Senadores dizem concordar com declarações de Temer sobre popularidade do governo

Mariana Jungmann – Repórter da Agência Brasil Edição: Maria Claudia

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse hoje (4) que todos os políticos concordam com as declarações de ontem (3) do vice-presidente Michel Temer, de que nenhum governo resiste a três anos e meio de mandato com índice tão baixo de popularidade como o atual.

“A declaração do vice-presidente Michel Temer é verdadeira. Todos os políticos avaliam dessa maneira. Agora, é preciso pegar a declaração inteira. O presidente diz que dessa forma não pode continuar, vai ter muita dificuldade, mas diz também que o governo precisa fazer um esforço no sentido de melhorar a economia para recuperar a popularidade. Ele aponta um direção”, afirmou Jucá, ex-líder do governo no Senado.

Na avaliação do senador, a crise econômica está piorando e deve começar a se refletir mais fortemente na perda do emprego. Por isso, segundo Jucá, o governo precisa agir e fazer reformas estruturais que permitam sair dessa situação. “O governo tem que agir. A economia está paralisada, o governo não consegue dar segurança jurídica, não tem a credibilidade necessária para os agentes econômicos investirem. O governo não consegue também sinalizar a previsibilidade da economia e não consegue mostrar qual a saída no fim do túnel. Com isso, os agentes econômicos travaram, cada um faz na sua cabeça o pior cenário econômico, e isso faz com que as pessoas fiquem mais conservadoras”, disse.

Assim como Jucá, o senador oposicionista José Agripino Maia (DEM-GO) concordou com as declarações de Temer que, segundo ele, é um “homem experimentado em política”. “Ele sabe que popularidade você só recupera com qualidade de governo e credibilidade. Ele sabe que Dilma, além de perder os dois, ainda convive com a improbidade. Então, a declaração que ele deu é a declaração de um vice-presidente que conhece a intimidade do governo e que declara coisas que, para o governo, são perigosas e comprometedoras”, disse.

O líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), considerou “óbvia” a declaração do vice-presidente e indagou o que o partido de Temer pode fazer diante da situação. “O que o PMDB vai fazer diante disso? Ocupar cargos no governo, usar a Presidência do Senado para alongar a crise? Não é possível Temer ficar numa posição cômoda, uma hora dizer que é preciso alguém para reunificar [o país] e outra falar o que o Brasil já sabe. É igual ao médico não tratar e só dizer ao paciente com dor que, se continuar assim, ele vai morrer. É preciso fazer algo além do jogo de cena”, afirmou.

As declarações de Michel Temer foram feitas ao participar de um debate promovido pelo Movimento Política Viva, na noite de quinta-feira (3), em São Paulo.

Bolívia critica "falta de resposta" do Brasil sobre caso Pinto Molina

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil Edição: Maria Claudia

O governo boliviano criticou ontem (3), em nota oficial, a “falta de resposta oficial” do governo brasileiro no episódio envolvendo o ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, que fugiu para o Brasil em 2013. Na nota, o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia relembrou o caso, citando a fuga de Molina com auxílio de “funcionários diplomáticos brasileiros”, referindo-se à participação do diplomata Eduardo Saboia no caso.

“O Ministério das Relações Exteriores do Estado Plurinacional da Bolívia lamenta a falta de resposta oficial do governo brasileiro às várias solicitações formais apresentadas como emergência da entrada do senhor Roger Pinto Molina à sede da embaixada daquele país na cidade de La Paz, pedindo asilo diplomático; a facilitação de sua fuga para o território brasileiro em cumplicidade com funcionários diplomáticos brasileiros [...]”. Procurado, o Itamaraty não se manifestou a respeito da nota do governo boliviano.

O governo boliviano citou ainda o Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça. A nota critica a apreciação do pedido de refúgio por parte do Conare, ressaltando que Molina responde a “vários processos penais” por crimes de corrupção pública. Diz ainda que o Conare já teria concedido refúgio à Molina, conforme “noticiado por meios de comunicação”. A assessoria do Ministério da Justiça, no entanto, não confirmou a concessão de refúgio a Molina até o fechamento desta reportagem.

Em agosto de 2013, dois meses após assumir como encarregado de negócios (substituto temporário do embaixador) na Bolívia, e reiterar ao Itamaraty as dificuldades vividas por Pinto Molina, Saboia, com mais de 20 anos de carreira, decidiu organizar a saída do senador, opositor do presidente Evo Morales.

Antes de sua ida ao Brasil, o então senador chegou a ficar 455 dias abrigado na Embaixada do Brasil, em La Paz. Cerca de 22 horas depois de sair da capital boliviana, em um carro da embaixada brasileira, escoltado por fuzileiros navais, Pinto Molina chegou a Corumbá, em Mato Grosso do Sul, na fronteira com a Bolívia, no dia 24 de agosto, de onde viajou para Brasília.

Na época, o atual ministro de segunda classe do Itamaraty defendeu-se, afirmando que esteve duas vezes em Brasília e  informou a seus superiores que Molina sofria de depressão e estava com problemas renais. Saboia disse que pediu para deixar o posto em La Paz e ser transferido para outro país ou voltar para o Brasil. O salvo-conduto para o senador deixar a Bolívia era negado pelas autoridades bolivianas, sob a alegação de que o parlamentar respondia a processos judiciais no país, por suspeita de corrupção.

A repercussão do caso acabou levando a presidenta Dilma Rousseff a substituir, poucos dias depois, o então chanceler Antonio Patriota por Luiz Alberto Figueiredo, que, à época, era o representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Quase dois anos depois da entrada no país, Pinto Molina continua vivendo em Brasília.



Ativista argentina diz que não há mais espaço para ditaduras no continente

Vladimir Platonow - Repórter Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

A ativista dos direitos humanos argentina Estela de Carlotto, presidenta do grupo Avós da Praça de Maio, repudiou a possibilidade da volta de militares ao poder na América Latina, como pregam alguns grupos durante manifestações de rua no Brasil e em outros países do continente.

A ativista argentina Estela de Carlotto participa de debate sobre direitos humanos na Bienal do Livro do Rio de JaneiroVladimir Platonow/Agência Brasil
“[Não há mais espaço], de nenhuma maneira. Os países da América Latina não devem ter mais governos de poder ilícito e de força tirânica. Acredito que estamos preparados para nos defender”, afirmou Estela, que, aos 84 anos, finalmente conseguiu reencontrar, no ano passado, seu neto.

A comprovação foi possível por meio de exames de DNA. Quando bebê, ele havia sido tirado da filha Laura. Ela estava grávida ao ser presa e, posteriormente, foi morta no cárcere pela ditadura argentina, em 1978.

Na quinta-feira (3), Estela participou de um debate sobre direitos humanos e direito à verdade, ao lado do embaixador argentino no Brasil, Luis María Kreckler, e da ativista dos direitos humanos brasileira Nadine Borges. A conversa ocorreu no estande da Argentina, país homenageado este ano na Bienal do Livro, no Centro de Convenções Riocentro.

Presidenta desde 1989 das Avós da Praça de Maio, grupo formado por mulheres que buscam até hoje os netos roubados pela ditadura, Estela classificou como maus cidadãos as pessoas que defendem a volta dos militares ao poder ou a interrupção de mandatos democraticamente eleitos.

“Assim também ocorre na Argentina, mas não devem ser muitas pessoas. Devem ser más pessoas. Elas dizem que estavam melhor em uma ditadura, com um governo de força e não democrático. Nós sabemos quem são os que buscam voltar a um passado sinistro. Talvez precisemos lembrar a essas pessoas o que ocorreu, porque podem ter perdido a memória. É injusto e ilegal que se retire um governo eleito pelo povo.”

Informações sobre as Avós da Praça de Maio podem ser obtidas na página do grupo na internet. Até hoje, elas conseguiram recuperar a identidade de 117 pessoas, recém-nascidos que eram tirados à força dos pais, torturados e mortos em cativeiro, e dados para adoção, muitas vezes para famílias ligadas à ditadura.




Mudanças climáticas causam alterações no comportamento de beija-flores

por Elton Alisson - Agência FAPESP

O aumento da temperatura causa a diminuição da taxa metabólica das aves. Elas passam a voar menos e diminuem a procura por néctar em flores

 
As mudanças climáticas podem causar a diminuição da atividade de voo de beija-flores e, consequentemente, da polinização de vegetais por esse grupo de aves.

A constatação é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Taubaté (Unitau), em colaboração com colegas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo (EEL-USP) e da University of Toronto Scarborough, do Canadá, durante o Projeto Temático “Assessment of impacts and vulnerability to climate change in Brazil and strategies for adaptation option”, realizado com apoio da FAPESP no âmbito de um acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Observamos que o aumento da temperatura causa a diminuição da taxa metabólica de beija-flores [a quantidade de oxigênio consumido necessário para produzir energia]. Com isso, cai a frequência de batimentos de asa das aves e, consequentemente, elas passam a voar menos e diminuem a procura por néctar em flores”, disse Maria Cecília Barbosa de Toledo, professora do Departamento de Biologia da Unitau e coordenadora do projeto, à Agência FAPESP.

Os pesquisadores estudaram oito espécies de beija-flor encontradas em diferentes níveis de altitude no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.

Duas das espécies são de baixa altitude – o beija-flor-rajado (Ramphodon naevius) e o topetinho-verde (Lophornis chalybeus) –, outras duas são de alta altitude – o beija-flor-de-topete (Stephanoxis lalandi) e o beija-flor de papo branco (Leucochloris albicollis) –, três ocorrem ao longo de todo o gradiente elevacional do Vale do Paraíba – o beija-flor de fronte violeta (Thalurania glaucopis), beija-flor rubi (Clytolaema rubricauda) e beija-flor de garganta verde (Amazilia fimbriata) – e a última – o beija-flor preto (Florisuga fusca) – é migratória.

O grupo de aves foi escolhido porque apresenta uma alta taxa metabólica, relacionada com fatores ambientais, como temperatura e altitude.

“Estimávamos que as mudanças climáticas poderiam causar grandes impactos em espécies de beija-flor e que, por isso, podiam ser usadas como bioindicadoras”, disse Toledo.

