Ministro diz que vai trabalhar duro para garantir energia

Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse hoje (30) que é preciso “trabalhar duro e firme” para garantir o fornecimento de energia aos consumidores e que o cenário atual do país é “desafiador”. Braga participou, no Rio, de reunião com o conselho do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

“Energia nós temos. O problema é quando temos picos de demanda. Agora temos, de qualquer forma, uma crise hidrológica nos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, que também afeta o setor elétrico. Nós estamos monitorando, acompanhando”, afirmou o ministro.

Braga deixou a reunião de conselho do ONS por volta de 12h30 e seguiu para outro compromisso, mas disse que voltaria, ainda hoje, ao ONS. “A avaliação que temos no momento é que estamos, com a contribuição de todos e com uma série de medidas, conseguindo atender plenamente o mercado brasileiro.”

Perguntado sobre o risco de racionamento por causa do volume de chuvas abaixo da média esperada, o ministro anunciou que nova avaliação do cenário energético será feita no dia 12 de fevereiro, em uma reunião em Brasília.

- Assuntos: energia elétrica, racionamento, falta de chuvas, ONS

Ataque a mesquita xiita no Paquistão deixa 20 mortos e mais de 70 feridos

Da Agência Lusa

Uma bomba explodiu hoje (30) no interior de uma mesquita xiita, no Sul do Paquistão, matando pelo menos 20 pessoas e ferindo mais de 70, anunciaram fontes policiais e dos serviços de emergência. O atentado ocorreu no início da tarde na localidade de Shikarpur, na província de Sindh, pouco depois de terminada a oração de sexta-feira, o dia sagrado dos muçulmanos.

O secretário de Saúde do governo regional de Sindh, Jam Mehtab Daher, disse que “pelo menos 20 pessoas morreram e 73 ficaram feridas”, acrescentando que 20 feridos mais graves foram transportados para hospitais de cidades maiores.

O balanço de mortos foi confirmado pelo diretor do hospital civil de Shikarpur, Shaukat Ali Memon. Após a explosão, centenas de pessoas foram ao local para ajudar a retirar vítimas que estavam nos escombros do edifício, segundo a mesma agência. “A área está cheia de sangue e de corpos e cheira a carne queimada. As pessoas gritam umas com as outras. É o caos”, disse uma testemunha, Zahid Noon.

O representante de uma organização xiita nacional Rahat Kazmi informou que cerca de 400 pessoas estariam na mesquita no momento do ataque. Esse é o mais sangrento ataque desde janeiro do ano passado, quando 24 peregrinos xiitas que regressavam de ônibus do Irã foram mortos em um ataque na província do Baluchistão (Sul do país).

O Paquistão tem sofrido um número crescente de ataques desde 2012, executados por grupos radicais da maioria sunita contra integrantes da minoria xiita, que correspondem a cerca de 20% da população.

- Assuntos: atentado, Paquistão, mesquita

ONU pede mais apoio internacional ao Malawi devido às inundações

Da Agência Lusa

Peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) apelaram hoje (30) à comunidade internacional para reforçar a assistência às populações afetadas pelas cheias no Malawi desde o início do ano.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, um grupo de peritos em direitos humanos da ONU pediu à comunidade internacional que forneça rapidamente fundos e assistência ao governo do Malawi e aos agentes humanitários na região, no momento em que o país registra uma das piores cheias de sua história.

As enchentes afetaram 638 mil pessoas em 15 distritos do Malawi desde do início do ano, deixando 70 mortos e centenas de vítimas ou desaparecidos, segundo o comunicado. Pelo menos 174 mil pessoas tiveram que se deslocar dentro do país.

Chaloka Beyani, relator especial da ONU sobre os direitos das pessoas deslocadas internamente, destacou a "importância" de uma resposta efetiva e considerou que "a assistência para o retorno e a reconstrução de casas é só um desafio, entre outros".

Além disso, as chuvas contínuas e inundações destruíram os cultivos e o gado, aumentando o risco de fome e má nutrição. “Comunidades rurais pobres perderam tudo e querem assistência para prevenir a fome", disse Hila Elver, relatora especial sobre o direito à alimentação.

Por outro lado, a infraestrutura de saneamento e de higiene deve ser fornecida para prevenir e controlar surtos de paludismo ou cólera, segundo Léo Hellor, relator especial do direito à água e ao saneamento.

O custo chega a 3 milhões de euros, segundo o comunicado da ONU.

As cheias também afetam 240 mil pessoas em Madagascar e Moçambique, onde a assistência internacional é considerada crucial para ajudar a resolver os problemas.

- Assuntos: ONU, Malawi, apoio internacional, cheias, inundações

Presidente do Egito encurta visita à Etiópia após atentados no Sinai

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

O presidente egípcio, Abdel Fattah Al Sissi, encurtou hoje (30) a sua visita a Adis Abeba, devido aos atentados “terroristas” no Monte Sinai, que fizeram, pelo menos, 26 mortos, informou a presidência.

O grupo egípcio Ansar Beit Al Maqdis, ligado ao movimento Estado Islâmico, reivindicou os ataques no norte do Monte Sinai, no Egito. A maioria dos mortos são soldados e considerado o  mais mortífero para as forças de segurança em três meses.

Adis Abeba, capital da Etiópia, sedia a 24ª cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Africana, uma reunião de dois dias, que começa nesta sexta-feira (29), e tem como tema “2015: Ano da Capacitação e Desenvolvimento da Mulher Rumo à Agenda 2063 da África”.

- Assuntos: Egito, atentado, Monte Sinai, Estado islâmico

APÓS APROVADO, O MARCO CIVIL DA INTERNET SERÁ REGULAMENTADO

NORDESTE É A REGIÃO ONDE OS ADOLESCENTES MAIS SOFREM COM A VIOLÊNCIA

Explosão de gás mata adultos e bebês em maternidade na Cidade do México

Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil Edição: Jorge Wamburg

A explosão de uma tubulação de gás do Hospital Materno Infantil de Cuajimalpa, na Cidade do México, causou a morte de peso menos sete pessoas e deixou mais de 50 feridas, incluindo 22 crianças. De acordo com as autoridades locais, com base em informações das equipes de resgate, entre os mortos estão três adultos e quatro bebês.

As áreas mais atingidas foram as que abrigavam os berços, a administrativa e a de leitos. Praticamente toda a estrutura do hospital, no entanto, desmoronou com a explosão. De acordo com a polícia, o cenário está repleto de pedaços de concreto e ferros retorcidos.

Estima-se que, no momento da explosão, havia no hospital mais de 100 pessoas, entre servidores e pacientes. A maioria conseguiu sair sem ajuda das equipes de resgate. Além de equipes locais, agentes federais trabalham no resgate. Exército e Marinha também participam auxiliando as vítimas e com ambulâncias.

- Assuntos: explosão, tubulação de gás, Hospital Materno Infantil, Cidade do México, morte, sete pessoas, quatro bebês

Alexis Tsipras pede “tempo” para fazer reformas mais profundas na Grécia

Da Agência Lusa

O novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, pediu hoje (29) “tempo” para colocar em prática reformas mais profundas na Grécia. O pedido de Tsipras foi feito após encontro com o presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, que hoje visitou a capital grega.

“Estamos dispostos a iniciar reformas mais profundas, sem austeridade, mas também sem déficit”, assegurou o primeiro-ministro grego. Acrescentou que, para alcançar o objetivo, país e o novo governo helênico “precisam de tempo”.

Alexis Tsipras informou que o encontro com Schulz serviu para estabelecer nova relação de confiança entre a Grécia e instituições da União Europeia (UE). Na breve declaração conjunta, o presidente do PE afirmou que o encontro foi marcado por uma franqueza extrema, onde existiram opiniões coincidentes, mas também alguns desacordos e assuntos que requerem maior discussão.

Segundo Martin Schulz, a Grécia está disponível para discutir “com os parceiros europeus e procurar soluções sobre uma base comum”. “Vejo que está aberto ao diálogo”, revelou o representante europeu, numa referência a Tsipras. Salientou que “na Europa existem receios que a Grécia tomará medidas unilaterais”.

Schulz salientou que é muito importante que fique claro que a Grécia “vai procurar soluções de mútuo acordo com os parceiros da UE".

