Novo presidente do Ipea defende diversidade de pesquisas com base científica

Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro

O novo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Jessé José Freire de Souza, tomou posse na tarde de hoje (9), na sede da entidade, em Brasília. Em discurso, Freire defendeu a diversidade de pesquisas, dizendo que é preciso garantir a diversidade delas e "responder, com as armas da ciência", aos desafios que surgem para a sociedade.



Jessé de Souza explicou que política e ciência são duas áreas que se relacionam. “Para mim, ciência e política são indissociáveis. A ação social, como se dá em qualquer esfera da vida, precisa dessas duas perspectivas como aliadas. Não perceber isso abre o flanco para intenções mesquinhas. O Brasil necessita da grandeza de nós todos”, disse ele, que preferiu não adiantar detalhes sobre o trabalho que fará na entidade e pediu alguns dias para se familiarizar com o Ipea, ao qual acabou de chegar.

O pesquisador ocupa a vaga deixada por Sergei Suarez Dillon, que foi exonerado. Graduado em direito e mestre em sociologia pela Universidade de Brasília, Souza tem doutorado em sociologia pela Karl Ruprecht Universität Heidelberg, da Alemanha, e pós-doutorado em filosofia e psicanálise pela New School for Social Research, de Nova York. É autor e organizador de 20 livros sobre teoria social, pensamento social brasileiro e estudos sobre desigualdade e classes sociais no Brasil contemporâneo.

Presente à posse, o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, destacou o papel do Ipea para auxiliar um “projeto de construção do Brasil”. Segundo Unger, a Secretaria de Assuntos Estratégicos  e o Ipea existem para auxiliar nesse projeto. "O Ipea não é apenas para ajudar a definir um plano do governo que está momentaneamente no poder. O Ipea trabalha na definição de um projeto de Estado do Brasil.”

Na posse de Jessé de Souza, o ministro  Mangabeira Unger fala da necessidade de evolução da educação pública   Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em um longo discurso sobre problemas enfrentados pelo Brasil, o ministro criticou o modelo atual de ensino. Ele disse que um novo projeito nacional tem de ser produtivista e nacionalizador e vir acompanhado de uma revolução na educação pública. "Nosso ensino público é uma imitação do ensino francês do século 19, baseado em decoreba. Nosso método de ensino é uma camisa de força dogmática. É hora de tirar essa camisa de força”, afirmou.

- Assuntos: posse, Jessé de Souza, Presidência, Ipea