Os imóveis mais luxuosos à venda no Brasil

HuffPost Brasil  |  De Luiza Belloni



Este ano definitivamente não foi dos melhores para o mercado imobiliário. Depois dos "anos dourados", com o boom imobiliário, preços inflacionados e vendas cada vez maiores de imóveis em todo o Brasil -- principalmente nos centros urbanos --, as imobiliárias e incorporadoras sofreram uma baita queda da procura, venda e, consequentemente, de lançamentos de imóveis em todo o País.

As vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo caíram 20% em outubro, ante setembro, segundo pesquisa do departamento de economia e estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). No acumulado do ano, de janeiro a outubro, foram vendidas 14.810 unidades residenciais novas, um recuo de 3,4% frente ao mesmo período de 2014.

Com o ano decepcionante, o Secovi-SP revisou para baixo as projeções de vendas e lançamentos na cidade em 2015. De acordo com os novas estimativas, as vendas devem recuar em torno de 20% na comparação com 2014 para 17,3 mil unidades, enquanto os lançamentos devem cair entre 38%, para 21 mil unidades.

Mas, entre os imóveis de luxo, parece que não existe crise. Mansões e apartamentos de altíssimo padrão estão à venda por preços inimagináveis. Uma mansão no Jardim América, bairro com um dos metros quadrados mais caros de São Paulo, está sendo vendida por R$ 80 milhões. A mansão é do playboy Chiquinho Escarpa.

E este mercado atrai muitos interessados, garante Alexandre Villas, Diretor Presidente da Imóvel A, boutique de imóveis de luxo do Grupo Lopes. "O mercado residencial de luxo vai na contramão do mercado imobiliário por alguns fatores e, nesse contexto a Imóvel A vem realizando mais negócios hoje, do que no pré-crise", conta Villas.

"Precisamos levar em conta, que mesmo com a crise, essa população de alta renda, pode crescer menos, mas cresce. Por exemplo, o público comprador que procura imóveis além da faixa dos 4 milhões de reais, e no caso, estamos falando de um universo de propriedade de até 30, 40 milhões ou até mais, não sofre com os problemas de crédito, renda e outros fatos que travam negócios na classe média e na economia geral."
Ainda segundo Villas, outro fator que conta é a localidade das propriedades. "Elas estão localizadas nas regiões mais nobres e valorizadas da cidade de São Paulo, e são cada vez mais disputadas, uma vez que o crescimento da população de alta renda foi maior do que a reposição de imóveis destinados a este público nos últimos 10 anos."

A desvalorização do real ante o dólar também ajudou a "encarecer" os imóveis luxuosos, acrescentou o executivo. "Levamos em conta que esses compradores, além de pensar na nossa moeda local, também pensam em dólar, ou seja há um ano uma cada de R$ 5 milhões custava US$ 2 milhões e hoje custa US$ 1,4 milhão."