Em declarações aos jornalistas, o chefe do governo helênico ressaltou que o objetivo comum “é o regresso da Grécia ao crescimento dentro de uma coesão social”. “A Europa sairá da crise e será mais forte do que nunca”, disse Tsipras na breve declaração, sem direito a perguntas.

Schulz saudou o fato do novo governo helênico ter como prioridade a luta contra evasão fiscal. “A luta contra pobreza está ligada à luta contra evasão fiscal”, defendeu o presidente do PE.

Martin Schulz acrescentou que, durante o encontro de duas horas com Alexis Tsipras, foram abordados todos os temas de interesse europeu, incluindo a crise na Ucrânia.

Alexis Tsipras tomou posse como primeiro-ministro na segunda-feira (26), após a vitória do seu partido, o Syriza, nas eleições legislativas de domingo (25).

- Assuntos: Grécia, Parlamento Europeu, reformas, tempo

Agente público é maioria entre réus julgados por casos de tortura

Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

Os agentes públicos são maioria entre os acusados de tortura na segunda instância dos tribunais de justiça (TJs) do Brasil. A pesquisa Julgando a Tortura, divulgada hoje (29), analisou 455 acórdãos (decisões de órgãos colegiados) entre 2005 e 2010. Foram julgados 752 réus. Destes, 61% são funcionários do Estado (policiais, agentes penitenciários etc) e 37% agentes privados, incluídos casos de violência doméstica.

O estudo envolveu cinco organizações de defesa dos direitos humanos: Conectas Direitos Humanos, Núcleo de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), Pastoral Carcerária, Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura (Acat) e Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP).

Sobre as condenações, o levantamento indicou que agentes públicos têm maior chance de absolvição que agentes privados nesse tipo de crime. Nos casos de réus funcionários do Estado, 19% das sentenças condenatórias de primeira instância foram convertidas em absolvição e 47,6% mantidas. Em relação a agentes privados, apenas 10% das sentenças foram revertidas e 61,4% mantidas.

Quando a decisão inicial era de absolvição, o veredito se manteve em 15% dos casos envolvendo agente público e em 5% relativos a agentes privados. Conforme os números, os públicos acabaram absolvidos em 35% dos acórdãos e os privados em 11%.

Grande parte das absolvições ocorre por falta de provas. Em 72% das decisões contra agentes privados, as provas foram consideradas suficientes para comprovar a tortura. O percentual cai para 53%  quando os envolvidos são policiais e agentes penitenciários

“Vale refletir se a produção de provas nos casos em que os autores são agentes públicos é mais deficiente que aquelas com agentes privados, ou se, de fato, existe olhar diferenciado dos operadores do direito”, ressaltou o estudo.

As motivações da tortura variam de acordo com quem a pratica. Relativamente aos agentes públicos, na maior parte dos casos (65,6%) a violência foi usada como método para obter informações ou confissão. Quando o autor é agente privado, o sofrimento é usado como forma de castigo em 61% dos casos.

Foram identificadas 800 vítimas nas decisões analisadas. Destas, 21% eram homens, 21% homens suspeitos da prática de crime, 9% homens presos, 20% crianças, 13% adolescentes, 8% mulheres e 1% mulheres presas. Em 7%, os agredidos tinham outro perfil ou não puderam ser identificados claramente.

Em relação ao local do crime, 33% dos casos de tortura ocorreram em locais de contenção (prisões, delegacias e unidades de internação), 31% em residências e 16% em via pública.

A partir dos dados, as organizações destacaram a importância de um esforço para adoção das recomendações do Protocolo Facultativo à Convenção Contra a Tortura da Organização das Nações Unidas.

O documento, do qual o Brasil é signatário, exige que países membros criem, em âmbito federal, uma comissão de especialistas para fiscalizar o respeito aos direitos humanos nos locais de privação de liberdade.

“A necessidade dessa nova forma de lidar com o problema decorre do fato de os locais de detenção serem, por definição, fechados para o mundo exterior. Assim, as pessoas privadas de liberdade estão em posição vulnerável e mais sujeitas à tortura, maus-tratos ou outras violações de direitos humanos”, acrescenta o documento.

- Assuntos: estudo, tortura, presos, polícia, violência, sistema penitenciário, Justiça

Adesão à lista de espera de Sisu vai de hoje até 6 de fevereiro

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas




Aqueles que se inscreveram no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e não foram selecionados na primeira opção podem, a partir de hoje (29), aderir à lista de espera. Para isso, o candidato deve acessar o boletim pessoal na página do Sisu e clicar no botão correspondente à participação na lista.

O prazo para que isso seja feito vai até o dia 6 de fevereiro. Os candidatos começarão a ser convocados pelas próprias instituições a partir do dia 11.

O Sisu seleciona estudantes para vagas em instituições públicas de ensino com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na primeira edição deste ano, o Sisu oferece 205.514 vagas em 5.631 cursos em 128 instituições. O sistema registrou quase 2,8 milhões de inscritos.

A lista com os selecionados está disponível na página do programa desde segunda-feira (26). A matrícula da chamada regular pode ser feita a partir de amanhã, até terça (3).

- Assuntos: Sisu, Sistema de Seleção Unificada, Enem 2014, ensino superior, instituições públicas

Cantareira fica estável pelo quarto dia consecutivo

Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil Edição: José Romildo

Pelo quarto dia consecutivo, o nível do Sistema Cantareira, o principal manancial da região metropolitana de São Paulo, ficou estável. Hoje (29), o nível continua em 5,1%, embora tenha recebido ontem (28) apenas 6 milímetros (mm) de chuva. Desde o começo do mês, choveu sobre esse sistema 147,8mm, pouco mais da metade da média histórica calculada para janeiro (271,1mm).

No Sistema Alto Tietê, o volume armazenado teve alta de 0,1 ponto percentual entre ontem e hoje, passando de 10,6% para 10,7%. No entanto, o sistema acumula menos da metade da média histórica, com captação pluviométrica mantendo-se em 101,7mm em comparação a 251,5mm.

Em uma situação mais confortável em relação a esses dois sistemas, o Guarapiranga já superou a média histórica de chuva para o mês de janeiro com um total de 247,2mm em relação a 229,3mm. De ontem para hoje, o  sistema teve ligeira alta, 0,4 ponto percentual. No entanto, ainda opera com menos da metade de sua capacidade (47,8%).

O Sistema Alto Cotia, cuja disponibilidade é 28,5%, a mesma de ontem, igualmente, acumula volume de chuva abaixo da metade do previsto com 77,2mm ante 232mm. Já o Sistema Rio Grande é o que mais se aproxima da capacidade total de operação, com 74,4%, apesar de ter indicado queda de 0,2 ponto percentual hoje. O volume de chuva também está quase alcançando a média, com 229,4mm em relação a 251,5mm.

Em situação oposta, o Sistema Rio Claro acumula 157,3mm em comparação à média de 298,9mm. De ontem para hoje, o nível caiu de 26,6% para 26%.

Com a aproximação do fim do verão, a estação do ano que apresenta o maior volume de chuva no Sudeste do país, as medições ganham importância. Ontem, 30 prefeitos de um total de 39 de municípios da região metropolitana de São Paulo discutiram a crise hídrica com o secretário de Recursos Hídricos do estado, Benedito Braga.

- Assuntos: chuvas, Sistema Cantareira, verão, estação

Tocha Olímpica percorrerá 250 cidades brasileiras em 2016

Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso


Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 apresenta percurso inicial e revezamento da tocha olímpica, sua marca e patrocinadores oficiaisTânia Rêgo/Agência Brasil

O Comitê Organizador Rio 2016 informou hoje (29) que, ao longo de 100 dias, a tocha dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 percorrerá 250 cidades brasileiras até chegar ao Estádio do Maracanã, local da abertura do evento, em 5 de agosto de 2016.

De acordo com o comitê, aproximadamente dez mil pessoas devem conduzir a tocha por 20 mil quilômetros.

O trajeto ainda não foi divulgado, mas já está definido que a tocha passará pelas 26 capitais estaduais e pelo Distrito Federal.

Ela será acesa em maio, na cidade de Olímpia, na Grécia, em dia a ser definido. Antes de ser embarcada em um avião rumo ao Brasil, a tocha circulará por cidades gregas durante uma semana. O comitê organizador não divulgou a primeira cidade brasileira a receber a tocha e nem a data do desembarque do símbolo olímpico no país.

