Presidente da Petrobras está satisfeito com balanço e ressalta transparência

Cristina Indio do Brasil - Repórter Agência Brasil Edição: Jorge Wamburg

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e o diretor financeiro e de relações com investidores, Ivan Monteiro, durante divulgação do balanço contábil do segundo trimestre de 2015 (Tomaz Silva/Agência Brasil)
O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine (à esquerda), ao lado do diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Ivan Monteiro, destacou a transparência do balançoTomaz Silva/Agência Brasil

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse que ficou muito satisfeito com os resultados alcançados pela companhia no segundo trimestre deste ano, quando teve lucro líquido de R$ 531 milhões, em especial com o resultado operacional, que ocorreu dentro da política de transparência que a empresa vem desenvolvendo e a busca da previsibilidade no tratamento do seu planejamento tributário.

Ele destacou  que  foram feitos alguns lançamentos no balanço do segundo trimestre, que refletiram diretamente no resultado líquido da empresa. No primeiro semestre de 2015, a empresa registrou lucro líquido de R$ 5,9 bilhões, o que equivale a 43% de queda em relação ao mesmo período do ano anterior. Já de abril a junho, o lucro líquido de R$ 531 milhões representou queda de 90% na comparação ao mesmo trimestre de 2014.

Bendine explicou que um dos fatores não recorrentes que afetaram o resultado líquido foi a baixa contábil. Ele disse que a Petrobras tinha uma ação em curso relativa a pagamentos de IOF entre os anos 2007 e 2010. Ao todo, eram quatro processos e o de 2008 foi julgado. Segundo o presidente, não havia provisão para o julgamento e, diante da vantagem que a companhia conseguiria ao assumir este pagamento, a opção foi pagar o tributo. “Entendemos que a tese que defendíamos era frágil para dar uma continuidade nesse processo por via judicial. Conseguimos então um bom desconto. O valor dessa ação era de R$ 3,3 bilhões e conseguimos reduzir para R$ 1,6 bilhão, sendo que parte pagamos por caixa e o restante por compensação de prejuízo fiscal”, disse.

Quanto às outras três ações, semelhantes a que já foi julgada e que ainda estão em curso, o presidente esclareceu que, dentro da prática de conservadorismo e planejamento tributário que está sendo seguida pela empresa para resolver todo o passivo tributário e para que tenha uma previsibilidade maior no futuro, foi lançado no resultado uma provisão de R$ 2,6 bilhões.

O gerente-executivo de desempenho empresarial, Mário Jorge da Silva, destacou o resultado de fluxo de caixa livre de R$ 4,5 bilhões no primeiro semestre de 2015, enquanto no período anterior tinha sido negativo em R$15,8 bilhões. “A geração operacional da companhia foi maior do que os seus investimentos no período, o que é uma variável importante para uma companhia que está buscando desalavancagem e recuperação nos seus indicadores de endividamento”, completou.

Mário Jorge da Silva informou ainda que a companhia confirma a meta de produção de petróleo para este ano em 2 milhões 796 mil barris de óleo equivalente por dia (boed). No primeiro semestre, a produção no Brasil e no exterior teve média diária de 2 milhões 784 mil boed, o que significou alta de 9% em relação a igual período do ano passado. Na camada do pré-sal, em junho, a Petrobras registrou recorde mensal de produção de petróleo de 747 mil barris/ dia.

Mário Jorge revelou que a companhia projeta para 2015 o equivalente a US$ 28 bilhões em investimentos. Desse total, já foram realizados US$ 12 bilhões. Já nos desinvestimentos, a empresa definiu o total para o ano de US$ 3 bilhões. Até agora a contribuição ao caixa atingiu US$ 0,2 bilhão. Com relação às captações, a Petrobras trabalha com o volume de US$ 12 bilhões. “Já realizamos US$ 10,6 bilhões de captação até o momento, objetivando fechar o ano de 2015 com um saldo em caixa de US$20 bilhões”, contou.

A diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, informou que a Petrobras vai participar da 13ª rodada dos blocos exploratórios da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombuatíveis (ANP), mas vai levar em consideração, de forma bastante séria, a situação da empresa.  “A estratégia será de avaliar as oportunidades”, comentou, acrescentando que a companhia ainda está em fase de análise do edital.