Chefe da diplomacia mexicana vai ao Egito esclarecer morte de turistas

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

A  ministra das Relações Exteriores do México viajou para o Cairo com parentes dos turistas mortos “por engano”, no domingo (13), por forças de segurança egípcias. O governo mexicano pediu uma investigação urgente do que definiu como “ataque injustificado”. Claudia Ruiz Massieu deixou o país ontem à noite, em busca de respostas para o ataque que matou 12 pessoas.

Ainda hoje, o Ministério do Interior egípcio confirmou a morte de oito mexicanos durante bombardeio aéreo contra um grupo de turistas no Deserto Ocidental, confundidos com combatentes jihadistas, muito ativos no país, sobretudo após a destituição forçada pelo militares do ex-presidente Mohamed Morsi, em julho de 2013.

Em declarações à agência de notícias Efe, o porta-voz do ministério do Interior, Ayman Helmi, disse que os mortos são oito mexicanos e quatro egípcios, enquanto entre os nove feridos estão mais sete mexicanos.

O Egito diz que os turistas entraram em uma “área restrita” do Deserto Ocidental e foram mortos “por engano” pelas forças de segurança. Elas perseguiam um grupo de jihadistas que tinham raptado e matado um egípcio acusado de colaborar com as Forças Armadas.

Claudia Massieu informou que os seis mexicanos sobreviventes disseram ao seu embaixador que foram alvo “de um ataque com bombas, lançadas por um avião e helicópteros”, depois de terem interrompido o percurso para almoçar.

“Enfrentamos uma perda terrível de vidas humanas e um ataque injustificado, que nos obriga a fazer da proteção dos nossos cidadãos uma prioridade”, disse Claudia antes de partir.

A chefe da diplomacia mexicana prometeu esclarecer com o governo egípcio “as circunstâncias desse deplorável acontecimento, que custou a vida de inocentes turistas”. A ministra disse ainda que foi formado um comitê de investigação, dirigido pelo primeiro-ministro egípcio. O responsável pelo Sindicato dos Guias Turísticos do Egito, Hassan Al Nahla, informou que o grupo tinha recebido todas as autorizações necessárias e saiu na manhã de domingo do Cairo em direção ao Oásis Bahariya, a cerca de 350 quilômetros, acompanhado por escolta policial.

No domingo, o ramo egípcio do grupo Estado Islâmico tinha anunciado ter resistido a um ataque das forças de segurança na mesma área do Deserto Ocidental.