“A tocha aquecerá o país e contagiará todas as regiões do Brasil, inclusive as mais longínquas. O povo brasileiro se unirá em torno dela”, disse o presidente do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman.

Entre os condutores da tocha estarão atletas, personalidades e pessoas comuns, brasileiras ou estrangeiras. Os patrocinadores escolherão as pessoas que terão o privilégio de conduzir o símbolo máximo das Olimpíadas.

A professora carioca Lara Leite de Castro, primeira brasileira a conduzir uma tocha olímpica, nos Jogos de 1992, em Barcelona, na Espanha, espera ter a chance de participar novamente do revezamento. “Foi uma emoção maravilhosa, um momento que me marcou minha vida. Isso foi há mais de 20 anos. Agora, por ser no meu país, é uma sensação extraordinária”, acrescentou.

- Assuntos: Rio 2016, Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Olimpíadas, tocha olímpica

Ministro defende bandeiras tarifárias para estimular uso consciente de energia

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

Aneel  busca  aprimorar  sistema  de  bandeiras tarifárias, diz Eduardo BragaArquivo/Agência Brasil

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, voltou a defender a política de bandeiras tarifárias como forma de estimular o consumidor ao uso mais consciente da energia. Segundo ele, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem estudado formas de aprimorar esta política.

“Estamos fazendo estudos relativos à política de bandeiras. Neste momento, a própria Aneel avalia um aprimoramento da matéria, discutindo [o assunto] com as distribuidoras”, disse hoje (29) o ministro, ressaltando o efeito positivo da política.

O sistema de bandeiras tarifárias cria uma relação entre o valor pago pelo consumidor e o custo atualizado pago pelas geradoras. Na prática, custos extras, como os decorrentes do acionamento de usinas termelétricas, são repassados mensalmente aos consumidores. Com isso, a receita que as distribuidoras tiverem com o pagamento será descontada do cálculo do reajuste tarifário anual.

“Reitero que o uso inteligente de energia é um fator que os consumidores aprenderão e compreenderão com a tarifa de bandeiras, porque saberão combater os desperdícios e baratear nossa conta de energia. É dessa forma que ajudaremos o Brasil. Ganha o consumidor e ganha o Brasil, porque poderemos, com essa contribuição, manejar de maneira inteligente algumas poupanças hídricas no setor de energia”, acrescentou o ministro.

- Assuntos: Minas e Energia, consumidor, bandeiras, tarifas, estímulo

Ministros da União Europeia debatem novas sanções contra a Rússia

Da Agência Lusa

Os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) reúnem-se hoje (29), em Bruxelas, para discutir o agravamento da situação no Leste da Ucrânia e a possível adoção de novas sanções contra a Rússia.

A reunião foi convocada após o agravamento do conflito no Leste da Ucrânia e o  bombardeio, no sábado (24), na cidade de Mariupol, que provocou a morte de 30 civis.

Este encontro antecede a reunião de chefes de Estado e de Governo dos 28 países da UE, agendada para 12 de fevereiro. Os líderes, em recente declaração conjunta, condenaram o “continuado e crescente apoio dado aos separatistas pela Rússia, o que salienta a responsabilidade russa".

O conflito armado na região  já fez mais de 5 mil mortos, desde que teve início em abril, segundo dados das Nações Unidas.

- Assuntos: Rússia, Ucrânia, sanções, União Europeia

Raul Castro: é necessário fim de embargo para avançar negociações com EUA

Monica Yanakiew – Enviada especial da Agência Brasil/EBC Edição: Fábio Massalli

O presidente de Cuba, Raul Castro, aproveitou a terceira cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) para detalhar nesta quarta-feira (28) a posição de seu país nas negociações com os Estados Unidos.  Na semana passada, representantes dos dois países reuniram-se em Havana para reestabelecer relações após 50 anos de guerra fria. Segundo Castro, isso só será possível se o governo norte-americano colocar um fim ao embargo que impôs à ilha há meio século.

“O bloqueio econômico, comercial e financeiro – que provoca enormes danos humanos e econômicos e viola o direito internacional – deve cessar”, disse Castro, em discurso aos lideres de outros 32 paises. O presidente cubano também exigiu “a devolução do território indevidamente ocupado pela Base Naval de Guantánamo” e a “justa compensação ao povo [de Cuba] pelos danos” que sofreu pelo embargo norte-americano.

Sem um compromisso maior, disse Castro, a iniciativa do presidente Barack Obama – anunciada no dia 17 de dezembro e aplaudida pelos governos da região – “perde sentido”. A Celac vai aprovar um documento pedindo o final do bloqueio a Cuba.

O bloco – que reúne todos os países das Américas, com exceção dos Estados Unidos e Canadá – nasceu como uma alternativa à Organizacao de Estados Americanos (OEA), da qual Cuba não faz parte, embora o governo cubano tenha sido convidado para participar da próxima Cúpula das Américas, reunião da OEA que ocorrerá no Panamá em abril.









- Assuntos: Cuba, CELAC, Estados Unidos, embargo a cuba, negociações com Cuba

MEC reabre Sistema informatizado do Fies para contratos em andamento

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

O Sistema Informatizado do Programa de Financiamento Estudantil (Sisfies) do governo federal foi reaberto hoje (28) para contratos em andamento. Aviso do Ministério da Educação (MEC) informa que a página "estará disponível em breve" para novos contratos.

O sistema foi retirado do ar para que fossem feitas adequações às portarias normativas 21 e 23, editadas pelo MEC nos últimos dias do ano passado.

Elas estabelecem mudanças para concessão do financiamento estudantil, entre elas a obrigatoriedade de pontuação mínima de 450 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o candidato obter o benefício.

Segundo a assessoria de imprensa do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao MEC, as novas normas determinaram a retirada do Sisfies do ar para fazer as adequações.

Esta semana, o secretário-executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa, disse que o sistema seria reaberto e que os estudantes não seriam prejudicados.

O prazo para renovação dos cadastros vai até 30 de abril. A solicitação para novos financiamentos pode ser feita até junho.

De acordo com o MEC, o Fies tem atualmente 1,9 milhão de contratos formalizados. O fundo oferece cobertura da mensalidade a juros de 3,4% ao ano. O contratante só começa a quitar o financiamento 18 meses após formado.

- Assuntos: Fies, SisFies, Fundo de Financiamento Estudantil, MEC

Renan Calheiros diz que maioria do PMDB decidirá nome para presidir o Senado

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

Indicação do candidato do PMDB cabe à maioria
da bancada, diz Renan José Cruz/Agência Brasil
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), falou hoje (28), pela primeira vez, a respeito das eleições para a nova Mesa Diretora da Casa. Cotado para se reeleger à presidência, até hoje, Renan não admitiu oficialmente ser candidato.

Em nota divulgada esta tarde, a assessoria de Renan informou que ele recebeu o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) hoje de manhã para tratar da eleição. O parlamentar catarinense anunciou ontem (27) que disputará a ´presidência, mesmo Renan formalize sua candidatura.

De acordo com a nota, Renan disse a Luiz Henrique que a decisão sobre o candidato do PMDB deverá ser tomada pela maioria dos 19 senadores que compõem a bancada do partido.

“O senador Renan Calheiros ponderou ao senador Luiz Henrique da Silveira que a indicação do nome para disputar a presidência do Senado Federal é feita pela maior bancada, de modo a não violar a proporcionalidade e o regimento”, ressaltou a nota.

Depois da reunião com Renan, Luiz Henrique disse que sua candidatura é “uma coisa natural” e que conta com o apoio de partidos de oposição para a disputa. “Na política, trabalha-se com a realidade. Sei quantos votos tenho na bancada. Não poderia submeter a um grupo menor a vontade de um grupo que perpassa diversos partidos”, disse Luiz Henrique. Hoje à tarde, ele teve reuniões com líderes do PDT e do PSB. Representantes dos dois partidos ainda não tomaram uma decisão oficial sobre o apoio, mas não escondem a tendência.

Luiz Henrique afirma que tem com apoio de
partidos de oposiçãoArquivo/Agência Brasil

Para tentar garantir o apoio do PSB, Luiz Henrique comprometeu-se com a pauta proposta pelo partido.

Conforme a líder do PSB, Lídice da Mata (BA), a candidatura do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) está mantida. “Precisamos de certa independência para que o Senado tome posicionamento de acordo com a agenda que as ruas exigem. Elas exigiram uma reforma política. Nós, que somos políticos e disputamos as últimas eleições, sabemos que a reforma é necessária.!

