente a política da Hungria em relação aos refugiados ao considerar que “os muros que se erguem não apenas nada detêm, mas também enviam uma mensagem horrorosa e perigosa”.

Janot é reconduzido ao cargo de procurador-geral da República

Pedro Peduzzi e Luana Lourenço – Repórteres da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi reconduzido hoje (17) ao cargo pela presidenta Dilma Rousseff para mais dois anos de mandato. Em cerimônia no Palácio do Planalto, Janot reafirmou o compromisso de atuação por um Ministério Público forte e autônomo. O procurador se emocionou ao agradecer sua família pela “paciência, abnegação e estímulo” durante o período à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR).

 “A existência de um Ministério Público forte e autônomo é fundamental para o direito de todas instituições”, disse Janot, após citar como marca de sua primeira gestão o diálogo aberto com as demais instituições.

Janot elogiou a presidenta Dilma e os senadores por terem acatado a indicação de seu nome para o cargo e reiterou compromissos assumidos durante o primeiro mandato. No início de agosto, Janot obteve 799 votos, entre os 1,2 membros do Ministério Público, para integrar a lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República. Depois, passou por sabatina de mais de dez horas na Comissão de Constituição e Justiça no Senado e teve a recondução aprovada no plenário e publicada no Diário Oficial.

A presidenta Dilma Rousseff reconduz o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao cargoJosé Cruz/Agência Brasil
Em discurso, durante a cerimônia, Dilma defendeu a democracia como o limite da atuação de qualquer autoridade no país e disse que os ilícitos devem ser punidos, mas com respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa. A presidenta também voltou a defender a legitimidades dos que são escolhidos pelo voto.

“Todos queremos um país em que a lei é o limite. Muitos de nós lutamos por isso justamente quando as leis e os direitos foram vilipendiados. Queremos um país em que os políticos obtenham o poder por meio de votos e aceitem o veredito das urnas; [um país] em que os governantes se comportem rigorosamente segundo as atribuições, sem ceder a excessos; em que os juízes julguem com liberdade e imparcialidade, sem pressões de qualquer natureza e desligados de paixões político-partidárias, jamais transigindo com a presunção da inocência de quaisquer cidadãos”, disse Dilma.

A presidenta lembrou dos esforços que seu governo tem feito para aprimorar a lei e garantir a liberdade de atuação das instituições de investigação e fiscalização, entre elas a PGR. Disse ainda que seu governo tem o compromisso de não compactuar com ilícitos ou malfeitos. “Nunca se combateu a corrupção tão severamente. (...) Nunca usamos poder governamental direta ou indiretamente para bloquear para obstaculizar investigações que, nos termos da nossa legislação, devem ser realizadas como firmeza e todas as garantias pelas autoridades competentes”.

A presidenta destacou o clima político de tensão que o país atravessa e defendeu que o “confronto de ideias se dê em um ambiente de civilidade e respeito”, independente da divergência de opiniões. “Todos podemos e devemos contribuir para que a civilidade prevaleça e para que a tolerância e o respeito à diversidade, que sempre caracterizaram a vida dos brasileiros, voltem a imperar”, pediu.

“Nesses tempos em que, por vezes a luta política provoca calor quando devia emitir luz, torna-se ainda mais relevante o papel da Procuradoria-Geral como defensora do primado da lei, da Justiça e da estabilidade das instituições democráticas”, avaliou.

Perfil

Bacharel e mestre em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde se especializou em direito comercial, Janot tem também especializações na área de meio ambiente e consumidor pela Scuola Superiore di Studi Universitari e di Perfezionamento S. Anna, em Pisa, na Itália.

Tornou-se procurador da República em 1984, ano em que atuou como procurador-chefe substituto da Procuradoria Regional do Distrito Federal, cargo que ocupou até 1987. Foi promovido a procurador regional da República em 1993 e subprocurador-geral em 2003. Ocupou, ainda, os cargos de coordenador-Geral do Centro de Pesquisa e Segurança Institucional do MPF, e diretor-geral da Escola Superior do Ministério Público da União.

