Cuba quer mudar a política de migração dos Estados Unidos

Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil Edição: Beto Coura

No primeiro dia de conversas entre os governos de Cuba e dos Estados Unidos sobre o processo de normalização das relações diplomáticas entre os dois países, em Havana, os representantes cubanos expressaram hoje (21) preocupação com a Lei de Ajustamento Cubano e a política de pés secos - pés molhados, consideradas por eles “o principal incentivo à imigração ilegal para os Estados Unidos”.

Em vigor desde 1966, a lei oferece facilidades à instalação dos imigrantes cubanos, dando-lhes o status de residentes, por um ano, benefício que não é dado a nenhuma outra nacionalidade. A política de pés secos - pés molhados agiliza o acesso à residência permanente aos cubanos que conseguem chegar ao solo norte-americano. Os abordados no mar são repatriados para a ilha. Cuba está a 140 quilômetros do extremo sul da Flórida.

“Expressamos preocupação porque a lei vai contra o espírito e a letra dos acordos migratórios que estamos revendo nesta sessão de trabalho”, disse o subdiretor para as questões dos Estados Unidos do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Gustavo Machín.

De hoje a sábado (24), a primeira missão oficial americana, liderada pela secretária de Estado adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson, vai permanecer no país discutindo a normalização das relações diplomáticas, rompidas desde 1961. Entre as primeiras medidas, está a reabertura das embaixadas.

Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, fizeram o anúncio de reaproximação entre os dois países no dia 17 de dezembro de 2014.

*Com informações da Agência Lusa

- Assuntos: Roberta Jacobson, Relações Cuba e Estados Unidos, Lei de Ajustamento Cubano, Pés secos - pés molhados”, Gustavo Machín