A fim de simular os efeitos das variações climáticas nesses animais, os pesquisadores usaram como referência o gradiente climático altitudinal da região montanhosa do Vale do Paraíba, que varia de três metros – como os das cidades de Ubatuba e Caraguatatuba – a 1,8 mil metros de altitude, como o da cidade de Campos do Jordão.

Nessas regiões, com diferentes níveis de elevação altitudinal e temperatura variável entre 10 e 30 ºC, eles avaliaram a taxa metabólica em campo de beija-flores-rubi (Clytolaema rubricauda) – uma das três espécies de beija-flor que ocorrem ao longo de todo o gradiente altitudinal do Vale do Paraíba.

Para isso, usaram um sistema em que o beija-flor é capturado e colocado dentro de uma câmara com um alimentador, no alto do recinto – composto por um tubo plástico contendo uma solução de sacarose a 20% –, e um poleiro que serve de balança para indicar o peso do animal.

Para conseguir se alimentar da solução de sacarose, a ave precisava pairar no ar e inserir a cabeça dentro do tubo de plástico do alimentador, que funciona como uma máscara respiratória, com passagem de 2,5 mil mililitros (ml) de ar por minuto.

Ao pairar no ar e inserir a cabeça na máscara respiratória, os pesquisadores conseguiam analisar a temperatura, além do volume de oxigênio consumido e o total de dióxido de carbono produzido pela ave durante o voo pairado.

Dessa forma, conseguiram estimar as taxas metabólicas dos pássaros em diferentes temperaturas ao longo do gradiente altitudinal do Vale do Paraíba.

“Esse sistema possibilita avaliarmos a taxa metabólica de beija-flores em atividade, que é o dado mais importante para mensurarmos os efeitos das mudanças climáticas no metabolismo dessas aves”, explicou Toledo.

Menos voo

Uma das constatações dos experimentos foi que o aumento da temperatura diminui a taxa metabólica do beija-flor-rubi.

A taxa metabólica da ave foi maior em uma faixa de temperatura mais amena, entre 20.1 e 25 ºC, e menor sob temperaturas mais altas, entre 25.1 e 30 ºC, indicaram os experimentos.

Nessa faixa de temperatura mais elevada, o pássaro tende a diminuir a frequência de batimento de asas, procura mais sombra para permanecer em repouso e voa menos para manter seu metabolismo e diminuir o gasto energético, explicou Toledo.

“Essa mudança de comportamento pode causar a diminuição da polinização de vegetais por essas aves”, estimou a pesquisadora. “Os beija-flores passam a visitar menos as flores silvestres em busca de néctar e, consequentemente, deixam de transportar pólen de uma flor para outra”, completou.

Algumas espécies de beija-flor possuem preferências climáticas, apontou o estudo.

O beija-flor-rubi, por exemplo, apresenta maior ocorrência no Vale do Paraíba em regiões com temperatura na faixa de 20 º a 25 ºC, e não “dá as caras” em regiões de baixa altitude durante o verão, quando a temperatura média atinge 28 ºC, disse Toledo.

“Se a temperatura aumentar, elevando a média das terras altas, provavelmente os beija-flores tentarão acompanhar essa mudança”, disse a pesquisadora.

“Observamos durante o estudo que os beija-flores apresentam variações morfométricas em função da altitude, tais como massa, comprimento e área da asa, comprimento do bico e comprimento total. Mas ainda não sabemos se poderão sofrer mudanças morfométricas rápidas a tempo de se adaptarem às mudanças climáticas”, disse Toledo.

O aumento da temperatura, contudo, não representa um fator limitante para a sobrevivência dos beija-flores, uma vez que esse grupo de aves possui alta resistência térmica.

A temperatura corpórea dos beija-flores é em torno de 40 ºC. Dessa forma, a ave é capaz de suportar de forma confortável uma temperatura ambiente em torno de 38 ºC – considerada bastante alta –, explicou Toledo.

“Os beija-flores só conseguem manter esse estresse térmico por muito tempo, entretanto, se houver energia disponível, que é o néctar das flores. E isso representa um ponto de preocupação”, ponderou.

Um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Engenharia de Lorena, da USP, no âmbito do projeto, identificou que a quantidade de energia disponibilizada pelas plantas para os beija-flores na região do Vale do Paraíba varia de acordo com a elevação.

Algumas espécies de plantas visitadas por beija-flores em regiões de terras altas, como Campos do Jordão, possuem néctar com maior teor de sacarose – o açúcar preferido pela ave – do que em regiões de terras baixas, como Ubatuba, apontou o estudo.

“Nossa preocupação é se as plantas visitadas pelos beija-flores serão capazes de ajustar suas concentrações de néctar em tempo de acompanhar as mudanças climáticas e continuarem fornecendo energia para essas aves”, ressaltou Toledo.


Fonte: National Geographic Brasil

Vieira vai à Colômbia e Venezuela para ajudar no diálogo entre os dois países

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco


  Arquivo/ABr
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, viajou na noite desta quinta-feira (3) para a Colômbia para ajudar no diálogo entre entre este país e a Venezuela. No dia 20 de agosto, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fechou a fronteira com a Colômbia, depois que um civil e três militares venezuelanos foram feridos em uma emboscada.

Nos dias que se seguiram, mais de mil colombianos foram repatriados e 4.260 abandonaram a Venezuela.

A iniciativa de enviar o chanceler brasileiro à Colômbia foi da presidenta Dilma Rousseff. O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, acompanha Vieira no diálogo com os países vizinhos. De acordo com o Itamaraty, o objetivo da missão é “oferecer os bons ofícios para ajudar na comunicação entre as partes”. Vieira e Timerman já se encontraram com a ministra de Relações Exteriores da Colômbia, María Angela Holguín, e seguem ainda hoje para Caracas, capital venezuelana.

De acordo com o Ministério de Relações Exteriores da Argentina, Vieira entregou à ministra colombiana uma carta de Dilma, endereçada ao presidente Juan Manuel Santos. “Os ministros Vieira e Timerman buscam promover e aprofundar o diálogo entre as partes dada a importância da unidade da região e da solução pacífica e negociada das diferenças”, diz comunicado divulgado pelo ministério argentino em seu site oficial.

Os militares venezuelanos foram baleados enquanto patrulhavam a fronteira do estado de Táchira, na tentativa de evitar o contrabando de gasolina e alimentos subsidiados para a Colômbia, onde são vendidos a preços mais altos. Maduro atribuiu o ataque às “máfias paramilitares colombianas” e, além de fechar a fronteira, decretou estado de exceção constitucional em seis municípios e enviou 1,5 mil soldados à região para “restabelecer a ordem, a paz e a convivência”.

O presidente colombiano reafirmou a disposição de “colaborar e coordenar ações contra o contrabando e o crime organizado”, mas disse que o diálogo é a melhor forma de solucionar o problema. Segundo Santos, “o confronto só serve a interesses políticos, individuais e eleitorais.”


Janot é contra pedido de José Dirceu para voltar à prisão domiciliar

André Richter - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) favorável à decisão que determinou a transferência do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para cumprir prisão preventiva em Curitiba. No mês passado, Dirceu foi preso em Brasília, por causa das investigações durante da 17ª fase da Operação Lava Jato.

Janot é contra pedido de José Dirceu para voltar à prisão domiciliar
De acordo com Janot, não há ilegalidade no decreto de prisão assinado pelo juiz federal Sergio Moro. Além disso, o procurador afirmou que não há conexão entre a prisão definitiva na Ação Penal 470, o processo do mensalão, e a preventiva, da Lava Jato.

Em 2013, Dirceu foi condenado a sete anos e 11 meses no regime semiberto, mas já cumpria prisão domiciliar antes da nova prisão. “Desse modo, não há qualquer empecilho à transferência do agravante [Dirceu] para outra unidade da Federação, local onde estão concentrados os demais atos de investigação", disse Janot.

A partir do parecer, caberá ao ministro Luís Roberto Barroso, relator das execuções penais dos condenados no processo do mensalão, julgar o pedido da defesa do ex-ministro. Por meio de seu advogado, Roberto Podval, Dirceu informou que não há motivo para a transferência, porque sempre se colocou à disposição da Polícia Federal e cumpre prisão domiciliar na capital federal, em função da condenação na Ação Penal 470.

“Embora não se invoque, no decreto prisional, a conveniência da transferência do peticionário [Dirceu] a Curitiba, temos que este, desde que teve ciência de que figurava como investigado na Lava Jato, reiteradamente dispôs-se a ser ouvido em depoimento pelas autoridades, o que nunca foi determinado", argumentou o advogado.

Ontem (4), a pedido de sua defesa, o ex-ministro foi transferido da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, para o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense.


Hungria reforça legislação de emergência anti-imigração

Da Agência Brasil* Edição: Talita Cavalcante

Migrantes na Estação Ferroviária de Bicske, na Hungria EPA/Herbert P. Oczeret/Agência Lusa/Direitos Reservados
O Parlamento da Hungria reforçou hoje (4) a legislação anti-imigração do país, em resposta ao grande fluxo de refugiados que tentam chegar à Europa Ocidental por meio do território húngaro.

Proposta pelo governo do primeiro-ministro conservador Victor Orbán, a nova legislação reforça, entre outros aspectos, as possibilidades de ação do Exército nas fronteiras, bem como torna a imigração ilegal passível de punição com pena de até três anos de prisão.

Aprovado de forma emergencial e por maioria (140 votos contra 33), o documento trata do “estado de crise”, um nível que na Hungria precede ao estado de emergência, e concede mais poderes ao governo.

“Uma nova era vai começar em 15 de setembro”, data prevista para entrar em vigor a nova legislação anti-imigração, declarou, num comunicado, o chefe do Governo húngaro, que reivindica há vários meses a volta das prerrogativas nacionais sobre imigração no âmbito da União Europeia (UE).

Fuga

Cerca de 300 migrantes fugiram nesta sexta-feira de um campo de acolhimento no Sul da Hungria, perto da fronteira com a Sérvia, levando as autoridades a fechar provisória e parcialmente o posto fronteiriço.