Janot foi também professor de direito processual civil da Universidade do Distrito Federal e, em 1994, secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça. Por meio de mandato eletivo, foi presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República entre 1995 e 1997. Ele ocupa o cargo de procurador-geral da República desde setembro de 2013.



5 episódios com armas químicas que entraram para a história

Por Darllam Cruz


Em 2013, um atentado que matou quase 1500 pessoas na Síria despertou o século 20 para um horror antigo: a utilização de armas químicas para aniquilar rapidamente um grande número de pessoas. O potencial de destruição das armas químicas preocupa tanto civis quanto líderes militares, que tentaram a todo custo banir o seu uso em situações de conflito. Veja como esses agentes químicos letais foram utilizados com o passar dos anos e as consequências desastrosas desses atos.


1. Primeira Guerra Mundial (1914-1919)


A Primeira Guerra Mundial também ficou conhecida como a “guerra dos químicos”, pois foi a primeira a introduzir gases venenosos e mortais no combate. Com uma forte indústria química que vinha do século XIX, a Guerra que durou de 1914 a 1918 teve várias experiências com esse novo instrumento letal. Em 1915, em Ypres, na Bélgica, a Alemanha abriu várias caixas de gás clorídrico na direção das tropas aliadas, condenando muitos a uma morte agonizante. Ao fim da guerra, o uso de armas químicas havia proliferado em ambos os lados – incluindo agentes como fosgênio, cianeto e gás mostarda, um agente químico que causa queimadura severa na pele, olhos e sistema respiratório e que é absorvido por inalação, ingestão ou contato com a pele e os olhos. Horrorizados com os efeitos e com o pavor gerado por esses ataques, em 1925 quinze países assinaram o Protocolo de Genebra, tratado que proibia o uso de armas químicas e bacteriológicas. O número de mortos nesses ataques ultrapassou os noventa mil e mais de um milhão ficaram feridos.


2. Alemanha Nazista (1933-1945)



A Alemanha liderada por Adolf Hitler enfrentou várias batalhas durante a Segunda Guerra Mundial, mas não era durante os conflitos armados em que o ditador fazia uso de armas químicas para fins de extermínio de população. Durante a guerra, milhões de judeus foram transportados para campos de extermínio, mais notadamente Auschwitz, na Polônia ocupada pelos nazistas. Os judeus eram sufocados em câmaras de gás usando Zyklon B, um pesticida a base de ácido cianídrico, cloro e nitrogênio criado pelos próprios alemães e utilizado por proporcionar eficientemente uma morte rápida. Aproximadamente seis milhões de judeus morreram no Holocausto, além de ciganos, homossexuais, deficientes e prisioneiros soviéticos.


3. Massacre de Halabja (1988)


O ataque químico em Halabja, no Curdistão Iraquiano,   que ficou conhecido também como Massacre de Halabja, ou Sexta-feira Sangrenta, ocorreu no dia 16 de maio de 1988. Durante o encerramento da Guerra Irã-Iraque, o regime de Saddam Hussein utilizou armas químicas para remover curdos de cerca de 40 vilas no norte do Iraque. No ataque foi utilizado gás mostarda e sarin, um líquido sem cor nem cheiro que causa extrema devastação no sistema nervoso, levando as pessoas expostas a perderem as funções corpóreas e, se não tratadas imediatamente, a entrarem em coma ou sofrer falência respiratória. No ataque indiscriminado, homens, mulheres e crianças sufocaram até a morte. A atrocidade impulsionou a criação da Convenção das Armas Químicas das Nações Unidas em 1997, um pacto internacional banindo a produção, estoque ou uso de armas químicas. Apenas sete nações – incluindo a Síria – não assinaram a lista. O massacre de Halabja deixou cerca de cinco mil mortos. O conflito militar entre Irã e Iraque teve várias vítimas de armas químicas a mais do que o ataque aos curdos. Hussein também utilizou gás mostarda e sarin contra o Irã para mudar a guerra a favor do Iraque e obrigar Teerã, capital da República Islâmica do Irã, a negociar. A treta continua: documentos recentes da CIA revelaram que os Estados Unidos sabiam do uso das armas químicas, mas decidiram não agir por medo de uma vitória iraniana. O total de mortos ultrapassou vinte mil pessoas.


