Joaquim Levy nega crítica e diz que tem “enorme afinidade” com Dilma

Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

A presidenta é "absolutamente explícita e genuína", diz  o  ministro     Marcelo  Camargo/Agência  Brasil

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje (30), em São Paulo, que tem uma “enorme afinidade” com a presidenta Dilma Rousseff na visão de longo prazo da economia. “Não há nenhuma desafinação”, enfatizou, ao comentar as declarações em uma palestra na última semana, na Escola de Negócios da Universidade de Chicago, que foram interpretadas como uma crítica à presidenta.

Durante almoço promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) para 600 empresários, Levy voltou a negar que tenha criticado Dilma. “A presidenta tem sido absolutamente explícita e genuína sobre seus objetivos”, ressaltou.

Levy explicou que, na palestra em Chicago, ele quis dizer que, mesmo com a vontade da presidenta, às vezes, é difícil colocar em prática algumas medidas. “A gente nem sempre consegue tudo o que deseja em um processo democrático, e isso é bom."

O ministro disse acreditar na aprovação das medidas de ajuste fiscal pelo Congresso. “Temos tido sucesso em conversas que, em um primeiro momento, não pareciam estar encaminhadas”, disse ele, ao falar sobre as negociações entre o governo e os parlamentares para aprovação das propostas.

De acordo com Levy, o objetivo do governo é reduzir os próprios gastos ao patamar de 2013. “Não temos discutido quantidade, quantos bilhões vamos cortar. Mas que fique claro que, com relação à programação financeira, aquele gasto que pode ser controlado, o objetivo é trazer para o nível de 2013. Isso exigirá grande disciplina.”

Para o ministro, esse controle pode representar uma redução de aproximadamente 30% dos empenhos feitos pelo Executivo. Apesar de defender a redução de gastos, Levy admitiu que o processo não será simples. “Cortar na carne é importante, mas não é fácil, porque não tem muita carne.”

Levy ressaltou a importância do planejamento dos gastos e da desonerações de tributos, de modo que as contas continuem equilibradas. “Não podemos criar novas despesas que venham a exigir novos impostos. Ou sair cortando impostos, sem ter ajustado as despesas”, concluiu.

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