Na capital húngara, Budapeste, há vários dias milhares de migrantes esperam nas imediações de uma das principais estações ferroviárias por uma oportunidade para embarcar com destino aos países do Norte.

Também nesta sexta, cerca de mil desses migrantes começaram a abandonar a zona para tentar chegar a pé à Áustria, segundo jornalistas no local.

Iniciativa cidadã

Cerca de 2 mil pessoas inscreveram-se até a manhã desta sexta numa iniciativa cidadã criada na rede social Facebook para “buscar”, com carros particulares, centenas de migrantes na Hungria.

“O tempo dos apelos à União Europeia e aos responsáveis políticos está ultrapassado, agora temos de agir”, afirmam as administradoras da página Convoy Budapeste-Viena, Erzsébet Szabó e Elisabeth Schneider.

A iniciativa Convoy Budapest-Viena assegura na página “assistência jurídica” aos participantes.

Uma primeira carreata deve partir no domingo (6) de manhã de Viena para “levar tantos refugiados quanto possível de Budapeste para Viena e de lá, se possível, para a Alemanha”.

A iniciativa surge depois de a Hungria ter suspendido as ligações ferroviárias internacionais a partir de Budapeste, onde milhares de migrantes, muitos com bilhetes válidos, aguardam uma oportunidade para viajar para a Áustria ou a Alemanha.

Por outro lado, quatro austríacos foram detidos hoje em Budapeste por terem tentado levar migrantes para a Áustria, um delito punível com cinco anos de prisão na Hungria.

Depois de uma intervenção do ministro dos Negócios Estrangeiros austríaco, Sebastien Kurz, o chefe da diplomacia húngara, Peter Szijjarto, assegurou que os cidadãos austríacos vão ser libertados em breve.

Na Áustria, o transporte de refugiados sem os documentos em ordem de um país para outro também é punido, mas com uma multa que pode chegar aos 5 mil euros.

Mais de 160 mil migrantes chegaram desde o início do ano à Hungria, primeiro país da rota dos Balcãs que é membro do espaço europeu de livre circulação Schengen, de onde pretendem seguir para a Áustria ou a Alemanha.

*Com informações da Agência Lusa

Dilma defende criação de receitas para resolver déficit e reequilibrar Orçamento

Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante

“Se a gente quer um Orçamento equilibrado, se a gente quer preservar as políticas, vamos ter de tomar algumas medidas", destacou DilmaWilson Dias/Agência Brasil
A presidenta Dilma Rousseff voltou a defender hoje (4) a criação de receitas para o governo como forma de reequilibrar o Orçamento e resolver o déficit de R$ 30,5 bilhões previsto na proposta orçamentária para 2016, enviada esta semana ao Congresso.

Na quarta-feira (2), ao comentar a eventual volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) – que foi cogitada pelo governo – Dilma disse que não gostava do tributo, mas não descartou a criação de fontes de receita. Hoje, em entrevista a rádios da Paraíba, Dilma disse que a medida pode ser necessária, ao lado de outras, como cortes de gastos e melhoria da gestão do governo.

“Se a gente quer um Orçamento equilibrado, se a gente quer preservar as políticas, vamos ter de tomar algumas medidas: umas são de gestão, por parte do próprio governo. A segunda coisa que vamos fazer: temos que discutir novas fontes de receitas, se a gente quiser manter a lei, obviamente que a gente quer, e também garantir que o país não tenha um retrocesso”, disse.

A presidenta também defendeu a iniciativa do governo de enviar a proposta orçamentária com previsão de déficit como uma iniciativa de transparência. Mas voltou a argumentar que o governo não transferiu responsabilidades para o Congresso resolver o problema das contas públicas. Segundo Dilma, o governo não quer ficar com o déficit e quer discutir como conseguir as receitas necessárias para reequilibrar o Orçamento.

“A responsabilidade é do governo federal, nós vamos fazer isso e vamos apontar aonde a gente acha que deve ser concentrada essa receita. A gente ainda tem mais dois meses para fazer isso, entre um e dois meses, no máximo, podendo chegar até o fim do ano, porque esse Orçamento é para o ano que vem”, ressaltou.

Dilma disse que o governo “cortou tudo o que poderia ser cortado ou o que poderia esperar”, mas destacou a opção de não reduzir gastos de programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. A presidenta lembrou que a maior parte do Orçamento não é gasta com essas medidas, mas com despesas obrigatórias. “Por isso, a gente vive falando que tem de ter cuidado quando você fica aprovando medidas que elevem a despesa obrigatória do governo.”

Perguntada sobre a relação com o Congresso Nacional em meio à crise política e econômica que o país atravessa, Dilma disse que a convivência entre os Poderes está baseada na Constituição Federal, que prevê independência entre eles, mas de forma harmônica.

“Podemos divergir, mas temos que dialogar sempre e procurar consensos, isso por um motivo muito simples: pelo bem do Brasil. Independente da diferença partidária, da visão que você tenha dessa ou daquela pessoa, o que está acima de tudo é o Brasil”, acrescentou.

De acordo com a presidenta, para além das divergências, é preciso que o Congresso também tenha preocupação com a estabilidade macroeconômica, política e social do país ao aprovar ou modificar leis.

“Em uma democracia, é absolutamente natural que haja debate, que haja divergência, só há concordância absoluta na calma dos cemitérios. Fora da calma dos cemitérios, as pessoas têm direito de divergir, de dizer o que pensam. Agora, todo mundo tem de estar orientado por um princípio, que é o princípio da estabilidade do país”.

Paraíba

Dilma deu entrevista às rádios paraibanas Correio 98 FM, de João Pessoa, e Campina FM, de Campina Grande, antes de seguir para o estado, onde terá agendas hoje. Ao meio-dia, a presidenta participa da entrega de 1.948 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida em Campina Grande.

À tarde, Dilma se reúne com empresários paraibanos e, em seguida, participa de mais uma rodada do Dialoga Brasil, uma iniciativa do governo em que a presidenta ouve sugestões de cidadãos para melhoria das políticas do governo.

Dilma defende criação de receitas para resolver déficit e reequilibrar Orçamento

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 04/09/2015 - 10:36   04/09/2015 - 10:59
Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante
A presidenta Dilma Rousseff fala à imprensa no Palácio Itamaraty (Wilson Dias/Agência Brasil)
“Se a gente quer um Orçamento equilibrado, se a gente quer preservar as políticas, vamos ter de tomar algumas medidas", destacou DilmaWilson Dias/Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff voltou a defender hoje (4) a criação de receitas para o governo como forma de reequilibrar o Orçamento e resolver o déficit de R$ 30,5 bilhões previsto na proposta orçamentária para 2016, enviada esta semana ao Congresso.

Na quarta-feira (2), ao comentar a eventual volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) – que foi cogitada pelo governo – Dilma disse que não gostava do tributo, mas não descartou a criação de fontes de receita. Hoje, em entrevista a rádios da Paraíba, Dilma disse que a medida pode ser necessária, ao lado de outras, como cortes de gastos e melhoria da gestão do governo.

“Se a gente quer um Orçamento equilibrado, se a gente quer preservar as políticas, vamos ter de tomar algumas medidas: umas são de gestão, por parte do próprio governo. A segunda coisa que vamos fazer: temos que discutir novas fontes de receitas, se a gente quiser manter a lei, obviamente que a gente quer, e também garantir que o país não tenha um retrocesso”, disse.

A presidenta também defendeu a iniciativa do governo de enviar a proposta orçamentária com previsão de déficit como uma iniciativa de transparência. Mas voltou a argumentar que o governo não transferiu responsabilidades para o Congresso resolver o problema das contas públicas. Segundo Dilma, o governo não quer ficar com o déficit e quer discutir como conseguir as receitas necessárias para reequilibrar o Orçamento.

“A responsabilidade é do governo federal, nós vamos fazer isso e vamos apontar aonde a gente acha que deve ser concentrada essa receita. A gente ainda tem mais dois meses para fazer isso, entre um e dois meses, no máximo, podendo chegar até o fim do ano, porque esse Orçamento é para o ano que vem”, ressaltou.

Dilma disse que o governo “cortou tudo o que poderia ser cortado ou o que poderia esperar”, mas destacou a opção de não reduzir gastos de programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. A presidenta lembrou que a maior parte do Orçamento não é gasta com essas medidas, mas com despesas obrigatórias. “Por isso, a gente vive falando que tem de ter cuidado quando você fica aprovando medidas que elevem a despesa obrigatória do governo.”

Perguntada sobre a relação com o Congresso Nacional em meio à crise política e econômica que o país atravessa, Dilma disse que a convivência entre os Poderes está baseada na Constituição Federal, que prevê independência entre eles, mas de forma harmônica.

“Podemos divergir, mas temos que dialogar sempre e procurar consensos, isso por um motivo muito simples: pelo bem do Brasil. Independente da diferença partidária, da visão que você tenha dessa ou daquela pessoa, o que está acima de tudo é o Brasil”, acrescentou.

De acordo com a presidenta, para além das divergências, é preciso que o Congresso também tenha preocupação com a estabilidade macroeconômica, política e social do país ao aprovar ou modificar leis.

“Em uma democracia, é absolutamente natural que haja debate, que haja divergência, só há concordância absoluta na calma dos cemitérios. Fora da calma dos cemitérios, as pessoas têm direito de divergir, de dizer o que pensam. Agora, todo mundo tem de estar orientado por um princípio, que é o princípio da estabilidade do país”.

Paraíba

Dilma deu entrevista às rádios paraibanas Correio 98 FM, de João Pessoa, e Campina FM, de Campina Grande, antes de seguir para o estado, onde terá agendas hoje. Ao meio-dia, a presidenta participa da entrega de 1.948 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida em Campina Grande.

À tarde, Dilma se reúne com empresários paraibanos e, em seguida, participa de mais uma rodada do Dialoga Brasil, uma iniciativa do governo em que a presidenta ouve sugestões de cidadãos para melhoria das políticas do governo.


Recorde de 5.600 migrantes entram em um dia na Macedônia pela Grécia

Da Agência Lusa

Um recorde de cerca de 5.600 migrantes entraram nessa quinta-feira (3) na Macedônia procedentes da Grécia, mais de duas vezes o número habitual, que oscila diariamente entre 2 mil e 3 mil pessoas, informou hoje (4) a Organização das Nações Unidas (ONU).