4. Crise dos reféns em Dubrovka (2002)



Na noite do dia 23 de outubro, cerca de 800 pessoas estavam num teatro em Dubrovka, em Moscou, conferindo a apresentação de um musical. De repente, 42 militantes chechenos liderados por Movsar Barayev (foto) entraram armados no teatro e fizeram todos os presentes de refém. Eles seram membros de um grupo separatista da Chechênia, que, na época, estava em guerra com a Rússia. A reivindicação era pelo fim do conflito e pela retirada dos militares russos na região. O sequestro e a negociação dos chechenos com o governo russo durou mais de 48 horas e só acabou quando os russos soltaram um gás tóxico desconhecido no sistema de ventilação do teatro. Quase todos os militantes morreram. Como se não fosse o suficiente, mais de 100 reféns também foram vítimas do gás. O governo russo nunca revelou qual era o gás usado no ataque e a ação extrema foi bastante criticada na época. Há estimativas de que mais de 200 pessoas tenham morrido. Mas os detalhes sórdidos do caso foram guardados a sete chaves, como segredo de estado. Por isso, não dá para ter certeza. Desde 2002, muitas teorias surgiram sobre a substância. Uma das mais aceitas é que se tratava de um derivado do fentanil, um anestésico poderosíssimo, 100 vezes mais potente que a morfina, que pode fazer com que as pessoas simplesmente deixem de respirar.


5. Ataque Químico de Ghouta (2013)


No dia 21 de agosto de 2013, um ataque do governo sírio durante a Guerra Civil da Síria resultou em mais de 1500 mortes, sendo 426 delas crianças. Áreas controladas ou disputadas pela oposição nos arredores de Ghouta, próximo a Damasco, capital síria, foram atingidas por foguetes contendo sarin. As milhares de vítimas mortas no atentado não apresentavam feridas físicas. Em janeiro de 2015, foi confirmado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, que armas químicas foram usadas em grandes escala, o que resultou na morte de inúmeros civis. A ONU considerou o ataque um crime de guerra e uma violação grave – o pior uso de armas químicas em civis no século XXI, e o mais significativo desde Halabja.


Bônus: Guerra do Vietnã (1955-1975)


“Eu adoro o cheiro de napalm pela manhã. Tem cheiro de vitória”. A frase imortalizada pelo personagem Coronel Bill Kilgore no filme Apocalypse Now captura a brutalidade banal do massacre que os Estados Unidos promoveram em sua guerra contra o Vietnã do Norte entre 1965 e 1975. Milhões de litros de napalm incendiário foram utilizados para desfolhar as densas florestas nos quais os inimigos vietnamitas se escondiam. A substância gelatinosa pega fogo e se gruda ao corpo, queimando músculos e ossos, gerando feridas terríveis e morte. Os Estados Unidos também despejaram cinquenta milhões de litros de Agente Laranja, um herbicida químico extremamente forte, para destruir todas as plantas. Esses desfolhantes devastaram o habitat natural, e seus agentes infiltraram no solo e nas reservas de águas, levando a população a sofrer com vários problemas de saúde como câncer e síndromes neurológicas por gerações. Mais de um milhão de vidas foram tiradas nesse ataque, e mais de quatrocentos mil crianças vietnamitas nasceram vítimas de malformações congênitas. Mas, apesar do potencial destruidor, napalm não é exatamente uma arma química, pois precisa ser adicionado à gasolina para funcionar direitinho.



Fonte: Revista Superinteressante

Cerca de 5,5 mil refugiados chegaram à Croácia ontem

Da Agência Lusa

Cerca de 5,5 mil refugiados chegaram à Croácia ontem (16) provenientes da Sérvia, confirmando que o fechamento da fronteira húngara está causando o desvio da rota para a Alemanha, informou hoje (17) a televisão croata HRT.

Segundo a Cruz Vermelha Internacional, esse número supera as previsões do próprio governo croata que, na quarta-feira, estimou que iriam chegar nos próximos dias cerca de 4 mil pessoas a caminho da Eslovênia, para depois entrar na Áustria pelo Sul e seguir caminho sobretudo em direção à Alemanha.

