Mais de 150 horas depois do desastre, a presidente Dilma vai a Mariana

Grasielle Castro 



Uma semana depois que um mar de lama, resultado do rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP, devastou a região de Mariana (MG), a presidente Dilma Rousseff chegará ao local do desastre.

A tragédia deixou pelo menos seis mortos, 21 desaparecidos, mais de 630 desabrigados. Os impactos do rompimento da barragem foram além da região de Mariana e das fronteiras de Minas Gerais. Pelo menos três cidades do Espírito Santos estão com risco de desabastecimento de água.


A demora da presidente em comparecer ao local instigou políticos a questionar a omissão da petista. “Ela é mineira. A primeira coisa que ela devia ter feito era ter ido à Minas prestar solidariedade. Devia ter ido imediatamente”, pontuou o coordenador da bancada mineira, Fábio Ramalho (PV-MG).

Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara, Rodrigo Castro (PSDB-MG) também reclamou da ausência da petista. “Finalmente ela está indo”, suspirou.

Nas redes sociais, também houve reclamações quanto ao atraso da presidente.



Outro integrante da bancada mineira, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) alertou para a responsabilização do governo e da mineradora.

“Não dá para esperar que a Samarco atue sozinha. Ela já disse que vai arcar com os danos, prestar socorro às famílias, mas com certeza essa questão vai ser judicializada. Não dá para esperar o tempo da Justiça. O governo tem que atuar. O Ministério Público está cuidando, mas é preciso pró-atividade."

Multa

Nesta quinta-feira (12), a presidente Dilma Rousseff encontrará os governadores de Minas e o do Espírito Santo, Paulo Hartung. Na tarde de ontem, a presidente cobrou do CEO da BHP providência para a reparação dos danos às famílias e a solução aos impactos ambientais que houve com esse desastre.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicará multa com valor superior a R$ 50 milhões.

Politização

Ex-ministrra da Secretaria de Direitos Humano, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) criticou a postura da oposição.

“Foi uma tragédia gravíssima, com impacto imensurável. Tenho certeza que a presidente está em contato direto com o governador Fernando Pimentel e colocou todo aparato do governo a disposição do estado. Há uma politização (do desastre) excessiva no Congresso."

Comissão externa

Na Câmara dos Deputados, foi formada uma comissão externa para acompanhar as investigações sobre a tragédia e uma subcomissão especial na Comissão de Minas e Energia também para investigar as causas do desastre.


Fonte: HuffPost Brasil