“Ontem, entraram 5.600 pessoas” na Macedônia, declarou a porta-voz do Alto-Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), Melissa Fleming, em entrevista. Ela disse que é difícil prever o que vai ocorrer nas próximas semanas.

Geralmente, o fluxo de migrantes diminui a partir do mês de outubro devido ao mau tempo no Mediterrâneo. Segundo Melissa, no ano passado, no entanto, os números mantiveram-se elevados apesar do mau tempo.

De acordo com o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Macedônia, Bertrand Desmoulins, o fluxo de migrantes tem aumentado, e a proporção de mulheres e crianças está em constante progressão.

“As autoridades [da Macedônia] só registram metade das pessoas” que chegam da Grécia, o que as impede de terem acesso à ajuda humanitária distribuída nos centros de acolhimentos, disse Desmoulins,

Perto de 365 mil migrantes e refugiados atravessaram o Mediterrâneo desde janeiro e mais de 2.700 morreram, de acordo com os dados divulgados hoje pela Organização Internacional para as Migrações. Mais de 245 mil chegaram à Grécia e mais de 116 mil à Itália.


Cameron diz que Reino Unido vai receber milhares de refugiados sírios

Da Agência Lusa

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse hoje (4) em Lisboa que o Reino Unido vai receber milhares de refugiados sírios, que se somarão aos 5 mil que já recebeu.

“Aceitamos 5 mil sírios e criamos um programa específico de reinstalação. Vamos aceitar mais milhares, com esse sistema que já existe, e vamos manter o número em revisão”, disse Cameron.

O primeiro-ministro britânico, que concedeu entrevista em Lisboa, tem sido criticado no Reino Unido, inclusive por uma ala do seu partido Conservador, pela falta de iniciativa em face da crise migratória que a Europa enfrenta.

Na Espanha, várias cidades e comunidades autônomas decidiram avançar com iniciativas próprias para acolher refugiados, sem um plano nacional feito pelo governo central em Madri, que até agora estava contra a cota pedida por Bruxelas.

O jornal El País informa que cidades como Madri, Oviedo, Corunha, Málaga e Alicante decidiram juntar-se a uma rede de cidades, proposta terça-feira (1º) pela presidenta de Câmara de Barcelona, Ada Colau. A ideia é juntar na mesma iniciativa cidades dispostas a acolher refugiados da Síria e do Iraque.

A Câmara de Madri anunciou decisões concretas: vai destinar 10 milhões de euros a um plano de "apoio integral" ao acolhimento de refugiados que envolva habitação e apoio escolar, psicológico e ajuda para lidar com a burocracia.

O governo espanhol tem rejeitado a cota de refugiados pedida por Bruxelas. Dos 6 mil refugiados que a comissão pedia à Espanha para receber, o governo de Mariano Rajoy mostrou abertura para receber 2.749 pessoas.

Mesmo sem plano estatal de acolhimento, algumas comunidades autônomas espanholas juntaram-se ao movimento das cidades.

No momento em que a Europa enfrenta a crise de refugiados, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, defendeu a eficácia de sua política de imigração, que inclui a devolução de barcos aos seus pontos de embarque.

Abbott disse que imagens como a do menino Aylan Kurdi, que morreu afogado e foi encontrado numa praia da Turquia, são “muito tristes e comovedoras”, mas demonstram a necessidade de reforçar as fronteiras. “Se queremos parar as mortes, se queremos parar os afogamentos, temos de travar os barcos [com refugiados]”, disse o primeiro-ministro à emissora ABC. “Enquanto as pessoas acharem que podem vir e ficar aqui, teremos tragédias no mar”, acrescentou.

O jornal norte-americano The New York Times,  qualifica, em editorial, a política de imigração australiana como “desumana, de duvidosa legalidade e diretamente contrária à tradição do país de acolher as pessoas que fogem da perseguição e da guerra”.


Estado Islâmico destrói torres funerárias em Palmira

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

Imagem de arquivo mostra a antiga cidade de Palmira, no centro da SíriaImagem Youssef Badawi/EPA/Agência Lusa

O grupo extremista Estado Islâmico explodiu pelo menos três das famosas torres funerárias de Palmira, no chamado Vale dos Túmulos, no deserto sírio, anunciou hoje (4) o diretor de Antiguidades e Museus do Ministério da Cultura sírio, Maamun Abdulkarim.

"Eles exploraram três das torres funerárias, aquelas que estavam mais bem conservadas, as mais belas", disse Abdulkarim, depois de a organização ter destruído, nas duas últimas semanas, dois dos mais importantes templos de Palmira.

"Recebemos informações há dez dias, mas só agora conseguimos confirmá-las por meio de imagens por satélite da Syrian Heritage Initiative, um instituto com sede nos Estados Unidos. As imagens foram obtidas na quarta-feira (2)",  informou o diretor.

Para Abdulkarim, os monumentos destruídos são os túmulos de Elahbel, Jamblique e Khitôt,  construídos por famílias da antiga Palmira e que eram um símbolo do desenvolvimento econômico da cidade durante os primeiros séculos depois de Cristo. "Palmira é conhecida pelas torres funerárias, que são características da arquitetura da cidade", lembrou.

O Estado Islâmico, que aproveitou a guerra civil para ocupar grandes áreas da Síria, derrotou as forças governamentais e conquistou Palmira, que fica a 205 quilômetros a leste de Damasco.

Em 23 de agosto, os jihadistas destruíram com explosivos o templo de Baal-shamin em Palmira. Alguns dias antes, executaram o ex-responsável pelo património da cidade Khaled Al Assaad, de 82 anos.

No domingo (30), a organização destruiu o templo de Bel, "o mais belo símbolo de toda a Síria", de acordo com Abdulkarim.

A "pérola do deserto", como é chamada a cidade com mais de 2 mil anos, tem importância estratégica para o grupo radical.


ONU pede à UE cotas obrigatórias para distribuir pelo menos 200 mil refugiados

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

Migrantes e policiais durante distribuição de alimentos na Estação Ferroviária de Bicske, na HungriaEPA/Herbert P. Oczeret/Agência Lusa/Direitos Reservados
O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, Antônio Guterres, apelou hoje (4) à União Europeia (UE) para a distribuição de pelo menos 200 mil refugiados, defendendo que todos os estados-membros deviam ter a obrigação de participar neste programa.

“[É preciso] um programa de reinstalação em massa, com a participação obrigatória de todos os estados-membros da União Europeia. Uma estimativa bastante preliminar parece indicar a necessidade de aumentar as oportunidades de reinstalação de até 200 mil lugares”, escreveu Antônio Guterres em comunicado.

“A Europa enfrenta o maior afluxo de refugiados em décadas", afirmou, ao destacar que "a situação requer um esforço conjunto enorme, impossível com a atual abordagem fragmentada" existente no âmbito da UE.

Mais de 300 mil pessoas atravessaram o Mediterrâneo desde o início do ano, e mais de 2.600 morreram no trajeto, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

"Após a chegada às costas e fronteiras da Europa, elas continuam a sua viagem para o caos", continuou Guterres, denunciando o tratamento indigno que os imigrantes recebem.

Ele explicou que se trata "principalmente de uma crise de refugiados, e não apenas um fenômeno de migração", porque a maioria das pessoas que chegam à Grécia é oriunda de países onde há conflitos como a Síria, o Iraque e Afeganistão.

O alto comissário acredita que a única maneira de resolver o problema é a implementação de uma "estratégia comum baseada na responsabilidade, solidariedade e confiança".

"Concretamente, isso significa tomar medidas urgentes e corajosas para estabilizar a situação e encontrar uma maneira de compartilhar verdadeiramente a responsabilidade, a médio e longo prazo", adiantou.

"A UE deve estar pronta com o consentimento e apoio dos governos em questão – principalmente na Grécia e na Hungria, mas também na Itália – para a criação de capacidade de acolhimento e de registo de pessoas", defendeu. Guterres também lembrou que os migrantes que não têm nenhuma razão para ficar na Europa devem ser devolvidos aos seus países de origem.

Num contexto de crescente tensão entre os europeus, a Alemanha e a França lançaram na quinta-feira uma iniciativa conjunta para "organizar o acolhimento dos refugiados e uma distribuição equitativa na Europa" dessas famílias, que fogem sobretudo da guerra na Síria.

Embora o presidente François Hollande não tenha usado a expressão utilizada pela chanceler Angela Merkel de "cotas obrigatórias", aceitou a ideia de um "mecanismo permanente e vinculativo".

Na quinta-feira, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou aos estados-membros da UE para aceitar pelo menos 100 mil refugiados, de modo a aliviar a pressão nos países da chamada “linha da frente”.

Também na quinta-feira, fontes comunitárias revelaram que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, vai apresentar medidas de resposta à situação causada pela chegada de refugiados na próxima quarta-feira, durante o discurso sobre o estado da União.

A Comissão Europeia vai também pedir que os estados-membros dividam entre si os 120 mil refugiados que se encontram na Hungria, Grécia e Itália.

O plano do Executivo comunitário, que ainda é uma proposta sujeita a mudanças, sugere que esses 120 mil refugiados sejam acrescentados aos 32.256 que os estados-membros da UE já tinham se comprometido a acolher em julho.

Em relação a uma proposta anterior, a nova versão beneficia a Hungria, país que muitos refugiados pretendem cruzar para realizar o objetivo de chegar à Alemanha, para além da Grécia e Itália, os Estados mais afetados pela situação.

O plano da comissão vai ser examinado na sexta-feira pelos chefes dos governos checo, eslovaco, polaco e húngaro, que integram o designado Grupo de Visegrado, durante uma reunião em Praga, para acordar uma posição comum contrária às cotas obrigatórias na distribuição dos refugiados que chegam à UE.