De acordo com a senadora, não é possível mais ficar debatendo se será por plebiscito ou referendo, nem transformar isso "no substantivo da reforma. O substantivo da reforma é debater e votar. E nós queremos que isso aconteça no primeiro semestre deste ano.” Lídice disse que a bancada do PSB decidirá até o fim da semana sobre o apoio a Luiz Henrique.

A eleição para presidência do Senado será domingo (1º). O PMDB tem a prerrogativa de indicar um nome para o cargo, porque tem a maior bancada da Casa.

- Assuntos: Senado, Presidência, Renan Calheiros, Luiz Henrique, apoios

Rádio Cabriola

Hoje, 22:00 (horário de verão)

Tradução Bahia - O melhor da música baiana e as notícias mais recentes do nosso Estado.
Apresentação: Heraldo Souza

Cúpula na Costa Rica discute combate à pobreza na América Latina e Caribe

Monica Yanakiew - Enviada especial da Agencia Brasil/EBC Edição: Jorge Wamburg

O combate à pobreza, em uma região que ainda é considerada a mais desigual do mundo, é o tema central da terceira cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que começou nesta quarta-feira (28) em San Jose, capital da Costa Rica. Em entrevista, o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, citou as últimas estatísticas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal): apesar dos avanços, na ultima década, para incluir enormes esforços de melhoria da situação, 11,5% da população da região ainda vivem na pobreza extrema.

“Nossa região é a mais desigual do planeta: 167 milhões de pessoas ainda vivem na pobreza”, disse o presidente de Cuba, Raúl Castro, ao lembrar que as principais vítimas são os mais jovens. “Dois terços das novas gerações não chegam às universidades e acabam sendo vítimas do crime organizado e da violência”, afirmou Castro.

Existe um consenso entre os 33 países da Celac de que essa situação não pode continuar, mas, segundo Patiño, não bastam discursos para resolver o problema.

Falando em nome do Equador, que amanhã (29) assumirá a presidência pro tempore (temporária) do bloco regional, Patiño propôs estabelecer “metas concretas, que possam ser medidas e controladas”.  Como exemplo, citou a pobreza. Segundo ele, os países-membros da Celac poderiam assumir o compromisso de reduzir a percentual de pessoas que vivem na pobreza de 11,5% a, no mínimo, 8% em cinco anos.

A   China – que no início do mês prometeu investir US$ 250 millhões na próxima década – foi citada como possível fonte de financiamento de programas de combate à pobreza.

- Assuntos: Combate à Pobreza, cúpula, CELAC, pobreza extrema, violência

Administração é o curso mais procurado no ProUni

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli


Até agora, administração é o curso mais procurado no Programa Universidade para Todos (ProUni). Segundo o Ministério da Educação, até as 18h desta quarta-feira (28), administração recebeu 230.657 inscrições. Em seguida aparecem os cursos de direito, com 208.095 inscrições; pedagogia, com 119.214; e, engenharia civil, com 115.544.

Ao todo, o programa, que seleciona estudantes para bolsas de ensino em instituições privadas, registrou 1.196.340 inscritos. São Paulo lidera com 214.808 candidatos, seguido por Minas Gerais (156.665), Rio de Janeiro (84.593) e Bahia ( 84.131).

As inscrições terminam amanhã (29) e podem ser feitas na página do ProUni. O resultado da primeira chamada será divulgado no dia 2 de fevereiro. Quem se inscreveu no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) também pode participar do ProUni.

Neste ano, serão ofertadas 213.113 bolsas – 135.616 integrais e 77.497 parciais. As bolsas serão para 30.549 cursos, em 1.117 instituições de ensino superior privadas.

Podem concorrer às bolsas estudantes que cursaram o ensino médio na rede pública ou na rede particular, na condição de bolsista integral. É preciso comprovar renda bruta familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. Para as bolsas parciais, no valor de 50% da mensalidade, a renda bruta familiar deve ser de até três salários mínimos.

Para se inscrever, o candidato deve ter participado do Enem de 2014 e obtido, no mínimo, 450 pontos na média das notas. Além disso, não pode ter tirado zero na redação. Outra condição é que ainda não tenha diploma de curso superior.

Professores do quadro permanente da rede pública de ensino que concorrerem a cursos de licenciatura também podem participar do ProUni. Nesse caso, não é necessário comprovar a renda.

Veja os cursos mais procurados no ProUni:

1. Administração - 230.657
2. Direito  - 208.095
3. Pedagogia  - 119.214
4. Engenharia civil  - 115.544
5. Ciências contábeis - 107.779
6. Psicologia - 95.394
7. Enfermagem - 93.161
8. Educação física - 91.158
9. Fisioterapia - 70.922
10. Serviço Social- 65.186

- Assuntos: Programa Universidade para Todos, ProUni, Sisu, MEC, Enem 2014

Youssef diz que pagava propina a mando de agentes políticos

André Richter - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro

A defesa de Alberto Youssef disse hoje (28) à Justiça Federal que o doleiro não liderou o esquema que desviou recursos da Petrobras. Segundo o advogado Antônio Figueiredo Basto, Youssef não pode ser condenado por corrupção passiva, porque cumpria ordens de agentes políticos para fazer o pagamento de propina. Os desvios são investigados na Operação Lava Jato.

Em depoimentos de delação premiada, Youssef, que está preso, apontou os nomes de políticos que receberam propina. Em fevereiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve denunciá-los ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os nomes dos políticos são mantidos em segredo de Justiça.

Em resposta à abertura de uma das ações penais contra Youssef, o advogado do doleiro disse que ele não atuou isoladamente, e não tinha poderes para favorecer ninguém dentro da Petrobras. "Sua função era fazer o dinheiro chegar aos corruptos e irrigar contas de partidos políticos, conforme ele mesmo informou em seu interrogatório. Podemos afirmar, sem qualquer margem de erro, que as propinas somente existiram por vontade dos agentes políticos", alega a defesa.

Antônio Basto também informou que os acordos entre agentes políticos e as empreiteiras não tinham participação de Youssef, que atuava na fase final, na distribuição da propina. Segundo a defesa, o dinheiro desviado da Petrobras foi usado para financiar campanhas políticas "no Legislativo e Executivo".

"Agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que, enquanto triunfassem, podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza de que a opinião pública os absolveria nas urnas", diz o advogado.

Na petição, a defesa compara o esquema investigado na Lava Jato com a Ação Penal 470, o processo do mensalão.

"Embora esse projeto de poder não seja novo, haja vista já ter sido implementado antes em outros órgãos públicos, conforme restou provado no julgamento da Ação Penal 470/MG, conhecida como [processo do] mensalão¸ no caso vertente foi superlativo, quer pelo requinte dos malfeitos, quer pela audácia e desmedida ganância dos agentes políticos que, incrustados no poder, fizeram movimentar a máquina pública para atender suas exigências, desviando valores vultosos da maior empresa do país, a Petrobras" - argumenta Basto.

- Assuntos: Operação Lava Jato, Petrobras, Polícia Federal, Alberto Youssef, propinas

Espanha pede à ONU que investigue morte de capacete azul no Líbano

Da Agência Lusa

A Espanha pediu às Nações Unidas a abertura de uma investigação "imediata, exaustiva e completa" sobre as circunstâncias em que morreu um capacete azul espanhol, na sequência de um bombardeio israelense.

O soldado espanhol a serviço da ONU e dois militares israelenses morreram hoje (28) quando a artilharia de Israel disparou contra posições do Hezbollah no Sul do Líbano. Era uma reação a um ataque do Hezbollah contra uma coluna blindada israelense.

O Ministério da Defesa espanhol confirmou a morte do cabo Francisco Javier Soria Toledo, de 36 anos. Ele é o décimo terceiro militar espanhol morto no Sul do Líbano.

O embaixador de Israel em Madrid, Alon Bar, telefonou para as autoridades espanholas para dar as condolências e "pedir desculpas pela morte", afirmando que "se tratou de um acidente".

- Assuntos: ONU, Morte de capacete azul, Hezbollah, conflito árabe-israelense, Francisco Javier Soria Toledo, Alon Bar

Jordânia aceita trocar terrorista iraquiana por piloto capturado na Síria

Da Agência Lusa

O governo da Jordânia disse hoje (28) que aceita libertar a terrorista jihadista Sayida Al Rishawi em troca da libertação do piloto jordaniano capturado na Síria pelo grupo Estado Islâmico.

