Alemanha planeja testes de droga aleatórios em pilotos após acidente da Germanwings

Reuters



A Alemanha planeja adotar uma legislação que irá exigir testes aleatórios de detecção de droga e álcool em pilotos, na esperança de diminuir o risco de uma repetição da derrubada do avião da empresa aérea Germanwings em março, teria dito o ministro dos Transportes, Alexander Dobrindt, neste domingo.

A proposta segue uma recomendação de uma força-tarefa criada pelo Ministério dos Transportes depois que o copiloto Andreas Lubitz se trancou na cabine de um avião operado pela subsidiária da Lufthansa LHAG.DE e o atirou na encosta de uma montanha dos Alpes, matando as 150 pessoas a bordo.

Os promotores encontraram indícios de que o copiloto, que havia sofrido de depressão profunda e pode ter temido perder o emprego, pesquisou métodos de suicídio e ocultou uma doença de seus empregadores, o que desencadeou um debate sobre a supervisão destes profissionais e sobre o sigilo entre médicos e pacientes.
"Acho sensato que os pilotos sejam testados de forma aleatória para se detectar o consumo de álcool, drogas e remédios", afirmou Dobrindt ao jornal Bild am Sonntag. "Especialistas de todo o mundo veem efeitos positivos nisso para reforçar a segurança operacional na aviação".

Dobrindt disse ser importante que as companhias aéreas sejam responsabilizadas pela realização dos exames. O diário afirmou que Dobrindt planeja apresentar a regulação ao gabinete alemão no próximo ano.

Já Markus Wahl, porta-voz do sindicato de pilotos Vereinigung Cockpit, criticou a proposta.

"De nosso ponto de vista, os testes aleatórios em planejamento são completamente errados. Eles não têm nada a ver com o desastre da Germanwings e colocarão toda uma categoria profissional sob suspeita generalizada", teria opinado Wahl, segundo o Bild am Sonntag.