Grito dos Excluídos quer mostrar nas ruas oposição à “ofensiva conservadora"

Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Maria Claudia

O Grito dos Excluídos, mobilização nacional que ocorre, tradicionalmente, no dia 7 de setembro, quer, nesta 21ª edição, marcar posição contrária ao que chama de “atual ofensiva conservadora”.  Os organizadores, entre eles a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), chamam a atenção para manifestações recentes no país que pediram a volta da ditadura, para medidas governamentais que reduzem o investimento em áreas sociais e o discurso midiático de criminalização de movimentos sociais.

“Podemos ter a reação de ir à luta para sair da crise ao lado do povo ou podemos ter reação daqueles que querem que o Brasil volte para trás. Nós não estamos do lado daqueles que querem o “quanto pior, melhor”, daqueles que não aceitam a democracia, que não aceitam o resultado das eleições. Queremos criticar para avançar, não criticar para retroceder”, afirmou Dom Pedro Luis Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes, vice-presidente da Regional Sul da CNBB.

O movimento deve divulgar amanhã (4) um mapa com as atividades previstas para o feriado de 7 de setembro. Já se sabe que, em São Paulo, o ato ocorrerá na Praça da Sé, às 8h. Haverá também uma atividade encabeçada por movimentos de moradia da capital paulista, marcada para a Praça Oswaldo Cruz, na Avenida Paulista.

Rosilene Wansetto, da coordenação nacional do Grito e da Rede Jubileu Sul Brasil, disse que as atividades são organizadas espontaneamente, e que todas que seguem a proposta do lema e do tema propostos são agregadas ao Grito. “Não há uma convocação oficial”, disse. As manifestações vão ocorrer em todas as capitais, além de cidades do interior, segundo ela. No ano passado, cerca de 200 localidades participaram da mobilização.

Este ano, a mobilização tem como lema “Que país é este, que mata gente, que a mídia mente e nos consome?”. “Ele é muito sugestivo para o momento que vivemos no país. [A proposta] é trazer toda a crítica e o debate para as ruas, porque é lá que se constrói a política, na nossa compreensão”, afirmou Rosilene Wansetto. O lema tem expressão em cinco eixos, que discutem temas como diferentes formas de violência, da forma como a mídia contribui para a violação de direitos e o papel no Estado na condução de reformas estruturais.

De acordo com a coordenação, os assuntos abordados na campanha do Grito são trabalhados durante todo o ano em debates e rodas de conversa para, então, culminar em manifestações populares pelo Brasil, no Dia da Independência. O papel da mídia é uma novidade entre os temas comumente escolhidos.

O jornalista Altamiro Borges, autor de A Ditadura da Mídia, lembrou que o próprio Grito, que ocorre desde 1994, com grande adesão, é invisibilizado pelos grandes veículos privados. “Recentemente, a mídia concentrou muitos dos seus holofotes em manifestações que pediam a volta da ditadura”, disse. Borges avalia que a mídia poderia contribuir para a defesa da vida e para o combate à violência, mas faz o contrário. “Ela estimula consumismo patológico. Esse consumismo é gerador de violência. É individualismo exacerbado”, destacou.

O jornalista criticou o uso político-partidário das informações noticiadas, além das questões econômicas que estimulam a busca desenfreada pela audiência. “[Isso] estimula os piores instintos do ser humano. Vai à procura de audiência, e o que dá é falar de violência. Programas policialescos, que ajudam a aumentar a violência”.

Uma das atividades do Grito dos Excluídos é a tradicional Romaria dos Trabalhadores, que ocorre em Aparecida, há 28 anos. “A religiosidade traz uma força interna essencial na luta”, afirmou Antonia Carrara, da Pastoral Operária. As atividades terão início às 7h no Porto Itaguassu, onde, de acordo com a história, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada por pescadores em 1717, e, de lá, as pessoas seguem para o Santuário da padroeira do Brasil. O ato na cidade reforça a característica racial da santa, que é negra. “O tema é Mãe Negra Aparecida, a classe trabalhadora tem sede e luta pelo mundo justo”, acrescentou.


História Hoje: Destroços do Titanic foram encontrados há três décadas


Há 30 anos, foram encontrados os destroços do Titanic, o triunfo da engenharia naval, o símbolo da ousadia e da obra-prima da inteligência humana, que afundou nas águas geladas do Atlântico com mais de 2,2 mil pessoas a bordo. A descoberta desvendou um dos maiores mistérios da história da navegação.

As operações para encontrar o Titanic começaram no dia 5 de agosto de 1985. Para localizar os restos do transatlântico, um grupo de pesquisadores franco-americano usou um robô submarino, capaz de resistir à pressão esmagadora e à escuridão do fundo do mar, equipado com câmeras de monitoramento e um sistema sonar. A sonda mostrou itens soltos do navio nas profundezas e os cientistas perceberam que estavam sobre o “campo de destroços”.

Foram mais de 73 anos até a descoberta desse transatlântico de luxo, considerado inafundável. Mas o poderoso navio era mais frágil do que se imaginava. Antes da descoberta dos restos do navio, pensava-se que o choque com um iceberg havia provocado um rombo de 100 metros no casco. Mas oceanógrafos e peritos esclareceram que os rebites foram responsáveis pela entrada da água. A embarcação foi a pique em pouco mais de duas horas e meia.

O Titanic levou para o fundo do Atlântico Norte, além das mais de 1,5 mil vítimas, uma fortuna em ouro, pedras preciosas, obras de arte e muito dinheiro. Até a localização do navio, acreditava-se que ele havia sido sepultado inteiro no mar. No entanto, a descoberta mostrou que a proa e a popa estavam separadas por 720 metros.

História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. É publicado desegunda a sexta-feira.

STF concede mais prazo para Eduardo Cunha apresentar defesa

André Richter - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu hoje (3) mais 15 dias para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresentar defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF). Há duas semanas, Cunha foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato.

Desde a semana passada, quando o deputado foi notificado sobre a apresentação da denúncia, os advogados têm 15 dias para enviar a manifestação, prazo que terminaria no dia 9 de setembro. Com a nova decisão, Cunha pode se manifestar até 24 de setembro.

De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Eduardo Cunha recebeu US$ 5 milhões para viabilizar, em 2006 e 2007, a contratação de dois navios-sonda pela Petrobras, junto ao Estaleiro Samsung Heavy Industries.

O negócio foi formalizado sem licitação e ocorreu com intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que está preso há nove meses em Curitiba, e do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Todos são investigados pela Operação Lava Jato.

O caso foi descoberto após depoimento de Júlio Camargo, que fez acordo de delação premiada. Conforme a denúncia, Camargo também participou do negócio e recebeu US$ 40,3 milhões da Samsung Heavy para concretizar a contratação.

A denúncia foi rebatida com “veemência” por Eduardo Cunha, que chamou de “ilações” os argumentos apresentados por Janot. Na época, o deputado se disse inocente e aliviado, “já que o assunto passava para o Poder Judiciário”.

Depois de receber a manifestação da defesa do deputado, o ministro Teori Zavascki vai elaborar seu voto e levá-lo a julgamento no plenário do STF. Se a maioria dos ministros entender que existem provas para abertura da ação penal, Cunha passará à condição de réu.


Anac fará audiência pública sobre regulamentação de drones

Da Agência Brasil Edição: Carolina Pimentel

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou hoje (3) a realização de uma audiência pública para debater regulamentação sobre o uso de veículos aéreos não tripulados (VANT), mais conhecidos como drones, e de aeromodelos, que são os veículos não tripulados usados para recreação.

A audiência será no dia 11 de setembro, a partir das 10h, no auditório da sede da agência, em Brasília. Para se manifestar verbalmente durante a sessão, os interessados devem se inscrever até o dia 8 de setembro pelo endereço eletrônico rpas@anac.gov.br.

Além da reunião presencial, a Anac vai receber sugestões sobre a regulamentação até o dia 3 de outubro, por meio do mesmo endereço eletrônico.

A proposta de regulamentação está disponível para consulta no site da Anac. As regras são apenas para operações civis de equipamentos não autônomos, ou seja, nas quais um piloto remoto pode intervir no voo.


Alemanha e França propõem cotas obrigatórias para acolhimento de refugiados

Da Agência Lusa Edição: Carolina Pimentel

Alemanha e França decidiram apresentar à União Europeia uma “iniciativa comum” para a impor cotas obrigatórias no acolhimento de refugiadosValdrin Xhemaj/Agência Lusa
A Alemanha e a França decidiram apresentar à União Europeia (UE) uma “iniciativa comum” para a imposição de cotas obrigatórias no acolhimento de refugiados pelos países europeus, anunciou hoje a chanceler alemã, Angela Merkel.

“Falei esta manhã com o presidente francês e a posição franco-alemã, que transmitirei às instituições europeias, é que estamos de acordo com a necessidade de cotas obrigatórias dentro da União Europeia para partilharmos a responsabilidade”, disse Merkel à imprensa durante uma visita a Berna.

Ela acrescentou que a poder econômico e o tamanho do país que vai acolher os refugiados têm de ser considerados, "mas sem as cotas não poderemos resolver o problema”.

A presidência francesa emitiu um comunicado em Paris anunciando que a França e a Alemanha vão transmitir a Bruxelas “propostas comuns para organizar o acolhimento de refugiados e uma repartição equitativa na Europa” e para “harmonizar as normas do sistema de asilo europeu”.

A iniciativa franco-alemã visa também “assegurar o regresso dos imigrantes irregulares aos seus países de origem e dar o apoio e a cooperação necessários aos países de origem e de trânsito”, acrescenta o comunicado.

“Para os refugiados que tentam chegar à Europa (…) as tragédias sucedem-se aos dramas. Milhares de vítimas morreram desde o início do ano. A União Europeia tem de agir de maneira decisiva e em conformidade com os seus valores”, diz o texto.

“Estes homens e estas mulheres, com suas famílias, fogem de guerra e de perseguições. Precisam de proteção internacional que lhes é devida. A Convenção de Genebra, assinada após a guerra, vincula todos os países. A Europa deve proteger aqueles para quem ela é a última esperança”, conclui o comunicado.


Presidente da Guatemala renuncia ao cargo

Da Rádio França Internacional

O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, cedeu às pressões das ruas e renunciou ao cargo em meio às acusações de corrupção. Ele enviou uma carta ao Congresso comunicando a decisão, tomada poucas horas depois que a Justiça emitiu ordem de prisão contra ele. Pérez Molina é acusado de liderar um grupo que desviava recursos aduaneiros do país.