A informação foi adiantada pela televisão estatal, que cita um porta-voz governamental, sem fazer qualquer referência ao jornalista japonês Kenji Goto, que os jihadistas ameaçaram matar juntamente com o piloto jordaniano.

“A Jordânia está preparada para libertar a prisioneira Sayida Al Rishawi se o piloto jordaniano for libertado ileso”, noticiou a televisão estatal. “Desde o primeiro momento, a posição da Jordânia é garantir a segurança do nosso filho, o piloto Maaz Al Kassasbeh”, acrescentou, citando o porta-voz.

O grupo Estado Islâmico divulgou vídeo na terça-feira (27) em que ameaça matar Kassasbeh e Goto no prazo de 24 horas se Al Rishawi não for libertada. O governo japonês disse no mesmo dia estimar que esse prazo terminasse às 12h (horário de Brasília) de hoje.

Segundo responsáveis jordanianos, no vídeo, os jihadistas ameaçam matar os dois, mas apenas mencionam a libertação de Goto em troca de Al Rishawi. Um outro cidadão japonês, Haruna Yukawa, que num primeiro vídeo aparecia junto a Kenji Goto, foi degolado no fim de semana, segundo os jihadistas.

Sayida Al Rishawi está no corredor da morte de uma prisão jordaniana desde que foi condenada, em 2005, pela participação em um triplo atentado à bomba, em Amã, que matou 60 pessoas.

Kassasbeh foi capturado a 24 de dezembro, depois de o caça-bombardeiro F-16 que pilotava cair no norte da Síria, durante missão da coligação internacional que combate os jihadistas.

- Assuntos: Jordânia, troca, terrorista, iraquiana, piloto, capturado, Síria

Banco do Brasil prorroga prazo de validade de dois concursos

Da Agência Brasil Edição: Jorge Wamburg

O Banco do Brasil prorrogou a validade do prazo das Seleções Externas de 2013/002 e 2014/001 para  8 de maio e 24 de junho de 2016, respectivamente. Os candidatos em cadastro podem ser nomeados até o fim dos novos prazos. De acordo com o Banco, o aviso da prorrogação será divulgado no Diário Oficial da União (DOU) na próxima sexta-feira (30).

As duass seleções foram realizadas para a formação de cadastro reserva. O objetivo da prorrogação, segundo o Banco, além de manter o histórico da empresa de renovar o prazo de validade de todos os seus concursos, é reforçar o compromisso e o respeito com seus candidatos.

O concurso 2013/002 ofereceu vagas de nível médio para os seguintes estados: Alagoas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal.

No concurso de 2014/001, as vagas foram para as capitais de todos os estados e para a cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo. Os cargos para cadastro  reserva foram para o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmet): Médico, Engenheiro, Enfermeiro, auxiliar de Enfermagem e técnico de Segurança.

- Assuntos: banco do brasil, validade, prazo, DOU, cadastro reserva, nível médio

Nome social de transexuais passa a ser adotado nos conselhos tutelares do DF

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro

A Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal publicou hoje (28) portaria que determina a inclusão do nome social de travestis e transexuais em fichas de cadastro, prontuários e documentos semelhantes. Com isso, tanto os funcionários da secretaria quanto aqueles que são atendidos por ela poderão usar o nome social. A medida valerá também para os conselhos tutelares.

A portaria, que já está em vigor, estabelece que unidades da secretaria terão prazo de 90 dias para fazer as devidas adequações. "Estamos acompanhando o que já foi adotado por outras secretarias por entender a importância dessa medida, que vem valorizar o que a Constituição garante há muito tempo, que não há distinção entre os indivíduos", diz a secretária da pasta, Jane Klebia.

Na prática, todos os funcionários e público atendido pelas políticas da pasta - população até 29 anos - serão beneficados. Todos os formulários terão o campo do nome social. No verso haverá espaço para o nome de registro, mas o nome adotado no atendimento será o social. No caso dos funcionários, o nome social será usado no correio eletrônico, crachá, comunicações internas, lista de ramais e nome de usuário em sistemas de informática.

Segundo a secretária, a pasta vai acompanhar a implementação da nova norma, a fim de que as pessoas trans não tenham apenas os formulários preenchidos adequadamente, mas sejam tratadas de forma adequada.

Para a pesquisadora da Anis: Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, Gabriela Rondon, "a medida é importante porque o nome é um dos fatores mais graves de desconforto e de preconceito que as pessoas trans sofrem, especialmente crianças e adolescentes, que têm acesso mais difícil à alteração judicial". Para os jovens em situação de risco, de vulnerabilidade, que são atendidos pelos conselhos tutelares, o tratamento adequado em relação ao gênero é fundamental, de acordo com a pesquisadora.

Gabriela pesquisa as respostas judicias a pedidos de reconhecimento de identidade de gênero e registro público. Segundo ela, até mesmo judicialmente há uma deficiência na questão. "Não tem uma jurisprudência muito consolidada", diz. No Executivo, portarias como essa da secretaria estão ganhando espaço no Brasil, segundo a pesquisadora. No próprio governo do Distrito Federal, essa já é uma prática nas secretarias de Educação e Justiça.

No âmbito nacional, o Sistema Único de Saúde (SUS) adota o nome social. No ano passado, a adoção também foi feita pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A integrante do coletivo Cia. Revolucionária Triângulo Rosa Tatiana Lionço comemora a medida. "A garantia do nome social muda radicalmente as relações da pessoa trans em todos os ambientes", diz. Segundo ela, a medida pode garantir a permanência dessas pessoas em todo tipo de instituição, desde os hospitais a escolas e atendimento em conselhos tutelares.

Com a norma, é preciso batalhar para que a conduta dos funcionários que fazem atendimento seja de acordo. "O processo de implementação tem sido gradual [em setores que já adotam o nome social]. É importante batalhar pela implementação da medida e divulgar para que as pessoas tomem conhecimento e cumpram a norma", diz Tatiana.

- Assuntos: GDF, nome social, pessoas trans, travestis, transsexuais, crianças, adolescentes

Mesmo informados, 45% dos brasileiros fizeram sexo sem camisinha em 2013

Aline Leal - Repórter da Agência Brasil Edição: Beto Coura

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lança campanha publicitária para o carnaval 2015 e incentiva jovens a fazer o teste de HIV Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lança campanha publicitária para o carnaval 2015 e anunciar quantos milhões de camisinhas serão distribuídos este ano. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lança campanha publicitária para o carnaval 2015 e incentiva jovens a fazer o teste de HIV Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Os brasileiros sabem a importância do uso da camisinha na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, um número próximo a 94% da população. No entanto,  45% dos sexualmente ativos não usaram preservativo em relações ocasionais em 2013, percentual estável desde 2004.

Os dados são de uma pesquisa do Ministério da Saúde, que entrevistou 12 mil pessoas na faixa etária de 15 a 64 anos. O levantamento aponta que entre 2004 e 2013 aumentou de 4,1% para 12,1% a proporção de brasileiros que teve mais de cinco parceiros no último ano.

A pesquisa mostra também que, enquanto em 2004 pouco mais de 19% da população, entre 15 e 64 anos, teve mais de dez parceiros sexuais na vida, em 2013 o número passou para 43,9%.

No lançamento da campanha de carnaval do Ministério da Saúde, o ministro Arthur Chioro disse que a mudança de comportamento determinou mudança de foco da campanha, que agora destaca o teste e o tratamento. Serão distribuídas 120 milhões de camisinhas para a população.

“A gente nota uma certa mudança no comportamento sexual da população no decorrer dos anos. Uma das causas do crescimento da aids pode estar relacionada ao fato de a nova  geração ser mais liberal que a anterior”, disse Chioro. O ministro ressalta que, por isso, o incentivo ao teste e ao tratamento devem fazer parte da campanha.

A estratégia agora é, além de estimular o uso da camisinha, como sempre foi feito,  convidar o jovem a fazer o teste de HIV, disponível gratuitamente nos postos de saúde, e começar logo o tratamento, caso o teste dê positivo.

