Candidata ao Enem morre em Olinda

Da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas


O Ministério da Educação (MEC) divulgou nota na qual lamenta profundamente a morte da participante do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014, Edivania Florinda de Assis, ocorrida neste sábado (8), em Olinda (PE), no Colégio Santa Emília, onde faria as provas. Em nota, o MEC se solidariza com a família.

O Enem ocorre neste fim de semana. São mais de 8,7 milhões de inscritos, número recorde, que fazem a prova em mais de 1,7 mil cidades.

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Fila para a prova do Enem provoca mal-estar em estudantes

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas


Meio-dia, no horário de Brasília, os portões foram abertos para quem vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No Centro Universitário de Brasília (UniCeub), uma fila se estendia por mais de uma quadra, com participantes que se anteciparam para não perder a hora. Foram necessários mais de 30 minutos para que todos entrassem.

A estudante Aline dos Santos Coelho, 19 anos, chegou às 10h15 e era a primeira da fila. "É muita ansiedade. Vai que chego atrasada, isso não poderia acontecer". Moradora do Gama, região administrativa a cerca de 30 quilômetros (km) do Plano Piloto, onde está localizado o UniCeub, ela conta que, com a greve de uma companhia de ônibus da cidade, o sogro a trouxe. Ela conciliou estudo e trabalho para se preparar para o Enem e está confiante, quer cursar educação física. Uma surpresa no cartão de confirmação de inscrição, entretanto, desanimou a candidata. Ela disse que marcou espanhol como língua estrangeira, mas, na confirmação, a opção indicada era inglês. "Não sei nada de inglês. Como tive acesso ao cartão em cima da hora, nem consegui reclamar".

Ao lado dela, Arlane de Moraes Santos, 25 anos, que está fazendo o Enem pela terceira vez. Ela pretende pleitear uma bolsa de gastronomia no próprio UniCeub, com o Programa Universidade para Todos (ProUni). Arlane também chegou às 10h. "Tudo já deu errado essa semana, pelo menos isso tem que dar certo. Mas vai dar certo", diz.

A espera no sol, já que o local tem poucos lugares de sombra, somada ao nervosismo fez com que candidatos passassem mal. Uma participante desmaiou na fila. Foi socorrida e conseguiu entrar no local da prova com a ajuda de brigadistas. Luzia Furtado foi quem a socorreu. Ela estava na fila com o filho, Yuri Furtado, 23 anos. Ambos chegaram às 10h30.

Yuri sofreu um acidente e tem problemas de memória. Chegaram mais cedo para tentar conseguir, apresentando a carteira de pessoa com deficiência e os medicamentos, duas horas a mais de prova. "Não sabia que ele tinha direito a isso até chegar o cartão de confirmação de inscrição. Vamos ver se conseguimos alguma coisa", diz a mãe. Yuri mora em Florianópolis, onde cursava educação física. Agora quer usar o Enem para ingressar em um curso de nutrição.

Neste sábado, os participantes farão as provas de ciências humanas e ciências da natureza. Os portões fechara, pontualmente às 13h no horário de Brasília. São mais de 8,7 milhões de inscritos, número recorde, que farão a prova em mais de 1,7 mil cidades.

- Assuntos: Enem, fila, Uniceub, prova, mal-estar

Conteúdo de vídeo com suposta prova do Enem é falso, diz MEC

Do Portal EBC Edição: Lílian Beraldo


O Ministério da Educação (MEC) informou que é falso um vídeo que circulou ontem (7) nas redes sociais com a suposta prova do Exame Nacional do Ensino Médio de 2014 (Enem). De acordo com mensagem postada nos perfis oficiais do MEC no Twitter e no Facebook, o conteúdo do vídeo é falso e a Polícia Federal está apurando os responsáveis pela publicação.

Cerca de 8,7 milhões de alunos participam das provas do Enem que são aplicadas hoje (8) e amanhã (9) em 1,7 mil cidades de todo o país. As provas tiveram início às 13h (horário de Brasília) e tem duração de quatro horas e meia no primeiro dia de aplicação e cinco horas e meia no domingo.

O vídeo divulgado mostra uma pessoa folheando uma suposta prova em branco. O esclarecimento publicado pelo MEC informa que “os procedimentos de segurança do Inep identificaram durante a madrugada a postagem nas redes sociais de um vídeo com uma suposta prova do Enem 2014. Esclarecemos que o conteúdo do vídeo é falso e a Polícia Federal já está apurando os responsáveis pela postagem que, quando identificados, serão punidos com o rigor da lei”.

Não é a primeira vez que boatos são divulgados às vésperas do exame. Em 2012, mensagens foram publicadas no Twitter informando aos candidatos que a prova tinha sido cancelada. Entretanto, a informação se referia à edição de 2009, quando o exame foi de fato adiado depois que um caderno prova foi roubado da gráfica que imprimia o material.



#CaiunoEnem: A partir das 20h30, as Rádios e o Portal EBC transmitem um programa ao vivo com a correção da provas do Enem. Professores estarão nos estúdios, em Brasília, para comentar as questões do exame. O programa #CaiunoEnem será transmitido pelas rádios MEC AM do Rio de Janeiro, Nacional de Brasília, Nacional da Amazônia e pelo Portal EBC.