“A Croácia pode responder a uma primeira vaga de 1,5 mil pessoas por dia", disse o ministro do Interior croata, Ranko Ostojic, que informou que, se esse número aumentar, podem ser usados dispositivos adicionais.

O ministro dos Negócios Estrangeiros croata, Vesna Pusic, advertiu que o país pode combater a chegada de alguns milhares de refugiados, mas não de dezenas de milhares.

Entretanto, entre 4 mil e 5 mil migrantes estão à espera de embarcar em trens de Tovarnik para Zagreb, capital da Croácia, depois de terem atravessado a fronteira com a Sérvia, segundo a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur). “Há cerca de 4 mil a 5 mil pessoas aqui”, disse Jan Kapic, a porta-voz da agência, ressaltando que chegam, "mas não conseguem transportar tantas pessoas”.

Os migrantes chegaram durante a noite à estação de trens, que está lotada. Integrantes da Cruz Vermelha fornecem refeições e mantimentos para os centenas de bebês e crianças na estação. “Mais ajuda está a caminho, incluindo assistência médica e roupas”, disse Kapic.

A emissora sérvia RTS informou que, durante a noite, chegaram à fronteira croata 40 ônibus e 180 táxis que transportavam refugiados, que saíam dos veículos e atravessavam a pé para o território croata e que continuam a chegar. A partir da fronteira, os refugiados são levados em trens e ônibus para centros de alojamento.

O governo da Croácia manifestou-se ontem (16) disposto a estabelecer corredores que permitam a essas pessoas atravessar de forma rápida e organizada o seu território, a caminho do Norte.

O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, criticou duramente a política da Hungria em relação aos refugiados, dizendo que "os muros que se erguem no solo não impedirão ninguém e que esses apenas enviam uma mensagem horrorosa e perigosa”.

A possibilidade dos corredores foi rejeitada pelo Ministério do Interior da Eslovénia, que lembrou que poderia violar a legislação comunitária que prevê que o Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de asilo é aquele por onde entram os requerentes na União Europeia.

Os refugiados chegam à Croácia a partir da fronteira da Sérvia com a Macedônia, por onde chegam pessoas (na quarta-feira foram 2 mil) que antes passaram pela Grécia e Turquia, a maioria procedente de países em conflito, como a Síria, Iraque e Afeganistão.


Parlamento Europeu aprova distribuição de mais 120 mil refugiados

Da Agência Lusa

Parlamento Europeu aprova distribuição de mais 120 mil refugiados
O Parlamento Europeu (PE) votou hoje (17) favoravelmente à proposta da Comissão Europeia de criar um mecanismo para distribuir mais 120 mil refugiados entre os Estados-Membros. Colocada de forma extraordinária na agenda parlamentar, a votação da recolocação das pessoas que estão na Itália, Grécia e Hungria foi aprovada por uma ampla maioria dos deputados. A proposta foi aprovada com 372 votos a favor, 124 contra e 53 abstenções.

A Comissão Europeia agradeceu ao Parlamento Europeu pela proatividade, ao usar um procedimento de emergência para garantir uma votação, uma semana depois dessa proposta ter sido feita na sessão plenária de Estrasburgo.

“O caminho está agora aberto para o conselho adotar a nossa proposta. Instamos os Estados-Membros a tomar as decisões necessárias no Conselho Extraordinário de Ministros da Justiça e do Interior no dia 22 de setembro”, informa um comunicado do governo de Bruxelas.

Caso o conselho adote a decisão na terça-feira, a comissão europeia destacou a disposição em continuar trabalhando com os países da União Europeia e com as agências para reintegrar os refugiados imediatamente e reduzir a pressão nos países que os têm recebido.