“Você poderia considerar que é uma geração mais liberal e que se expõe mais. Mas como tem mais parceiros, tem um risco acrescido. A questão é que, se a gente insistir em fazer mais do mesmo, e ficar paralisado na camisinha, a chance de enfrentar [o problema] é menor”, defendeu o diretor do departamento especializado em doenças sexualmente transmissíveis e aids, do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.

Segundo o ministério, 734 mil pessoas vivem com HIV no Brasil.  A incidência do vírus é 20,4 casos por grupo de 100 mil habitantes, mas a prevalência sobe para 41,3 no Rio Grande do Sul e para 33,4 no Amazonas.

- Assuntos: Fábio Mesquita, AIDS, DST, camisinha, Arthur Chioro, Pesquisa aids, Carnaval aids

Ministros europeus discutem registro de passageiros para combater terrorismo

Giselle Garcia - correspondente da Agência Brasil/EBC Edição: Jorge Wamburg

Os ministros do Interior da União Europeia (UE) se reúnem nesta quinta (29) e sexta-feira (30), em Riga, na Letônia, para discutir uma série de medidas de combate ao terrorismo. A mais polêmica delas é a criação de um registro comum de dados de passageiros que entram e saem da Europa, contestada por entidades ligadas à área de direitos civis.

A proposta prevê que as companhias aéreas forneçam às autoridades informações sobre reservas de vôos e check-in, datas de viagens, dados pessoais dos passageiros, dados bancários e meios de pagamento utilizados, entre outros. Essas informações seriam armazenadas num sistema comum a todos os países da União Europeia, facilitando o trabalho de inteligência policial. Autoridades acreditam que a medida é vital para rastrear extremistas que tentarem retornar da Síria e do Iraque para a Europa.

Durante um debate realizado hoje (28) no Parlamento Europeu, parlamentares se dividiram em relação à proposta, que tramita na casa desde 2011. O comissário para Assuntos Internos da União Europeia, Dimitris Avramopoulos, que participou do debate, disse que “o registro de passageiros é necessário para ampliar a segurança dos países europeus”, e que “a Comissão Europeia pretende trabalhar junto com os legisladores para que a proposta esteja em linha com os direitos fundamentais”.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, publicada hoje, o vice-presidente da Comissão de Liberdades Civis do Parlamento Europeu, Jan Philipp Albrecht, afirmou que a retomada, pela Comissão Europeia, do debate sobre a retenção de dados de passageiros é uma afronta ao Parlamento Europeu e à Corte Europeia de Justiça, que já declararam que a medida é “desproporcional”.

Apresentada em fevereiro de 2011 no Parlamento Europeu, o projeto de lei que prevê a criação de um registro único de dados de passageiros foi rejeitado pelo Comitê de Liberdades Civis, por 30 votos a 25. Em junho de 2013, o Parlamento decidiu, em uma sessão plenária, reenviar a proposta para o Comitê, na busca de um acordo sobre o tema. Com os ataques terroristas ocorridos em Paris, nos dias 7 e 9 de janeiro, a proposta voltou ao centro das atenções.

Durante a reunião em Riga, os ministros do Interior abordarão, também, outras medidas previstas na Agenda Europeia de Segurança 2015-2020, que deve ser apresentada pela Comissão Europeia nos próximos meses. Entre elas estão novos métodos de escaneamento de passageiros nos aeroportos, melhor treinamento das equipes de segurança, combate ao financiamento e tráfico de armas para os grupos extremistas e novos meios de proteger alvos fáceis - como supermercados, pontos turísticos e locais públicos - contra ataques terroristas.

- Assuntos: ministros do Interior, União Europeia, terrorismo, registro comum, dados de passageiros

Distância entre bilionários e miseráveis cresce em todo mundo

Apenas oitenta bilionários são donos da metade de todo dinheiro que circula por este nosso mundo todo. Estamos falando de trilhões. Pior ainda. Eles fazem parte de um por cento dos mais ricos do planeta Terra. A cada dia está aumentando a enorme distância entre os bilionários e os miseráveis. Saiba quais os caminhos para reduzir a desigualdade apontados pela diretora da organização internacional Oxfam, Winnie Byanyma.
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Trocando em Miúdo : Programete sobre temas relacionados a economia e finanças, traduzidos para o cotidiano do cidadão . É publicado de segunda a sexta -feira. feira - 10:35 / 16:35 / 19:35 / 23:35 (horário de verão).

Doleiro afirma que pagou propina a chefe da Casa Civil do Maranhão

Destaques da Rádio
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O doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, disse, em depoimento de delação premiada, que pagou propina a João Abreu, que foi chefe da Casa Civil do Maranhão, quando Roseana Sarney governava o estado. Conforme Youssef, a "comissão" tinha por objetivo favorecer a empreiteira UTC/Constran com a liberação de um precatório de R$ 110 milhões, referente a obras de pavimentação da BR-230 na década de 1980.

De acordo com o doleiro, a UTC tinha interesse em receber rapidamente o precatório, que poderia levar anos para ser pago pelo governo. Conforme o depoimento de Yousseff, ficou acertado que Abreu receberia R$ 3 milhões dos R$ 10 milhões pagos pela empresa, que dividiu a quantia em 24 parcelas.

Em nota à imprensa, a UTC afirmou que não houve irregularidade no pagamento do precatório.

Silêncio sonoro em homenagem à cineasta Susana Moraes

Excepcionalmente hoje, Viva Maria dá uma pausa na Campanha Beijing+ 20 que desde o inicio deste mês vem ouvindo as mulheres que participaram da Conferência da Mulher na China, para um minuto de silêncio sonoro!

Em memória a atriz e cineasta Susana Moraes que morreu ontem vítima de um câncer no endométrio, queremos na voz de sua companheira, homenagear a inteligência, a cultura e a arte dessa guerreira, cuja primeira grande batalha foi a busca pela própria identidade! Susana era filha do grande Vinicius de Moraes. Mas sempre se negou a viver à sombra.

Susana era solar! Luz, câmera, ação! Luzes da ribalta que se apagam hoje na cerimônia de sua cremação que vai acontecer logo mais às 17 hora no Memorial do Carmo, Cemitério do Caju, Rio de Janeiro. E entre a poesia de seu pai e a música, a voz de sua amada na última declaração de amor.

Adriana Calcanhoto, casou-se com Susana em 2010. Dessa forma oficializou uma relação que durou 26 anos e que hoje se transforma em saudade. Mas as palavras de Adriana nos dão conta de um sentimento muito maior: “Fui a mulher mais feliz do mundo nestes 26 anos em que estive com ela. Uma grande mulher, inteligente, engraçada, culta, amiga dos amigos, que teve uma vida extraordinária, e que viveu cada segundo como nunca mais. Morreu de mãos dadas comigo. Foi-se o amor da minha vida.”
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Viva Maria: Programete que aborda assuntos ligados aos direitos das mulheres e outros aspectos da questão de gênero. É publicado de segunda a sexta-feira feira - 10:35 / 16:35 / 19:35 / 23:35 (horário de verão)

Depois de garantir acesso à terra, xavantes pedem mais atenção à saúde

Michèlle Canes – Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

Há dois anos, terminava em Mato Grosso o processo de desintrusão (retirada de não índios) que permitiu a volta dos índios xavantes para a terra da qual saíram na década de 1960. Hoje, quem vive na Terra Indígena Marãwaitsédé enfrenta outras dificuldades. Em entrevista exclusiva à equipe da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o cacique Damião Paridzané relatou que a população sofre com a falta de assistência à saúde.

“Eu, como cacique, já cobrei muito. Esse recurso que o governo repassa para o Ministério da Saúde foi para onde? Todo mês morrem 20, 30 na área indígena. Cadê o atendimento da saúde? Cadê a recuperação da saúde do índio”, questiona.

O cacique conta que, em outubro passado, as vítimas foram quatro crianças. “É uma tristeza. Quem cuida da saúde do índio fala que é desnutrição, mas tem também o outro lado que é a falta de atendimento à saúde, falta de tratamento especial.” Segundo o cacique, na aldeia, faltam medicamentos e equipamentos básicos.

Quem trabalha com essa população percebe as dificuldades enfrentadas não só pelo povo Xavante. O secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber César Buzatto, explica que a deficiência na atenção à saúde ocorre de forma generalizada.

