PT voltará a se reunir para tentar acordo em torno do ajuste fiscal

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil Edição: Beto Coura

Depois de duas horas reunidos, parlamentares do PT não conseguiram fechar uma posição única em torno da Medida Provisória 665, que muda regras de acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial e ao benefício para o pescador artesanal. A reunião da bancada foi suspensa há pouco e será retomada às 16h.

Segundo assessores e parlamentares, que evitaram falar sobre o debate que ocorreu a portas fechadas, o partido tem posições diferentes e quer costurar um voto único. A intenção é que a posição do PT em relação à matéria, que vai ao plenário hoje (5), seja definida por voto dentro da bancada.

Até agora, a reunião contou com pouco mais de 30 integrantes e a bancada quer que os 65 sejam ouvidos. O partido não vai liberar os parlamentares para que votem isoladamente. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), tentou convencer o partido a ser “protagonista na defesa do ajuste fiscal”, mas terá que redobrar os esforços para minimizar as tentativas de maior negociação em torno do texto.

Segundo Guimarães, quase 90% do que foi sugerido por movimentos contrários ao ajuste foi acatado pelo governo. “Já negociamos à exaustão. O governo teve sensibilidade”, afirmou.

Petistas deixaram o encontro evitando falar com a imprensa e limitaram-se a afirmar que querem ouvir toda a bancada antes de uma decisão. Não há sinais de negociação de um acordo para que a votação seja adiada, a fim de que a base do governo tente se consolidar. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alertou que vai computar as faltas de quem tentar obstruir.

- Assuntos: Ajuste fiscal, MP 665/14, José Guimarães, Eduardo Cunha