Ontem (16), o Parlamento Europeu decidiu prolongar até hoje a minissessão plenária de Bruxelas para votar a proposta de distribuição de mais 120 mil refugiados, para tentar acelerar a decisão. O presidente da assembleia, Martin Schulz, solicitou ao plenário votar esta manhã a proposta apresentada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Na segunda-feira, os 28 foram incapazes de chegar a acordo sobre o plano de reintegrar mais 120 mil refugiados, adiando uma decisão para uma futura reunião – convocada para 20 de setembro –, tendo apenas aprovado formalmente uma anterior proposta para recolocar 40 mil requerentes de asilo, sobre a qual já havia acordo político.

Portugal deverá receber 1,5 mil refugiados de acordo com o primeiro plano de distribuição de 40 mil refugiados, tendo também respondido favoravelmente à mais recente proposta da comissão, que atribuiu a Portugal mais cerca de 3 mil refugiados, disse na segunda-feira em Bruxelas a ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues.

Reino Unido: ameaça terrorista está no nível mais alto desde o 11 de Setembro

Da Agência Lusa

A ameaça terrorista contra o Reino Unido está no nível mais alto desde o 11 de Setembro de 2001, afirmou hoje (17) o diretor dos Serviços Secretos britânicos MI5, Andrew Parker, em entrevista à BBC.

A polícia e os Serviços Secretos britânicos frustraram, nos últimos 12 meses, seis conspirações terroristas e a ameaça está aumentando, disse Parker.

“É o número mais alto de que me lembro em 32 anos de carreira e, certamente, o mais alto desde o 11 de Setembro”, acrescentou.

Parker defendeu a necessidade de novos poderes para o controle das comunicações, lembrando que os terroristas utilizam cada vez mais a internet para se comunicar. Ele disse que o MI5 não quer “espiar a vida” dos cidadãos.

O governo britânico prepara um projeto de lei que dará mais poderes aos Serviços de Informações para a vigilância das comunicações eletrônicas. Organizações defensoras dos direitos civis manifestam restrições à medida.

Segundo Parker, a ameaça terrorista continua a crescer, principalmente pela situação na Síria. “Eles estão utilizando aplicações seguras e comunicações pela internet para enviar suas mensagens e incitar atos de terrorismo entre as pessoas que vivem aqui”, observou.

O objetivo do MI5, lembrou o diretor, é vigiar “onde podem estar os terroristas e como se movimentam”, o que é difícil atualmente pela codificação das comunicações e os limites à vigilância eletrônica.

Andrew Parker defendeu que a ação dos serviços secretos se desenvolva sempre no âmbito legal, mas pediu legislação clara e transparente sobre o que os serviços de informação podem fazer.


Chile suspende alerta de tsunami, após tremor que matou oito pessoas

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

Chilenos deixam suas casas e observam os estragos provocados pelo tremor de 8,3 graus na escala Richter, que deixou ao menos oito mortosMario Ruiz/EFE/Agência Lusa
As autoridades chilenas suspenderam o alerta de tsunami emitdo ontem (16) depois do violento tremor que atingiu o país e já provocou, de acordo com o último balanço oficial, oito mortos.

“O alerta de tsunami foi suspenso em todo o território nacional”, anunciou o Departamento Nacional de Situações de Emergência do Chile, wn sua conta da rede social Twitter.

As autoridades chilenas emitiram o alerta para toda a costa do país depois de um tremor de magnitude 8,3 na escala Richter, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), às 19:54 de quarta-feira, ter abalado o Norte, Centro e Sul do território.

O abalo sísmico provocou a retirada de cerca de um milhão de pessoas das suas casas e muitas réplicas do tremor estão sendo sentidas ainda hoje no país.

- Assuntos: Chile, tremor, terremoto, abalo sísmico, tsunami

Terremoto no Chile deixa pelo menos cinco mortos e 1 milhão de desalojados

Da Agência Lusa

Um terremoto de 8,3 graus na escala Richter provocou abalos em algumas casa e um milhão de pessoas ficaram desalojadasMario Ruiz/EFE/Agência Lusa
O forte tremor de terra, de 8,3 na escala Richter - segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos -,  registrado na noite dessa quarta-feira (16) no Chile, deixou pelo menos cinco mortos e 1 milhão de pessoas desalojadas. Foi mantido alerta de tsunami no país, informou hoje (17) o subsecretário do Ministério do Interior, Mahmoud Aleuy.