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Colonizados por brancos, argentinos recuperam ascendência negra

Monica Yanakiew* - Correspondente da Agência Brasil/EBC Edição: Marcos Chagas

No censo de 2010, apenas 150 mil argentinos - menos de 0,5% da população de 41 milhões - se identificaram como negros. Ainda assim, nos últimos anos, o país está recuperando suas raízes africanas. Neste sábado (8), a Argentina comemora o Dia Nacional do Afro-Argentino, graças a uma lei aprovada em 2013.

“Escolhemos essa data em homenagem a Maria Remédios del Valle – uma heroína na guerra da independência, que trabalhou como enfermeira e lutou como militar”, diz Sara Chaves, afro-uruguaia que vive em Buenos Aires e pertence ao Movimento Afro Cultural argentino. “Ela ganhou o título de Capitã e Mãe da Pátria, mas morreu na miséria no dia 8 de novembro”.


A cantora Laura Omega sempre soube de suas raízes africanas e que sua bisavó foi escrava. “Minha família mantém viva a cultura negra, mas aqui a história dos negros é ignorada”, disse. “Parece que não existem negros na Argentina, porque muitos se misturaram aos brancos, para clarear a pele e não sofrer discriminação. Mas não é verdade que nossos antepassados baixaram todos dos navios de imigrantes, muitos vieram nos navios negreiros.”

A sede do Movimento Afro Cultural fica no bairro boêmio de San Telmo, conhecido por seus antiquários, a feira de antiguidades e os artistas de tango. Nos fins de semana, o grupo sai às ruas com seus tambores para tocar candombe. Esse ritmo africano foi herdado dos negros escravizados, trazidos pelos espanhóis para as colônias do Rio da Prata. No Uruguai, o candombe sobreviveu e hoje é tão popular quanto o samba no Brasil. Na Argentina, poucos sabem acompanhar a batucada.

“É preciso lembrar que a população negra na Argentina foi dizimada”, lembra Sara. Nos tempos da colônia, um terço da população argentina era negra. Mas muitos foram enviados para as frentes de batalha, nas guerras internas e também na Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1864-1870). Outros morreram em sucessivas epidemias de febre amarela – a pior delas, em 1871, matou 8% dos habitantes de Buenos Aires. Como a economia local não dependia de mão de obra intensiva, vários argentinos vendiam seus escravos ao Brasil.

Enquanto a população negra minguava, Buenos Aires era invadida por ondas de imigrantes europeus. Quase 3 milhões de italianos desembarcaram na Argentina, entre 1861 e 1914, sem contar os espanhóis, ingleses, alemães e russos. Em 1920, mais da metade dos habitantes da capital argentina era estrangeira. “Mas muitos dos que acham que descendem dos europeus, porque tem sobrenomes italianos ou espanhóis, tem um pé na África e não sabem”, disse Sara.


É o caso de Carina Vlajovich, de 34 anos. “Quando fui apresentada ao candombe, sei lá, senti a batucada no sangue e não sabia explicar o porquê”, conta Carina. Mesmo com a pele branca e o sobrenome croata, herdado do avô europeu, ela descobriu antepassados africanos vasculhando a história da família materna. “Assumi a minha negritude e hoje me considero afro-argentina”, disse Carina que tem um bisavô negro.



* A matéria foi alterada às 12h39 para correção do título

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Meninas adolescentes precisam tomar a segunda dose da vacina do HPV

Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas

O Ministério da Saúde, por meio das secretarias estaduais e municipais, tenta identificar as meninas de 11 a 13 anos que ainda não tomaram a segunda dose da vacina contra o papiloma vírus humano (HPV). Dados da pasta indicam baixa adesão neste segundo momento da cobertura vacinal.


No primeiro mês de aplicação da segunda dose, 914 mil adolescentes foram imunizadas. O número representa 18,4% do público-alvo, formado por 4,9 milhões de meninas de 11 a 13 anos. A vacinação da segunda dose começou no dia 1º de setembro.

O último balanço do governo mostra que, desde 10 de março, quando a imunização passou a ser ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 4,5 milhões de meninas receberam a primeira dose da vacina, o que representa 92,6% do público-alvo.


Em entrevista à Agência Brasil, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, lembrou que se trata de uma vacina nova, que passou a integrar o calendário básico de imunização apenas este ano. Outra particularidade considerada pelo governo, segundo ele, é o público-alvo: adolescentes, faixa etária que dificilmente procura postos de saúde por não ter de tomar nenhuma outra dose.

“O que vamos fazer é um trabalho mais pontual. Estamos identificando meninas que não tomaram a segunda dose e convocando para comparecer aos postos”, explicou, ao se referir ao plano como uma estratégia para as meninas faltosas.

Chioro ressaltou que, apesar da campanha deflagrada no primeiro semestre deste ano, a vacina contra o HPV foi incorporada ao calendário básico de imunização. Assim, está disponível nos postos de saúde durante todo o ano e não apenas no período da campanha. Dessa forma, meninas que completaram 11 anos apenas agora devem procurar uma unidade de saúde para receber a primeira dose.

O SUS oferece a vacina quadrivalente, que confere proteção contra quatro subtipos do HPV (6, 11, 16 e 18). Os últimos dois subtipos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero em todo o mundo.

Cada adolescente deve tomar três doses da vacina para completar a proteção: a segunda, seis meses após a primeira e a terceira, cinco anos após a primeira dose.

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