“É uma deficiência estruturante por parte da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que tem apresentado uma série de problemas de gestão da política de atenção à saúde indígena que reflete, infelizmente, na falta de assistência, na falta de medicamentos e na falta de estrutura para transporte. Isso, no caso de Marãiwatsédé, é perceptível.”

Criada em 2010, a Sesai é ligada ao Ministério da Saúde e é o órgão responsável pela atenção aos índios.

Para o cacique, o problema não é causado pela falta de dinheiro, mas pela má gestão. “Não é o governo que temos que culpar. A culpa é de quem trabalha dentro. O governo repassa recurso para o povo que não é índio e para o indígena também, mas quem cuida da saúde do índio só culpa a falta de recurso. Isso é mentira. A gente conhece”, diz Damião.

O coordenador-geral da organização indigenista Operação Amazônia Nativa (Opan), Ivar Busatto, acredita que a prestação de serviços em saúde tem melhorado, mas ainda há muito o que fazer. Para ele, falta adaptação do modelo de saúde à realidade de vida do índio e uma melhor preparação das equipes de atenção. Para o coordenador, muitos problemas poderiam ser evitados com diálogo.

“Na maioria dos casos não tem o preparo necessário e não é culpa do funcionário. Era necessário  alguém que pudesse intermediar um diálogo com a comunidade e formar equipes que se dedicassem a aprender mais sobre os costumes, o jeito de educar xavante, a compreender melhor o tratamento com as crianças, com os velhos e assim por diante”, destacou.

Outra crítica do cacique Damião é a possível criação de uma nova estrutura do governo para cuidar da saúde indígena. “Para quê todo ano fazer mudança? Não melhora. A Funai [Fundação Nacional do Índio], quando cuidava da saúde do índio, melhorava muito. População aumentou e até os velhos mais antigos viviam. Hoje, a população de idosos vem diminuindo por falta de tratamento. E agora querem passar a saúde do índio para instituto”, indaga.

No ano passado, o Ministério da Saúde apresentou a proposta de criação do Instituto Nacional de Saúde Indígena (Insi). De acordo com informações do site do ministério, o projeto tem o intuito de modernizar a gestão da área como braço operacional da Sesai.

Segundo Cleber Buzatto, muitos povos e organizações indigenistas questionam a criação do instituto, inclusive o Cimi. “Na nossa avaliação, em vez de enfraquecer a estrutura do Estado, no caso a Sesai, que tem a responsabilidade de prestar o atendimento, poderia reforçar [o quadro] fazendo concursos e adequando o órgão para prestar o serviço com qualidade para os povos indígenas.”

Para o coordenador da Opan, o debate sobre a nova estrutura precisa ser maior. “Tem pessoas a favor e tem muita gente que se posiciona contra e se posiciona contra pela forma como foi encaminhado, foi de uma hora para outra, pouca discussão para os conselhos distritais de saúde, o controle social indígena.”

Para melhorar a vida em Marãiwatsédé, a população tem investido no reflorestamento e na plantação. “O governo ajudou a fazer a plantação das mudas para reflorestar. Junto com a Funai, estamos trabalhando, plantando mudas de banana, de pequi, de frutas para recuperar a mata”, conta o cacique.

“O que se observa é que, com a melhoria das condições alimentares, com o tempo mais tranquilo para o cuidado com as roças e com as caçadas, pescarias e coletas que o povo xavante faz normalmente, a tendência é que o número de problemas com desnutrição diminua. Com alguma melhora que a Sesai ofereça, a perspectiva dos índios deve melhorar”, acredita o representante da Opan.

A Agência Brasil procurou a Sesai para obter respostas às críticas dos xavantes e das organizações indigenistas sobre falta de estrutura e medicamentos. Por e-mail, a assessoria do Ministério da Saúde disse que o Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante é o responsável pelo atendimento da população de Marãiwatsédé.

Segundo a assessoria, a aldeia conta com um posto de saúde equipado com cadeira odontológica fixa, duas viaturas para transporte de pacientes e uma unidade odontológica móvel que faz parte do projeto Brasil Sorridente. Para assistir a população do local, a Sesai disponibiliza ainda uma equipe multidisciplinar de saúde indígena composta por um médico, dois enfermeiros, três técnicos de enfermagem, um dentista, um auxiliar de saúde bucal e um agente indígena de saúde.

O ministério informa que, no ano passado, foram investidos R$ 669 mil em materiais farmacológicos e R$ 28,4 mil em materiais hospitalares. Ainda segundo o governo, a aldeia de Marãiwatsédé recebeu o equivalente a R$ 427 mil em medicamentos.

- Assuntos: acesso à terra, Xavante, Terra Indígena Marãwaitsédé, Ministério da Saúde, Cimi, Sesai, Opan

Cerimônia no Rio faz homenagem às vítimas do Holocausto

Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli

Cerimônia lembrou o Dia Internacional em Memória às vítimas do Holocausto  Tomaz Silva/Agência Brasil

Aleksander Laks é um dos sobreviventes do campo de extermínio que vivem no Brasil. Ele foi preso pelos nazistas quando tinha 11 anos. Depois de passar seis meses em Auschwitz, na Polônia e ser vendido para uma empreiteira construir fortificações para o exército alemão, foi levado para a "marcha de morte", trem que transportava judeus que seriam afogados para não cair na mão de aliados. A marcha, segundo ele, resultou na morte de 2 milhões de judeus. A libertação ocorreu após o bombardeio ao trem. “Foi o exército francês que nos libertou”, lembra.

Mas o sofrimento não acabou logo e Aleksander se tornou garoto de rua na Alemanha. Ainda precisou se abrigar em um campo de refugiados perto de Frankfurt e acabou indo para os Estados Unidos, de onde veio para o Brasil, em 1948, após escrever uma carta para uma tia que morava no Rio de Janeiro, cidade em que o pai dele, morto em um campo de concentração, dizia ser o ponto de encontro da família, após a guerra, caso fossem separados pelo exército alemão. “Mandaram-me passagem. Vim ao Brasil como turista e não voltei mais. Não me arrependo de não ter voltado. Sou um dos poucos que conseguiram refazer sua vida. Hoje estou com 87 anos”, disse antes de participar da cerimônia organizada pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), em parceira com a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ), para marcar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, comemorado nessa terça (27). “Luto por um Brasil justo e fraterno e por um mundo sem preconceito. Holocausto nunca mais”, disse em seu discurso na cerimônia.

“Luto por um Brasil justo e fraterno e por um mundo sem preconceito. Holocausto nunca mais”, diz o sobrevivente de Auschwitz, Aleksander Laks Tomaz Silva/Agência Brasil

Aleksander Laks, que é presidente da Associação Brasileira dos Israelitas Sobreviventes da Perseguição Nazista, disse que todo ano vai à Alemanha, onde é muito bem tratado atualmente, mas, apesar disso, não consegue afastar o passado. “Sinto-me muito bem e sou muito respeitado lá, mas as lembranças não deixam não”, disse, acrescentando que chegou a passar quatro anos sem poder tomar banho e sem se alimentar. Hoje ainda tem pesadelos. “Não sai, não sai”, completou.

O Cônsul-Geral da Alemanha no Rio de Janeiro, Harald Klein, disse que o seu país mantém os campos de concentração e outros monumentos que lembram o Holocausto como forma de alertar que as barbáries cometidas não sejam repetidas. “Que seja como exemplo para manter os valores da democracia, do Estado de Direito, do respeito, da tolerância, para evitar que coisas como essas passem de novo em qualquer parte do mundo. Seja contra judeus cristãos, minorias étnicas”, declarou em entrevista à Agência Brasil, lembrando que os monumentos são locais de grande visitação.

A judia holandesa Nanette Blitz Konig, de 85 anos é uma sobrevivente do Campo de Bergen-Belsen, foi amiga de Anne Frank e a encontrou em um campo de concentração. “Ela me contou sobre o esconderijo que tinha continuado escrever o diário, que eu tinha visto primeiro no aniversário dela em 42 e que ela queria usar o diário para escrever um livro quando acabasse a guerra. Infelizmente ela não sobreviveu, não tinha condição. O tifo estava rompante e ela estava muito debilitada. Não sei como sobrevivi. Acho que foi por acaso”, revelou.