“Lamentamos a morte de cinco cidadãos chilenos, apresentamos as condolências do governo a todas as famílias. Estimamos em 1 milhão o número de pessoas retiradas de suas casas", disse Aleuy.

As autoridades chilenas divulgaram o alerta de tsunami em toda a costa do país, depois do tremor, que atingiu o Norte, o Centro e o Sul.

O balanço anterior era de três mortos, sete feridos graves, várias pessoas com pequenos ferimentos e danos materiais.

Milhares de chilenos passaram a noite em áreas elevadas, esperando que as autoridades suspendam o alerta de tsunami em mais de 4 mil quilômetros de costa.

Aa população deslocou-se para áreas seguras, situadas a mais de 30 metros acima do nível do mar, informou a agência Efe.


Primeiro transplante de cabeça já tem data para acontecer

POR Marcos Ricardo Dos Santos


Parece Frankenstein, mas é vida real. No primeiro semestre de 2015, o médico italiano Sergio Canavero, diretor do Gruppo Avanzato di Neuromodulazione, em Turim, anunciou um ambicioso projeto: realizar até 2017 o primeiro transplante de cabeça em humanos. A proposta é encontrar um paciente que esteja com o corpo comprometido (por câncer ou alguma doença incurável), mas com a cabeça e o cérebro intactos, e substituir o corpo inteiro pelo corpo saudável de um doador que teve morte cerebral - como são os casos de doadores de órgãos. Agora, a cirurgia já tem data e paciente.

O escolhido foi Valery Spiridonov, um russo de 30 anos que sofre com uma doença terminal chamada Síndrome de Werdnig-Hoffman, que causa atrofia muscular e deteriora neurônios. Spiridonov será operado em dezembro de 2017. A cirurgia vai durar 36 horas e envolver mais de 150 profissionais. Para o procedimento funcionar, a cabeça do paciente e o corpo do doador serão refrigerados. Assim, há menos risco de deterioração dos tecidos. Aí, o próximo passo é reconectar as veias das duas partes.


A parte mais difícil é a junção da medula espinhal, para estabelecer as conexões nervosas. Canavero explica que as extremidades da medula espinhal são como feixes de espaguete, que, segundo ele, podem ser "colados" com polietileno glicol, um éter. Assim como a água quente faz o macarrão ficar grudento, o polietileno glicol estimularia as membranas celulares a se unirem. Para ele, a rejeição do novo corpo pode ser evitada com drogas imunodepressoras. O neurocirurgião Harry Goldsmith, professor da Universidade da Califórnia e especialista em recuperação de medula espinhal, não acredita que seria possível. "São tantas as implicações e os problemas, que isso nem sequer é imaginável", diz Goldsmith, um dos únicos que já conseguiram recuperar uma medula rompida - a de uma jovem de 24 anos que havia ficado paraplégica.

"Quando percebi que poderia participar de algo realmente grande e importante, não tive dúvidas e comecei a me esforçar para que isso acontecesse", disse Spiridonov em entrevista ao Central European News.


Onde estamos com a cabeça?

Entenda a empreitada, que já foi bem-sucedida em ratos.


1. Corpo são: O doador precisa ter tido morte cerebral. Em seguida, induz-se o paciente com a cabeça saudável ao coma. As duas cabeças são cortadas com lâmina fina.

2. Cuca fria: A cabeça transplantada fica congelada, enquanto se costuram músculos, pele, vasos sanguíneos e a medula espinhal. O paciente fica um mês em coma.

3. Choques: Choques elétricos são dados para estimular a conexão neural entre cabeça e corpo novo. Ao acordar, o paciente manterá seus pensamentos e memórias e precisará de fisioterapia para reaprender a se movimentar.



Perguntas sem pé nem cabeça

Dúvidas existenciais surgidas depois do anúncio do transplante.
O quanto da identidade (ou a alma) de uma pessoa está localizada no cérebro ou no corpo?
Trata-se, afinal, de um transplante de cabeça ou de corpo?
Se a pessoa transplantada tiver filhos, ela não vai se parecer com eles?
Trocando de corpo eternamente, é possível atingir a imortalidade?
Qual país vai topar sediar a cirurgia?
O transplante vai ser praticado por questões estéticas?