A notícia da renúncia causou surpresa. Na segunda-feira (31), o presidente havia declarado que não tinha a menor intenção de deixar o cargo e que estava muito seguro e tranquilo de que iria comprovar a falsidade das acusações.

Na terça-feira (1º), Pérez Molina se tornou o primeiro presidente da Guatemala a perder a imunidade. A renúncia dele está nas mãos do Congresso, que pode ou não aprovar o pedido.

De qualquer forma, com a decisão, tomada poucos dias antes das eleições gerais na Guatemala, marcadas para domingo (6), o vice-presidente Alejandro Maldonado assume a presidência interinamente até que seja anunciada a sentença definitiva sobre o futuro de Pérez Molina.


Conselho Europeu apela aos países-membros para acolherem 100 mil refugiados

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou hoje (3) aos Estados-Membros da União Europeia (UE) para aceitarem pelo menos 100 mil refugiados, de modo a aliviar a pressão nos países da chamada linha da frente.

“Aceitar mais refugiados é um gesto importante de verdadeira solidariedade”, disse Tusk, salientando ser atualmente necessária “uma distribuição equitativa de pelo menos 100 mil refugiados pelos Estados-Membros”.

“Apelo a todos os dirigentes da UE para demonstrarem solidariedade com os Estados-Membros que enfrentam uma onda migratória sem precedentes”, salientou Tusk, após uma reunião conjunta com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban.

Antes, o presidente do Conselho Europeu, discursou para os embaixadores da União Europeia e alertou para o risco de uma divisão Leste-Oeste por causa do acolhimento aos refugiados.

Em julho, o Conselho Europeu recusou uma proposta da Comissão Europeia de estabelecer cotas obrigatórias para a reinstalação e recolocação de refugiados, tendo os chefes de Estado e de Governo dos 28 países chegado a um acordo para o acolhimento de 32 mil pessoas oriundas da Síria e da Eritreia, número inferior aos 40 mil propostos pelo executivo comunitário, em maio.


Conselho de Segurança da ONU vai discutir crise de refugiados na Europa

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai discutir uma resolução sobre a crise dos refugiados que atravessam o Mediterrâneo para chegar à Europa, informou nessa  quarta-feira (2) o embaixador russo Vitaly Churkin. Ele disse que uma medida sobre os refugiados poderia ser adotada este mês, durante a presidência russa do conselho.

O novo texto seria diferente do projeto anterior, que teria autorizado uma força naval europeia a atacar os traficantes de pessoas que operam nas águas territoriais líbias. Churkin disse que a nova resolução iria considerar a ação fora das águas líbias.

O embaixador russo não deu detalhes, mas outras fontes diplomáticas adiantaram que a medida discutida pelos britânicos iria autorizar a apreensão em águas internacionais de barcos operados por traficantes de refugiados.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, esteve no Conselho de Segurança em maio para solicitar o apoio da ONU ao plano europeu para a crise dos refugiados, usando a força militar contra os traficantes.

O texto solicitava a aprovação da Líbia, mas, devido ao tumulto político no país, o governo líbio que a comunidade internacional reconhece não controla a faixa costeira.

Mais de 350 mil pessoas arriscaram a vida para atravessar o Mediterrâneo este ano, segundo a Organização Internacional das Migrações, um aumento acentuado em relação a 2014, quando a travessia perigosa foi feita por 219 refugiados.


Naufrágio na Malásia deixa pelo menos 13 migrantes mortos

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

Pelo menos 13 pessoas morreram hoje (3) no Estreito de Malaca (principal passagem marítima entre os oceanos Índico e Pacífico), no naufrágio de uma embarcação que transportava cerca de 70 migrantes indonésios, informou à Agência France Press Mohamad Aliyas Hamdan, dos Serviços Marítimos da Malásia.

O pequeno barco afundou no mar agitado, na Costa Oeste do país, perto da cidade de Sabak Bernam, no estado de Selangor. "Os pescadores socorreram 13 pessoas e encontraram os corpos de mais 13”, acrescentou Aliyas.

Com base no tamanho do barco, as autoridades estimam que estivessem a bordo cerca de 70 pessoas, mas os pescadores locais disseram que poderia haver até 100 migrantes.

"Destacamos 12 navios, um avião e cerca de 200 funcionários para as operações de busca e resgate das vítimas", disse o representante malaio.

As autoridades do país ainda têm de verificar a nacionalidade das vítimas. Os corpos serão levados para um hospital público em Teluk Intan, no estado vizinho de Perak.

"Não temos a certeza se os migrantes tentavam entrar na Malásia ou abandonar a Malásia ilegalmente", observou Aliyas, que classificou o naufrágio como a pior tragédia de barco este ano.

A Malásia, a terceira maior economia do Sudeste Asiático, tem atraído indonésios que buscam emprego.

Estima-se que cerca de 2 milhões de imigrantes ilegais – a grande maioria da Indonésia – trabalhem na Malásia.

17 doenças raras e estranhas estudadas pela ciência (parte 2)

POR Marina Demartini


10. Síndrome da excitação permanente


O mal afeta apenas mulheres (o americano Dale Decker é o primeiro caso masculino documentado) e causa uma excitação espontânea e persistente nos órgãos genitais, que nem sempre resulta em orgasmo. Detalhe: não tem nenhuma relação com sentimentos de desejo sexual.

O mal foi documentado pela primeira vez em 2001 pela médica americana Sandra Leiblum. Segundo a especialista Francisca Molero, em entrevista à BBC, entre 400 e 500 pessoas em todo o mundo têm a doença. Pouco se sabe sobre as causas da síndrome. Porém, os cientistas acreditam que ela é causada por uma irregularidade em nervos sensoriais ou por alterações psicológicas.

Não existe cura para o distúrbio, porém ele pode ser controlado com anestésicos locais, antidepressivos para controlar a ansiedade e tratamento hormonal anti-androgénico.

11. Síndrome de Riley-Day

Sentir dor significa que algum dano ou lesão está ocorrendo e isto permite que mecanismos de defesa ou fuga sejam adotados. Apesar de a dor ser necessária para a nossa existência, algumas pessoas não a sentem. Elas têm a síndrome de Riley-Day, uma doença hereditária que afeta o desenvolvimento dos neurônios sensoriais, simpáticos e parassimpáticos do sistema nervoso. Além da falta de sensibilidade à dor, os pacientes com o mal têm febre, pneumonia e desmaios frequentes.

A doença afeta de 1 a 9 pessoas a cada um milhão de nascimentos. No entanto, a síndrome é mais frequente em judeus oriundos da Europa Central e do Leste Europeu. Como o paciente sofre de vários problemas, ele precisa de um tratamento completo conta convulsões, cirurgias para consertar ossos quebrados e remédios para gripes e outros tipos de vírus.

As pessoas com a Síndrome de Riley-Day vivem, em média, 30 anos.

12. Síndrome de Lobisomem


Este é outro ser que existe apenas nos filmes. No entanto, existem pessoas que podem adquirir características físicas parecidas com um lobisomem. Elas possuem hipertricose, uma doença popularmente chamada de Síndrome de Lobisomem, que cobre o rosto e outras partes do corpo de uma pessoa com pelos.

O mal é tão raro que apenas 100 casos foram documentados em todo o mundo. Por isso, pouco se sabe sobre a doença. A única informação que os cientistas têm é que ela é uma mutação genética e hereditária. O tratamento que se mostrou mais eficaz, até agora, é a depilação a laser.

13. Coprolalia

Você se lembra da mulher que falava palavras obscenas involuntariamente no filme Gigolô por Acidente (1999)? Ela tinha a Síndrome de Tourette, um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por tiques múltiplos, motores ou vocais. No entanto, ela também apresentava uma característica que apenas 10% dos pacientes com a síndrome têm: a Coprolalia.

Quem tem Coprolalia não consegue controlar a fala e pronuncia palavrões ou observações socialmente inapropriadas. O nome do distúrbio vem do grego Copros (fezes) e Lalia (falar).

Os cientistas ainda não sabem a causa da doença, apenas que ela é hereditária. Além disso, não existe cura para Coprolalia, porém o paciente pode fazer um tratamento com Botox nas cordas vocais. Ele não impede que o paciente fale as obscenidades, mas que controle o volume do que que é vocalizado.

14. Síndrome de Charles Bonnet

Esta doença acomete apenas pessoas com cegueira parcial ou grave. Os pacientes com a Síndrome de Charles Bonnet têm alucinações visuais nítidas, coloridas e silenciosas. Geralmente, os distúrbios podem durar poucos minutos ou até horas.

Segundo o Instituto Real Nacional de Cegos, no Reino Unido, antes se pensava que o distúrbio desaparecia dentro de 12 a 18 meses após a primeira alucinação. Contudo, foi constatado que os pacientes com a doença ainda sentem os sintomas cinco anos após eles iniciarem.

A origem do nome da síndrome data de 250 atrás, quando o filósofo Charles Bonnet descreveu as alucinações sofridas pelo seu avô cego. Ainda não se sabe o que causa os sintomas da doença e não existe tratamento para síndrome.

15. Síndrome de Ekbom

Você já sonhou que milhares de insetos infestavam seu corpo? Algumas pessoas têm esta sensação com certa frequência. Elas são portadoras da Síndrome de Ekbom, também chamada de delírio parasitose. O indivíduo acredita que sua pele foi invadida vermes, pulgas, ácaros e outros bichos. As alucinações são, geralmente, táteis e visuais.

O delírio acomete idosos e mulheres com maior frequência. Ele está relacionado com transtornos psíquicos, alterações cerebrais e ao uso de drogas. Aliás, a síndrome já foi chamada de "inseto da cocaína", pois os usuários desta droga sentem os sintomas da doença com frequência.

Ainda não existe um único tratamento para o distúrbio. Geralmente, os pacientes recebem medicações similares às das pessoas com esquizofrenia.

