Rebaixamento da Petrobras já era esperado por Eduardo Cunha

Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (25) que o rebaixamento da nota da Petrobras, pela agência de classificação de risco Moody's, é um alerta, mas já era esperado.

Ressaltou, contudo, que não é uma notícia boa, e "acho que não é só o problema das denúncias de corrupção que levaram a Petrobras a ter esse rebaixamento".

Segundo Cunha, um dos principais fatores para o rebaixamento é a falta da apresentação, pela empresa, de resultados financeiros auditados. "Você não consegue manter o grau de investimento em uma empresa que sequer conseguiu apresentar seu balanço [de 2014] auditado até agora", disparou. A empresa anunciou, no último dia 13, que publicará o balanço até final de maio.

Foi a terceira vez, ontem (24), em quatro meses, que a Moody's rebaixou a nota da Petrobras, agora de Baa3 para Ba2. Com isso, a estatal perde o grau de investimento e passa para o grau especulativo, indicando que investir na petrolífera brasileira passou a ser uma operação mais arriscada.

Das três maiores agências de classificacão de risco, a Moody's é a primeira a rebaixar a classificação da Petrobras para grau especulativo. A Fitch rebaixou os ratings da dívida da Petrobras em moeda estrangeira no último dia 3, de "BBB" para "BBB-", mantendo-a no derradeiro grau de investimento, em perspectiva negativa; e a Standard & Poor's também mantém o grau de investimento.

Para o presidente da Câmara, o rebaixamento serve como alerta grave. Segundo ele, "a sociedade vai acabar pagando um custo maior por causa da necessidade que a Petrobras tem de captar dinheiro para investir".

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