Essa matéria faz parte do Arquivo da Revista Superinteressante,

Venezuela fecha fronteiras de mais 10 municípios vizinhos à Colômbia

Da Agência Lusa Edição: Nádia Franco

A Venezuela ampliou hoje (16) o estado de exceção que vigora em algumas regiões do país, elevando de dez para 20 o número de municípios vizinhos com a Colômbia cujas fronteiras foram fechadas. O estado de exceção foi ampliado por meio de decreto publicado na Gazeta Oficial, circulou nesta quarta-feira em Caracas com a data de ontem (15).

O decreto fecha as fronteiras dos municípios de Machiques, Rosário de Perijá, Jesus Enrique Lossada, Cañada de Urdaneta, Catatumbo, Jesus Maria Semprúm e Colón, no estado de Zulia, a noroeste de Caracas, e Páez, Rómulo Gallegos e Pedro Camejo, no estado de Apure, a sudoeste da capital.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reagiu à decisão do chefe do governo venezuelano, Nicolás Maduro, dizendo que a medida não soluciona os problemas nas zonas fronteiriças."Não é ampliando o fechamento que se aproxima a possibilidade de solução para os problemas que afetam a nossa fronteira. Requer-se um diálogo baseado em fatos e realidades", afirmou Santos, em Bogotá. Ele disse aos jornalistas que está disposto a conversar com Maduro para buscar soluções concretas “que permitam ter uma fronteira sã e aberta”.

No dia 24 de agosto, as autoridades venezuelanas decretaram estado de emergência em seis municípios fronteiriços com a Colômbia, justificando a medida com o combate a grupos paramilitares, ao narcotráfico e ao contrabando. O decreto presidencial suspendeu por 60 dias, prorrogáveis, as garantias constitucionais nos municípios de Bolívar, Pedro María Ureña, Junín, Capacho Nuevo, Capacho Viejo e Rafael Urdaneta, do estado de Táchira. A Venezuela fechou também as fronteiras dos municípios Lobatera, Ayacucho, Garcia de Hevia e Panamericano, também no estado de Táchira, a sudoeste de Caracas, ao mesmo tempo em que reforçou a presença militar na zona.

Na última terça-feira (15), Nicolás Maduro informou que tinha determinado o fechamento das fronteiras também nos municípios de Guajira, Mara e Almirante Padilla, no estado de Zulia, nordeste do país. Desde o fechamento da fronteira, pelo menos 1.355 colombianos foram repatriados e mais de 15 mil abandonaram a Venezuela voluntariamente, segundo fontes não oficiais.

A medida tem gerado preocupação em organismos internacionais como a União de Nações da América do Sul (Unasul) e a União Europeia.


Adolescente cria teste de HIV de baixo custo para ajudar comunidades carentes

Escrito por  Fernanda Morelli 

O exame, que tem um custo de apenas 5 dólares, revela o diagnóstico em uma hora

É comum (e extremamente normal) que meninas de 15 anos queiram sair com as amigas, ir às aguardadas festas de 15 anos, fazer planos mirabolantes com os meninos do colégio. Mas para a adolescente Nicole Ticea essa fase da vida foi um pouquinho diferente. Ela passou horas e horas estudando no laboratório com um único objetivo: desenvolver um teste de HIV a um baixo custo, que resolvesse o problema das comunidades carentes, que sofrem com a dificuldade de acesso ao exame que, atualmente, tem custo alto.

Nicole criou um teste simples, que funciona como um exame de sangue, daqueles comumente feito por diabéticos, em que se coloca uma gotinha de sangue sobre um chip.O exame detecta o vírus em crianças com menos de 18 meses de idade e em adultos infectados há apenas três meses, a um custo de apenas 5 dólares. Segundo a World Health Organization (Organização Mundial de Saúde), 95% dos infectados são de países em desenvolvimento, o que torna a detecção do vírus à um baixo custo ainda mais urgente e necessária.