16. Síndrome de Jerusalém


Esta é, provavelmente, uma das síndromes mais conhecidas desta galeria. Os principais sintomas são delírios e ideias obsessivas com temática religiosa. Mas detalhe: ela só acomete pessoas que visitam a cidade de Jerusalém. Apesar de atingir mais judeus e cristãos, a Síndrome de Jerusalém pode ser diagnosticada em indivíduos de qualquer religião.

Similar à Síndrome de Paris, a doença foi descrita pela primeira vez em 1930 pelo psiquiatra Heinz Herman. Ele notou que muitos turistas que visitavam Jerusalém agiam de uma forma estranha e delirante.

A ciência ainda não sabe o que pode causar as alucinações. No entanto, para se curar da doença, a pessoa só precisa sair da cidada sagrada.

17. Delírio de Fregoli

Similar à Síndrome de Capgras, o Delírio de Fregoli é um transtorno de identificação. Isso significa que os pacientes identificam pessoas, objetos e lugares de maneira patologicamente errada.

No caso da síndrome de Fregoli, o indivíduo tem a ilusão de que diferentes pessoas são, na realidade, apenas uma pessoa que se disfarça para persegui-lo. Geralmente, o paciente diagnosticado com o distúrbio acredita que a perseguição está associada a assassinatos, sequestros ou, até, abdução por alienígenas.

O distúrbio tem este nome em homenagem ao ator italiano Leopoldo Fregoli, famoso por capaz de encenar vários personagens na mesma peça. A síndrome foi pela primeira vez relatada em 1927 por Paul Corbon e G. Fail. Existem quatro causas para a doença se manifestar em alguém.

A primeira é o traumatismo craniano. A segunda são lesões no lobo temporal e no giro fusiforme (região cerebral que armazena informações sobre reconhecimento visual). A terceira causa é o tratamento à base de Levodopa, um remédio utilizado para tratar o Mal de Parkinson e a distonia de dopamina. A última é a amplitude anormal da memória de trabalho no cérebro.

O tratamento da doença é feito a partir de antipsicóticos, anticonvulsivantes e antidepressivos.


Fonte: EXAME.COM

17 doenças raras e estranhas estudadas pela ciência (parte 1)

POR Marina Demartini

Você sabia que algumas pessoas acreditam que estão mortas? Ou que outras têm uma mão com vida própria? Além de bizarras, ambas as descrições são sintomas de doenças extremamente raras que atingem uma pequena porção da sociedade.

A galeria a seguir apresenta estas e outras síndromes que amedrontam muitas pessoas. Nela, você verá as principais causas e os tratamentos sugeridos pelos cientistas. Vale lembrar: se você é hipocondríaco esta galeria pode lhe deixar um pouco assustado. O aviso foi dado.

1. Síndrome de Alice no País das Maravilhas


Há 150 anos, o livro Alice no País das Maravilhas, escrito por Lewis Carroll, foi publicado e encantou milhões de pessoas no mundo. Em 1955, 90 anos depois da primeira impressão do best-seller, o psiquiatra John Todd descobriu que alguns de seus pacientes tinham as mesmas experiências vividas pela personagem da obra.

Eles sentiam que os objetos ao seu redor eram desproporcionalmente grandes ou pequenos. Além disso, eles tinham alucinações comparáveis a de um usuário de LSD, como a falta de noção de tempo. As sensações podiam ocorrer várias vezes ao dia e durar de minutos a semanas.

Leitor assíduo de Carroll, Todd chamou a síndrome de Alice no País das Maravilhas, mas muitos a também chamam de Síndrome de Todd. A doença está associada a tumores cerebrais e ao uso de drogas psicoativas, como cogumelos alucinógenos e LSD. No entanto, sua principal causa é a enxaqueca. A síndrome afeta, geralmente, crianças e adultos que têm dores de cabeça constantes.

O tratamento para a síndrome é muito parecido com o da enxaqueca. O paciente precisa ingerir muitos líquidos, comer comidas leves, descansar em algum local escuro e tomar remédios para a dor de cabeça.

2. Transtorno de Pica

A denominação vem do latim e significa "pega", um pássaro conhecido por comer tudo que vê pela frente. Como o animal, quem sofre desse mal ingere substâncias não-comestíveis, desde vômito, fezes e sangue até pedra, madeira e cabelo, por mais de um mês.

Claro que comer coisas tão estranhas pode causar problemas sérios para as pessoas com o transtorno. Por exemplo, intoxicação por chumbo pode resultar da ingestão de pintura ou gesso e o consumo de bolas de pelo podem causar obstrução intestinal.

Os cientistas ainda não sabem o que causa o Transtorno de Pica. Porém, muitos acreditam que ela está ligada a traços culturais. Pessoas em alguns países da África e da China consomem terra devido à falta de alimentos ricos em ferro, por exemplo.

Outros pesquisadores pensam que o transtorno está ligado a doenças psíquicas, como a esquizofrenia. Geralmente, mulheres grávidas e crianças com problemas de crescimento desenvolvem o Transtorno de Pica.

A doença pode ser tratada de várias maneiras, dependendo do que a pessoa ingeriu. Geralmente, o paciente só precisa mudar a dieta, pois está faltando algum tipo de específico de vitamina no corpo.

3. Delírio de Capgras

Já imaginou ver seu pai e acreditar piamente que ele é, na realidade, um impostor? É esta ilusão que é fabricada na mente de quem tem o delírio de Capgras. Também chamada de síndrome de Capgras, o mal envolve erros de identificação a respeito de pessoas, lugares ou objetos. Confundida com a esquizofrenia, ela pode ocorrer de forma aguda, passageira ou grave.

As causas do delírio ainda não foram encontradas. Porém, um artigo dos psicólogos Hadyn Ellis e Andy Young levanta a hipótese de que a capacidade de reconhecimento das pessoas com a síndrome funciona normalmente. No entanto, elas podem ter danificado a sua habilidade emocional de reconhecer seres humanos.

4. Síndrome de Stendhal


Se você sente taquicardia, tonturas e até alucinações quando está observando uma obra de arte com características marcantes, talvez você tenha a Síndrome de Stendhal.

A doença foi pela primeira vez descrita pelo escritor Marie-Henri Beyle (que usava o pseudônimo Stendhal), em 1817. Em seu livro Nápoles e Florença: uma jornada de Milão ao Reggio, ele conta sua experiência com o fenômeno quando foi visitar a Basílica de Santa Croce. O escritor sentiu palpitações e nervosismo quando viu os afrescos do pintor Giotto.

Após 170 anos da publicação do livro, a psiquiatra italiana Graziella Magherini encontrou evidências de que o surto emocional do escritor era uma doença. Ela examinou 107 pessoas que visitaram a cidade de Florença, na Itália, e que tiveram as mesmas reações que Stendhal ao observar obras de arte.

Ela disse que as vítimas da síndrome são, geralmente, homens e mulheres solteiros entre 26 e 40 anos, que estão viajando sozinhos. Além disso, mais da metade dos hospitalizados em seu estudo tiverem contato prévio com um psicólogo ou psiquiatra. Segundo Magherini, em entrevista ao The New York Times, os pacientes se recuperam após alguns dias de descanso.

O tratamento indicado é a terapia individual para tratar os delírios. Além disso, medicamentos antipsicóticos são utilizados para enfraquecer a doença.

5. Síndrome de Diógenes


Diógenes de Sínope foi um filósofo grego que representava o cinismo, uma corrente que prega o desapego aos bens materiais. Ele levava muito a sério a filosofia e, por isso, vivia em um barril e tinha apenas uma túnica, um cajado e uma tigela.

Você deve imaginar que as pessoas que sofrem da Síndrome de Diógenes devem ser como o filósofo: desapegados. No entanto, esse epônimo tem sido criticado por duas razões, segundo um artigo do Jornal Brasileiro de Psiquiatria: quem tem a doença acumula objetos e tende ao isolamento por ser desconfiado e não por desejar ser autossuficiente.

Assim, a síndrome é uma desordem caracterizada por extremo autoabandono, retraimento social, apatia e acumulação compulsiva de lixo. Estudos ainda não são conclusivos com relação as causas da doença.

No entanto, muitos cientistas acreditam que a síndrome é uma reação ao estresse. Além disso, eles perceberam que indivíduos que sofreram danos no cérebro, especialmente no lobo frontal, podem adquirir Diógenes com mais facilidade. Isso acontece pois essa área cerebral está envolvida com o raciocínio, a tomada de decisão e ao controle de conflitos.

Geralmente, a síndrome ocorre entre os idosos. Segundo o Jornal Brasileiro de Psiquiatria, a síndrome de Diógenes "é uma condição grave que requer uma abordagem multiprofissional".

6. Síndrome de Paris


Ir a Paris pode ser um sonho para a maioria das pessoas. Porém, para algumas pessoas, a cidade da luz traz experiências ruins à memória. O paciente com a Síndrome de Paris tem delírios, alucinações, sentimentos de perseguição, ansiedade e taquicardia quando visita à capital da França e outros lugares da Europa ocidental.

Ainda não se sabe as causas da doença, mas muitos cientistas acreditam que ela é, na realidade, uma experiência de choque cultural. Esta hipótese está calcada no fato de que a maioria das pessoas que têm a síndrome são asiáticos, principalmente japoneses, que estão conhecendo a cultura ocidental pela primeira vez.

Assim, pelos sintomas serem passageiros, o mal não necessita de tratamento. O que o paciente precisa fazer é ir embora da cidade o quanto antes.

7. Síndrome da Mão Alheia

Já imaginou não ter controle nenhum sobre a sua mão? Ela lhe bate, soca e belisca sem que você queira que isto aconteça. Esse é o dia a dia de quem sofre da Síndrome da Mão Alheia. A doença é definida como um distúrbio neurológico no qual a mão do paciente parece possuir vida própria.

Extremamente raro, o mal afeta pessoas que precisaram fazer cirurgias de separação dos hemisférios cerebrais - tratamento para pacientes com epilepsia. Além disso, indivíduos que sofreram acidentes vasculares cerebrais (AVC) também podem adquirir a doença.

Segundo o médico Michael Mosley, em entrevista à BBC, o cérebro das pessoas que têm a síndrome está em constante luta. Um cérebro normal possui dois hemisférios conectados pelo corpo caloso.