A judia holandesa Nanette Blitz Konig, de 85 anos é uma sobrevivente do Campo de Bergen-Belsen e foi amiga de Anne Frank Tomaz Silva/Agência Brasil

Na avaliação do presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Fernando Lottenberg, o holocausto é algo que o mundo tem que se lembrar sempre. “A gente não faz isso por uma obsessão com o passado, mas é aprendendo com o que aconteceu lá, interpretar os sinais que a realidade nos manda e agir com relação aos riscos que o mundo nos apresenta. Estamos tentando evitar que fenômenos como este voltem a acontecer não só com os judeus, mas com outras minorias e outros povos que se vejam perseguidos apenas pelo que eles são e não pelo que eles fazem”, disse.

Para o diretor do Centro de Informação das Nações Unidas, Giancarlo Summa, deve ser combatido qualquer tipo de intolerância religiosa, étnica, racial, filosófica e política, que foi a raiz do Holocausto. “Isso é inadmissível. É criminoso e uma página sombria da história humana, mas é também algo que pode voltar a acontecer, não provavelmente naqueles termos, mas a ideia da intolerância sim, porque a intolerância é ainda presente, o racismo, a intolerância religiosa, as perseguições raciais. Estamos testemunhando no mundo sob os nossos olhos. Precisamos preservar a memória da barbárie para que não se repita”, analisou.

Na cerimônia  que ocorreu no Palácio do Itamaraty, no centro do Rio, seis sobreviventes acompanhados de representantes da sociedade brasileira, incluindo religiosos e de movimentos como LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), acenderam seis velas, representando, cada uma, 1 milhão de vítimas do Holocausto.

- Assuntos: holocausto, Auschwitz, judeus, Campos de concentração

Canção We Are The World em prol da África completa 30 anos

A música em defesa da vida.  Assim poderia ser entendida a canção WE ARE THE WOLRD, ou “Nós somos o mundo”, em português, que hoje completa trinta anos, e continua como um dos títulos mais vendidos de todos os tempos. Composta por Michael Jackson e Lionel Richie, gravada por quarenta e quatro dos maiores nomes da música norte-americana essa canção fez parte do projeto que arrecadou fundos para o combate à fome e doenças na África.

 Michael Jackson e Lionel Richie se Inspiraram em um festival organizado pelo músico irlandês Bob Geldof, que reuniu dezenas de astros da música mundial, em 1984, e arrecadou dinheiro para os famintos da Etiópia. Entre os cantores que gravaram a música estão: Tina Turner, Billy Joel, Bob Dylan, Cyndi Lauper, Ray Charles e Stevie Wonder.

 Em três meses, atingiu o primeiro lugar na parada de sucessos dos Estados Unidos. Só lá, foram vendidas sete milhões de cópias. A maior parte do dinheiro arrecadado na empreitada foi enviada para países da África, especialmente para a Etiópia; onde muita gente morria de fome.
 Alguns críticos da ação alegam que o dinheiro foi entregue aos governos, muitos dos quais comandados por ditadores, em vez de entregar diretamente a população necessitada e por isso ocorreram desvios.

 O projeto não ficou só no WE ARE THE WOLRD. Outro evento beneficente, o Hands Across América reuniu cerca de sete milhões de pessoas que de mãos dadas fizeram uma corrente humana durante quinze minutos, num caminho que se espalhava pelos Estados Unidos.

 Para ingressar na fila, os participantes tinham que pagar dez dólares. O dinheiro arrecadado também foi usado no combate a fome e na construção de moradias na África. As duas iniciativas WE ARE
THE WOLRD e HANDS ACROSS AMÉRICA arrecadaram juntas cerca de cem milhões de dólares.
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História Hoje : Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. É publicado de segunda a sexta-feira - 10:35 / 16:35 / 19:35 / 23:35 (horário de verão)
Apresentação Dilson Santa Fé


Sobe para 11 número de mortos no ataque a hotel de luxo em Trípoli

Da Agência Lusa

O número de mortos hoje (27) na explosão de um veículo e posterior ataque a um hotel de luxo na capital da Líbia aumentou para 11, informou o porta-voz do Departamento de Operações de Segurança líbio, Issam Al Naas. Segundo ele, entre as vítimas, há quatro cidadãos estrangeiros, cinco agentes da polícia e bombeiros e dois terroristas.

Os dois terroristas, que entraram no hotel após a explosão, foram mortos por seguranças que os atingiram com granada de mão, no 24º andar do prédio. Esse andar geralmente é reservado à missão diplomática do Catar, mas nenhum diplomata ou responsável pelo gabinete se encontrava lá no momento do ataque.

O Hotel Corinthia tem sempre elevada proteção, porque nele reside o presidente do governo islâmico de Tripoli, Omar Al Hassim, e lá costumam se hospedar os membros das missões diplomáticas estrangeiras.

Dez pessoas ficaram feridas no ataque, entre as quais policiais e hóspedes do hotel. De acordo com Issam Al Naas, prosseguem as investigações para identificar quem está por trás do ataque. Ele descartou a possibilidade de se tratar de extremistas islâmicos.

O ataque ocorreu às 9h locais (5h em Brasília), quando, segundo Al Naas, explodiu um automóvel com as mesmas características do veículo preparado, que provocou a explosão de 17 de janeiro, em frente à Embaixada da Argélia, fazendo três feridos.

Na Líbia, há atualmente duas estruturas paralelas de governo, em Trípoli e em Tobruk, que competem pelo poder. A crise líbia começou com a queda do regime de Muammar Kadhafi, em outubro de 2011, e desde então o país vive uma espiral de violência.

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Alexis Tsipras será oficialmente nomeado hoje primeiro-ministro da Grécia


Da Agência Lusa

O presidente do Syriza [partido de esquerda], Alexis Tsipras, será formalmente designado hoje (26) primeiro-ministro da Grécia, conforme indicação do gabinete do chefe de Estado grego.

“Hoje, segunda-feira, Alexis Tsipras será oficialmente nomeado primeiro-ministro pelo presidente da República, Caroulos Papoulias”, informou um breve comunicado do gabinete.

Tsipras, 40 anos, líder da maior força política grega, conseguiu 149 lugares no Parlamento, não atingindo os 151 que lhe dariam maioria absoluta.

O Syriza é obrigado a formar uma coligação governamental, já anunciada pelos Gregos Independentes (nacionalistas, com 13 deputados no Parlamento), que aceitaram fazer parte do novo Executivo.

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Grécia: Syriza vence e declara fim da troika e da austeridade

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

O partido de esquerda grego Syriza, antiausteridade, obteve vitória clara nas eleições gerais desse domingo (25). O líder, Alexis Tsipras, declarou o fim da austeridade e da troika.

“O veredito do povo grego significa o fim da troika", a estrutura de supervisão da economia da Grécia constituída pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional que desde 2010 avalia as medidas impostas em troca de empréstimos de 240 bilhões de euros.

Tsipras, 40 anos, afirmou que “o povo escreveu a história” e “deu um mandato claro” ao Syriza, “depois de cinco anos de humilhação”. Assegurou que vai negociar com os credores “nova solução viável” para o país.

O Syriza obteve clara vitória com 35,9% dos votos, quando estavam contados 50% dos boletins. O resultado não garante maioria absoluta (151 de 300 deputados) e vai possivelmente exigir negociações para uma coligação parlamentar.

A Nova Democracia (direita), do primeiro-ministro Antonis Samaras, obteve 28,3%. O terceiro partido mais votado foi o neonazi Aurora Dourada, com 6,4%.

Samaras reconheceu a derrota mas, tendo feito campanha pelo perigo de uma vitória do Syriza levar a uma saída da Grécia da zona do euro, deu curta declaração à imprensa: “Entrego um país que é parte da União Europeia [UE] e do euro. Para o bem desse país, espero que o próximo governo mantenha o que foi alcançado”.

Em Bruxelas, o presidente do grupo dos Socialistas Europeus no Parlamento Europeu, Gianni Pitella, considerou que o povo grego optou claramente por romper com a austeridade imposta pela troika. Segundo o líder, o povo grego quer que o novo governo traga mais justiça social, a renegociação da dívida e a extensão do seu programa de ajustamento. “A vontade do povo grego deve ser respeitada por todas as instituições da UE e Estados-Membros”, destacou.

O presidente do Bundesbank, banco central alemão, Jens Weidmann, considerou que a economia da Grécia continua a precisar de apoio externo. Ele disse esperar que "o novo governo grego não faça promessas ilusórias que o país não pode se permitir" e que continue com as reformas estruturais necessárias.

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