Como os novos telescópios gigantes vão ajudar a revelar os maiores mistérios da ciência

The Huffington Post  |  De Chris D'Angelo



A ciência está prestes a ingressar em uma nova era de descobertas cósmicas, com telescópios maciços capazes de vislumbrar até o início do tempo e, possivelmente, trazer respostas à pergunta mais profunda da humanidade: “Estamos sozinhos no universo?”.

Uma equipe de sócios internacionais deitou os alicerces do Telescópio Gigante de Magallanes (GMT), no pico remoto de uma montanha nos Andes chilenos.

Quando esse megatelescópio entrar em operação, em 2021, será o maior do mundo. E, quando alcançar sua capacidade plena, três anos depois, seu espelho primário de 25 metros vai produzir imagens dez vezes mais acuradas que as captadas pelo Telescópio Espacial Hubble.

O telescópio será 20 milhões de vezes mais sensível que o olho humano, disse Wendy Freedman, presidente do conselho de diretores da Organização GMT, em uma conferência TED.

“E, pela primeira vez na história, ele pode ser capaz de encontrar vida em planetas fora de nosso sistema solar”, ela disse. “O GMT vai nos permitir procurar a primeira luz do universo, literalmente a aurora do cosmos –a aurora cósmica.”



Para o deleite dos fãs da ciência espacial, o GMT não será o maior telescópio do mundo por muito tempo. No Havaí, o Telescópio de Trinta Metros, ou TMT, deve estar operacional até 2024. E o significativamente maior Telescópio Europeu Extremamente Grande, de 39 metros, deve ser posto em operação no Chile nesse mesmo ano.

Roy Gal, astrônomo adjunto no Instituto de Astronomia do Havaí, disse que os tempos atuais são instigantes para sua área de atuação.

Telescópios maiores significam mais potência e, com frequência, novas descobertas. E, com telescópios chegando perto dos 30 metros de diâmetro, cresce a capacidade de detectar assinaturas biológicas de vida em outros planetas, disse Gal.

“Podemos enxergar a luz no fim do túnel para sermos capazes de responder a algumas dessas perguntas”, ele disse ao Huffington Post.

O diretor associado do projeto TMT, Michael Bolte, professor de astronomia e astrofísica na Universidade da Califórnia em Santa Cruz, disse ao HuffPost que o universo é “inimaginavelmente vasto”, mas ele não tem dúvida de que o TMT e outros telescópios grandes vão permitir que os astrônomos ingressem em um novo universo de descobertas e estudem objetos nunca antes vistos.

“Para falar a verdade, acho que vamos ingressar na próxima era de ouro da astronomia”, ele disse.
Quando se trata de explorar o cosmos e responder às perguntas mais insondáveis da humanidade, maior é melhor.
Veja abaixo os quatro telescópios monstros que prometem transformar a astronomia na próxima década.

• Telescópio Gigante de Magalhães (Chile)



O Telescópio Gigante de Magalhães está sendo construído no Observatório Las Campanas, no Chile, e promete revolucionar nossa visão e compreensão do universo.

O que se quer com o GMT é descobrir planetas semelhantes à Terra orbitando estrelas próximas, além das minúsculas distorções causadas por buracos negros na luz vinda de estrelas e galáxias distantes. O telescópio vai revelar os objetos menos discerníveis já vistos no espaço, incluindo galáxias distantes e antigas cuja luz está viajando em direção à Terra desde pouco depois do Big Bang – 13,8 bilhões de anos atrás.

O GMT está previsto para entrar em operação em 2021.

• Telescópio de Trinta Metros (Havaí)


Quando for completado, o Telescópio de Trinta Metros será o telescópio ótico mais avançado e potente da Terra.

Com ele, astrônomos poderão estudar objetos em nosso sistema solar e estrelas em toda a Via Láctea, em galáxias vizinhas e galáxias formadas na extremidade do universo observável, perto do início do tempo.

Protestos ainda em curso paralisaram por vários meses a construção da obra, orçada em US$1,4 bilhão, mas ela está prevista para ser retomada este mês.

• Telescópio Europeu Extremamente Grande (Chile)



O Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT) será o maior telescópio ótico/quase-infravermelho do mundo e receberá 13 vezes mais luz que os maiores telescópios óticos existentes hoje.

Ele será capaz de fazer correções para levar em conta as distorções atmosféricas desde o início, fornecendo imagens 16 vezes mais precisas que as obtidas com o Telescópio Espacial Hubble.

O E-ELT tem espelho principal de 39 metros de largura e está previsto para entrar em funcionamento em 2024.

Telescópio Espacial James Webb, da NASA



O Telescópio Espacial James Webb é um grande telescópio infravermelho com espelho primário de 6,5 metros. É o sucessor do Telescópio Espacial Hubble.

Ele será lançado da Guiana Francesa em outubro de 2018 e cumprirá a função de observatório principal da NASA na próxima década.

O telescópio vai estudar todas as fases da história de nosso universo, desde os primeiros brilhos luminosos depois do Big Bang até a formação de sistemas solares capazes de servir de base para a vida em planetas como a Terra, chegando à evolução de nosso próprio sistema solar.


Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost US e traduzido do inglês.