7 países com mais mulheres no Congresso que o Brasil - e não são os que você imagina

 De Ana Luísa Fernandes


Um ranking da União Interparlamentar classificou os países de acordo com o número de cadeiras que as mulheres ocupam no Congresso Nacional. Essa representatividade feminina é necessária para assegurar que os direitos das mulheres sejam tratados com a devida importância, o que não tem acontecido no Brasil.

Já era de se esperar que, na lista, o nosso país não ficasse em uma posição muito boa - ficou em 118º, com apenas 9,9% de mulheres na Câmara dos Deputados. Mas o mais surpreendente foram os países que ficaram na frente: são lugares que tratam as mulheres de modo extremamente conservador e cruel.

Se ficamos atrás deles, a situação por aqui deve estar bem pior do que o imaginado:



1. Etiópia.
O país africano ainda é muito atrasado no quesito direitos das mulheres: elas ainda são circuncidadas, e, na maioria das vezes, se casam com pretendentes escolhidos pelos pais. Mesmo com uma legislação tão medieval, o país fica na frente do Brasil: as mulheres representam 38,8% na Câmara dos Deputados.

2. Uganda.
Lá, 48% das mulheres já sofreram algum tipo de violência por parte do parceiro. Em 2013, foi proposto que as minissaias fossem banidas, e mais da metade da população feminina acredita que é justificável que elas apanhem do marido. A realidade é triste, mas a república africana fica na frente do Brasil no ranking, com 35% de mulheres no Congresso.

3. Afeganistão.
Em 2011, o país foi considerado o mais perigoso do mundo para as mulheres. No começo do ano, uma professora foi jogada de uma ponte e queimada depois de, supostamente, rasgar páginas do Alcorão, o livro sagrado do islamismo. Ainda assim, 27,7% dos representantes do Congresso são mulheres -imagina se esse número fosse menor.

4. Paquistão.
É só lembrar da história de Malala Yousufzai para saber que o país não é um bom exemplo de igualdade de gêneros. A menina lutou contra o Talibã para garantir o seu direito de ir à escola, e levou três tiros por isso. A representação feminina no Congresso é de aproximadamente 20%.

5. Arábia Saudita.
São tantas coisas que mulheres não podem fazer no país que é quase impossível listar todas. Entre as mais absurdas estão: elas têm um tempo limitado para interagir com homens que não sejam da família, não podem experimentar roupas em lojas e nem andar sozinhas. E sim, lá também têm mais vagas no Congresso do que no Brasil: 19,9%, precisamente.

6. Marrocos.
Ainda está em vigor no país uma lei que só foi abolida no Brasil em 2002. Ela diz que um estuprador pode se livrar da pena se se casar com a vítima. Em 2012, uma menina de 16 anos, Amina Filali, foi obrigada a se casar com o seu agressor e acabou cometendo suicídio. Dentro do Congresso, as mulheres representam 17,7%.

7. Coreia do Norte.
Sim, no país mais fechado do mundo as mulheres estão mais presentes no Congresso do que no Brasil. É difícil acreditar que, um lugar que considera mulheres um sinal de má sorte e que não interfere em casos de violência doméstica, tenha 16,3% de representatividade no governo - o que ainda é bem pouco, mas mais do que o Brasil.


Fonte: Brasil Post