Petistas fazem ato de repúdio a atentado ao Instituto Lula em São Paulo

Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil Edição: Jorge Wamburg

Da janela do Instituto Lula, o ex-presidente joga rosas para militantes Daniel Mello/Agência Brasil
Militantes do PT, sindicalistas e integrantes de movimentos sociais fizeram hoje (7) um ato de repúdio ao atentado sofrido pelo Instituto Lula na noite de quinta-feira (30), quando um artefato explosivo foi arremessado contra o portão da instituição, de dentro de um carro.

Ninguém ficou ferido, e ainda não foram apontados suspeitos pela ação. Em março, o Diretório Municipal do PT em São Paulo também foi alvo de um ataque a bomba. Duas semanas antes, a sede do partido em Jundiaí, na região metropolitana da capital, havia sido incendiada.

Os manifestantes se reuniram em frente ao instituto, que fica no bairro do Ipiranga, zona sul paulistana. Para o secretário municipal de Relações Governamentais de São Paulo, Alexandre Padilha, o ataque foi um ato terrorista: “O gesto de hoje é um repúdio a atentados terroristas, a manifestações de ódio e intolerância, que não fazem bem para a democracia”, ressaltou. Padilha enfatizou que o protesto também cobrava elucidação do crime. “É um gesto para cobrar punição para os responsáveis por esse atentado.”

Ao chegar, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ovacionado pelos militantes, que se esforçavam para se aproximar dele e tirar fotos. Da janela do instituto, Lula jogou rosas aos manifestantes e agradeceu o apoio.

Militante petista há 34 anos, a administradora Joana Solitari disse que existe um movimento que tenta apartar o partido do poder. “Foi muita luta, muita batalha para a gente chegar aqui. E agora querem tirar a gente de tudo quanto é forma. Porque o PT está com o povo e eles acham que quem está com o povo está sempre errado”, afirmou.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou a posição dos partidos oposicionistas em relação às ações de intolerância. “Não vi uma declaração de nenhuma liderança [da oposição] contra esse atentado aqui, contra o ex-presidente da República. Eles estão compactuando com setores que flertam com o fascismo e não estão se diferenciando. As próprias passeatas têm setores pedindo a volta da ditadura militar”, disse Lindberg, em referência aos protestos contra a presidenta Dilma Rousseff em que houve presença de grupos favoráveis ao regime autoritário.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, disse que tem críticas à política econômica do governo. Para ele, o ajuste deveria se iniciar pelo próprio governo, pelos empresários e, em último caso, chegar aos trabalhadores. "Mas nós começamos pelos trabalhadores”, reclamou. Patah disse, porém, que apoia a presidenta Dilma Rousseff e criticou a estratégia de alguns grupos de oposição. “Nós temos que buscar alternativas de governabilidade. Porque tem aqueles do quanto pior melhor, de uma certa forma, expressando opiniões odiosas que não levam a lugar nenhum.”