“Tive a ideia de desenvolver uma nova técnica de amplificação do ácido nucleico isotérmico adaptado para diagnóstico do HIV, pensando em locais de poucos recursos. Então, desenvolvi uma proposta de projeto e enviei ao maior número de pesquisadores possível; quando se trata de encontrar um mentor, persistência é a chave!”, diz Nicole.

Não à toa, a jovem é vencedora do prêmio na feira de ciências nacional do Canadá, em 2015, e, este ano, ganhou o 2015 Intel Foundation Young Scientist Award, com uma premiação de 50 mil dólares pela inovação e com a possibilidade de extensão para 100 mil, para continuar a pesquisa.

O grande objetivo de vida de Nicole é fazer alguma coisa que possa mudar a vida das pessoas para melhor. E pelo visto ela já conseguiu.


Fonte: M de Mulher

Temer e primeiro-ministro da Rússia querem fortalecer relações comercias

Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

Vice-presidente Michel Temer é recebido pelo primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, antes da abertura da 7ª Reunião da Comissão de Alto Nível Brasil-Rússia (CAN)Romerio Cunha/Vice-Presidência
Em visita oficial à Rússia, o vice-presidente, Michel Temer, se reuniu hoje (16) com o primeiro-ministro Dmitri Medvedev para discutir a intensificação da cooperação econômica entre os países e ampliação do intercâmbio em áreas como educação e ciência e tecnologia.

Temer, que está acompanhado de uma comitiva de ministros e empresários, disse que, durante as reuniões com autoridades e empresários russos, foram identificados meios de expandir o comércio e investimentos. O vice-presidente reiterou o compromisso de elevar o intercâmbio comercial entre Brasil e Rússia ao patamar de US$ 10 bilhões anuais. Atualmente, o intercâmbio gira em torno de US$ 6 bilhões, segundo ele.

Ao lado de Medvedev, o vice-presidente fez um balanço da viagem à Rússia, lembrando temas tratados em reuniões como o programa Ciência sem Fronteiras. “Tive a satisfação de receber apoio na Rússia, que abre um campo para mil bolsistas que queiram vir para o país.”

Temer informou que, na área energética, o ministro da Minas e Energia, Eduardo Braga, convidou empresários russos a investirem na exploração do pré-sal e também em linhas de transmissão.

Entre os acordos firmados hoje entre os dois países, Michel Temer destacou o que prevê a utilização de um sistema russo de navegação por satélite e a cooperação firmada com a Agência Espacial Brasileira para detecção de detritos espaciais.

Dmitri Medvedev falou sobre a importância de fortalecer a cooperação político-econômica entre os dois países e lembrou a relação de colaboração que existe entre Brasil e Rússia no Brics, grupo de países que também reúne Índia, China e África do Sul.

Michel Temer e Dmitri Medvedev participaam da 7ª Reunião da Comissão de Alto Nível Brasil-Rússia (CAN)Romerio Cunha/Vice-Presidência
No início do dia, Temer e Mdevedev participaram da 7ª Reunião da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia. Criada em 1997, a comissão é a mais alta instância de negociação entre os dois países.

Em comunicado conjunto divulgado após a reunião, Temer e Mdevedev ressaltaram as possibilidades de investimento na modernização da infraestrutura brasileira e incentivaram empresas russas e brasileiras a participar de projetos de desenvolvimento nos dois países, inclusive da segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL), recentemente lançado pelo governo brasileiro.

Também acertaram a realização de atividades para prestar informações sobre o ambiente de negócios e oportunidades de investimentos em ambos os países. No comunicado, recomendaram que autoridades dos bancos centrais brasileiro e russo prossigam o diálogo técnico para o estudo da viabilidade da realização de pagamentos em moedas nacionais.

Temer e Mdevedev encerraram a agenda com assinatura de acordos e declarações à imprensa. A viagem oficial do vice-presidente a Moscou foi iniciada segunda-feira (14). Hoje, ele seguiu para Varsóvia, na Polônia. A comitiva de ministros e empresários liderada por Temer quer aprofundar as relações de cooperação e comércio com os dois países.