Armazém que explodiu na China tinha 3 mil toneladas de produtos perigosos

Da Agência Brasil

O Ministério de Segurança Pública da China confirmou hoje (18) que o armazém no porto da cidade de Tianjin, onde na última quarta-feira (12) explosões deixaram mais de 100 mortos, continha pelo menos 3 mil toneladas de cerca de 40 produtos químicos perigosos.

Em declarações reproduzidas pela emissora pública CCTV, o subdiretor do departamento de bombeiros do ministério, Niu Yueguang, explicou que, como o armazém ficou destruído, ainda não foi possível averiguar as quantidades exatas de produtos. Entre estas 3 mil toneladas, 800 eram de nitrato de amônio, 700 de cianeto de sódio e outras 500 de nitrato de potássio, detalhou Niu.

O chefe do grupo de emergência do gabinete de proteção do meio ambiente de Tianjin, Bao Jingling, disse que os restos de cianeto podem ter chegado aos edifícios residenciais próximos do porto, onde se deram as explosões. Bao anunciou que vão ser enviados especialistas para limpar a zona e alertou para a toxicidade destes resíduos.

O funcionário explicou também que os pontos de controle da qualidade do ar não detectaram nenhum novo poluente desde ontem (17) e que os que existem se encontram dentro dos níveis considerados seguros.

As chuvas que aconteceram em Tianjin nas últimas horas acentuaram a preocupação em relação a uma possível contaminação da zona, diante da possibilidade de a água da chuva provocar uma reação química com o cianeto – que se encontra na área onde se deram as explosões – ou que este se disperse. Bao ressaltou que as equipes de limpeza vão reforçar o isolamento da zona do porto e que vão tratar a água da chuva com produtos químicos para neutralizar as reações.

As autoridades municipais disseram ainda que estão estabelecendo diferentes categorias entre as pessoas afetadas para, assim, poderem compensá-los de acordo com os danos que sofreram.

Na última quarta-feira à noite uma enorme explosão em contêineres de armazenamento de químicos, incluindo cianeto de sódio, abalou a cidade, causando, até agora 114 mortos, 70 desaparecidos e 700 feridos. Parte da cidade foi evacuada devido ao perigo de propagação de químicos.

O Tribunal Supremo Chinês já anunciou investigação para apurar possível negligência da Ruhai International Logistics, empresa detentora dos contêineres. Ainda não se sabe o que causou as explosões mas a hipótese mais forte é o contato dos produtos químicos com a água usada pelos bombeiros para apagar um incêndio que havia começado anteriormente.

Também não se sabe se a Ruhai International Logistics detinha licença para armazenar estes químicos perigosos, já que a autorização de 2012 não contemplava esta opção, ainda que fontes do governo local tenham dito na sexta-feira (14) que a licença foi redefinida mais tarde.

O presidente e o vice-presidente da empresa foram detidos hoje.