Geralmente, o lado esquerdo do cérebro tem a palavra final nas ações que realizamos. Assim, diferentemente de um cérebro normal, os hemisférios das pessoas que sofrem da síndrome são separados e têm consciência própria.

Ainda não foi encontrada uma cura para a Síndrome da Mão Alheia.

8. Síndrome do sotaque estrangeiro

Relatada pela primeira vez em 1907 pelo neurologista francês Pierre Marie, a síndrome do sotaque estrangeiro é um distúrbio da fala. Ela faz com que o paciente nativo comece a falar com um sotaque estrangeiro. Por exemplo, um brasileiro que tem a doença começa a falar português com o sotaque de um americano.

O grupo de suporte a pessoas que tem a síndrome da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, afirma que a doença é, geralmente, causada por danos ao cérebro, como acidentes vasculares cerebrais e lesões cerebrais traumáticas. Além disso, a esclerose múltipla e a desordem de conversão podem ser outras causas da síndrome.

Por ser uma doença muito rara, não existe uma cura óbvia. Testes psicológicos e ressonâncias magnéticas precisam ser feitos para encontrar qual parte do cérebro foi danificada para depois trata-la.

De acordo com um artigo publicado na revista Cortex, entre 1941 e 2009, foram registrados somente 60 casos desta síndrome em todo o mundo.

9. Síndrome do cadáver ambulante


Populares nos filmes de terror, os zumbis só existem mesmo na tela do cinema e na nossa imaginação. Algumas pessoas acreditam tanto na existência desses seres que creem que são um deles.

A Síndrome de Cotard, também conhecida como síndrome do cadáver ambulante, é uma condição psicológica raríssima descoberta em 1880 por Jules Cotard. Ela faz com que a pessoa acredite piamente que está morta. Além disso, o paciente também acha que seus órgãos estão necrosados e que seus amigos e familiares não existem mais.

A causa desta doença está relacionada à depressão, pois pessoas com a síndrome apresentam problemas na amígdala, uma região cerebral que processa emoções. Outra parte do cérebro afetada pelo mal é o giro fusiforme. Ele é responsável pelo reconhecimento de rostos.

O tratamento para a síndrome do cadáver ambulante deve ser feito a partir de antidepressivos e sessões de terapia eletroconvulsiva (choques elétricos).


Fonte: EXAME.COM

Casa Branca obtém apoio suficiente do Senado para acordo com Irã

Da Agência Lusa

O presidente norte-americano, Barack Obama, conseguiu hoje (2) reunir apoio suficiente do Congresso para garantir a aplicação do acordo internacional sobre o programa nuclear do Irã, quando um 34º senador anunciou votar a favor. A maioria dos congressistas norte-americanos opõe-se ao acordo, que aliviará sanções económicas impostas a Teerão enquanto impede o Irã de prosseguir o seu programa nuclear. Muitos republicanos advertem que o Irã avançará dissimuladamente para a construção da bomba atómica.

Se o Congresso aprovar uma resolução que desaprove o acordo, Obama irá vetá-la. Para ultrapassar o veto presidencial, será necessária uma maioria de dois terços, tanto no Senado, como na Câmara dos Representantes. Com o apoio da senadora democrata Barbara Mikulski, o acordo conta agora com 34 apoiantes no Senado – o número necessário para manter o veto de Obama.

Mikulski disse hoje que, apesar de o acordo não ser perfeito, concluiu que “este Plano Conjunto de Ação Abrangente é a melhor opção disponível para impedir o Irã de ter uma bomba nuclear”.
“O Congresso deve também reiterar o nosso empenho na segurança de Israel”, acrescentou.

Os republicanos estão unidos na oposição ao acordo com o Irã, e dois senadores democratas seniores – Chuck Schumer e Robert Menendez – opõem-se-lhe igualmente, bem como alguns democratas na Câmara dos Representantes, entre os quais Steve Israel, o elemento judeu de mais elevada hierarquia daquela câmara.

O Congresso deverá votar o acordo até ao final deste mês.


Anac divulga para consulta proposta de regulamentação para drones

Da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou hoje (2) proposta de regulamentação para veículos aéreos não tripulados (VANT), mais conhecidos como drones, e para aeromodelos, que são os veículos não tripulados usados para recreação. As regras são apenas para operações civis de equipamentos não autônomos, ou seja, nas quais um piloto remoto pode intervir no voo.

A proposta da Anac estabelece que esse piloto deve ser maior de 18 anos. Faz exigência, ainda, de seguro com cobertura de danos a terceiros para esses equipamentos.

As novas regras precisam ser submetidas a audiência pública, com possibilidade de contribuições da sociedade. A proposta da Anac será publicada na edição de amanhã (3) do Diário Oficial da União. Também a partir de amanhã será permitido enviar sugestões pelo email rpas@anac.gov.br até as 18h do dia 3 de outubro. A proposta e outros documentos da audiência pública também estarão disponíveis na página da Anac na internet.

De acordo com a agência reguladora, a proposta preparada por seus técnicos “tem como premissas viabilizar as operações, desde que a segurança das pessoas possa ser preservada, minimizar ônus administrativos e burocracia (…) e permitir a evolução do regulamento conforme o desenvolvimento do setor”.

A Anac informou que os casos de atividades ilícitas ou invasão de privacidade usando as aeronaves serão tratados pelas autoridades de segurança pública competentes.

Os órgãos de segurança pública e defesa civil poderão operar aeronaves guiadas a distância em qualquer área sob sua responsabilidade. Esses órgãos não precisarão fazer seguro com cobertura de danos a terceiros. Na proposta de regulamentação, a Anac também dividiu as aeronaves pilotadas remotamente em três classes.

Os equipamentos com peso superior a 150 quilos serão considerados de Classe 1. Deverão ser certificados pela Anac e estar catalogados no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB). As aeronaves com peso maior que 25 quilos e menor ou igual a 150 quilos serão da Classe 2. Não precisarão ser certificadas, mas os fabricantes terão de observar critérios técnicos e ter projeto aprovado pela Anac. Nas duas classes, os pilotos deverão ter certificado médico aeronáutico, licença e habilitação.

Na Classe 3, de equipamentos com peso até 25 quilos, as aeronaves terão de ser apenas cadastradas, se operadas até 120 metros acima do nível do solo. Não será requerido certificado médico aeronáutico dos pilotos. Eles terão de ter licença e habilitação somente se pretenderem operar acima de 120 metros. Por fim, no caso de aeromodelos, não haverá necessidade de autorização da Anac, mas deverá ser observada distância mínima de 30 metros de pessoas que não tenham concordado expressamente em participar da atividade.

Todas essas regras só valem após a regulamentação passar por audiência pública e entrar em vigor. Até lá, valem as leis atuais, que determinam que toda aeronave deve ser autorizada e que o uso de VANT é permitido somente para pesquisa e desenvolvimento ou treinamento de pilotos.

Além das regras apresentadas pela Anac, a Secretaria de Aviação Civil lançou hoje (2) uma campanha de conscientização para alertar a população sobre o uso adequado desse tipo de aeronave. A campanha Drone Legal está sendo divulgada nas redes sociais e em sites do governo federal.


Internet das Coisas pode ser instrumento de políticas públicas, diz especialista

Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil Edição: Maria Claudia

Até 2020, cerca de 50 bilhões de dispositivos estarão conectados à chamada Internet das Coisas – conexão de objetos usados no dia a dia à rede mundial de computadores e entre si, como eletrodomésticos, smartphones, televisões e computadores. Segundo estudos, o setor movimentará algo em torno de US$ 19 trilhões. Para a administração pública, em especial para as prefeituras, o grande desafio será fazer os investimentos necessários para transformar a nova tecnologia em instrumento de políticas públicas.

Segundo o analista de Infraestrutura e chefe do Núcleo de Internet das Coisas do Ministério das Comunicações, Guilherme Corrêa, as empresas interessadas em prestar serviços nessa área às prefeituras precisam mostrar que as aquisições podem representar economia e redução de gastos para os municípios. “A internet das coisas inevitavelmente será usada para auxiliar a administração pública a ampliar e melhorar suas políticas públicas. Isso ficará mais claro até o final do ano, quando lançaremos as diretrizes do Plano Nacional M2M [termo que se refere à comunicação entre máquinas]”, disse Corrêa à Agência Brasil, após participar de um painel no seminário Huawei Innovation Day, em Brasília.

O analista citou estudos prevendo que, até 2020, haverá no mundo cerca de 50 bilhões de dispositivos conectados à internet das coisas, e que isso acarretará na necessidade de investimentos em larga escala para a prestação de serviços por meio dessa tecnologia. "Para os municípios brasileiros, isso poderá acarretar em dificuldades, caso não resolvam os problemas de falta de recursos", afirmou.

Ao se dirigir a representantes do setor privado, Corrêa sugeriu que, ao oferecer seus produtos, as empresas precisam deixar claro que as propostas representam “economia e redução de gastos”. “A solução será, por exemplo, mostrar [às prefeituras] que a economia com iluminação pública ou transporte público será maior do que o custo para a implantação da internet das coisas nos postes ou no sistema de transportes”.

Essa estratégia pode também ser adotada no âmbito do governo federal, que planeja acionar órgãos e ministérios com potencial de uso da tecnologia para a oferta de políticas públicas. Com esse propósito, o Ministério das Comunicações tem mantido diálogo constante com as pastas de Agricultura; Cidades; Minas e Energia; e Educação. “Se embarcarmos juntos, criaremos demanda e escala. Com isso reduziremos preços”.

O governo poderá usar também sua capacidade de mobilização para fazer a tecnologia avançar a um custo mais barato por meio da economia de escala, com a ajuda de outros setores. “Uma alternativa será o uso de recursos não-financeiros, por meio do poder de mobilização do Estado junto a diversos setores, também com o propósito de criar demanda e escala”.

Ainda está dentro das estratégias do governo e das diretrizes do Plano Nacional M2M – para tornar mais barata a prestação de serviços e de políticas públicas por meio da internet das coisas - viabilizar investimentos em pesquisa e desenvolvimento, capacitação e estudos de padrões de segurança e interoperabilidade dessa tecnologia.