Monteiro: barreiras não tarifárias são problema no comércio com Estados Unidos

Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil Edição: José Romildo

O ministro Armando Monteiro discute o estreitamento dos laços econômico-comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional Antonio Cruz/ Agência Brasil
As barreiras não tarifárias são o principal problema para a entrada de produtos brasileiras nos Estados Unidos, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro.

O ministro disse que a tarifa média de entrada de bens nos Estados Unidos é 3,5%. “O nosso problema não são as barreiras tarifárias, mas as não tarifárias”, disse em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional no Senado, hoje (25), ao comentar as relações do Brasil com os Estados Unidos.

Para o ministro, é preciso avançar na harmonização de normas técnicas para ampliar o acesso de produtos brasileiros nos Estados Unidos. Segundo o ministro, já houve um acordo entre os dois países nos segmentos de louça sanitária e porcelanato. O próximo passo é fazer acordo sobre normas técnicas para os segmentos de têxteis, máquinas,  equipamentos e luminárias.

Segundo o ministro, 75% do comércio entre os dois países correspondem a bens manufaturados ou semimanufaturados. “Os Estados Unidos são o nosso segundo maior parceiro comercial. É o primeiro destino das manufaturas brasileiras”, disse. De acordo com Monteiro, no ano passado, dos US$ 27 bilhões exportados para os Estados Unidos, US$ 17 bilhões foram produtos manufaturados.

No próximo dia 28, a presidenta da República, Dilma Rousseff, embarca para os Estados Unidos. Dilma vai desembarcar em Nova York, onde, terá um encontro com empresários americanos, brasileiros e investidores. No dia 29, a presidenta discursará em seminário empresarial e, em seguida, viaja a Washington. Na capital dos Estados Unidos, a presidenta brasileira participará de jantar, na Casa Branca, oferecido pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. No dia seguinte, ela almoça com autoridades do Departamento de Estado. Em Washington, a presidenta ficará hospedada na Blair House, residência oficial de hóspedes do governo norte-americano.

De Washington, Dilma viaja a São Francisco, onde terá compromissos nas universidades de Stanford e Berkeley. Na cidade californiana, a presidenta se reunirá com acadêmicos e com representantes de empresas de tecnologia. Existe a possibilidade de Dilma visitar as instalações da Google, mas o compromisso ainda não foi confirmado pela assessoria do Planalto. A visita de Dilma termina no dia 1º de julho.

Em 2013, a viagem da presidenta Dilma aos Estados Unidos foi adiada após as denúncias de que a Agência Nacional de Segurança dos EUA teria espionado autoridades do governo brasileiro, incluindo a própria presidenta brasileira, e empresas estatais. As denúncias foram feitas por Edward Snowden, ex-consultor de informática da agência.

Hoje, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional aprovou decretos relacionados acordos assinados entre os Estados Unidos e Brasil. Um dos decretos visa a evitar evasão fiscal. A comissão votou ainda decretos sobre medidas de segurança de informações militares sigilosas e de cooperação técnica sobre defesa.